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QUALIEDUC

A XVI edição do Qualieduc discute FORMAÇÃO e VALORIZAÇÃO dos


Profissionais da Educação. Confira programação nas páginas centrais.

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INFORMATIVO DO MOVIMENTO SINDICAL DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO DE SANTA CATARINA -
PROFESSORES E ADMINISTRATIVOS ESCOLARES ANO 1 - Nº 9 - JULHO DE 2010

CENSO MOSTRA QUE PROFESSOR BRASILEIRO TEM PERFIL JOVEM


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Professora do IPET vai Gerência METAS NA


Regional do EDUCAÇÃO
para o TIMOR LESTE Trabalho e propostas
como representante do Emprego da pelo MEC
Governo Brasileiro região de para 2009
Joinville em foram
Marilú Angela Campagner May, professora do IPET, foi
selecionada pela CAPES e pelo Ministério da Educação para
novo prédio. superadas
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desenvolver atividades educacionais pelo Programa de
Docente e Ensino de Língua Portuguesa, no Timor Leste,
representando o Governo Brasileiro. O Timor Leste é um Sindicato distribui cartilhas
dos países mais jovens do mundo e ocupa a parte oriental da Prof
rof..
A FETEESC e os Sindicatos Filiados lançaram
ilha de Timor na Ásia. As únicas fronteiras terrestres que o
ANTONIO a cartilha da CCT, Convenção Coletiva de
país tem ligam-no à Indonésia, além de fronteira marítima
com a Austrália. Conhecido no passado como Timor FREIT AS fala
FREITAS Trabalho 2010/2011, comentada. Trata-se de um
Português, foi uma colônia portuguesa até 1975, quando se sobre o documento ímpar, pois, com as cláusulas
acertadas com o sindicato patronal durante a
tornou independente, tendo sido invadido pela Indonésia três
dias depois. Permaneceu considerado oficialmente pelas
PLANO data-base, a cartilha é acompanha com
Nações Unidas como território português por descolonizar NACIONAL DE
NACIONAL comentários dos principais acertos entre os
até 1999. Em 30 de Agosto de 1999, o povo timorense optou EDUCAÇÃO Sindicatos e os patrões. Se você ainda não tem
pela independência em referendo, organizado pela ONU. A a sua, procure em seu Sindicato.
professorea Marilú vai permenecer no país durante 8 meses. Página 8

UNIVERSIDADE REDUZ SALÁRIO


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2 CORREIO SINDICAL JULHO 2010

Editorial Presidente da FETEESC é


agraciado com Honraria
pela Câmara de Vereadores
de Barra do Garças/MT

N
este décimo sexto ano organizamos
O Presidente da FETEESC, Federação de
um QUALIEDUC com foco no fato
Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino
mais importante da atualidade para a de Santa Catarina, Prof° Antônio Bitencourt
Filho, recebeu no último dia 7 de abril , do
sociedade brasileira e, em especial município de Barra do Garças, Mato Grosso,
uma honraria, denominada “Moção de
para nós, educadores: a conclusão da Conferência Prof. Antonio Bittencourt Filho
Aplausos”, de iniciativa do Vereador daquela
Nacional de Educação. No que diz respeito a Cidade, Odorico Ferreira Cardoso Neto, cujo
reconhecimento foi apro-
formação e valorização do profissional da educação, vado por unanimidade por
aquela Casa Legislativa. A
imprimimos ênfase na decisões da plenária final da CONAE
honraria se deve às rele-
que sinalizam: piso salarial para os profissionais do vantes contribuições que o
Professor Bitencourt en-
magistério a ser aprovado pelo Congresso Nacional; seleção sejou na participação da
CONAE 2010, como
pública para os profissionais do setor privado; plano de
Secretário de Políticas
cargos, carreiras e salários; educação à distância, PL 1592/ Educacionais da UGT.

03 que institui princípios e diretrizes da carreira para todos


os profissionais da educação e outros. Nossa expectativa é Moção que confere a
Bitencourt, a
de que a programação permita que as discussões conduzam distinção pela
Câmara de
as deliberações que se transformem em bandeiras a serem Vereadores de
Barra do Garças
abraçadas pelo movimento sindical nesta jornada que ora
se inicia até a aprovação do Plano Nacional de Educação.

ARGENTINA SEDIA
X CUMBRE SINDICAL
DO CONE SUL

A Coordenadora das
Centrais Sindicais do
Cone Sul (CCSCS)
promoveu nos dias 14
e 15 de julho de 2010, em San Juan, Argentina, a
Cúpula Sindical do Cone Sul, reunindo lideranças
de 13 centrais da Argentina, Brasil, Chile,
Paraguai e Uruguai. O evento reuniu os
sindicalistas e debateu o processo de integração,
visando seu fortalecimento e a elevação do
protagonismo da classe trabalhadora.

EXPEDIENTE
CORREIO SINDICAL - publicação do Movimento Sindical dos Trabalhadores da Educação de Santa Catarina - Rua Vereador Batista Pereira, 574, Balneário - Estreito, CEP 88075-600,
Florianópolis/SC - CP 12117 - Fones (48) 3244-5911 e 3248-1268.
Conselho Editorial: Antônio Bittencourt Filho (FETEESC), Carlos M. da Silva Bernardo (SINPROESC), José Argente Filho (STEERSESC), Antônio B. Neto (SINPRO-Fpolis), Élvio J. Kretzer (SAAE-
GFpolis), Sônia M. G. Carnevalli (SAAERS), Ademir Maçaneiro (SINPABRE). Secretário de Divulgação: Prof. Soares; Textos: Tabira Estevão; Jornalista responsável: Rogério Junkes (DRT-SC
775); Tiragem: 10 mil exemplares. Obs.: Os artigos assinados, publicados neste jornal, são de inteira responsabilidade de seus autores.
JULHO 2010 CORREIO SINDICAL 3
AÇÕES VISAM JURÍDICAS
GARANTIR QUALID
QUALIDADE
ALIDADE
AOS CURSOS DE PEDAGOGIA
PEDA
Considerados estratégicos para a po- blicado no último mês de junho, apre-
lítica de formação de professores da senta os aspectos que serão considera- APROVADA A EXIGÊNCIA DE CURSO
educação básica, os cursos de pedago- dos pelos avaliadores do Instituto Na-
gia recebem atenção especial do Minis- cional de Estudos e Pesquisas Educa- SUPERIOR PARA PROFESSORES DA
tério da Educação. Uma das ações des- cionais (Inep) nos processos de reco- EDUCAÇÃO BÁSICA
tinadas a assegurar a qualidade desses nhecimento dos cursos.
cursos é o processo de supervisão, ao A definição de um instrumento es- A exigência de curso superior para pro-
qual devem ser submetidos aqueles que pecífico para os cursos de pedagogia fessores da educação básica foi aprovada
apresentam resultados insuficientes nas tem como objetivo valorizar a forma- no Plenário do Senado, nesta quarta-feira
avaliações do Sistema Nacional de Ava- ção dos professores que atuam na edu- (7). O substitutivo ao projeto de lei que
liação da educação Superior (Sinaes) cação infantil e nos anos iniciais do prevê tal exigência (PLC 280/09) volta para
Iniciada em 2008, a supervisão ve- ensino fundamental. Além de pedago- a Câmara, já que o Senado modificou o
rificou a condição de oferta de 49 cur- gia, os cursos de medicina, direito e os texto aprovado naquela Casa. A versão
sos de pedagogia e 11 de normal supe- superiores de tecnologia possuem ins- aprovada em Plenário, modificada pela
rior que obtiveram conceitos inferiores trumentos próprios de avaliação. senadora Fátima Cleide (PT-RO) na Co-
a 3 – em uma escala que vai de 1 a 5 – O instrumento aponta os critérios de missão de Educação (CE), permite que os
no Exame Nacional de Desempenho de qualidade que devem ser adotados pe- professores com formação de nível médio – na modalidade
Estudantes (Enade) de 2005. los cursos, para que tenham o reconhe- Normal – que não tenham nível superior continuem a atuar
Após a realização de visitas in loco cimento do MEC. Os critérios de ava- na educação básica, desde que obtenham o respectivo diplo-
pela comissão de especialistas na área, liação são organizados a partir de três ma no prazo de seis anos. Quando foi enviado ao Congresso
as instituições firmaram termo de sa- elementos principais: organização didá- pela Presidência, o projeto, que altera a Lei de Diretrizes e
neamento de deficiências com a Secre- tico-pedagógica do curso, corpo docen- Bases da Educação Nacional (LDB), exigia nível superior
taria de Educação Superior (Sesu) do te e instalações físicas.
(em curso de licenciatura realizado em universidades ou ins-
MEC, a partir do qual se compromete- Em relação à organização didático-
titutos superiores de educação) para os professores da edu-
ram, em um prazo máximo de 12 me- pedagógica, serão considerados aspec-
cação básica. Apenas nas localidades onde comprovadamente
ses, a promover as melhorias necessá- tos como o processo de avaliação da
não houvesse formados em nível superior é que seria admi-
rias para um ensino de qualidade. Du- aprendizagem, a integração do aluno à
tida a contratação de professores com nível médio para a
rante esse prazo, os cursos que repeti- prática educativa e a relação do curso
ram os resultados insatisfatórios no com os sistemas públicos de ensino educação infantil e as quatro séries iniciais do ensino funda-
Enade de 2008 receberam medidas cau- municipais e estaduais. mental. A alteração flexibiliza essa imposição. O texto apro-
telares suspendendo novos ingressos, No quesito corpo docente, além de vado também prevê a realização de recenseamento anual de
até que fosse verificado o cumprimen- considerar a titulação dos professores, crianças e adolescentes em idade escolar, assim como de
to das medidas de saneamento. o instrumento também apresenta, como jovens e adultos que não concluíram a educação básica. Apre-
Após o término do prazo, dois cur- critério a ser avaliado, a composição e sentado pelo governo federal no ano passado, esse texto já
sos que não demonstraram o cumpri- atuação do núcleo docente estruturan- foi aprovado na Câmara dos Deputados, onde tramitou como
mento das medidas tiveram abertura de te, grupo de professores da instituição PL 5.395/09. Como foi aprovado no Senado (onde tramitou
processo administrativo para o encer- responsável pela implementação das como PLC 280/09) com modificações, a proposição terá de
ramento da oferta. Também foi instau- diretrizes curriculares do curso. (Asses- voltar à Câmara. (Elina Rodrigues Pozzebom / Agência Se-
rado processo para redução do número soria de Imprensa da Sesu) nado)
de vagas em outro curso, que cumpriu
parcialmente as exigências da Sesu.
ACÓRDÃO – 1ªC
Para preservar o interesse dos estu-
Ré: Unisul - RO 01905-2008-054-12-00-9
dantes, além da instauração do proces- PROFESSOR. REDUÇÃO SALARIAL ILEGAL.
so, os cursos que serão encerrados re-
É ilicita a redução salarial do professor se não for comprovada inequivocadamente a diminuição
ceberam medidas cautelares e estão
do número de alunos. (Inteligência da OJN° 244 da SDI do TST).
impedidos de ingressar novos alunos até
que seja concluído o processo. As me-
ACÓRDÃO – 1ªC
didas representam a redução de 280 Ré: Unisul - RO 01906-2008-031-12-00-0
vagas anuais de ingresso. PROFESSOR. REDUÇÃO SALARIAL ILEGAL.
Os demais cursos seguem sob veri-
É ilícita a redução salarial do professor se não for comprovada inequivocada mente a diminuição
ficação da Sesu e aqueles que têm o
do número de alunos. (Inteligência da OJ n° 244 da SDI-I do TST).
prazo encerrado recebem visita para re-
avaliação e verificação do cumprimen- ACÓRDÃO – 1ªC
to das medidas. Ré: Colégio Antônio Peixoto - RO 01409-2009-034-12-00-1
Além da supervisão, outra medida PROFESSOR. REDUÇÃO DA CARGA HORÁRIA.
voltada à qualidade dos cursos de pe-
Importa redução salarial a redução unilateral da carga horária do docente não comprovada pela ré a
dagogia é a publicação de um instru-
diminuição do número de alunos matriculados ainda que diga respeito à aulas de caráter eventual.
mento de avaliação. O documento, pu-
4 CORREIO SINDICAL JULHO 2010

Aprendendo a APRENDER
Aprendizagem significativa transformar-se.
O conceito descritivo de
aprendizagem significativa
CELSO ANTUNES
pode parecer um pouco com-
plexo, mas sua produção em
Dias atrás, eu estava displi- sala de aula é mais simples do
centemente sentado em um que parece.
banco de jardim quando repa- Todo saber que o professor
rei que um garoto, com seus transmite necessita sempre in-
nove ou dez anos, e que ali se teragir com saberes que o alu-
propunha como guardador de no possui, saberes muitas ve-
carros, jogava, com cuidado, zes adquiridos de sua vida, do
em cesto específico, o saquinho caminho que percorre, do es-
de pipocas, agora já sem uso. porte que pratica, dos progra-
Admirei-o de imediato e pen- mas a que assiste, pois são es-
sei entusiasmado: “Que coisa ses “saberes velhos”, essas
linda! É ainda uma criança, não ideias, esses conceitos ou es-
se sabe vigiada, e não atira lixo sas proposições que vão servir
em qualquer canto, escolhen- de “âncora” para uma nova in-
do o cesto como opção corre- formação, de maneira que esta
ta”. Então, abordei-o admira- adquira significação para o su-
do: jeito. Quando um professor,
– Por favor, você pode me após narrar um episódio ou
dizer por que não jogou o lixo uma experiência ou após exer-
na calçada? Por que o guardou citar um raciocínio, instiga seu
até encontrar a cesta de lixo aluno a dizê-lo de seu jeito pró-
reciclável? prio, compreendendo “o que”
Espantado, olhou-me sur- uma sentença para ele, nada toda escola, em qualquer aula, e percebendo “por que” diz ou
preso e, cheio de orgulho, res- mais. Aprendeu na escola para alunos de todos os níveis faz, ele está transformando
pondeu: como fazer, mas não lhe foi en- de ensino, deve sempre preva- esse aluno e, dessa forma, pro-
– Para proteger o meio am- sinado por que fazer. Decorou lecer a aprendizagem signifi- duzindo aprendizagens signifi-
biente! uma frase e ligou-a a uma ação, cativa, em que a novidade de cativas.
Desnecessário dizer que fi- mas não a aprendeu, ou melhor, um fato ou dado se associa Quando meu amiguinho lá
quei encantado com sua res- aprendeu-a de forma mecâni- sempre à plenitude de sua sig- do jardim afirmou mecanica-
posta, comovido com sua pre- ca. Infelizmente, é assim que nificação. Para Ausubel, a mente que estava preocupado
ocupação ecológica. Resolvi grande parte de nossos alunos aprendizagem significativa em “preservar o meio ambien-
continuar o papo: aprendem. Algumas vezes, sa- ocorre mentalmente quando te”, sem fazer dessas palavras
– Meu amigo, você pode me bem dizer o que é um “planal- uma nova informação se rela- uma ideia compreensiva, esta-
explicar o que significa “pre- to”, mas não o reconhecem na ciona de maneira substantiva a va repetindo uma frase memo-
servar”? natureza, repetem conceitos um aspecto relevante da estru- rizada e, assim, revelando o
Não. Ele não sabia. Sequer escolares de forma automática, tura cognitiva do indivíduo, amargo sucesso de sua apren-
tentou uma hipótese. O concei- memorizada, como um grava- isto é, representa um processo dizagem mecânica e acidental.
to que me apresentou para dor também o faria. Como se em que o novo saber interage Se tivesse aprendido significa-
“meio” não se relacionava, em viu em crônica anterior, esse com uma estrutura de conhe- tivamente, ele poderia até mes-
absoluto, com o lugar em que tipo de aprendizagem serve cimento específica existente no mo não pronunciar a sentença
se vive e não imaginava o que para algo, mas jamais deve ser cérebro do aluno que aprende. que me encantou, mas, com
poderia ser “ambiente”. Suge- a que prevalece para mudar Uma mente hipoteticamente vocabulário próprio e com idei-
ri várias alternativas, apresen- pessoas, transformar informa- vazia de informações seria in- as que soube fazer suas, seria
tei versões razoáveis e absur- ções em conhecimentos e para capaz de produzir aprendiza- capaz de explicar que tinha
das e, infelizmente, ele não foi se constituir em degraus que gens significativas, pois o novo consciência de uma maneira
capaz de compreender. “Pre- levam a outras aprendizagens. não teria nenhum saber velho certa de agir, que lhe permite
servar o meio ambiente” era É por essa razão que em a se unir, ancorar-se e, assim, cuidar do que é seu.
JULHO 2010 CORREIO SINDICAL 5
EDUCAÇÃO APROVA MEDIDAS CENSO MOSTRA QUE
CONTRA BULLYING EM ESCOLAS E PROFESSOR BRASILEIRO
CLUBES DE RECREAÇÃO TEM PERFIL JOVEM
O termo bullying se refere a atos de violência Dos professores que atuam na educação básica, 74,4%
física ou psíquica praticados com o objetivo têm até 44 anos de idade, sendo que 35,8% estão na faixa
de constranger ou humilhar a vítima. etária de 35 a 44 anos, 31,4% têm de 25 a 34 anos e 7,6%
estão na faixa de 18 a 24. A sala de aula é um espaço ocupado
majoritariamente por mulheres, que somam 84,1% dos pro-
Bullying fere a honra e o orgulho da criança
fissionais da educação. É o que revelam os dados prelimina-
Maria do Rosário
res do Censo do Professor, realizado pelo Instituto Nacional
A Comissão de Educação e 5369/09, do deputado Vieira cunstâncias, (de bullying), aca- de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/
Cultura aprovou a obrigatorie- da Cunha (PDT-RS), e a dois bam ferindo profundamente a MEC) e respondido por cerca de 1,7 milhão de docentes de
dade de as escolas e os clubes apensados com Tramitação honra e o orgulho da criança todo o País. Os números completos do levantamento serão
de recreação adotarem medi- em conjunto. A proposta alte- no seu desenvolvimento, com divulgados na segunda quinzena de novembro.
das de conscientização, pre- ra o Estatuto da Criança e do desdobramentos psicológicos A pesquisa mostra que, quanto ao regime de trabalho, 53%
venção, diagnose e combate ao Adolescente (ECA - Lei 8.069/ muito graves”, argumentou. dos profissionais são estatutários, ou seja, estão regidos pela
bullying. 90) e a Lei de Diretrizes e Ba- Segundo Maria do Rosário, legislação dos servidores públicos. Outros 17,2% são presta-
Termo sem tradução exata ses da Educação (LDB - Lei o texto aprovado não crimina- dores de serviços e 18,2% estão contratados pela Consolida-
no português, o bullying é a 9.934/96), e define as seguin- liza condutas, mas busca ga- ção das Leis do Trabalho (CLT). Em relação à rede de ensi-
prática de atos de violência fí- tes formas de bullying: - a in- rantir um melhor enquadra- no, 46,7% dos professores são vinculados às escolas das re-
sica ou psíquica de modo in- júria, calúnia ou difamação; a mento do bullying como me- des municipais de educação, 40,1% às redes estaduais e 11,9%
tencional e repetitivo, exerci- perseguição; a discriminação; dida de proteção à criança e ao trabalham em estabelecimentos particulares.
da por indivíduo ou grupos de e o uso de sites, redes sociais adolescente. Entre as medidas A carga horária de trabalho de 51,2% dos docentes que
indivíduos, contra uma ou ou comunicadores instantâne- incluídas no substitutivo, há responderam ao levantamento é de até 20 horas semanais,
mais pessoas. O objetivo é os (messengers) para incitar a uma nova obrigação para os di- 18% dedicam entre 21 e 30 horas às atividades em sala de
constranger, intimidar, agre- violência, adulterar fotos, fatos rigentes de estabelecimentos aula e 12,6%, de 31 a 40 horas. Do total, 18,4% afirmaram
dir, causar dor, angústia ou hu- e dados pessoais , o chamado de ensino e de recreação de que exercem outra atividade além do magistério. Segundo
milhação à vítima.O texto “cyberbullying.”.A relatora sa- comunicar ao Conselho Tute- o levantamento, 55,6% dos professores declararam-se bran-
aprovado é o substitutivo da lientou que a intenção é com- lar os casos de bullying e as cos, 31,1%, pardos e 5,3%, negros. (Assessoria de Impren-
deputada Maria do Rosário bater a prática do bullying em providências adotadas para sa do Inep)
(PT-RS) ao Projeto de Lei todas as formas. “Essas cir- conter o abuso.

EDUCAÇÃO NO BRASIL TEM RETRATO DESANIMADOR


Em três regiões, escolas estão sem aulas por falta de professo- tempo, eu não tenho”, lamenta a estudan-
luz, carteiras e faltam salas e professo- res. Em uma escola de Ni- te. No Agreste de Sergipe, parte da turma
res. Em Sergipe, 500 alunos do curso terói, na Região Metropo- do Ensino Médio assiste às aulas sentada
noturno estão sem aulas desde o início litana do Rio, há ainda alu- no chão, ou sobre caixotes de madeira.
do ano. Ao anunciar um pacote de medi- nos matriculados que se- Também faltam carteiras na Zona Norte
das para aumentar a qualidade do ensino, quer começaram o ano le- de Aracaju: mais de 200 alunos não têm
o presidente Lula reconheceu que o Bra- tivo. “É ruim, vou crescer como assistir às aulas. Em outra escola, o
sil ainda tem muito que melhorar na área sem saber nada?”, questi- problema é a iluminação. Há um mês, vân-
da educação. Em sete escolas, no Nordes- ona Tiago, de 11 anos. “De- dalos roubaram os fios de eletricidade, ain-
te, Sudeste e Centro-Oeste, existem jovens sanima, acorda cedo e não da não repostos. Quase 500 alunos da noite
que querem estudar. Mas a vontade de ter tem aula”, afirma Rosilane, ainda não tiveram aulas. Em uma
um futuro melhor esbarra em antigos pro- 13 anos. A angústia é mai- escola no Guarujá, litoral de São Paulo,
blemas. Prédios caindo aos pedaços, sa- or para quem corre contra os cadernos de matemática estão em bran-
las de aula vazias por falta de professores o tempo. De volta à escola co: os alunos estão sem a matéria há mais
e até de luz. Turmas com aulas dia sim, aos 45 anos, Marlene Oza- de um ano. Os pais fizeram até abaixo-
dia não. Em um tradicional colégio da rede léia quer ter a chance de es- assinado, em vão. Até mesmo perto do
estadual do Rio, a falta de manutenção tudar e conseguir um em- Ministério da Educação há problemas. Em
levou à interdição de um corredor inteiro Não tem nada que dê jeito nisso, é quase prego. “Eu não posso pagar, tem que es- Brazilândia, cidade satélite de Brasília, os
de salas. Sem espaço, a solução é o reve- umas férias pros alunos”, diz Almerinda tudar no colégio público, então se o colé- alunos fazem um só pedido: querem pro-
zamento. “Hoje, professor dá aula pra uma de Almeida, professora. Parece hora do gio público não fizer um bom ensino, eu fessores. “Isso é descaso, a gente paga
turma e só reencontra a turma em 15 dias. recreio, mas, no pátio, estão as turmas sem vou estar perdida. Pior que eles ainda tem imposto”. (Fonte: o Globo)
6 CORREIO SINDICAL JULHO 2010

FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DO
VEM AÍ O XVI QUALIEDUC
SEMINÁRIO DE TRABALHADORES SOBRE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO
O décimo sexto ano de reali- lorização do profissional da edu- MAP Hotel, que fica na rua Her- nópolis; Deputado Estadual, Universidade Federal de Santa
zação do QUALIEDUC, SEMI- cação, dar-se-á ênfase nas delibe- cílio Luz, 522, Centro, Lages, Pedro Uczai, Presidente da Co- Catarina (UFSC); Profª., Sonia
NÁRIO DE TRABALHADO- rações da plenária final da CO- (49) 3221 5411. Maior municí- missão de Educação e Cultura e Regina de Souza Fernandes,
RES SOBRE QUALIDADE NA NAE que, entre outras decisões, pio em extensão territorial do Desporto da Assembléia Legis- Graduada em Pedagogia pela
EDUCAÇÃO, evento que é pro- aponta para o piso salarial para Estado e maior cidade do Pla- lativa de Santa Catarina; Prof°, Universidade do Planalto Cata-
movido pela FETEESC, Federa- os profissionais do magistério a nalto Serrano, Lages foi pionei- Celso Antunes, Bacharel e Li- rinense/UNIPLAC, Mestre e
ção de Trabalhadores em Esco- ser aprovado pelo Congresso Na- ra no conceito de hotel-fazenda cenciado em Geografia pela Fa- Doutora em Educação pela Uni-
las Particulares de Santa Catari- cional; seleção pública para os no País e, com a criação da culdade de Filosofia, Ciências e versidade do Vale do Rio dos
na e os Sindicatos filiados, SIN- profissionais do setor privado; ABRATURR – Associação Bra- Letras da Universidade de São Sinos/UNISINOS/RS.
PROESC, SINPRO-FPOLIS, plano de cargos, carreiras e salá- sileira do Turismo Rural, tor- Paulo, Mestre em Geografia Estão sendo esperados em
SAAE-GFPOIIS, SAAERS, rios; educação à distância; PL nou-se conhecida como Capital pela Faculdade de Filosofia, Ci- torno de 300 participantes.A ex-
SINPABRE, SINTEB e STER- 1592/03 que institui princípios e do Turismo Rural. ências e Letras da Universidade pectativa dos Trabalhadores é de
SESC, e que acontece de 29 a 31 diretrizes da carreira para todos os Neste XVI QUALIEDUC, de São Paulo, Especialista em que a programação permita que
deste mês, vai discutir a con- profissionais da educação. os Trabalhadores contam com a Inteligências e Cognição , Espe- as discussões conduzam as deli-
clusão da Conferência Nacional O XVI QUALIEDUC, cujo excelência de renomados deba- cialista em Técnicas de Ensino berações que se transformem em
de Educação, CONAE, realiza- tema é : “ FORMAÇÃO E VA- tedores e palestrante : Prof°, e Aprendizagem; Neri dos San- bandeiras a serem abraçadas pelo
da em Brasília, de 29 de março LORIZAÇÃO DOS PROFISSI- Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, tos, Prof° Dr. UFSC; Fernando movimento sindical nesta jorna-
a 01 abril deste ano. ONAIS DA EDUCAÇÃO”, vai ex Reitor da UFSC e atual Se- Jose Spanhol, Doutor e Mestre da até a aprovação do Plano Na-
Para as discussões sobre va- acontecer nas dependências do cretário de Educação de Floria- em Mídia e Conhecimento pela cional de Educação.

ABAIXO A PROGRAMAÇÃO DO EVENTO


QUINTA-FEIRA – 29/07 12h30 – Almoço Coordenador: Antonio Bittencourt Neto (Presidente do Sin-
14h00 – Subtema dicato dos Professores de Florianópolis)
18h00 – Credenciamento Valorização do profissional da educação GT – VERMELHO – Hora atividade na rede privada
19h30 – Ato de abertura Coordenador: Osvaldo Augusto de Barros (Secretário Ge- Coordenador: José Argente Filho (Presidente do Sindicato
20h00 – Conferência ral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Esta- dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino da
Formação e Valorização dos/das Profissionais da Edu- belecimentos de Educação e Cultura) Região Sul do Estado de Santa Catarina)
cação Conclusões da CONAE/alcance na Rede Privada Expositores: GT – AMARELO – Proposta de seleção pública para os
Prof. Pedro Uczai (Mestre em História, Presidente da Co- Prof. Prof. Celso Antunes (Mestre em Ciências Humanas (as) profissionais da educação da rede privada – valori-
missão de Educação e Cultura e Desporto da Assembléia Professora Sônia Regina de Souza Fernandes (Doutora zação do professor
Legislativa de Santa Catarina) em Educação) Coordenador: Amilton Werlich (Presidente do Sindicato
21h30 – Jantar 16h00 – Intervalo Municipal dos Profissionais em Educação de Lages)
16h15 – Debates GT – ROXO – Valorização dos auxiliares da administra-
SEXTA-FEIRA – 30/07 18h00 – Atividade cultural ção escolar
19h00 – Encerramento das atividades Coordenadores: Sônia Maria Goulart Carnevalli
09h00 – Subtema 20h30 – Jantar de confraternização Dr. João Roberto Pagliuso
Formação inicial e continuada do profissional da educa- GT – AZUL – Formação dos profissionais da educação da
ção SÁBADO – 31/07 rede privada
Coordenador: Ademir Maçaneiro (Presidente do Sindicato Coordenador: Élvio José Kretzer (Presidente do Sindicato
dos Professores e Auxiliares nas Escolas Particulares de Coordenação Geral: Moacir Pedro Rubini (Secretário Ge- dos Auxiliares da Administração Escolar da Grande Floria-
Blumenau e Região) ral da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimen- nópolis)
Expositores: tos de Ensino do Estado de Santa Catarina) 10h30 – Intervalo
Prof. Rodolfo Joaquim Pinto da Luz 08h30 – Trabalho em grupos 10h45 – Plenária final com as conclusões dos grupos,
Prof. Neri dos Santos (Doutor em Ergonomia da Engenha- GT – BRANCO – Pressupostos para se chegar a uma edu- discussões e deliberações sobre o documento final
ria) cação de qualidade nos moldes definidos pela CONAE Coordenador: Inácio Corrêa
Prof. Fernando José Spanhol (Doutor em Mídia e Conheci- Coordenador: Edu Gevaerd (Presidente do Sindicato dos Relator: Lúcio Eduardo Darelli
mento) Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Brusque) 12h30 – Ato de encerramento do XVI QUALIEDUC
11h00 – Intervalo GT – VERDE – Gestão democrática: O que a lei deve ex- 13h00 – Almoço
11h15 – Debates pressar 14h00 – Retorno das delegações
JULHO 2010 CORREIO SINDICAL 7

OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
PALESTRANTES/DEBATEDORES

Profº Celso Antunes Pedro Uczai

É Bacharel e Licenciado em Geogra- Deputado Estadual, São Paulo (1986) e mestra-


fia pela Faculdade de Filosofia, Ciências Preside a Comissão de do em História pela Ponti-
e Letras da Universidade de São Paulo, Educação e Cultura e Des- fícia Universidade Católi-
Mestre em Geografia pela Faculdade de porto da Assembléia Le- ca de São Paulo (1988) .
Filosofia, Ciências e Letras da Universi- gislativa de Santa Catari- Atualmente é professor ti-
dade de São Paulo, Especialista em Inte- na tular da Universidade do
ligências e Cognição, Especialista em Téc- Possui graduação em Oeste de Santa Catarina,
nicas de Ensino e Aprendizagem. Estudos Sociais pelo Fun- professor titular da Univer-
dação Educacional de sidade Regional Integrada
Brusque (1985) , gradua- do Alto Uruguai e das Mis-
Fernando Jose Spanhol ção em Teologia pela Fa- sões, professor da Faculda-
culdade Nossa Senhora da de Ideal e professor titular
Doutorado e Mestrado em Midia e Co- Assunção (1988) , gradua- da Fundação Universidade
nhecimento pela Universidade Federal de ção em Bacharelado em Fi- do Contestado - Campus
Santa Catarina (UFSC); Graduação - Pe- losofia pelo Instituto de Fi- Caçador. Tem experiência
dagogia pela UNOCHAPECO. Atualmen- losofia da Arquidiocese de na área de História.
te é Gerente Executivo do LED/DeGC/
UFSC (Laboratorio de Educação a Dis- Rodolfo Joaquim Pinto Da Luz
tância); Diretor da ABED (Associação
Graduou-se em Direito selho Estadual de Educação. (SC).
Brasileira de Educação a Distância); Chefe
pela Universidade Federal Já foi Reitor da Universidade Federal
do Serviço de Expediente do DeGC/UFSC
de Santa Catarina – UFSC. de Santa Catarina, por três vezes, entre os
(Departamento de Engenharia do Conhe-
Pós-graduado pelo Cur- anos de 1984 a 1988, 1996 a 2000, sendo
cimento); Professor de Introdução a Edu-
so Regional Latino-Ame- reeleito em 2000 e permanecendo no car-
cação a Distância e Organizações Intensi-
ricano de Programas de go até 2004. Foi Secretário de Educação
vas em Conhecimento no PPEGC/UFSC,
Educação – Promovido Superior do Ministério da Educação e do
sendo orientador na linha de pesquisa Mí-
pelo BIRD /CENDEC/MI- Desporto em 1993/1994. Foi também Pre-
dia e Conhecimento e Gestão do Conhe-
NIPLAN/UnB, tendo também, Especiali- sidente da Associação Nacional dos Diri-
cimento. Avaliador para Educação a Dis-
zação em Direito pela UFSC. gentes das Instituições de Ensino Superi-
tância do INEP; CAPES/UAB e CEE-SC.
Atualmente é Secretário Municipal de or – ANDIFES e do Conselho de Reitores
Atua em educação a distância mais de 20
Educação e Professor Adjunto IV do De- das Universidade Brasileiras – CRUB.
anos, tendo concluído orientações em
partamento de Direito da Universidade Presidiu, em Florianópolis, o IPUF – Ins-
TCC, especialização, dissertação e tese.
Federal de Santa Catarina. Preside a Jun- tituto de Planejamento Urbano de Floria-
ta Governativa da Associação COLUM- nópolis, em 1989.
Neri dos Santos BUS de Universidades Latino-America- Nesses anos todos, recebeu inúmeras
nas e Européias, criada pela Associação distinções, entre elas Diplomas, Medalhas,
Possui graduação em Engenharia Me- de Universidades Européias-EUA. Tam- O Brasão da UFSC, e outras Honrarias.
cânica pela Universidade Federal de San- bém preside o Instituto de Estudos e Pes- Participou de inúmeros congressos e
ta Catarina (1976), especialização em En- quisas em Administração Universitária – seminários e proferiu várias conferênci-
genharia de Segurança do Trabalho pela INPEAU, da Universidade Federal de as, palestras e pronunciamentos, todas re-
Universidade Federal de Santa Catarina Santa Catarina. É Membro Titular do Con- lacionadas à área educacional.
(1977), mestrado (DEA) em & quot; Er-
gonomie & quot; pela & quot; Université
de Paris XIII (1982) - França, doutorado Sonia Regina de Souza Fernandes
em & quot; Ergonomie de lIngenierie &
quot; pelo & quot; Conservatoire Natio- Graduação em Pedagogia pela Universidade do Planalto Cata-
nal des Arts et Metiers & quot; (1985) - rinense/UNIPLAC (1992)/SC. Mestrado (2001) e Doutorado
França e pós-doutorado em & quot; Inge- (2008) em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos/
nierie Cognitive & quot; pela & quot; Éco- UNISINOS/RS. Doutoramento sanduíche na Faculdade de Psico-
le Polytechnique de Montréal & quot; - logia e Ciências da Educação da Universidade do Porto/UP/Por-
Canadá. Atualmente é professor titular do tugal (sob a co-orientação da Profª Drª Carlinda Leite). Professora
Departamento de Engenharia do Conhe- e pesquisadora com experiência na área de Educação Básica e
cimento da Universidade Federal de San- Superior. Linha de Pesquisa: Políticas e Processos Pedagógicos
ta Catarina. em Educação e Formação de Professores.
8 CORREIO SINDICAL JULHO 2010

Prof
rof.. ANTONIO FREITAS
FREITAS
XVI QUALIEDUC
SEMINÁRIO SOBRE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO FALA SOBRE O PLANO
UMA OPOR
OPORTUNIDTUNID
TUNIDADE ADE ÍMP ÍMPARAR NA CIONAL DE EDUCAÇÃO
NACIONAL
De posse dos últimos resultados do lidade, preparados para os desafios que te- Por Tabira Estevão

Exame Nacional do Ensino Médio - rão que enfrentar ao longo da vida.


Nesse ano em que o Brasil realizou a CO-
ENEM – do Índice de Desenvolvimento Esses são motivos mais que suficien- NAE, Conferência Nacional de Educação, visan-
da Educação Básica (IDEB) e do docu- tes para que todos nós possamos aprovei- do o Planejamento dessa área para os próximos
mento final da Conferência Nacional de tar a oportunidade desse Encontro, deba- 10 anos, o CS ouviu o Professor Antonio Freitas,
Educação - CONAE – fica evidente que o tendo e propondo ações que melhorem a chefe do Centro de Graduação da Fundação Ge-
Tema do XVI QUALIEDUC - “Forma- vida dos trabalhadores e trabalhadoras em tulio Vargas. Para ele, o Brasil ainda é muito ca-
ção e Valorização dos Profissionais da Educação. rente quando se trata de Educação.Muito embo-
ra considere como bom o nível da graduação no
Educação” - não poderia ser mais opor- Esperamos que os Dirigentes Sindicais país, os grandes problemas do Brasil são a defici-
tuno. junto com as categorias por ele represen- ência no ensino fundamental e médio e a falta de
Tendo como referência o documento tadas possam despertar para a necessida- leitura de nossos alunos. Nessa entrevista, con-
final da CONAE, esse Seminário será uma de de continuar lutando na busca de avan- cedida ao CS em Araxá, Minas Gerais, onde pa-
excelente oportunidade para discutirmos ços concretos para a categoria e para a lestrou no II ENTEC, o Professor Antonio Frei-
o Tema, passo imprescindível para garan- Educação como um todo. tas falou sobre sua expectativa quanto ao Plano
nacional de Educação: AF - Quando são feitos com excelência, es-
tir a tão propalada qualidade na educação, Que possamos contribuir para transfor- CS - Prof. ANTONIO FREITAS, quais são ses cursos são de ótima qualidade. Podemos olhar
fundamental para a continuidade do desen- mar o recorrente discurso sobre educação, os principais objetivos do Plano Nacional de fora do Brasil e dentro de nosso país. Nas escolas
volvimento do país. há décadas navegando apenas no campo educação? que praticam o ensino a distancia com qualidade,
Analisando os indicadores, observa-se teórico e retórico, em realidade pragmáti- AF - É Democratizar o ensino, melhorar a o aluno sai bem formado. Acontece que no Bra-
que os melhores índices foram obtidos por ca, o mais breve possível, e que seus re- qualidade e torná-lo acessível a todos, conside- sil, atualmente, esses cursos, em sua maioria, são
escolas da rede privada de ensino. sultados positivos possam ser colhidos por rando as diferenças regionais. verdadeiros “caça níqueis” sim. Sem infra estru-
CS – O Sr. vê interesse governamental na tura mínima, com o único interesse de arrecadar
Melhores resultados em futuras avali- todos os trabalhadores e trabalhadoras em perseguição destas metas? dinheiro de pessoas humildes, sem uma escolha
ações certamente estarão intrinsecamente educação e pelas presentes e futuras gera- AF – Vejo que o interesse governamental , equilibrada. As pessoas escolhem mal, confiando
ligados ao tema desse Evento: “Formação ções de educando, que terão a oportunida- nesse momento, é muito mais de reprimir a di- que o governo tenha feito autorização, baseada
e valorização dos Profissionais da Educa- de de se desenvolverem plenamente e se versidade, usando-se apenas um padrão de exce- em critérios técnicos e corretos.
ção” que é com certeza a base para o de- tornarem cidadãos críticos e capazes de lência, que é válido no sudeste, ou seja, São Pau- CS – De que forma pode-se valorizar os
senvolvimento qualitativo da educação. exercerem sua cidadania, reproduzindo lo, Rio, ou mesmo no Rio Grande do Sul, mas profissionais da educação, professores e auxi-
nos estados que mais necessitam de apoio, eles liares, como está posto no Plano Nacional de
Ainda que a rede privada tenha obtido assim não mais o ciclo vicioso, mas sim são penalizados, sendo, portanto, um peso, fazen- Educação. Essa valorização é somente finan-
melhor classificação nos exames é bom um ciclo virtuoso de desenvolvimento. do com que estes estados não se desenvolvam ceira?
que não se vislumbre com os resultados, Nós, do Sindicato dos Auxiliares da intelectualmente. AF - Não, não é só financeira, mas é também
pois há muito que pode ser questionado e Administração Escolar da Região Ser- CS – Que desafios o Plano Nacional de Edu- financeira. Se nós optamos por uma economia de
relativizado. rana - Lages – e do Sindicato dos Pro- cação enfrenta agora para sua implantação? mercado, tem que se pagar bem aos profissionais
Esse resultado é principalmente fruto fessores no Estado de Santa Catarina – AF – O maior desafio é o interesse da popu- da educação, da cultura, ou seja,valorizar o pro-
lação em pressionar os seus deputados e senado- fessor, o auxiliar administrativo, a merendeira, o
do investimento na preparação de seus alu- SINPROESC – anfitriões desse XVI res, para colocar no Plano Nacional, que vai virar servente, enfim, todos que trabalham nessa área.
nos para o ENEM, visando o marketing QUALIEDUC, faremos o possível para lei, a demanda dos seus estados, levando em con- Mas é preciso que eles sejam treinados como qual-
favorável a essas instituições, a realidade que esse encontro oportunize exatamente sideração as suas peculiaridades regionais. quer outro profissional. O engenheiro, o médico,
dos trabalhadores em educação em esta- o start, o ponto de partida para o desen- CS – A difícil realidade da educação brasi- o advogado tem que ser continuamente treinados,
belecimentos de ensino privado ainda é volvimento de ações que conduzam a leira pode ser transformada com esse Plano? o que deve ocorrer também com os profissionais
precária. Salários aviltantes, falta de incen- Qualidade na Educação e melhorias AF – Não só pode como é essencial para você da educação. O que acontece na realidade é que
praticar a justiça social, onde as pessoas mais nós realizamos o concurso, ou contratamos, e esse
tivos e custeios para formação, que apesar substanciais para os profissionais da humildes possam ter possibilidade de ascensão profissional fica trinta anos, e se aposenta sem
de exigida fica por conta do profissional, educação. social e profissional em função de seus próprios atualização. De fato, esse investimento tem que
a rotatividade nos postos de trabalho entre Que junto com a sociedade organiza- méritos; para que as empresas brasileiras, especi- ser, pelo menos, anual.
outros problemas, ainda são realidades da possamos sair do discurso à prática, ele- almente as localizadas em regiões mais carentes, CS – De que forma a sociedade e os Traba-
também na rede privada de ensino. vando a Educação no Brasil a patamares possam ser internacionalmente competitivas. O lhadores podem lutar por mais investimentos
É importante ressaltar que uma escola de países do primeiro mundo, que sabia- país, como um todo, possa ser mais competitivo e educação, sobretudo, por parte do poder pú-
também, ampliando o destaque que o Brasil tem blico?
não se faz apenas com alunos e professo- mente fizeram a escolha de investir pesa- no contexto internacional. Lembrando que este AF – Inicialmente e rapidamente pressionan-
res, embora esses sejam fundamentais no do em Educação e Desenvolvimento Tec- destaque é maculado pela falta de educação e res- do o congresso neste ano eleitoral a aprovar o
processo, os Auxiliares Administrativos nológico, priorizando há muito tempo a peito às leis nesse país. Plano Nacional de Educação que atenda essas
são muito importantes no contexto da co- Formação de seu povo e por isso, colhen- CS – Em sua fala, o Sr destaca que menos diretrizes que nós estamos falando,e fazendo com
munidade escolar onde todos os profissi- do hoje os resultados positivos desse in- de 3 por cento da população brasileira possui que o próximo governo cumpra essa lei, execu-
onais da instituição de ensino precisam ter vestimento, enquanto nós ainda estamos ensino superior concluído. Esse plano também tando-a, o que não tem acontecido até hoje.
pode mudar essa realidade? CS – Professor, 5 por cento do PIB, Produ-
boa formação, conhecer o meio e princi- muito longe de índices descentes e aceitá- AF –O que é possível é iniciar essa mudança. to Interno Bruto, destinados a educação, como
palmente, trabalharem em prol de um mes- veis de Qualidade na Educação. Hoje nós temos apenas 12 por cento dos jovens o Sr coloca, são suficientes para se atingir as
mo objetivo que é educar. de 18 a 24 anos no ensino superior, sendo que a metas do Plano Nacional de Educação?
Esses profissionais precisam ser mais meta é passarmos a ter 40 por cento, com o go- AF – Não, porque continuaremos a andar de
bem valorizados e terem oportunidades de verno financiando aos que não tem recursos, cur- lado, atrás da maioria dos países da América lati-
formação continuada para o aprimoramen- sos, tanto em escolas públicas, quanto privadas. na, sem falar dos países desenvolvidos. Nós te-
Mesmo em escola pública, que é gratuita, se você mos uma dívida de educação com os mais po-
to de suas funções e de seu papel no ambi- não tiver dinheiro para livro, comida e transpor- bres, independente de qualquer outro elemento.
ente escolar. te, por exemplo, é jogar sonhos no lixo. Para saldar essa dívida, você tem que pagar por
Profissional bem remunerado, com boa CS – Os cursos a distancia, professor, são ela, com recursos suficientes pra que as escolas
formação, motivado e valorizado em to- um bom caminho para conter esse déficit de sejam modernas, como encontramos na Argenti-
dos os aspectos resulta em excelência na *Sônia Goulart Carnevalli alunos carentes que não tem acesso ao ensino na, Espanha, Portugal, e outros, de forma que
educação e alunos com formação de qua- Presidente do SAAERS superior. Da forma como estão instituídos es- nossos alunos tenham condições reais de viven-
ses cursos hoje, não lhe parece “caça níqueis”? ciarem a justiça social e outras oportunidades.
JULHO 2010 CORREIO SINDICAL 9
O BRASIL SUPEROU AS METAS NA EDUCAÇÃO
PROPOSTAS PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
(MEC) PARA SEREM ALCANÇADAS EM 2009
De acordo com o Índice de ção e abandono) e médias
Desenvolvimento da Educa- de desempenho na Prova
ção Básica (Ideb), o resulta- Brasil. A Prova Brasil ava-
do repete o desempenho de lia o desempenho de estu-
2007, quando as metas estipu- dantes em língua portugue- MAIS DE 108 MIL ALUNOS
PEDEM FINANCIAMENTO
ladas pelo governo também sa e matemática no final dos
foram ultrapassadas. Apesar ciclos do ensino fundamen-
do avanço, o ensino médio tal, de 4ª série (5º ano) e 8ª NO PRIMEIRO MÊS
continua mostrando desempe- pelo instituto ficou sem nota série (9º ano), e no terceiro No primeiro mês de inscrições se na Caixa Econômica Federal, 17
nho baixo em relação ao en- por não ter atingido quantida- ano do ensino médio. A região para o Financiamento Estudantil mil estão sendo avaliados pelas
sino fundamental. No total, de suficiente de amostras para nordeste ainda figura com os (Fies), 108 mil alunos procuraram comissões permanentes de super-
5.404 municípios tiveram o cálculo. A avaliação foi cri- piores índices de desempe- financiamento e, destes, 11.472 já visão e acompanhamento (CPSA),
nota computada no Ideb na 4ª ada pelo Instituto Nacional de nhos, em todos os níveis pes- assinaram o contrato. Os dados são obrigatórias em cada instituição de
série. Nos anos finais, foram Estudos e Pesquisas Educaci- quisados. Santa Catarina, Rio da diretoria financeira do Fundo ensino superior privado, e 63 mil
onais Anísio Teixeira (Inep) e Nacional de Desenvolvimento da alunos estão preenchendo dados no
5.450 municípios, segundos Grande do Sul, Minas Gerais,
Educação (FNDE), autarquia do sistema. Outros 1.666 pedidos de
os dados do Instituto Nacio- leva em conta dois fatores que São Paulo e Rio de Janeiro
MEC que opera o novo Fies desde financiamento foram validados e
nal de Estudos e Pesquisas interferem na qualidade da concentram os 20 municípios 3 de maio. A grande procura pelo estão prontos para serem enviados
Educacionais (Inep). Parte educação: rendimento escolar com as melhores notas no en- financiamento, segundo a secretá- a Caixa. Como o Ministério da
dos municípios analisados (taxas de aprovação, reprova- sino fundamental. ria de Educação Superior do MEC, Educação definiu que só financia
Maria Paula Dallari Bucci, se deve cursos com conceitos três, quatro
a uma série de fatores, entre eles, e cinco, a qualidade da oferta da

IPET lança PESQUISA DE


a liberdade que tem o aluno de educação superior tende a melho-
pedir o financiamento a qualquer rar. Neste momento, as instituições

OPINIÃO para saber


tempo e a redução da taxa de juros redefinem os cursos e se concen-
de 6,5% ao ano para 3,4%. Dados tram nas áreas onde estão melho-

preferência de leitores do CS
do sistema eletrônico de inscrições res, explica Maria Paula. “Quem
do Fies desta terça-feira, 1º, mos- ganha são os alunos e o país.” (fon-
tram que além dos estudantes que te: http://portal.mec.gov.brindex.
A ferramenta de divulgação mais im- ço privilegiado, para que dirigentes, já obtiveram o financiamento, 11,1 php?option=com_content&view
portante da classe trabalhadora foi, du- professores, estudantes e trabalhadores, mil estão com processos em análi- =arti cle&id=15515)
rante décadas, a Imprensa Sindical. associados ou não, possam participar.
Sem espaço na grande mídia brasilei- Neste intuito, as entidades sindicais BIG BROTHER ESTUDANTIL
ra, que está comprometida com o ca- que constituem o plano federativo da Com o objetivo de aumentar a segurança nas escolas e con-
pital, a organização dos Trabalhado- FETEESC lançaram em agosto de seguir identificar os causadores de problemas, a Secretaria de
res, através de Sindicatos e Centrais 2009, o informativo CORREIO SIN- Estado da Educação disponibilizou câmeras de monitoramento
Sindicais, fez surgir uma imprensa al- DICAL. Em suas edições mensais, fo- eletrônico para 25 escolas da rede pública estadual de Lages. Fá-
ternativa de qualidade, voltada a defe- ram veiculadas matérias de interesse tima Ogliari, gerente Regional de Educação, informa que as câ-
sa dos direitos e lutas dos Trabalhado- dos associados, dos dirigentes sindicais meras foram instaladas nos corredores, refeitórios, laboratórios,
bibliotecas e pátios. “Em todos os lugares onde o fluxo de pes-
res. Com a internet, a informação tor- e dos educadores de modo geral. En-
soas é mais intenso”. “As câmeras servem para ajudar a escola a
nou-se mais dinâmica, garantindo, en- tretanto, para assegurar a preferência do ter mais atenção aos acontecimentos fora da sala de aula, garan-
tre outras coisas,o acesso as informa- leitor e suas sugestões quanto ao de- tindo uma maior segurança aos alunos e às pessoas que frequen-
ções sobre direitos dos Trabalhadores sempenho do CS, o IPET, Instituto de tam a escola”, pondera Fátima. A gerente de Educação afirma
e da sociedade. Mas apesar da instan- Pesquisas e Estudos dos Trabalhadores, que já foram instalados os equipamentos de segurança na maio-
taneidade e alcance da internet, mui- está consultando o público leitor, atra- ria das escolas e restam apenas algumas unidades onde estão
tas pessoas preferem a mídia impres- vés de um questionário, para saber a sendo colocados agora. A Escola Cora Batalha da Silveira, é
uma das que já tem o equipamento instalado há três meses. Se-
sa, que ainda exerce importante papel, opinião sobre qualidade, funcionali-
gundo informações da diretoria, até agora não foi necessário re-
frente a exclusão digital e indisponibi- dade e objetivos do Jornal, com vistas
correr às imagens para sanar qualquer problema, mas a presença
lidade tecnológica, presente em mui- ao seu aprimoramento, tanto no que diz dos equipamentos garante um melhor comportamento dos alu-
tas regiões. Com pouco espaço na gran- respeito ao conteúdo, quanto ao seu nos e representa mais segurança a todos. Na avaliação de Sônia
de mídia,o Movimento Sindical conta aspecto visual. O objetivo é colher in- Carnevalli, Presidenta do Sindicato dos Auxiliares da Adminis-
com a impressão de jornais para tratar formações para aprimorar as próximas tração Escolar da Região Serrana – SAAERS/Lages, tal ação
dos interesses da categoria. Um espa- edições. deveria ser empregada também na rede privada de ensino com
muito mais ênfase, assim, evitaríamos que situações constran-
Participe! Suas sugestões nos interessam. gedoras e de risco, ocorressem em pátios, corredores, arredores e
áreas de uso comum nas escolas em geral.
10 CORREIO SINDICAL JULHO 2010

Formas criativas para estimular a


mente de ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
O professor deve entender as dificuldades dos estudantes com limitações de raciocínio e desenvolver formas criativas para auxiliá-los
Publicado na edição 223, de Junho 2009, da Revista Nova Escola
De todas as experiências que sur- escrita ou necessitar de um sistema de Alunos com dificuldade de concen- de Estadual de Campinas (Unicamp).
gem no caminho de quem trabalha aprendizado diferente. “Há crianças tração precisam de espaço organiza- O ponto de partida deve ser algo
com a inclusão, receber um aluno com que reproduzem qualquer palavra es- do, rotina, atividades lógicas e re- que mantenha o aluno atento, como
deficiência intelectual parece a mais crita no quadro, mas não conseguem gras. Como a sala de aula tem mui- jogos de tabuleiro, quebra-cabeça,
complexa. Para o surdo, os primeiros escrever sozinhas por não associar que tos elementos - colegas, professor, jogo da memória e imitações de sons
passos são dados com a Língua Brasi- aquelas letras representem o que ela quadro-negro, livros e materiais -, ou movimentos do professor ou dos
leira de Sinais (Libras). Os cegos têm diz”, comenta Anna Augusta Sampaio focar o raciocínio fica ainda mais colegas - em Geografia, por exem-
o braile como ferramenta básica e, para de Oliveira, professora do Departamen- difícil. Por isso, é ideal que as aulas plo, ele pode exercitar a mente tra-
os estudantes com limitações físicas, to de Educação Especial da Universida- tenham um início prático e instru- çando no ar com o dedo o contorno
adaptações no ambiente e nos materi- de Estadual Paulista Júlio de Mesquita mentalizado. “Não adianta insistir de uma planície, planalto, morro e
ais costumam resolver os entraves do Filho (Unesp). As características de to- em falar a mesma coisa várias ve- montanha. Também é importante
dia-a-dia. das as outras deficiências você pode ver zes. Não se trata de reforço. Ele pre- adequar a proposta à idade e, princi-
Mas por onde começar quando a no especial Inclusão, de NOVA ESCO- cisa desenvolver a habilidade de palmente, aos assuntos trabalhados
deficiência é intelectual? Melhor do LA (leia o último quadro). prestar atenção com estratégias di- em classe. Nesse caso, o estudo das
que se prender a relatórios médicos, ferenciadas para, depois, entender o formas geométricas poderia vir
os educadores das salas de recurso e A importância do foco conteúdo”, diz Maria Tereza Eglér acompanhado de uma atividade para
das regulares precisam entender que nas explicações em sala Mantoan, doutora e docente em Psi- encontrar figuras semelhantes que
tais diagnósticos são uma pista para de aula cologia Educacional da Universida- representem o quadrado, o retângu-
descobrir o que interessa: quais obs- lo e o círculo.
táculos o aluno enfrentará para apren- A meta é que, sempre que possível
der - e eles, para ensinar. e mesmo com um trabalho diferente,
o aluno esteja participando do grupo.
Mais sobre inclusão A tarefa deve começar tão fácil quan-
No geral, especialistas na área sa- to seja necessário para que ele perce-
bem que existem características co- ba que consegue executá-la, mas sem-
muns a todo esse público (leia a defi- pre com algum desafio. Depois, pode-
nição no quadro desta página). São se aumentar as regras, o número de
três as principais dificuldades enfren- participantes e a complexidade. “A
tadas por eles: falta de concentração, própria sequência de exercícios pare-
entraves na comunicação e na intera- cidos e agradáveis já vai ajudá-lo a
ção e menor capacidade para entender aumentar de forma considerável a ca-
a lógica de funcionamento das línguas, SIGNIFICADO Na sala de recursos, elaboração de livro sobre a vida pacidade de se concentrar”, comenta
por não compreender a representação dos alunos deu sentido à escrita. Foto: Marcelo Almeida Maria Tereza, da Unicamp.

JOGO DE EMPURRA NO GOVERNO PREJUDICA COLEÇÕES BIOLÓGICAS


Um jogo de empurra entre o uma câmara técnica permanente outros butantans o país perderá Condições precárias or, do Museu Paraense Emílio
Ministério da Ciência e Tecno- para gerenciar as coleções bio- antes de acordar”. Para Luiz An- Enquanto o impasse se man- Goeldi, e Adalberto Val, do Inpa
logia e o do Meio Ambiente está lógicas brasileiras permanece tonio Barreto de Castro, secre- tém, os principais museus do país (Instituto Nacional de Pesquisas
emperrando a criação de uma po- sem ser implementada desde tário de políticas e programas de alertam que o risco de incêndio da Amazônia), apontam a neces-
lítica nacional para as coleções 2008. “A implementação das pesquisa e desenvolvimento do em seus prédios não é muito di- sidade uma política nacional para
biológicas, principal registro da propostas aguarda a decisão do MCT, “coleções biológicas têm ferente do que havia no Butantan. os acervos. Para ambos, mesmo
biodiversidade do país. O incên- MCT de finalmente dar uma sido prioridade do ministério. E Os vidros com álcool, bem como medidas mais modestas que sis-
dio da coleção de serpentes e maior atenção a esse assunto”, agora a gente fica recebendo e- plantas ou invertebrados secos, temas de gás carbônico (que reti-
aracnídeos do Instituto Butantan, disse à Folha Braulio Ferreira de mails de pessoas dizendo ‘Será resultam num ambiente muito in- ram o oxigênio do prédio e, as-
no mês passado, chamou a aten- Souza Dias, diretor de conserva- que, depois do que aconteceu, o flamável. Hussam El Dine Zaher sim, debelam o fogo), como de-
ção para o risco de catástrofes ção da biodiversidade do MMA. MCT vai dar atenção para as co- define como “precárias” as con- tectores de fumaça e calor e ar-
parecidas Brasil afora, já que Logo depois do desastre no Bu- leções?’. O MCT sempre deu dições do Museu de Zoologia da mários compactados, podem mi-
outras coleções antigas e impor- tantan, a ministra do Meio Am- atenção”. Ele afirma que os re- USP, que dirige. São 10 milhões nimizar os riscos que as coleções
tantes também não contam com biente, Izabella Teixeira, escre- cursos do MCT “não têm dado de exemplares de animais no lo- correm. No Butantan, acredita-se
sistemas confiáveis de proteção veu ao ministro da Ciência e Tec- conta” de todos os acervos do cal. O museu, conta ele, debelou que já foi possível recuperar 40%
contra incêndio. Apesar desse nologia, Sérgio Rezende, pedin- país. Falta apoio dos outros mi- um incêndio recente na sua cole- do acervo original. Mas o traba-
temor, contudo, uma resolução do mais ações em favor das co- nistérios, diz. “É uma conta ção de peixes. Há um projeto de lho de restauração deve continu-
da Conabio (Comissão Nacional leções biológicas. Teixeira per- muito grande para se pagar so- R$ 7 milhões para construir um ar por alguns meses. Esse núme-
de Biodiversidade) que criaria guntava, na missiva, “quantos zinho.” novo prédio. Nilson Gabas Júni- ro, então, ainda deve subir.
JULHO 2010 CORREIO SINDICAL 11
FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA E APRENDER A APRENDER
COMPETÊNCIAS-CHAVE OU TRANSVERSAIS.
O Relatório para a UNES- aprender a aprender, o diálogo laridade mais “substanciada” tividade social em geral, pelo der a aprender tornando as pes-
CO da Comissão Europeia e trabalho colaborativo e o res- não para incluir no currículo que cada vez mais a escola soas mais autónomas no aces-
“Educação: um Tesouro a Des- peito pela diferença, revelam- mais conteúdos, comprimindo deve desempenhar um papel so ao conhecimento e mais es-
cobrir” (1996), acentuou a im- se condições fundamentais ainda mais a experiência, mas mediador entre os saberes aca- clarecidas na participação so-
portância dos quatro pilares da para o desenvolvimento destas antes para os tornar mais rele- démicos que fazem parte do cial. São também denominadas
educação ao longo da vida: duas dimensões. vantes para a vida e o trabalho. património disciplinar da hu- de competências transversais
aprender a conhecer, isto é, A este respeito, o pensa- Do ponto de vista qualitati- manidade e os saberes reque- já que elas se encontram na in-
adquirir os instrumentos para mento da OCDE identifica vo não há duvida de que as ridos pelos problemas e exi- tersecção das diferentes disci-
a compreensão do mundo; quatro domínios principais de competências a desenvolver, gências da empregabilidade e plinas, atravessando os diver-
aprender a fazer, para poder competências que se requerem pela acção educativa são as exi- a participação social. sos campos académicos e so-
agir sobre o meio envolvente; desenvolvidas em todos os jo- gidas pelos sectores mais avan- Importa, assim, identificar ciais e permitindo às pessoas
aprender a viver em comum, a vens: resolução de problemas; çados do mundo produtivo, algumas competências que são a comunicação e transferência
fim de participar e cooperar capacidades de comunicação e mas são também aquelas exi- essenciais ou nucleares, en- de saberes, em contextos diver-
com os outros em todas as ac- negociação; conhecimento e gidas no exercício da vida po- quanto processos cognitivos e sificados.
tividades humanas e, finalmen- compreensão dos mecanismos lítica, da vida cultural e da ac- sociais que facilitam o apren- Luísa Alonso
te, aprender a ser, via essenci- sociais, de noções de cidada-
al que integra as três preceden- nia e de economia; capacida-
tes”. de de auto-avaliação e de auto-
É neste contexto que ganha responsabilização pela sua
acuidade a aquisição e o desen- aprendizagem e seu próprio
volvimento de competências desenvolvimento.
de vida ou competências-cha- Por outro lado, constata-se
ve que permitam às pessoas o crescente desajustamento
compreender e participar na entre os conhecimentos e as
sociedade do conhecimento, competências que os jovens
mobilizando através delas o trazem da escola e da sua for-
saber, o ser e o saber resolver mação vocacional para o mer-
os problemas com que o mun- cado de trabalho e os saberes
do actual em mudança as con- e as competências que, de uma
fronta constantemente. O con- análise das mudanças na área
ceito de competência-chave do emprego, têm sido identifi-
ultrapassa assim, o seu senti- cadas como mais importantes.
do tecnicista original, adquirin- A falta de significatividade e
do uma orientação mais cons- funcionalidade das aprendiza-
trutivista e ecológica que apon- gens é uma das grandes ques-
ta para a capacidade de agir e tões com que hoje se defron-
reagir de forma apropriada pe- tam os currículos escolares,
rante situações mais ou menos sendo também uma das justi-
complexas, através da mobili- ficações da desmotivação e
zação e combinação de conhe- exclusão escolar de amplas ca-
cimentos, atitudes e procedi- madas de alunos, especialmen-
mentos pessoais, num contex- te daqueles provenientes das
to determinado, significativo e classes sociais mais desfavo-
informado por valores. recidas. A falta de relevância
Muito se tem escrito acer- das aprendizagens escolares
ca de quais as competências para a vida e para o mundo do
necessárias para navegar ou trabalho, com a consequente
movimentar-se nesta socieda- desmotivação da população es-
de, tomando como referência colar e uma competição cada
os conceitos de cidadania e vez maior entre o conhecimen-
empregabilidade. Assim, atitu- to adquirido dentro da escola
des e capacidades como a fle- e o adquirido fora desta, são
xibilidade, a reflexão sobre a alguns dos problemas fulcrais
experiência pessoal, a abertu- da escolarização actual. Recla-
ra à inovação e à pesquisa, o ma-se, então, um tipo de esco-
12 CORREIO SINDICAL JULHO 2010

ENQUANTO O PÁIS CRES


ENQUANTO CE,
CRESCE,
UNIVERSIDADES
UNIVERSIDADES
CATARINENSES RETROCEDEM.
CAT
A região sul do país registrou resultado iné- gal, conforme constatamos, através das deci-
dito na geração de empregos no primeiro se- sões judiciais, contempladas na seção “JURÍ-
mestre de 2010, com a criação de 271.938 pos- DICAS”, página 3 desta edição. Isso favorece
tos de trabalho. Os dados são do CAGED, Ca- um clima de insatisfação entre seus funcionári-
dastro Geral de Empregados e Desempregados, os e a comunidade envolvida. Ou seja, quando
apresentados no último dia 15 de julho, pelo um Professor é contratado para 40 horas sema-
Ministério do Trabalho e Emprego. Este resul- nais, acaba planejando sua vida dentro de um
tado coloca nossa região em segundo lugar no orçamento que comporta suas despesas. Em
ranking de geração de empregos no país no pe- plena vigência de seu contrato de trabalho, tem

NOVO PRÉDIO DA ríodo. Santa Catarina também teve desempe-


nho inédito, com a criação de 66.296 vagas. Os
sua carga horária reduzida, com a consequente
redução salarial. Para o Professor Soares, Se-
GERÊNCIA REGIONAL DO dados satisfazem os Trabalhadores e seus Sin- cretário de divulgação da FETEESC, Federa-
TRABALHO E EMPREGO dicatos, pois se verifica a existência de investi- ção de Trabalhadores em Estabelecimentos de
mentos que geram trabalho e renda. Mas algu- Ensino de Santa Catarina, “ É no mínimo in-
EM JOINVILLE mas instituições de Ensino Superior privadas congruente a posição da Universidade nestes
Mesmo sem inauguração ofi- dio que agora é próprio. A geren- de Santa Catarina contradizem com este bom tempos de crescimento estadual e nacional”. Ele
cial, já está em funcionamento a cia atende a 24 municípios, des- desempenho da região e do Estado. O contra conclui, afirmando que, tanto a Federação,
nova Gerencia Regional de Tra- de Bela vista do Toldo até Barra senso vem justamente pela desmotivação e o quanto os Sindicatos, SINPROFpolis, SINPRO-
balho e Emprego da Região de Velha. Só de carteiras de traba- caráter de instabilidade, gerados, por exemplo, ESC e SAAEGFpolis, já estão atendendo os tra-
Joinville. De acordo com a se- lho e previdência social (CTPS) na Unisul, uma das maiores Universidades de balhadores para garantir seus direitos. Soares
nhora Eliane Mendes Ghisi, Ge- foram confeccionadas mais de
Santa Catarina. Nela, a carga horária de 40 ho- afirma que, por outro lado, estão mantendo
rente Regional da GRTE, o pré- 10 mil nestes primeiros 6 meses
ras de alguns Professores Doutores, foi reduzi- contato com a universidade para tentar reverter
dio com área aproximada de do ano. Além das CTPS, todos
1.500 m2, oferece maior confor- os atendimentos decorrentes de da para apenas 9 horas, o que é totalmente ile- esse quadro.

ABONO
SAQUE DO
to e comodidade aos trabalhado- erros e indeferimentos no segu-
res e servidores. No imóvel an- ro desemprego cometidos pelos

SALARIAL PASSA DE 94%


tigo, que era alugado, o número empregadores, são corrigidos na
de pessoas atendidas diariamen- GRTE, gerando uma demanda
te, passava de 300. Com as no- maior de trabalho. A Gerente
vas instalações, a estimativa também informou que, por en-
Mais de 16 milhões de traba-
pode aumentar devido à maior quanto, não haverá aumento no
lhadores brasileiros já retiraram
capacidade de recepção do pré- número de servidores.
o benefício em todo país. Nor-
deste lidera com 96% de abonos
PF EXECUTA “OPERAÇÃO sacados. Prazo para resgate de
FORMATURA” EM SANTA um salário mínimo vai até 30 de

CATARINA junho. Até o fim de abril,


16.045.227 trabalhadores já res-
Batizada de Operação Formatura, policiais federais cumpriram gataram o Abono Salarial refe-
12 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina em escolas e
rente ao exercício 2009/2010, no
diretores ligados a um esquema de emissão de certificados ilegais
valor de um salário mínimo. A
de conclusão do ensino fundamental e supletivo. O Delegado da
taxa de cobertura alcançou
Polícia Federal Ildo Rosa disse que em São José foi descoberta
uma sala de 40 metros quadrados com documentos escolares. Ha- 94,82% dos beneficiados, com o
via pastas de históricos escolares em que o campo da matrícula pagamento R$ 7,3 bilhões em
estava em branco, porém constava freqüência às aulas. A investi- benefícios, pagos com o Fundo
gação começou em 2008 e se alastrou por Mato Grosso, São Paulo, de Amparo ao Trabalhador o Centro-Oeste, com 91,11%. cial (PIS) e do Programa de For-
Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Em Santa (FAT). A região com maior taxa Cerca de 877 mil trabalhadores mação do Patrimônio do Servi-
Catarina, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em São de cobertura é o Nordeste, que em todo o país ainda não resga- dor Púbico (PASEP) há pelo
José, Joinville, Blumenau, Gaspar e Jaraguá do Sul. Todos os alvos alcançou 96,01% dos beneficiá- taram o benefício. Quem tem di- menos cinco anos. Além disso,
eram de pessoas ou instituições suspeitas de participar do esque- rios e pagou R$ 1,6 bilhão em reito pode buscá-lo em agências tem que ser informado correta-
ma. Ninguém foi detido, mas o delegado acredita que foram encon- benefícios. Em seguida está o da Caixa Econômica Federal mente na Relação Anual de In-
tradas provas contra duas escolas de São José e espera que a Justiça Sul, com cobertura de 95,45%. (trabalhadores da iniciativa pri- formações Sociais (RAIS), ter
Federal do Mato Grosso do Sul determine a prisão preventiva dos O Sudeste está em terceiro, com vada) ou do Banco do Brasil (ser- recebido em média até dois sa-
suspeitos onde o esquema forneceu um certificado para um analfa-
taxa de cobertura de 95,05% e o vidores públicos) até o próximo lários-mínimos de remuneração
beto funcional do Mato Grosso do Sul. O Delegado declarou que
maior número de trabalhadores dia 30 de junho. Beneficiários - mensal no ano base e ter exerci-
os envolvidos responderão inquérito por falsificação de documen-
que já sacaram o abono, Têm direito ao Abono Salarial os do atividade remunerada por, no
to público, uso de documento falso e estelionato. A soma máxima
7.525.137 beneficiários. A região trabalhadores cadastrados mínimo, trinta dias do ano base.
das penas chega a 17 anos de detenção.
com a menor taxa de cobertura é no Programa de Integração So-

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