Estamos resenhado uma notícia que foi apresentada e localizada na BBC. LLORENTE, Análise, 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/topics/cvjp2jr0k9rt Essa notícia remete a uma bandeira do Japão polêmica usada durante um fato do século XX e que ecoa até os dias, trazendo muita dor e sede por justiça. Trata-se da ocupação japonesa na península coreana do início de 1910 a 1945 após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial. Essa ocupação, como dito acima, começou no ano de 1910, porém podemos voltar ao século XVIII na época da Restauração Meiji (1869-1989) para explicar melhor o contexto da guerra. A Restauração Meiji se tratava de um projeto para transformar o Japão em uma grande potência capitalista. Desde antes da Segunda Guerra Mundial, o Japão e seus governantes sempre pensavam que era difícil ser uma potência sem ter domínio dos territórios da China, Coreia, Manchúria, e demais países do sudeste asiático. O Japão começa a querer aplicar um projeto imperialista na Ásia, para ser o país imperialista do extremo oriente. O processo de dominação inicia a partir do “Tratado de Ganghwa”, em 1876, onde o Japão pede para que a Coreia abra seus portos e que ofereça extraterritorialidade ao Japão. A Coreia abriga este tipo de tratado devido ao que aconteceu no ano anterior. O Império Japonês bombardeou a costa da Coreia e matou mais ou menos 600 pessoas. Em 1894, o Japão leva 10 mil soldados a território coreano com a desculpa de que estava acontecendo um levante camponês na região, no entanto, a China também leva soldados ao território e começa a guerra Sino- Japonesa. O Japão não estava querendo acabar com esse levante, mas sim, de impedir o avanço chinês e de pegar o território coreano. Enquanto essa guerra acontecia, o Japão forçou a Coreia a assinar mais e mais tratados, um que, inclusive, praticamente escravizava os coreanos para esforço de guerra. Nesse tempo, soldados japoneses roubaram comida, joias, metais preciosos, casas, etc. Em 1905, o Japão invade a Coreia e força o imperador coreano a assinar o Tratado de Eulsa. Esse tratado oferece todos os direitos diplomáticos coreanos para o Japão, e assim, vai se dando os passos para a colonização. Até que em 1910, o Japão anexa a Península Coreana ao seu território. O que acontece com os coreanos é visto até hoje como um dos maiores crimes de guerra que já ocorreram. Tentativas de apagar a cultura coreana, assim como sua língua, calendário e idioma, foram uma das maneiras que os japoneses impunham a eles. Com o tempo, foram surgindo relatos de estupro de mulheres coreanas por soldados do Exército Japonês, qual foi instituído um “programa” conhecido como Mulheres de Conforto, onde mulheres vindas de toda Ásia e principalmente da Coreia do Sul eram usadas para prostituição, na intenção de aliviar os soldados japoneses. Apesar de ser um conflito encerrado há quase 80 anos, as divergências entre Japão e Coreia transcorrem até hoje, principalmente nos meios políticos e econômicos de cada país. Apresentando uma notícia de 2019, Tóquio anunciou duras condições de exportações para produtos entregues à Coreia do Sul, como mostrou a AFP (Estado de Minas, 2019). Isso se deu por conta da decisão dos sul-coreanos em pedir aos tribunais do país que empresas japonesas indenizassem os cidadãos que foram forçados a trabalhar na Segunda Guerra Mundial. Recentemente, um pouco antes das Olimpíadas de Tóquio em 2020, ocorreu mais uma polêmica envolvendo Coreia do Sul e Japão. O país sul- coreano recorreu ao Comitê Olímpico Internacional após a comissão japonesa exibir a bandeira do Sol Nascente, utilizada durante a II Guerra Mundial, como mostrou o jornalista Regys Silva (SurtoOlímpico, 2019). Para os coreanos, a bandeira é símbolo dos massacres sofridos durante o período, além de trazer a tona todo o pensamento, tristeza e sofrimento no decorrer do regime imposto pelo país nipônico. Então, como pode ser visto, o Japão fez horrores no território coreano e com seu povo. Por isso que até os dias atuais a bandeira do Sol Nascente tem tanta controvérsia, principalmente por ser o estandarte imperial que causou os massacres na Coreia. Os coreanos não aceitam que essa bandeira ainda seja utilizada pelos japoneses e seus governantes, pois é vista como uma bandeira nazista e que hoje é proibida em diversos lugares, menos no Japão. Além disso, as sanções impostas pelo país nipônico evidencia em como essas relações tensas entre as duas nações está longe de acabar. Referências
DIVERGÊNCIA HISTÓRICA ENTRE JAPÃO E COREIA DO SUL AFETA A
ECONOMIA. Estado de Minas, Agência France-Presse, Minas Gerais, 01 de jul. de 2019. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2019/07/01/interna_internacion al,1066110/divergencia-historica-entre-japao-e-coreia-do-sul-afeta- economia.shtml. SILVA, Regys. Coreia do Sul recorrre ao COI contra bandeira do Sol Nascente, mas comitê de Tóquio continua não proibindo a sua exibição. SurtoOlímpico, São Paulo, 14 de set. de 2019. Disponível em: https://www.surtoolimpico.com.br/2019/09/coreia-do-sul-recorre-ao-coi- contra.html?m=1.