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EXEMPLOS DE CRÔNICA

EX. 1 - A quadra velha


Aluno: Gabriel Batista da Silva

Aqui no lugar onde vivo não tem cinema, lan house, discoteca... aqui tem cavalo, rio, cachoeira,
gente que conta histórias... E, acima de tudo, aqui tem uma quadra. Uma quadra velha. Velha e
pequena, só tem espaço para seis jogadores de cada lado. Uma quadra velha e pequena onde cabe
inteira a nossa imensa alegria.
Ali a bola rola, enrola, rebola, embola, solta, samba, sapateia... Ali vale tocar a bola de chuteira,
de chinelo ou de pé no chão. Ali vale jogar menino, menina, velho, magrela e gordão.
Vale entrar de sola, de carrinho e até de bicão. Vale arrebentar o joelho, arrancar a ponta do
dedão... tem gol contra, bola murcha e bola fora.
O que importa é que quando a bola rola na quadra velha o mundo para. As árvores e as casas
espiam. As pessoas que passam pela estrada de terra não resistem, param, assoviam, batem palmas. Os
moleques perdem a hora que se perde no tempo. Cada pai vê em seu filho o grande craque e sonha com
seu menino na seleção. Quem sabe 2014...
Ali, na quadra velha e pequena, adormece a tristeza, o cansaço, a desilusão... ali os homens se
esquecem dos calos, das dívidas, das dores... ali os meninos são magos, são livres, são pássaros:
transcendem, voam... Ali não tem zero, não tem senão. Só tem bola no chão. Ali eles são uma bandeira
verde e amarela hasteada no sertão.
Isso, até que chega a noite escura e sombria. Ela, revestida de negro, faz arriar o sonho,
despe a fantasia, cala a poesia.
Amanhã tem trabalho, tem escola. Dói o calo, o joelho incha, o moleque chora. E a quadra fica de
fato velha e pequena. Fica ali, triste, silenciosa, no escuro. Fica ali à espera de que os meninos voltem
logo e ressuscitem o momento mágico. (http://rosangelazanelatto.blogspot.com.br/2012/07/exemplos-
de-cronica.html)

EX. 2 - Crônica de Luís Fernando Veríssimo:

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz


enorme, no qual estava escrito: "Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está
convidado para o velório na quadra de esportes".
No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram
curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A
agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila
do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:
- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso?
- Ainda bem que esse infeliz morreu!
Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim
de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os
outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se
para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava
no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.
A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?
No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de
limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida.
Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo.
"SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS
PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA!
VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."
O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e
seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda"
(http://prisroband.blogspot.com.br/2012/04/algumas-explicacoes-e-um-exemplo-de.html)

EX. 3 - Esta crônica não é falsa


As fake news vão destruir a democracia. E daí? Quem se importa? Que partidos políticos
estão a colocar na agenda o combate à praga? Afinal, a quem está a dar o seu dinheiro ou a entregar
poder sempre que clica, partilha ou comenta uma notícia falsa?
As fake news são como algum vestuário que se compra nas feiras. Às vezes nem se percebe a
diferença. E usamos os artigos sem hesitação, indiferentes se estamos a contribuir para um crime de
contrafação.
E, tal como nas feiras, o embuste só se combate com legislação e ações de fiscalização,
mesmo que isso signifique colocar a cabeça no cepo de grandes poderes econômicos, de grandes
líderes mundiais, de grandes potências. É preciso que os governos e a justiça não se acobardem e
que façam algo antes que seja tarde demais para todos nós.
Mais uma vez, assistimos a uma epidemia. Desta vez, durante a campanha para a segunda
volta das eleições presidenciais do Brasil, vários empresários pagaram pela circulação de mensagens
falsas contra o candidato Fernando Haddad. Facebook e WhatsApp reagiram. Bloquearam e
apagaram.
Mas desenganemo-nos. Enquanto as fake news forem um modelo lucrativo para os emissores,
mas sobretudo para os distribuidores, vão continuar a invadir as nossas redes sociais. O modelo
funciona para políticos, para empresários, para grupos económicos. Não parece claro que haja de
facto vontade política para combater a peste.
E também não chegam boas intenções, por muito mérito que tenham. Por cá, elogie-se, ao
menos, a intenção de criar um observatório para as mídias digitais, que incluirá a monitorização de
notícias falsas.
Porque, de resto, até os "influencers" digitais estão mais preocupados com "um até amanhã se
Deus quiser" ou com o "beijo imposto do neto ao avô". Vai dar cliques e muitos likes. E essa é a
verdade que de momento importa. (Manuel Molinos – 26/10/2018) Disponível em:
https://www.jn.pt/opiniao/manuel-molinos/esta-cronica-nao-e-falsa-10088828.html Acesso em
24/04/22 .

EX. 4 - FAKE NEWS


Ganhamos muito com o advento da internet. Informação para todo lado. Ninguém esconde
nada de ninguém. Eis o porquê de tantos escândalos aparecerem na profusão em que aparecem!
Olha a Márcia aí que não deixa mentir! Até samba inventaram! Na copa, Neymar caía. Nas telas,
até andador colocaram no craque cambaleante!
No entanto, a internet, ao mesmo tempo, parece território de ninguém. Como as pessoas se
agridem e se “matam” com palavras, vírgulas, emoticons, entre outros artifícios da linguagem! Você
nem conhece a pessoa, porém, se acha no direito de dizer tudo o que pensa, sem filtro, sem noção,
sem papas na língua! É patético! Assombroso mesmo!
Mas, além disso, além da violência e da brutalidade no trato, a internet também é campo
fértil para as fake news. Uma espécie de fofoca de grande potencial de destruição! É uma bomba
arrasa quarteirão! Uma não, centenas, milhares!
E assim, de falsas notícias, a internet se vê alimentada de aberrações, monstruosidades,
tragédias e gêneros dos mais diversos, entretanto, todas têm em comum a ação de confundir, de
enganar, enfim, de assustar várias pessoas!
Pensei comigo nesta crônica de hoje que seria interessante se as chamadas fake News
pudessem, ao contrário do que fazem, mostrar o melhor de nós e, desse jeito, deixarem de ser
fake…
Imaginem se, de uma hora pra outra, essas notícias aparecessem nas telas de todo mundo:
Trump renuncia e pede desculpas ao povo mexicano!
A paz foi estabelecida no Rio de Janeiro!
Todos os maus políticos estão presos de verdade!
Brasil erradica miséria!
Pela primeira vez na história, os impostos foram revistos e, como algo extraordinário, muitos
foram extintos e outros baixaram significativamente!
A gasolina brasileira é a mais barata do mundo!
O Brasil recupera seu futebol e conquista o hexa!
Estou exagerando? Eu sei… Eu sei…
Mas que seria bom seria! Não seria? (CAMPISTA CABRAL, em 12/07/2018) Disponível em:
https://cronicascariocas.com/colunas/cronicas/fake-news/ Acesso em 24/04/22.
ATIVIDADE
1- O termo “pós-verdade” foi eleito pela Universidade de Oxford como a
palavra do ano de 2016. Ele diz respeito a circunstâncias nas quais fatos objetivos e
reais têm menos importância do que crenças pessoais. Considerando isso e os impactos
que as FAKE NEWS podem causar na sociedade, indique como podemos lidar com a
informação na era da desinformação.

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