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Assim como para Sakurai (2018), o país entra em um processo inesperado e radical
de suas estruturas políticas e econômicas, se obrigando então a inserção nas expectativas do
ocidente:
“Mas a Restauração Meiji é mais do que isso. Ela se pauta por reformas
internas cujo objetivo é adaptar o Japão às exigências do mundo na época. Trata-se
de um profundo redimensionamento das forças sociais no cenário político-
econômico levado a cabo pela elite do país (grandes senhores capitalizados, grandes
negociantes, intelectuais e tecnocratas de famílias poderosas) a partir de uma
escolha: participar com alguma força no circuito capitalista. Assim, a idéia é criar
uma sociedade com condições de inserção e competitividade no mercado mundial. O
Japão corre contra o relógio para, em poucos anos, adaptar-se aos padrões ocidentais
que dão as cartas naquele momento” (SAKURAI, 2018, p 133)
Dentre o final da Era Meiji e início da Segunda Guerra Mundial, com a investigação
das ações japonesas, aponta-se que era tido como comum, por mais que cruel a violência
exacerbada, como apontado:
Sua escala militar e crimes de guerra foram tão evidentes que sofreram várias frentes
de ataque, vindas principalmente dos Estados Unidos como meio de controle às investidas
japonesas. Após vários sucessos militares importantes na primeira metade da Guerra do
Pacífico, o Império Japonês também ganhou fama por sua eficiência militar e crimes de
guerra contra seus inimigos. Depois de muitas derrotas com a queda de duas bombas atômicas
pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, o império japonês se rendeu aos
aliados da Segunda Guerra Mundial em 02 de setembro de 1945. (Dellagnezze, 2020)
“In 1947, the United States began serious planning for a peace treaty with
Japan. American officials considered that the peace terms would be crucial to
consolidating a postwar settlement in Asia that was favorable to
U.S. interests and consistent with American ideals. The process of drafting the treaty
accordingly prompted extensive internal debates over what should be asked of and
conceded to Japan and, in addition, how far the interests and demands of America’s
allies should be accommodated.” (Wilson, et. Al, 2017, p. 152-174)
A cultura kawaii, fazendo-se mais evidente, passa a ser retratada nas mídias
consumidas pelo público jovem, sendo elas mangás, animes, jogos eletrônicos e a moda. A
estética ressaltou o romance e a fragilidade, ainda citando Sato (2009), “What predominates
the idol culture of cute is women’s pretension to be small children by means of childish talk,
pastel-colored fashion, and their love of cute stationery goods and fluffy animals.” Mesmo as
cantoras faziam uso da estética para atrair fãs e admiradores, colocando a inocência e doçura
como modo comportamental e da sua imagem.
Vê-se, então, os meios que a diplomacia japonesa tomou para se abrir para o mundo
ocidental com um comportamento não agressivo e popular. De acordo com
Quise (2013), a produção e o consumo do animê geram fluxos diversos, e mobilizam questões
financeiras, culturais e, indiretamente, até mesmo políticas.
Portanto, o Japão notou que, claramente, o investimento na cultura kawaii e nas artes
para sua mudança de imagem foi recebida com sucesso no lado ocidental do mundo, abrindo
assim, novas portas para sua economia e desenvolvimento:
LUYTEN, Sonia M. Bibe. Mangá e animê: ícones da cultura pop japonesa. 2014. 11
f. Fundação Japão em São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em:
https://fjsp.org.br/estudos-japoneses/wp-content/uploads/sites/3/2014/04/manga-
eanime.pdf. Acesso em: 19 set. 2021.