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O fato é que a copa já está na copa, conforme diz o trocadilho, já trazendo uns
trocadinhos a mais (sem ofensas aos hospitais públicos). Sempre acompanhei o
Brasil nessas épocas embora prefira mais jogos de tabuleiro, num culto
intelectualóide da razão. Estou inclusive com uma pancada de livros para ler e
partidas em Database de Botvinick e Fischer disponíveis para se assistir no
computador. Não querendo ir pela contramão da mente brasileira: sou mais fã do
Rafael Leitão que do Garrincha e olhe que sou corinthiano roxo.
Voltando à pelada: acho uma coisa abominável quando os volantes apelam com
bandeirinhas e árbitros movidos tão somente pelo sangue quente. Não é assim
que nosso futebol fará chouriça do futebol do time da Argentina (outro esporte que
gosto muito, por sinal, é a gastronomia).
Tenho que encher até a boca o garrafão de piruás de novo e comprar guaraná,
reduzir o ritmo para acompanhar o fuzuê das nações espalhado pelos quatro
pontos da pátria e da cruz que carregamos num lugar tão difícil. Onde tem
carnaval fora de época quase todo dia e desigualdade decrescente a galope de
tartaruga.
Sem querer rachar a cachola demais deixarei um pouco o lugar nas mesas de
meus colegas e desafiantes nerds para dar uma segunda chance ao futebol como
desporte de destaque e a arquibancada como repouso para minha busanfan
(parafraseando Marcelo Resende).
Os militares estão voltando do Haiti e muitos imigrantes miseráveis vêm junto aos
gringos abonados. Que tenham lugar não só ante os palanques (sem querer ser
simplista), mas também na construção civil, nos restaurantes, fábricas, escolas e
faculdades, agricultura, finanças. E que os militares sejam menos estóicos e mais
humanos. E que o Brasil seja campeão e o escambal!
Grande coisa ser um curumim de uma flora e fauna do século quinze. O diabo é
crescer. Que coisa superior a energia de viver maior que as forças nucleares...
Tribos e Lares
Visão
Torre de Controle
Liquidificador
Magos e Madrugadas
Katanas
Indiretas Já
Tentações
Burca e beca serelepe simbiose gnose ciranda neuronal Coberta da poeira dos
cânones e seus tijolos alephs cíveis baterias de imprevisíveis capturados flashs de
geométrica mesa de bilhar binária coronário adento da erva do caldeirão da
sociedade dos magos: o tempero segredo do senso incenso aroma fátuo que
embranquece os fios qual o compasso da ponta do grafite policristalino do perene
inconsumado inconsumível régua esferográfica do ar da casta biônica relampiada
bolero dos tubos de ensaio, das prensas, bulbo informe contracaptura do
estremecimento à sutilidade usina fértil intestino da genética combinação da
corrente ciclística maratona de hamsters nanotecnológicos e sanfonas do insight
de Ícaro herança dos latifundiários das órbitas e do cirurgião anatômico que
interfere e monta o quebra cabeça desde o nucléolo e o hacker que chega ao
além portal do átomo do extrem hard disk tera do traço mágico, revisitados
visionários da relatividade das reticências, filigrama da velocidade à pausa do
neandertal ao estalar das costas, e no locomover o círculo pausar no barril da
penumbra; até os insones pajés barbudos, franciscanos ao que acerca o terreno
de Hipocrates, e do ferreiro que da linha bruta faz a claymore e a ferradura que
junto ao ourives instiga o rubi que ao sol tenta e põem em seu colo o raio e o
diâmetro. Que da turbina à termodinâmica dá lã ao corpo que leva a enchada,
silhueta na aurora. Até a primeira roldana, eureka dos montanheses catedráticos
ou dos astecas, incas e maias. Que da adoração estelar remetem à Heródoto e
seu gravador de fitas acinzentadas. Ermitão avô do que com a colher, a espátula e
o risível espanador deu luz ao Rex. Espoca-se, então, sob o velcro a captura do
primeiro atum gigante. E a queima da locomotiva do carvão e seus aguçados
poliedros de ferrolhos, pistões, cilindros. Que ao engrenar commodities em seus
vagões, e minérios, e grãos e caixas de surpresas da pátria enganam a lógica dos
lobos e lóbulos: até um Gandhi da abstinência e da maximização do direito pelo
simples. Ao que decifra os piores párias pelos complexos cálculos
temperamentais, da cliclotimia à esquizotimia, aos complexos, fobias, cismas,
neuroses, doses, déficits, savantismo. Outrossim, não menos, não mais, o teólogo,
o monge, o agregado à ioga intermitente e ao entendimento do pluvial lírio. Motivo
do temor ou troça do metereologista, ser biruta com seus barômetros,
anemômetros, radares.
Andaimes
O corte da serralheira é mais preciso que o da serra mas não é o ideal para um
corpo aristotélico, uma relevância no ser e os serviços de parto de calos nas
mãos.
Medalha
Sacudida
Desde a época da telepatia, ou seja muitos idos vejo que é quase impossível dar
banho na minha cadelinha. Rosna muito e aprendeu a pular para não ser pega,
vira e mexe está nos sofás, camas e cadeiras. Gosta muito de sopa também;
moquecas, alfaces e doces podem igualmente ser incluídos na estranha dieta.
Não usa roupa mesmo no frio e encana com os gatos. Sabe deitar e pedir para
passear se alongando, corre disparada na frente do portão da vizinha.
Painel
Testamos o botão vermelho sempre que falhamos por dentro. É nossa fuga,
empreitada, cancela que sobe. Testamos as outras teclas o tempo todo e em
todos os casos hipotéticos para não precisarmos dos recursos da emergência,
assim nos consumimos, divagamos, descemos, subimos, endireitamos. Mas tudo
é que nem a pedra no lago só que atado a inundações por causa de padrões e
irmãos mil.
Quadrilha
O futebol é o pão e circo moderno mas uma atração saudável e sem violência
descarada. Enquanto o Brasil não joga vou torcendo para os compadres latinos.
Perdi a cobertura digna de um Cirque du Soleil (cheguei no gol contra do Brasil).
Creio que levemos a taça para o povo e a seleção ande de caminhão de
bombeiros. Estou ficando craque nos passatempos de mesa, quadradinhos, reis e
rainhas. Não sou de deixar cair a peteca mais e hoje tomo mais fôlego antes de
usar a voz no imperativo (geralmente para pedir água, pipoca e cobertores). Sou
uma pessoa de hábitos caninos, dormindo três ou quatro vezes por dia
intercaladamente nos fins de semana. A gente vai levando comendo salada de
batatinhas com cheiro verde e cebolas e bebendo cerveja sem álcool por causa do
psiquiatra. Hiberno e acordo mais mesmo para comer nos fins de semana: Ontem
foi pastel de queijo e chocolate quente. Que se lasquem os impostos e viva São
João. E os estopins dos rojões deixem suas marcas.
Caminhada
Incorporando
Não acompanho mais jornalismo policial por segurança do intelecto. Pensar o pior
acaba com a sanidade e faz a fertilização de sandices ir a todo vapor. Gosto de
torta de maçã e hoje tem, também sagu e uvas rubi. Comprei um relógio novo
parando de fumar. São pequenas proezas, consideráveis prendas. Visto um suéter
trazido de presente da minha mamãe de Jacutinga. Ando cabeção no xadrez,
desafiando o computador Fritz e queimando os cabelos com os retornos que ele
dá. O importante é filosofar dentro de comodidades a obra de arte de cada lance
que nos provoca o imaginário e a aventura desenvoltura. Estou mais difícil de
desabar, centrado no básico, na sintonia, nos remendos e remédios, nas táticas e
estratégias contra o exagero e a folga, as cintilâncias e gomas de mascar que
grudam no que é provisório e pontiagudo, nas injeções de calores e frios dos
gráficos, nos rolos da percepção vociferante ao tempo que sonífero na cesta já
abandonada, esquecida, pulada. Zombeteira ao passo que ficamos adultos,
depois a retomamos já velhos mais por título que por vontade mesmo. É essa
mágica indecorosa de ser cortado ao meio e a alma se separar do desejo. São
esses espelhos fictícios de nos implantar transformações malucas. É esse baralho
a favor do truque. Que tudo isso vá para o espaço, Roudini nunca se afoga e
sempre escapa das algemas do público porque todo mágico é um gatuno por
excelência. Todo escritor idem.
Máfia e Malandragens
Ondas
Têm dias em que o torniquete acalca nos lances entre os peões e o oponente; a
vontade é de explodir o aquário da cachola e dar coices para todos os lados que
nem uma metralhadora giratória a reagir descontando tudo em tudo e em todos
com toda força e raiva carregadas nos nervos, estrias, têmporas. Tem dia que a
janela parece recipiente para tacar o CPU e o chão uma cama de gato para
aguentar o teclado e o mouse. Quanto maior o voo, maior a bolacha. Quando as
rachaduras vão paulatinamente se formando sob nossos calcanhares é melhor
sair de perto que a estrutura está indo abaixo. Com terremotos e avalanches nos
músculos mais de dentro e baba salivando na garganta. O negócio é suspirar e
fazer chá de camomila, por os leões para dormir e reduzir a marcha do rolo
compressor do espírito que vai parando de bufar e avermelhar conforme a
tempestade vira calmaria e os vendavais brisas suaves e poucas, quase
fantasmas, quase iguais a lenitivos, aspirinas. O carrossel, com a idade, vai
virando jóquei e a gente vai virando o cavalo.
Cones de Luz
Reclame Sensacionalista
Cara de cachorro sem dono, milhares de flagras (e em frangalhos) por causa das
pulguinhas, valente por ser sócio do crime. Assim é que enxergo Genuíno e outros
velhinhos presos devido processos de investigação da polícia federal e atacados
por Joaquim Barbosa do Supremo Tribunal de Brasília. O circo armado continua
pegando fogo, mas o patrimônio dos gangsteres vem reduzindo. Apreensão de
carros sport e dinheiro sujo, alto escalão dos servidores públicos saindo
algemados de suas funções (já poucas e feitas pelos cotovelos a não ser quando
é para nos auferir relógios de pulso). Brasil goleou Camarões. As nações jogam
em locais cheios de requinte e maior preço dos valores agregados aos projetos
inteiros e parciais (tanto de engendramento quanto de reforma) e as interrogações
que não calam até doem no ouvido: Copa para quem? Copa para que? E será que
está na hora de mexer nesse vespeiro? Eu acho que sim.
Triângulo
Quando se para de fumar é como ficar mágico sem assistente, sem coelho na
cartola, uma mão atrás outra na frente, uma bateria meio revestida e colocada tipo
gambiarra, uma muvuca de cartas de baralho pros ares, e o sumiço na neblina
num dá-não-dá-certo. Quando dei fim nisso me sentia inseguro (e acho que nunca
vou ter certeza da tal segurança romanesca e teimosa), o medo vive aparecendo
na rua, entretanto também ajuda: uma barra de chocolate ou jujubas, jabuticabas
ou picolés, fragrâncias ou lembrancinhas. Conheço gente que fuma fumo de corda
e nunca teve problemas de saúde, outros maconha e outros palheiro. Alguns
gostam de rapé, outros, ás vezes, dão cafungadas em cocaína ou bolas no crack.
Não condeno. Isso no fim de semana é até saudável a caráter de entretenimento.
A hora do rush tem dia que nem tem hora para acabar e uma semana completa já
deixa a cabeça livre de ressacas tanto morais quanto físicas. Na guerra causada
pelas cosquinhas quem menos sofre é o usuário que atrai a desgraça direto Da e
Pela boca, mas não usa revólveres ou mosquetes. O máximo risco que corre é de
levar um tiro ou atrair pessoas erradas para dentro de casa ou ser motivo de
suspeita das organizações criminosas ou da polícia tanto a honesta quanto
corrupta. Quem gosta de conviver com a aventura dramática paga o preço e o
pacto. A diversão e as sensações são garantidas, livres de imposto ou de ser
rotulado como careta. Mais ou menos a la Al Capone, ou um criminoso peixe
miúdo, é o que será quando romper de forma rebelde e com peito de pomba as
demarcações da Lei ou der com a língua nos dentes. E o Western real que ganhe
novos garanhões (ou perca). Se for para quebrar que seja praticando algum
esporte que exija menos barganha no meu caso, de quem já ficou velho cedo,
toma remédios psiquiátricos, bebe chá e é enxadrista. E que o Cristo Redentor ore
pelas vítimas de sua auréola que o esquema é generalizado mesmo e não importa
cidade, raça, idade, credo.
Semifinal
Brasil foi dissecado vivo. Argentina tapeou a Holanda nos pênaltis. Alemanha
levantou a taça. Um pó de mico geral o belo fiasco que foi essa copa para inglês
ver. Ou pó de arroz. Excessos absurdos de sal no gramado e na perspectiva. Só
chegamos até a semifinal porque enfrentamos times de quinta. E perdemos
porque somos uma equipe de segunda. Aqui infelizmente tudo que é demagogia
dá audiência: bola, bunda e big brother.
O Tamanho do Folião
O tamanho do folião não se mede com o braço dado, a censura picotada no beco
marinho, ramalhete de bem bom, tom sim, tom não, voleio de prendas, goleada, e
um fogo que chamusca até a alma. O tamanho do folião não se mede com fita
métrica, polegadas, dinamites de batuque, estribilhos de couro. O tamanho do
folião não se mede no maçarico, na serralheria, na ironia da joaninha ou no ferro
de passar e alisar. O tamanho do folião não se calcula pelo seu estrago das
bordas, pelo seu laço de competência, pelo seu desenrolar próprio dos que bufam
a imitar silvos. O tamanho do folião é uma projeção sem piada pronta. Um
hemisfério sem ter onde tombar. Um desacato do tamanho da bomba atômica,
mas dos males é o menor.
O tamanho do folião é do tamanho da solidão e é por isso que dizem que faz girar.