Você está na página 1de 19

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES


BIOLOGICAL RHYTHMS AND PHOTOPERIOD IN FISH

Veras, G.C.1*; Murgas, L.D.S.2; Zangeronimo, M.G.2; Oliveira, M.M.2;


Rosa, P.V.3 e Felizardo, V.O.2

1
Faculdade de Engenharia de Pesca. Instituto de Estudos Costeiros. Universidade Federal do Pará.
Bragança, Pará. Brasil. *galileu@ufpa.br
2
Departmento de Medicina Veterinária. Universidade Federal de Lavras. Lavras, Minas Gerais. Brasil.
3
Departmento de Zootecnia. Universidade Federal de Lavras. Lavras, Minas Gerais. Brasil.

PALAVRAS CHAVE ADICIONAIS ADDITIONAL KEYWORDS


Crescimento. Estresse. Reprodução. Ritmo ali- Growth. Stress. Reproduction. Food rhythm.
mentar. Ritmo circadiano. Circadian rhythm.

RESUMO
Os ritmos biológicos são definidos como envolvidas na transdução do sinal fótico para
qualquer evento que se repete de maneira regular estabelecer um rítmo circadiano em peixes. O
em um organismo, sendo um evento cíclico carac- acoplamento entre essas estruturas pode variar
terizado por um ambiente do qual o animal pode se em cada indivíduo de acordo com as condições
adaptar. Os peixes, quando submetidos ao ciclo fisiológicas e ambientais, resultando em uma
diário de luz/escuro do fotoperíodo demonstram plasticidade no sistema circadiano de peixes
um padrão de atividade locomotora que os podem teleósteos. A manipulação do fotoperíodo com
classificar como diurnos, noturnos e crepuscula- objetivo de aprimorar o crescimento dos peixes
res. Este ciclo de luz/escuro tem sido considerado tem se tornado cada vez mais frequente dentro da
um dos mais importantes fatores ambientais produção de várias espécies de interesse comer-
sincronizadores do ritmo biológico, sendo o fator cial. O fotoperíodo, dentre outros fatores
chave para sincronização do ritmo de atividade em ambientais, é o que apresenta maior influência
peixes. O ciclo alimentar também atua como um sobre o relógio biológico dos peixes ao afetar o
potente sincronizador sobre o controle da atividade ganho de peso, a ingestão de alimento, a eficiência
locomotora. Este é demonstrado através da alimentar, o gasto de energia, a atividade locomo-
atividade alimentar antecipatória como ritmo bioló- tora, a reprodução, bem como outros parâmetros
gico, isto é, a capacidade em que os peixes fisiológicos relacionados ao estresse. Portanto, o
conseguem prever com habilidade e antecipar controle e o conhecimento fisiológico deste ritmo
um recorrente evento que é a alimentação. biológico torna-se fundamental para otimização
Estas respostas antecipatórias à alimentação da produção de peixes.
provavelmente funcionam sob um controle
endógeno, onde os peixes precisam otimizar a SUMMARY
captura do alimento, assim como os processos
digestivos e metabólicos, para poder concentrar Biological rhythms are defined as any event
a ingestão de alimento em um menor intervalo de that repeats on a regular basis in an organism; they
tempo, melhorando, portanto, a utilização dos are cyclical events, synchronized by an
nutrientes. O controle do relógio biológico em environmental cue. When fish are submitted to the
peixes é considerado como um multifotorreceptor daily light/dark cycle of the photoperiod, they
e sistema multioscilador. A existência de um show a pattern of locomotor activity that can be
oscilador circadiano tem sido sugerida através da classified as diurnal, nocturnal or crepuscular.
pineal, retina e o cérebro, estando estas estruturas This cycle of light/dark has been considered as

Recibido: 2-7-12. Aceptado: 9-4-13. Arch. Zootec. 62 (R): 25-43. 2013.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

one of the most important environmental factors movimentos da terra são responsáveis por
which synchronize biological rhythms, particularly recorrentes ciclos periódicos vivenciados
as a key factor for the rhythmic synchronization pelos organismos vivos. Sob tais ciclos, os
of activity in fish. The feed cycle also acts as a animais têm desenvolvido comportamentos
potent synchronizer on the control of locomotor
e mecanismos fisiológicos para antecipar
activity. This is demonstrated by feed anticipation
previsíveis mudanças no ambiente, conse-
activity as a biological rhythm, i.e., the capacity
with which fish can skillfully predict and anticipate
guindo, portanto, otimizar os processos bio-
the recurring event of regular feeding. These lógicos (Aschoff, 1981; Vera et al., 2009).
anticipatory responses to feeding probably work As mudanças ambientais atuam como um
under an endogenous control, where fish need to Zeitgeber, ou seja, um sincronizador que
optimize the capture of food as well as the digestive arrastam os ritmos biológicos em suas
and metabolic processes required in order to periodicidades, amplitude e fase (Rensing e
concentrate the feed intake in a shorter period of Ruoff, 2002; Vera et al., 2009). Várias
time, thus improving the use of nutrients. The condições devem ser atendidas para que um
biological clock in fish is generally considered to fator ambiental possa ser considerado como
be controlled by a multiphotorreceptor and um válido Zeitgeber. Portanto, quando o
multioscillator system in which pineal gland, brain
animal é exposto a um determinado fator
and retina are the main structures involved in the
externo deve haver uma relação entre a fase
photic signal transduction which establishes a
circadian rhythm in fish. The coupling between
estável e o sincronizador do ritmo. Uma vez
these structures can vary between species and que o sincronizador é suprimido, o ritmo
individuals according to physiological and biológico de funcionamento deve ser free-
environmental conditions, resulting in a plasticity run, ou seja, de livre curso da fase previa-
of the circadian system in teleost fish. Manipulation mente determinada pelo Zeitgeber (Vera et
of the photoperiod in order to enhance fish growth al., 2009).
has become increasingly common in the production Nos vertebrados, os ritmos biológicos
of several commercial species. The photoperiod, têm sido classificados de acordo com sua
among other environmental factors, presents the periodicidade, podendo ser ultradiano, que
greatest influence on the biological clock of fish, são ciclos que se repetem em intervalos de
affecting weight gain, feed intake, feed efficiency, até 20 horas; circadianos que são ciclos que
energy expenditure, locomotor activity, repro-
se repetem em intervalos de 20 até 28 horas;
duction, and other physiological parameters related
to stress. Therefore, improving our knowledge on
e infradianos que são ciclos que se repetem
the physiology of biological rhythms is essential to em intervalos maiores do que 28 horas (He-
optimize the production of fish. rrero et al., 2003; Schulz e Leuchtenberger,
2006). Dentro destes ritmos, o ciclo
RITMOS BIOLÓGICOS circadiano é considerado o mais importante
fator ambiental sincronizador dos ritmos
Os ritmos biológicos são definidos como biológicos (Vera et al., 2007) e presente nos
qualquer evento que se repete de maneira mais variados grupos de vertebrados e in-
regular em um organismo. Os ritmos mais vertebrados, sendo, portanto, um dos mais
estudados são aqueles relacionados às estudados (Vera et al., 2009).
mudanças ambientais, sendo um evento cí- Entretanto, o sincronizador Zeitgeber
clico caracterizado por um ambiente do qual compreende não só apenas os ciclos
o animal pode se adaptar. Por outro lado, as geofísicos, como também os relacionados a
mudanças não periódicas são irregulares e ciclos sociais ou com a disponibilidade de
afetam a expressão rítmica, apresentando alimento. O ciclo de disponibilidade alimen-
também um significado ecológico (Morgan, tar também é considerado um dos mais im-
2004). portantes sincronizadores para vários gru-
Os ciclos geofísicos criados pelos pos de vertebrados (Sánchez-Váquez et al.,

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 26.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

1995; Hurd et al., 1998; Vera et al., 2007). espécies em cativeiro.


Desse modo, existem vários sincronizadores No entanto, em algumas espécies de
que têm a capacidade de promover a peixes teleósteos a caracterização do padrão
sincronização dos ritmos biológicos, diário de atividade não é tão expressiva,
assim como também são vários os ritmos sendo que dentro da mesma espécie pode
sincronizados aos ciclos ambientais que haver variabilidade em seu padrão de
ocorrem dentro de um organismo. atividade (Helfman, 1993; Vera et al., 2009).
Geralmente, é aceito que o padrão de
O CICLO CIRCADIANO E ALIMENTAR atividade em peixes demonstre forte
SOBRE A ATIVIDADE LOCOMOTORA plasticidade (Ali, 1992; Madrid et al., 2001;
EM PEIXES Reebs, 2002; Vera et al., 2009). Essa
variabilidade do padrão de atividade foi
Os peixes, quando submetidos a um ci- caracterizada em alguns estudos com adul-
clo diário de luz/escuro demonstram um tos de tilápia do Nilo (Vera et al., 2009). Em
padrão de atividade locomotora que os estudos com Sea bass Europeu (Sánchez-
podem classificar como diurnos, noturnos e Vázquez et al., 1995) e goldfish (Sánchez-
crepusculares (Madrid et al., 2001; Herrero Vázquez et al., 1996), foi demonstrado
et al., 2003; Schulz e Leuchtenberger, 2006; que alguns exemplares apresentavam
Blanco-Vives e Sánchez-Vázquez, 2009; Vera comportamento diurnos, outros noturnos,
et al., 2009). Trabalhos com goldfish, inversões espontâneas de fase e, alguns
Carassius auratus (Iigo et al., 1994; Iigo e poucos, apresentavam uma atividade
Tabata, 1996; López-Olmeda et al., 2006); arrítmica. Em estudos com sharpsnout
zebrafish, Danio rerio (Hurd et al., 1998; seabream, Diplodus puntazzo (Vera et al.,
Blanco-Vives e Sánchez-Vázquez, 2009); 2006) e adultos de tilápia do Nilo (Fortes-
pirapitinga, Piaractus brachypomus (Baras, Silva et al., 2010a) foi demonstrado a
2000) e com tilápia do Nilo Oreochromis existência de fases independentes entre
niloticus (Toguyene et al., 1997; Fortes- atividade locomotora e alimentar.
Silva et al., 2010a) demonstraram que estas Essa diferença na organização circadiana
espécies apresentam maior atividade loco- seria, em grande parte, por consequência da
motora durante o período de luz quando variação do padrão de comportamento indi-
mantidas sob um ciclo diário de luz/escuro, vidual do peixe (Vera et al., 2009), ou devido
sendo, deste modo, classificadas como pre- a uma rápida adaptação a determinados
dominantemente diurnas. Por outro lado, ambientes em que os grupos de vertebrados,
estudos com tenca, Tinca tinca (Herrero et principalmente os peixes, foram submetidos
al., 2003) e linguado, Solea senegalensis por uma variedade de pressões de seleção
(Bayarri et al., 2004), demonstraram que a desconhecidas (Migaud et al., 2007).
atividade locomotora foi predominantemen- Portanto, tem-se proposto que os peixes de
te durante o período noturno, sendo estas água doce apresentam maior flexibilidade
espécies classificadas como de hábito do sistema circadiano do que mamíferos
noturno. Assim sendo, pode-se concluir (Iigo e Tabata, 1996) e peixes marinhos,
que o ciclo luz/escuro tem sido considerado provavelmente devido à relativa insta-
um dos mais importantes fatores ambientais bilidade de seus ambientes (Reebs, 2002;
sincronizadores do ritmo biológico (Vera et Vera et al., 2009). Assim, a variação de
al., 2007), sendo o fator chave para atividade pode ser atribuída à grande
sincronização do ritmo de atividade em variação nas preferências dos regimes de
peixes (Iigo e Tabata, 1996), cujo padrão luz, podendo ser espécie específica, além de
de atividade deve ser levado em conta para depender da fase desenvolvimento do peixe
o sucesso da criação de determinadas (Boeuf e Bail, 1999; Madrid et al., 2001;

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 27.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

Adewolu et al., 2008; Fortes-Silva et al., assim como os processos digestivos e


2010a). Provavelmente, larvas e alevinos metabólicos para poder concentrar a
de peixes diurnos apresentam melhor ingestão de alimento em um menor intervalo
desenvolvimento sob longos fotoperíodos de tempo, melhorando, portanto, a utilização
devido à maior atividade metabólica desses dos nutrientes (López-Olmeda et al., 2009;
animais nessas fases de desenvolvimento. Montoya et al., 2010). Segundo Vera et al.
O ciclo alimentar também atua como um (2007), durante a atividade alimentar
potente Zeitgeber sobre o controle da antecipatória presenciada em estudos
atividade locomotora (Sánchez-Váquez et com goldfish, houve aumento do fator/
al., 1995; Hurd et al., 1998; Sánchez-Vázquez neuropeptídeo orexigênico NPY hipota-
et al., 2001; Vera et al., 2007). Em condições lâmico e secreção da enzima amilase no trato
laboratoriais ou de cultivo, quando o ali- gastrintestinal.
mento é fornecido todos os dias e em Alguns autores têm sugerido a existência
horários regulares, pode ser observado de separados osciladores promovidos pelo
aumento na atividade locomotora dos peixes ciclo de luz/escuro e o alimentar, como
algum tempo antes da alimentação, sendo também a existência de um simples oscilador
descrito como atividade alimentar anteci- fortemente acoplado promovido pela luz e a
patória. Este comportamento tem sido alimentação, no qual o arrastamento pela
demonstrado em estudos em várias espécies alimentação poderia superar o promovido
de peixes, como por exemplo, goldfish (Gee pelo ciclo de luz/escuro em alguns casos
et al., 1994; Sánchez-Vázquez et al., 1997; (Sánchez-Vázquez et al., 1997; Vera et al.,
Aranda et al., 2001; Sánchez-Vázquez et al., 2007). Estudos com goldfish (López-Olmeda
2001; Vera et al., 2007; López-Olmeda et al., et al., 2009) e gilthead seabream Sparus
2009), sea bass Europeu Dicentrarchus aurata (Montoya et al., 2010) demonstraram
labrax (Sánchez-Vázquez et al., 1995; mudança na atividade locomotora dos
Azzaydi et al., 1998) e seabream Sparus animais quando estes foram alimentados em
aurata (Montoya et al., 2010). horários diferentes, caracterizando o ritmo
A importância biológica da atividade alimentar como um potente sincronizador
alimentar antecipatória como ritmo biológi- da atividade locomotora em peixes. Por outro
co, em geral, é que os peixes conseguem lado, alguns estudos com a utilização de
prever com habilidade e antecipar um alimentadores automáticos de demanda
recorrente evento que é a alimentação. Es- demonstraram que adultos de tilápia do Nilo
tas respostas antecipatórias à alimentação apresentaram padrão de atividade alimentar
provavelmente funcionam sob um controle predominantemente durante o período de
endógeno, uma vez que estas respostas luz (Toguyeni et al., 1997; Fortes-Silva et
persistem quando os animais são mantidos al., 2010b). Além disso, foi demonstrado em
em jejum, mas desaparecem quando experimentos com adultos de pirapitinga,
mantidos nesta constante condição por um Piaractus brachypomus, que estes
longo período (Vera et al., 2007). apresentavam maior atividade durante o
A atividade alimentar antecipatória período diurno, mesmo quando alimenta-
também tem sido descrita em condição na- dos durante o dia, à noite, ou deixados em
tural, onde os peixes precisam se alimentar jejum. Apesar das diferenças observadas
em um curto intervalo de tempo, no qual o nas distintas espécies de peixes, que
alimento está mais disponível e o risco de reforçam a hipótese da plasticidade nos
ser predado é menor (López-Olmeda et al., ritmos biológicos em peixes, parece que é
2009; Montoya et al., 2010). Em ambas as fundamental a presença ou ausência de luz
condições, cativeiro ou natural, os peixes para a caracterização do ritmo circadiano,
precisam otimizar a captura do alimento, sendo este menos influenciado pela

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 28.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

disponibilidade de alimento (Baras, 2000). enzima hiroxi-indol-O-metiltransferase (AA-


Portanto, o ciclo luz/escuro, assim como NAT), gerando como produto final a 5-
a alimentação, podem ser considerados os metoxi-N-acetiltriptamina, ou seja, a
fatores mais importante no controle dos melatonina (Falcón et al., 2007; Falcón et
ritmos biológicos em peixes (Lopez-Olmeda al., 2010).
et al., 2009; Montoya et al., 2010), As pesquisas atuais com o hormônio
apresentando estes dois fatores um eleva- melatonina em espécies de peixes teleósteos
do grau de acoplamento (Sánchez-Vázquez trazem evidências adicionais com relação
et al., 1997; Sánchez-Vázquez et al., 2001). aos mamíferos, às quais sugerem que os
mecanismos envolvidos na percepção da
CONTROLE DO RELÓGIO BIOLÓGICO luz e transdução teriam mudado radicalmen-
EM PEIXES te, provavelmente por refletir o ambiente o
qual esses animais evoluíram ao longo dos
A percepção e o processamento da anos (Iigo e Tabata, 1996; Migaud et al.,
informação fótica são importantes eventos 2007; Vera et al., 2009; Falcón et al., 2010).
na regulação de diferentes funções do corpo Assim, o sistema circadiano de teleósteos é
(Seth e Maitra, 2010), sendo a melatonina o considerado como um multifotorreceptor e
hormônio responsável (Falcón et al., 2010; multioscilador (Bromage et al., 2001; Wright
Migaud et al., 2007; Villamizar et al., 2012). et al., 2006; Falcón et al., 2010).
Esta é produzida principalmente pela A existência de um oscilador do controle
glândula pineal e retina, sendo regulada da liberação de melatonina tem sido sugeri-
diretamente pelo ciclo diário de luz/escuro da através da pineal, retina e o cérebro,
(Bromage et al., 2001; Nikaido et al., 2009; estando estas estruturas envolvidas na
Nikaido et al., 2010). Portanto, a melatonina transdução do sinal fótico para estabelecer
é sintetizada de maneira rítmica, com um rítmo circadiano em peixes (Ekstrom e
flutuação regular em intervalos de 24 horas, Meissl, 1997; Falcón, 1999; Bromage et al.,
sendo sua liberação durante o período 2001; Wright et al., 2006; Falcón et al., 2007;
escuro e inibida em presença de luz (Nikaido Falcón et al., 2010). O acoplamento entre
et al., 2009; Nikaido et al., 2010; Villamizar essas estruturas pode variar em cada
et al., 2012). Assim, esta ritmicidade torna-se indivíduo, de acordo com as condições fi-
a base para eventos fisiológicos, incluindo siológicas e ambientais, resultando em uma
atividade locomotora, crescimento e plasticidade no sistema circadiano de peixes
reprodução (Nikaido et al., 2009). teleósteos (Falcón et al., 2010). Até algum
A melatonina é catalisada por duas tempo, apenas dois tipos de controle de
reações enzimáticas já muito bem descritas liberação de melatonina era proposto, sendo
(Seth e Maitra, 2010). O aminoácido precur- o salmão versus outras espécies de peixes
sor para síntese da melatonina é o triptofano, teleósteos. Atualmente, é sugerido que um
que é captado da circulação e transformado terceiro tipo pode acontecer em teleósteos,
em 5-hidroxitriptofano (5-HTP) através da o qual se baseia no controle fótico da
enzima triptofano hidroxilase-1 (TPH1), cuja produção de melatonina pelos olhos e a
atividade está aumentada na fase de escuro. glândula pineal (Migaud et al., 2007; Falcón
Por sua vez, o 5-HTP é descarboxilado pela et al., 2010).
enzima 5-HTP descarboxilase, gerando a Estudos com salmão e truta (Migaud et
serotonina que é metabolizada durante a al., 2007) e com goldfish (Kezuka et al.,
fase de escuro à N-acetilserotonina (NAS) 1992) demonstraram que quando estes
pela ação da enzima arilalquilamina N- peixes eram oftalmectomizados os níveis de
acetiltransferase (AA-NAT). Posteriormen- melatonina plasmática não eram afetados.
te, a NAS é utilizada como substrato pela Este fato confirma que, nestas espécies, a

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 29.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

glândula pineal é luz sensitiva e não requer duas espécies, oftalmectomizadas, também
dos olhos para controle rítmico da produção não teriam um ciclo circadiano independente,
de melatonina (Ekstrom e Meissl, 1997). Este sendo a produção de melatonina noturna
sistema pode ser considerado como não suprimida, mantendo-se nos níveis como
especializado, com as células da pineal durante o dia. Entretanto, uma fundamental
atuando tanto na percepção da luz como na diferença com mamíferos permanece, sendo
produção de melatonina. Este fato também que a falta de um aparente ciclo circadiano
confirma que a melatonina produzida pelos independente levaria a produção de
olhos, nestas espécies, não contribui para melatonina na ausência dos olhos, no caso
os níveis plasmáticos (Migaud et al., 2007). de mamíferos (Migaud et al., 2007). Da mesma
Um diferente sistema circadiano, inter- maneira, uma organização circadiana também
mediário, pode ser exemplificado com dependente da fotorecepção da retina tem
seabass e bacalhau oftalmectomizados, que sido sugerida em um dos peixes mais primi-
resultou em um significante decréscimo da tivos, o peixe bruxa Eptatretus burgeri
produção de melatonina no período noturno (Kabasawa e Ooka-Souda, 1989).
(Migaud et al., 2007). Tais resultados As diferenças na organização circadiana
corroboram com estudos prévios com que se encontra entre os peixes são, em
seabass (Falcón et al., 2007), pássaros grande parte, em consequência da rápida
(Brandstatter, 2003) e anfíbios (Wright et adaptação a determinados nichos fóticos
al., 2006). Em todas estas espécies, os re- dentro dos quais os grupos têm sido
sultados sugerem que tanto os olhos quanto submetidos por uma variedade de pressão
a glândula pineal são necessários para sus- de seleção desconhecida (Reebs, 2002;
tentar a amplitude total dos ritmos de Migaud et al., 2007; Vera et al., 2009; Falcón
melatonina. Assim, a luz percebida pelos et al., 2010). Os peixes, sem dúvida, têm
olhos pode regular a síntese de melatonina evoluído durante longos períodos nos am-
pela glândula pineal, provavelmente, através bientes mais adversos, sendo que essa
de projeções neurais no cérebro (Yáñez e evolução deve-se a vários fatores, como
Anadón, 1998). Tais diferenças entre a por exemplo, a temperatura, o nível da água,
produção de melatonina pela pineal e retina a disponibilidade de alimento, a predação,
podem ser devido a diferentes papéis como também pelo fotoperíodo que regula o
funcionais, sendo a melatonina provenien- sistema circadiano (Migaud et al., 2007).
te da glândula pineal, a real indicadora Essas diferenças no eixo circadiano dos
endócrina do ciclo circadiano (Migaud et peixes teleósteos sugerem claramente que
al., 2007; Falcón et al., 2007; Falcón et al., uma mudança tem ocorrido dentro dessa
2010). Por outro lado, a melatonina originária classe em direção a um sistema circadiano
dos olhos pode estar envolvida em proteção compartimentado, similar ao que ocorre em
parácrina e adaptação de retina (Falcón et mamíferos (Migaud et al., 2007; Falcón et
al., 2003; Migaud et al., 2007). al., 2010). Assim, mais estudos anatômicos
A tilápia e o catfish apresentam muitas da pineal e projeções da retina fazem-se
outras diferenças em relação ao sistema necessários para melhor compreender estes
circadiano em comparação ao salmão, truta, resultados.
seabass, goldfish e o bacalhau. Trata-se da
existência de um terceiro tipo de sistema FOTOPERÍODO E CRESCIMENTO EM
circadiano, sendo este especializado. Neste PEIXES
sistema, a glândula pineal poderia ser não
luz sensitiva ou muito menos sensitiva do A manipulação do fotoperíodo com obje-
que de outras espécies de teleósteos. Além tivo de aprimorar o crescimento dos peixes
disso, alguns resultados sugerem que estas tem se tornado cada vez mais frequente

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 30.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

dentro da produção de várias espécies de melhor ganho de peso e crescimento quando


interesse comercial (Taylor e Migaud, 2009). estes peixes foram expostos à luz contínua
O fotoperíodo, dentre outros fatores (Taylor e Migaud, 2009). No entanto, Cruz
ambientais, é o que apresenta maior e Brown (2009), apesar de verificarem uma
influência sobre o relógio biológico dos tendência de aumento da taxa de cresci-
peixes ao afetar o ganho de peso, a ingestão mento específico em tilápias do Nilo
de alimento, o gasto de energia, a atividade (Oreochromis niloticus) submetidas a
locomotora, bem como outros parâmetros 16L:8E, em relação às do fotoperíodo 8L:16E,
fisiológicos (Biswas et al., 2002; Biswas e não constataram relação entre o nível de
Takeuchi, 2002). transcrição de IGF-1 hepático e os
Para algumas espécies de peixes, dias ou fotoperíodos testados.
fotoperíodos longos podem modificar Fotoperíodos contínuos (24L:0E) esti-
indiretamente o crescimento, seja pelo au- mularam o crescimento de alevinos (1-30 g)
mento do consumo de ração (Boeuf e Bail, e juvenis (19-120 g) de red sea bream, Pagrus
1999), desenvolvimento da massa muscular major (Biswas et al., 2005b; Biswas et al.,
devido maior atividade locomotora dos 2006b). Estes resultados sugerem que,
animais (Boeuf e Bail, 1999), melhor para estimular o crescimento, um similar
eficiência de utilização dos nutrientes fotoperíodo pode ser utilizado para esta
(Biswas et al., 2005b, Biswas et al., 2006b) espécie quando se encontram entre 1-120 g
e/ou devido ao redirecionamento da energia do peso vivo. Um aumento do crescimento,
proveniente do desenvolvimento gonadal sob contínuos períodos de luz, também foi
para o crescimento somático (Boeuf e Bail, demonstrado com gilthead seabream, Sparus
1999; Ginés et al., 2004; Rad et al., 2006). aurata (Kissil et al., 2001; Ginés et al.,
Em determinadas espécies, o aumento 2004); largemouth bass, Micropterus
do fotoperíodo e da temperatura tem levado salmoides (Petit et al., 2003); salmão do
para rápidos aumentos de GH e IGF-1, que Atlântico, Salmo salar (Thorpe et al., 1988)
particularmente são potentes estimuladores e halibut, Hippoglossus hippoglossus
do crescimento muscular (Taylor e Migaud, (Jonassen et al., 2000). Por outro lado,
2009). O GH é conhecido por ter um positivo estudos com bagre africano, Clarias
efeito sobre o apetite, aumentando com os gariepinus, apresentaram melhor cresci-
fotoperíodos mais longos (Johnson e mento quando submetidos aos fotoperíodos
Björnsson, 1994). O aumento da ingestão de de 0L:24E e 6L:18E (Almazán-Rueda et al.,
alimento, em peixes diurnos submetidos a 2005). De maneira similar, Rodriguez et al.
longos fotoperíodos pode ser devido à maior (2009), demonstraram que a enguia Européia,
atividade destes sob estas condições, Anguilla anguilla, apresentou maior
apresentando maior atividade quando o ali- crescimento e melhor conversão alimentar
mento é ofertado, estimulando, por sua vez, na ausência de luz (0L:24E) em relação
a produção de hormônios orexigênicos sob aos animais sob 12L:12E. Espécies
estas condições (Biswas et al., 2005b, alimentadoras de fundo alimentam-se
Biswas et al.,2006b). Segundo Taylor et confortavelmente na ausência de luz. Sendo
al. (2005), juvenis de truta arco-íris assim, a luz tem um importante papel na
(Oncorhynchus mykiss) submetidos a um regulação da atividade destas espécies,
longo fotoperíodo (18L:6E) demonstram uma particularmente na alimentação e no
estimulação direta sobre o crescimento crescimento (Adewolu et al., 2008).
devido ao aumento do nível plasmático de Estas diferenças encontradas no
IGF-1 em relação aos peixes submetidos ao crescimento de diferentes espécies podem
fotoperíodo natural e ao regime de 6L:18E. ser atribuídas à extrema variação existente
Um estudo com a mesma espécie apresentou na preferência do regime fótico, que é con-

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 31.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

siderada espécie específica, além de depen- da manipulação do fotoperíodo pode variar


der da fase de desenvolvimento em que se dependendo da fase de desenvolvimento
encontra o animal (Boeuf e Bail, 1999; do peixe (Hallaraker et al., 1995; Simensen et
Adewolu et al., 2008). al., 2000). Pesquisas com larvas de tilápia
Como apresentado em revisão por Boeuf do Nilo demonstraram que as melhores taxas
e Bail (1999), Gross et al. (1965) foram os de crescimento e conversão alimentar foram
primeiros a demonstrarem que o crescimento observadas durante fotoperíodos mais
pode ser influenciado pela manipulação do longos (18L:6E e 24L:0E). Bezerra et al.
fotoperíodo, não apenas estimulando o (2008), durante o período de 46 dias, também
aumento do consumo de ração, mas demonstraram que alevinos de tilápia do
também pela melhora na eficiência de Nilo submetidos à fotoperíodos longos
utilização do nutriente. Um consumo (16L:8E e 24L:0E) apresentaram melhores
elevado de ração, associado com melhor índices de crescimento e sobrevivência.
conversão alimentar, sob contínuos pe- Estes resultados corroboram com o estudo
ríodos de luz, foi demonstrado em várias de Rad et al. (2006) que, ao trabalharem com
espécies como largemouth bass, Microp- a mesma espécie, demonstraram melhor
terus salmoides (Petit et al., 2003); crescimento dos alevinos sob regime de
haddock, Melanogrammus aeglefinus 24L:0E. Por outro lado, El-Sayed e Kawanna
(Trippel e Neil, 2003) e gilthead seabream, (2004) não verificaram diferença no
Sparus aurata (Kissil et al., 2001; Ginés et crescimento de alevinos de tilápia do Nilo
al., 2004). Segundo Biswas et al. (2005b, quando estes foram mantidos sob os
2006b), os peixes expostos a longos e fotoperíodos de 6L:18E, 12L:12E, 18L:6E e
contínuos fotoperíodos podem apresentar 24L:0E, por um período de 90 dias. Estes
um processo digestivo mais eficiente, o qual autores afirmam que a resposta desta espécie
pode aprimorar a digestão e a eficiência de aos diferentes fotoperíodos depende da fase
retenção dos nutrientes. de desenvolvimento do peixe, sendo as pós-
Os peixes expostos a longos e contínuos larvas mais sensíveis do que alevinos e
fotoperíodos ainda podem apresentar baixa adultos. Segundo Rad et al. (2006), a
concentração de lipídio corporal, indicando controvérsia de seus resultados de cres-
que parte deste lipídio pode ter sido utiliza- cimento com os de El-Sayed e Kawanna
da para mobilizar energia para suprir uma (2004) seria pelas condições experimentais,
elevada demanda energética devido à maior como a intensidade de iluminação utilizada,
atividade destes animais (Ginés et al., 2004; que apresenta um papel importante para o
Biswas et al., 2005b). Além disso, quando crescimento dos peixes, principalmente
os peixes são submetidos a estas condições, durante os estágios iniciais de desen-
o maior crescimento pode ser devido ao volvimento. Além disso, a diferença poderia
aumento da deposição de aminoácidos para ser atribuída ao diferente método estatístico
a formação da proteína corporal (Biswas na análise dos dados, uma vez que, apesar
et al., 2005b). Isto pode ser atribuído pelo de não ter ocorrido diferença significativa
fato das proteínas corporais serem as entre os tratamentos, os fotoperíodos mais
responsáveis pela maior parte do cresci- longos (18L:6E e 24L:0E) apresentaram uma
mento em termos de ganho de peso (Biswas tendência de melhores taxas de crescimento.
et al., 2005b). No entanto, nem sempre a manipulação
Estudos com halibut, Hippoglossus do fotoperíodo traz benefícios no desem-
hippoglossus (Hallaraker et al., 1995; penho e sobrevivência dos peixes. Em longo
Simensen et al., 2000) e tilápia do Nilo, prazo, alterações no regime de luz podem
Oreochromis niloticus (El-Sayed e levar a efeitos negativos no metabolismo e
Kawanna, 2004), demonstraram que o efeito desenvolvimento dos peixes, principalmen-

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 32.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

te quando se utiliza períodos extremos de que durante a criação, cuidados devem ser
fotoperíodos (24L:0E ou 24E:0L) muito dife- tomados para determinar a preferência do
rente do seu meio natural (Villamizar et al., fotoperíodo de uma determinada espécie
2011). (Villamizar et al., 2011). Assim, mais inves-
Regimes longos ou constante de luz tem tigações a este respeito são necessárias
demonstrado um efeito negativo no para estabelecer uma estratégia adequada
desenvolvimento de larvas de várias de cultivo das mais diversas espécies de
espécies (Villamizar et al., 2011). Segundo peixes.
Villamizar et al. (2009), larvas de sea bass
Europeu mantidas em condições de luz cons- FOTOPERÍODO E REPRODUÇÃO EM
tante (24L:0E) desenvolveram nadadeiras e PEIXES
dentes mais rápido do que as sob condições
de 0L:24E e 12L:12E. No entanto, sob estas Apesar da temperatura ser considerada
condições, tiveram seu bem estar compro- como o principal fator ambiental responsável
metido, como demonstrado pela reduzida pela reprodução (Migaud et al., 2002), tem
inflação da bexiga natatória 17 dias pós- sido demonstrado recentemente que a
eclosão. Sendo assim, embora o regime de manipulação do fotoperíodo também tem
luz constante proporcione o melhor um importante papel no desenvolvimento
crescimento das larvas, as mesmas não reprodutivo dos peixes (Migaud et al., 2006).
apresentavam uma adequada inflação da Segundo Amano et al. (2004), o fotoperíodo
bexiga natatória, a qual é inflada, sobretudo é responsável pelo desenvolvimento
à noite, quando as larvas dirigem-se a gonadal, exercendo uma ação direta no eixo
superfície para apanhar ar e escapar de hipotálamo-hipófise-gonadas dos peixes
potenciais predadores. teleósteos ao estimular ou inibir a produção
Além de problemas no processo de de hormônio liberador de gonadotrofina
inflação da bexiga natatória, sob-regime (GnRH), de hormônios hipofisários (FSH e
constante de luz, também há registros de LH) e outros hormônios que modulam a
deformações do esqueleto de larvas de reprodução e a maturação dos gametas. As
algumas espécies de peixes. Exemplo de tal gonadotrofinas regulam a maturação dos
fato é alta porcentagem de indivíduos gametas, estimulando as gônadas a sinteti-
com má formação da mandíbula quando zar hormônios esteróides.
larvas de sea bass Europeu foram mantidas Variações sazonais no comprimento do
em constante condição de luz (Villamizar dia estão envolvidas na iniciação da
et al., 2009). Resultado semelhante foi gametogênese em Perca fluviatilis (Migaud
demonstrado com larvas de Senegal sole et al., 2004). Um regime de luz contínua inibe
Solea senegalensis mantidas em constante a reprodução desta espécie em machos e
condição de luz, as quais apresentaram ele- fêmeas que apresentam baixos níveis de
vada proporção de má formação da mandí- hormônios esteróides ao longo do ciclo
bula quando comparadas com as sob o reprodutivo (Migaud et al., 2003). A
fotoperíodo de 12L:12D (Blanco-Vives et manipulação do fotoperíodo não influenciou
al., 2010). Além disso, os mesmos autores a maturação de fêmeas de Hippoglossus
ainda demonstraram alta taxa de mortalidade hippoglossus, no entanto, a proporção de
das larvas mantidas sob 24L:0E e 0L:24E machos maduros foi significativamente
quando comparadas com o fotoperíodo de menor em grupos criados sob luz contínua
12L:12E. (Imsland e Jonassen, 2005). Sob regime de
Como demonstrado nos exemplos luz contínua, não foram observados nenhum
supracitados, fica claro que generalizações peixe maduro ou alguma evidência de
não podem ser feitas entre espécies, sendo desenvolvimento gonadal e elevação dos

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 33.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

níveis de esteróides em Melanogrammus devido à manipulação do fotoperíodo,


aeglefinus (Davie et al., 2007). sendo que peixes expostos a um fotoperíodo
Por outro lado, Amano et al. (2004) de 6L:6D apresentam um insucesso na
demonstraram que as concentrações desova após três e quatro semanas de ciclo
cerebrais de sGnRH em machos de linguado de desova quando comparados aos
foram significativamente maiores no regime indivíduos mantidos sob os regimes de
de 16L:8E em relação ao grupo mantido sob 12L:12E e 14L:10E. Provavelmente, com o
fotoperíodo de 8L:16E. A exposição de car- maior crescimento dos animais submetidos
pa, Catla catla, ao regime de 16L:8E durante a este fotoperíodo, protelou-se o desenvol-
a fase preparatória resultou em significativo vimento gonadal e, consequentemente, a
aumento nos valores de vitelogenina e na reprodução destes peixes (Biswas et al.,
atividade de ambas as enzimas da 2005a). De maneira similar, Rad et al. (2006),
esteroidogênese, mas não no peso do ovário demonstraram que houve maior crescimento
e no número relativo a diferentes fases de de tilápias do Nilo quando estas foram
oócitos (Dey et al., 2005). Hellqvist et al. submetidas a um regime contínuo de luz
(2004) também observaram supressão sig- (24L:0E), sendo provavelmente devido a um
nificativa dos hormônios β-FSH eβ-LH em atraso do desenvolvimento gonadal destes
machos de Gasterosteus aculeatus quando animais, havendo um redirecionamento da
submetidos ao fotoperíodo de 8L:16E em energia para o crescimento somático. A
relação ao de 16L:8E. Fiszbein et al. (2010) supressão da maturidade sexual com o
em estudo com Cichlasoma dimerus redirecionamento da energia para o
verificaram efeitos inibidores sobre crescimento somático tem sido bem docu-
hormônios ligados a reprodução quando mentada pela exposição dos peixes a longos
estes peixes foram mantidos em fotoperíodo fotoperíodos (Randall et al., 2001; Ginés et
curto (8L:16E). al., 2003; Ginés et al., 2004; Biswas et al.,
Também tem sido demonstrado que o 2005a).
desempenho reprodutivo e produção de Portanto, como exposto acima, conclui-
alevinos de Oreochromis niloticus e se que a luz é um potente fator ambiental
Oreochromis spilurus são influenciados com várias características informativas,
pela manipulação do fotoperíodo, sendo como qualidade (espectro ou comprimento
que a manipulação do fotoperíodo poder ser de onda), quantidade (intensidade) e
utilizada como uma poderosa ferramenta no periodicidade (fotoperíodo), que tem um
manejo de reprodutores no cultivo de profundo efeito sobre as funções fisiológi-
tilápias (Campos-Mendoza et al., 2004). No cas reprodutivas dos peixes. Dentre estas
entanto, os efeitos da manipulação do características, a periodicidade é determi-
fotoperíodo sobre a reprodução de tilápia nante para o sucesso reprodutivo dos peixes
ainda não são tão bem compreendidos, (Bapary et al., 2011), sendo que, na
apresentando algumas questões para serem aquicultura, fotoperíodos longos e curtos
esclarecidas. vêm sendo realizados para manipulação da
Alevinos de tilápias do Nilo, Oreo- atividade reprodutiva em determinadas
chromis niloticus, quando submetidos à espécies de peixes (Bromage et al., 2001).
fotoperíodos longos (18L:6E), melhoraram
alguns aspectos reprodutivos importantes, FOTOPERÍODO E ESTRESSE EM
aumentando a fecundidade e sincronia de PEIXES
desova (Campos-Mendoza et al., 2004).
Segundo Biswas et al. (2005a) a atividade As alterações de determinados fatores
reprodutiva da tilápia do Nilo, Oreochromis ambientais são geralmente consideradas
niloticus (230-340 g) pode ser interferida como potenciais fontes de estresse (Barton,

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 34.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

1997; Biswas et al., 2006a). Os fatores exter- As respostas terciárias ao estresse são
nos, ou seja, os agentes estressores são ocasionadas devido à exposição crônica,
detectados pelo animal, chegando esta ou seja, de modo contínuo dos animais aos
informação ao hipotálamo. Em seguida, vias agentes estressores, podendo levar a
neurais aferentes do sistema nervoso sim- alterações patológicas, como redução dos
pático partem do hipotálamo e chegam às processos reprodutivos, diminuição da
células cromafins do rim, promovendo então ingestão de alimento, da taxa de crescimento
a liberação de catecolaminas. Os níveis das e vulnerabilidade a doenças (Oba et al.,
catecolaminas se elevam rapidamente, 2009). Segundo Pankhurst eVan Der Kraak
ocorrendo a liberação na corrente sanguí- (1997) a exposição de salmonídeos a agen-
nea e uma distribuição por todo organismo, tes estressores leva à supressão do eixo
iniciando uma série de efeitos, como aumen- hipotálamo-hipófise-gônadas e resulta na
to da atividade respiratória e cardiovascular diminuição dos níveis dos hormônios
(Oba et al., 2009). Além disso, os fatores sexuais. Em machos, a exposição crônica
liberadores de corticotrofinas (CRFs), que aos agentes estressores resultou na
são transportados do hipotálamo para a redução dos níveis de gonadotropinas na
hipófise estimulam a produção e secreção hipófise, diminuição dos níveis plasmáticos
do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) de testosterona e 11-ceto-testosterona, le-
(Wendelaar Bonga, 1997). Assim, o ACTH vando a redução dos testículos e números
é liberado na corrente sanguínea, chegando de espermatozóides, quando comparado
ao tecido interrenal onde estimula a com animais em homeostase. Nas fêmeas
produção de hormônios corticosteróides, expostas aos agentes estressores ocorre a
sendo o cortisol o principal hormônio. Os diminuição de gonadotropinas, estradiol
níveis de ACTH podem se elevar rapi- circulante e vitelogenina plasmática, pre-
damente após ação de um agente estressor cursora do vitelo. Além disso, o estresse
ou um fator externo, sendo seguido pelo está envolvido com a mortalidade e
aumento dos níveis de cortisol. Esta sobrevivência das larvas (Jobling, 1994).
liberação é controlada por feedback nega- Os peixes são suscetíveis a mudanças
tivo sobre a hipófise e hipotálamo quando ambientais agudas e crônicas, demons-
os níveis de cortisol plasmáticos estão ele- trando alguma resposta a esse estresse
vados. Estas rápidas alterações são (Barton e Iwama, 1991; Wendelaar Bonga,
conhecidas como respostas primárias ao 1997; Biswas et al., 2004). Em peixes
estresse (Oba et al., 2009). teleósteos, a elevação plasmática dos níveis
A liberação de catecolaminas como de cortisol e glicose é reconhecida como as
também de cortisol apresenta como principais respostas ao estresse, sendo
consequência alterações bioquímicas e amplamente utilizada como indicador dessa
fisiológicas, sendo conhecidas como resposta (Barton e Iwama, 1991; Barton,
respostas secundárias ao estresse. Algumas 1997; Biswas et al., 2006a). O nível basal de
destas respostas são: hiperglicemia, cortisol plasmático varia entre as diversas
hiperlactecemia, diminuição das reservas espécies de peixes, sendo que, para tilápia
glicogênicas, lipólise, inibição da síntese do Nilo, Oreochromis niloticus estes níveis
protéica e redução dos níveis de ácido se encontram entre 22-78 ng.mL-1 (Barreto,
ascórbico (Oba et al., 2009). Além disso, 2002), em Leuciscus cephalus 250 ng.mL -1
pode ocorrer aumento no catabolismo de (Pottinger et al., 2000) e em Brycon
proteínas musculares e alterações nos níveis amazonicus 90 ng.mL-1 (Rocha et al., 2004).
plasmáticos de aminoácidos, ácidos graxos Em situações de estresse agudo pode ocorrer
livres e colesterol (Pickering e Pottinger, rápido aumento dos níveis de cortisol
1995; Milligan, 2003; Rocha et al., 2004). plasmáticos, sendo que estes níveis podem

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 35.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

retornar as condições basais em um período ficativa a um estresse agudo ou crônico.


de 24 horas. Estudo com striped knifejaw, Oplegnathus
No entanto, quando o peixe é exposto a fasciatus, submetidos a diferentes
agentes estressores crônicos, o nível de fotoperíodos demonstrou que, além da
cortisol plasmático se mantém elevado por manipulação do fotoperíodo aumentar o
dias ou até mesmo semanas (Pickering e crescimento e a retenção de proteína, também
Pottinger, 1989). O estresse crônico é não causou resposta significativa de
responsável pela supressão da ingestão de estresse (Biswas et al., 2008). Mesmo com
alimento (Bernier e Peter, 2001; Wang et al., a redução da maturação gonadal em peixes
2004), além de reduzir o crescimento devido sob regime de 12L:12E e 24L: 0E, a
à realocação de energia para atividades manipulação do fotoperíodo não causou
destinadas a restabelecer a homeostase, resposta significativa em Pagrus major
tais como respiração, locomoção, regulação (Biswas et al., 2010).
hidromineral e reparação de tecidos (Barton Por outro lado, Leonardi e Klempau
e Iwama, 1991; Wendelaar Bonga, 1997; (2003) demonstraram que a manipulação do
Barton, 1997; Barcellos et al., 1999). fotoperíodo induz uma significativa resposta
O hematócrito também tem aumentado ao estresse em truta arco-íris, Oncorhynchus
sob condições de estresse (Wang et al., mykiss, com os níveis de cortisol perma-
1994; Pierson et al., 2004) e este fato pode necendo elevados por pelo menos dois
ser atribuído devido ao recrutamento de meses após o período em que os peixes
hemácias do baço (Jensen, 1987) e/ou au- ficaram submetidos ao fotoperíodo de
mento de tamanho das células vermelhas 24L:0E. Além disso, bagres africanos
(Wang et al., 1994). Por outro lado, o Clarias gariepinus apresentaram maiores
hematócrito também tem decrescido sob níveis de cortisol e agressividade quando
condições de estresse crônico (Barcellos et submetidos a regimes de 12L:12E e 18L:6E
al., 2004). em relação aos períodos curtos e ausência
Apesar das manipulações do fotope- de luz (Almazán-Rueda et al., 2005). Segun-
ríodo influenciarem os níveis de hormônios do Adewolu et al. (2008) bagres africanos
esteróides sexuais, corticosteróides, núme- são espécies de fundo, portanto apresentam
ro de eritrócitos e a atividade locomotora maior ritmo de atividade alimentar em am-
diária, o estresse não é aparentemente uma biente de ausência de luz, apresentando
consequência dessas alterações (Biswas et uma alimentação mais confortável sob esta
al., 2004; Biswas et al., 2006a). Estudo com condição.
tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, A melatonina é um hormônio conside-
submetidas aos fotoperíodos de 12L:12E e rado como uma molécula multifuncional
6L:6D, demonstrou que estes animais não ao afetar diversas funções neurais e
apresentaram estresse agudo ou crônico endócrinas, tais como ingestão de alimento,
quando submetidos a esses fotoperíodos osmorregulação, reprodução, assim como
(Biswas et al., 2004). Juvenis de red sea respostas ao estresse (Falcon et al., 2010;
bream, Pagrus major (1-30 g) apresentaram López-Patiño et al., 2013). Assim como
melhor crescimento quando criados sob mamíferos e aves, nos peixes também há
fotoperíodo de 24 horas de luz sem nenhuma evidências em relação à supressão do efeito
resposta de estresse (Biswas et al., 2006a; da melatonina sobre o eixo hipotálamo-
Biswas et al., 2006b). Segundo Biswas et al. hipófise-tecido interrenal, tais como redução
(2006a) juvenis de Pagrus major (12-16 g) dos níveis de glicocorticóides e atividade
apresentaram melhor crescimento quando locomotora (Azpeleta et al., 2010; López-
submetidos a um fotoperíodo de 24 horas, Patiño et al., 2013). Outras moléculas pre-
não apresentando nenhuma resposta signi- cursoras da melatonina, como o aminoácido

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 36.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

triptofano e a serotonina, também têm sido podem ser marcados por fatores ambientais,
demonstradas atuarem como efeito mitiga- como por exemplo, o ciclo luz/escuro, assim
dor da capacidade de resposta ao estresse como pela alimentação, sendo este último
em peixes (Tejpal et al., 2009). Neste contex- evidenciado pela presença da atividade ali-
to, Lepage et al. (2002), em estudo com truta mentar antecipatória. Além disso, é possível
arco-íris (Oncorhynchus mykiss), demons- manipular os fatores que controlam os rit-
traram que houve uma neutralização da mos biológicos nos peixes, permitindo assim
elevação do cortisol plasmático nos peixes a modulação do comportamento locomotor
alimentados com altos níveis de L-triptofano. e alimentar nestes animais.
De maneira similar, López-Patiño et al. (2013), O ciclo diário de luz/escuro é considera-
em estudo com Solea senegalensis, do o mais importante fator ambiental
demonstraram que a adição de melatonina sincronizador dos ritmos biológicos, sendo
nos tanques de peixes submetidos a dessa forma um dos mais estudados. Assim,
situações de estresse, resultou em uma vários estudos com peixes demonstraram
redução dos níveis de cortisol e da que com a manipulação do fotoperíodo é
glicogenólise no fígado destes peixes. possível influenciar o crescimento, a
Desta forma, torna-se evidente o efeito reprodução e até mesmo a homeostase
da melatonina sobre a alguns parâmetros destes animais.
fisiológicos relacionados ao estresse, Além disso, é evidente a existência de
indicando uma relação entre o eixo uma grande plasticidade nos ritmos biológi-
melatoninérgico e o eixo relacionado ao cos dos peixes, sendo a variação da
estresse. Este efeito é demonstrado em preferência do regime de luz espécie especí-
algumas espécies de peixes, onde a mela- fica e dependente do período de desen-
tonina aparece neutralizando, por exemplo, volvimento em que se encontram os animais.
o incremento do cortisol plasmática me-
diante situações de estresse (López-Patiño AGRADECIMENTOS
et al., 2013).
Ao Conselho Nacional de Pesquisa
CONSIDERAÇÕES FINAIS (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo
Os peixes, como os outros vertebrados, apoio financeiro para realização da pes-
apresentam ritmos biológicos. Estes ritmos quisa.

BIBLIOGRAFIA
Adewolu, M.A.; Adeniji, C.A. and Adejobi, A.B. K. and Yamamori, K. 2004. Effects of
2008. Feed utilization, growth and survival of photoperiod on gonadotropin-releasing hormone
Clarias gariepinus (Burchell, 1822) fingerlings levels in the brain and pituitary of underyearling
cultured under different photoperiods. male barfin flounder. Fisheries Sci, 70: 812-
Aquaculture, 283: 64-67. 818.
Ali, M.A 1992. Rhythms in fishes. Plenum Press. Aranda, A.; Madrid, J.A. and Sánchez-Vázquez,
New York. 236 pp. F.J. 2001. Influence of light on feeding
Almazán-Rueda, P.; Van Helmond, A.T.M.; Verreth, anticipatory activity in goldfish. J Biol Rhythm,
J.A.J. and Schrama, J.W. 2005. Photoperiod 16: 50-57.
affects growth, behaviour and stress variables Aschoff, J. 1981. A survey of biological rhythms.
in Clarias gariepinus. J Fish Biol, 67: 1029- In: Handbook of behavioral neurobiology. Vol 4.
1039. Biological rhythms. J. Aschoff (Ed.). Plenum.
Amano, M.; Yamanome, T.; Yamada, H.; Okuzawa, New York. pp. 3-10.

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 37.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

Azpeleta, C.; Martínez-Alvarez, R.M.; Delgado, emphasis on the response and effects of
M.J.; Isorna, E. and De Pedro, N. 2010. Melatonin corticosteroids. Annu Rev Fish Dis, 1: 3-26.
reduces locomotor activity and circulating cortisol Bayarri, M.J.; Muñoz-Cueto, J.A.; López-Olmeda,
in goldfish. Horm Behav, 57: 323-329. J.F.; Vera, L.M.; Rol de Lama, M.A.; Madrid, J.A.
Azzaydi, M.; Madrid, J.A.; Zamora, S.; Sánchez- and Sánchez-Vázquez, F.J. 2004. Daily loco-
Vázquez, F.J. and Martínez, F.J. 1998. Effect of motor activity and melatonin rhythms in Senegal
three feeding strategies (automatic, ad libitum sole (Solea senegalensis). Physiol Behav, 81:
demand-feeding and time-restricted demand- 577-583.
feeding) on feeding rhythms and growth in Bernier, N.J. and Peter, R.E. 2001. The hypo-
European sea bass (Dicentrarchus labrax L.). thalamic-pituitary-interrenal axis and the con-
Aquaculture, 163: 285-296. trol of food intake in teleost fish. Comp Biochem
Bapary, M.A.J.; Amin, M.N.; Takeuchi, Y. and Phys B, 129: 639-644.
Takemura, A. 2011. The stimulatory effects of Bezerra, K.S. Santos, A.J.G.; Leite, M.R.; Silva,
long wavelengths of light on the ovarian A.M. e Lima, M.R. 2008. Crescimento e
development in the tropical damselfish, sobrevivência da tilápia chitralada submetida a
Chrysiptera cyanea. Aquaculture, 314: 188- diferentes fotoperíodos. Pesqui Agropecu Bras,
192. 43: 737-743.
Baras, E. 2000. Day-night alternation prevails over Biswas A.K. and Takeuchi, T. 2002. Effects of
food availability in synchronising the activity of different photoperiod cycles on metabolic rate
Piaractus brachypomus (Characidae). Aquat and energy loss of both fed and unfed adult
Living Resour, 13: 115-120. tilapia Oreochromis niloticus: part II. Fisheries
Barcellos, L.J.G.; Kreutz, L.C.; De Souza, S.M.G.; Sci, 68: 543-553.
Rodrigues, L.B.; Fioreze, I.; Quevedo, R.M.; Biswas, A.K.; Maita, M.;Yoshizaki, G. and Takeuchi,
Cericato, L.; Soso, A.B.; Fagundes, M.; Conrad, T. 2004. Physiological responses in Nile tilapia
J.; De Almeida Lacerda, L. and Terra, S. 2004. exposed to different photoperiod regimes. J
Hematological changes in jundiá (Rhamdia Fish Biol, 65: 811-821.
quelen, Quoy and Gaimard, Pimelodidae) after Biswas, A.K.; Morita, T.;Yoshizaki, G.; Maita, M.
acute and chronic stress caused by usual and Takeuchi, T. 2005a. Control of reproduction
aquacultural management, with emphasis on in Nile tilapia Oreochromis niloticus (L.) by
immunosuppressive effects. Aquaculture, 237: photoperiod manipulation. Aquaculture, 243:
229-236. 229-239.
Barcellos, L.J.G.; Nicolaiewsky, S.; De Souza, Biswas, A.K.; Seoka, M.; Inagaki, H. and Takii, K.
S.M.G. and Lulhier, F. 1999. Plasmatic levels of 2010. Reproduction, growth and stress
cortisol in the response to acute stress in Nile response in adult red sea bream, Pagrus major
tilapia, Oreochromis niloticus (L.), previously (Temminck e Schlegel) exposed to different
exposed to chronic stress. Aquac Res, 30: 437- photoperiods at spawning season. Aquac Res,
444. 41: 519-527.
Barreto, R.E. 2002. Estressor social facilita Biswas, A.K.; Seoka, M.; Inoue, Y.; Takii, K. and
estresse na tilápia do Nilo? Dissertação Kumai, H. 2005b. Photoperiod influences the
(Mestrado). Universidade do Estado de São growth, food intake, feed efficiency and
Paulo. Botucatu. 38 pp. digestibility of red sea bream (Pagrus major).
Barton, B.A. 1997. Stress in finfish: past, present Aquaculture, 250: 666-673.
and future - a historical perspective. In: Iwama, Biswas, A.K.; Seoka, M.; Takii, K. Maita, M. and
G.K.; Pickering, A.D.; Sumpter, J.P. e Schreck, Kumai, H. 2006b. Effect of photoperiod
C.B. (Eds.). Fish stress and health in aquaculture manipulation on the growth performance and
(Society for Experimental Biology Seminar Se- stress response of juvenile red sea bream
ries 62). Cambridge University Press. Cambridge. (Pagrus major). Aquaculture, 258: 350-356.
62: 1-33. Biswas, A.K.; Seoka, M.; Takii, K.; Maita, M. and
Barton, B.A. and Iwama, G.K. 1991. Physiological Kumai, H. 2006a. Stress response of red sea
changes in fish from stress in aquaculture with bream Pagrus major to acute handling and

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 38.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

chronic photoperiod manipulation. Aquaculture, constant light photoperiods. Aquaculture, 270:


252: 566-572. 379-389.
Biswas, A.K.; Seoka, M.; Ueno, K.; Yong, A.S.K.; Dey, R.; Bhattacharya, B. and Maitra, S.K. 2005.
Biswas, B.K.; Kim, Y.; Takii, K. and Kumai, H. Importance of photoperiods in the regulation of
2008. Growth performance and physiological ovarian activities in Indian major carp Catla catla
responses in striped knifejaw, Oplegnathus in an annual cycle. J Biol Rhythm, 20: 145-158.
fasciatus, held under different photoperiods. Ekström, P. and Meissl, H. 1997. The pineal organ
Aquaculture, 279: 42-46. of teleost fishes. Rev Fish Fisher, 7: 199-284.
Biswas,A.K.; Endo, M. and Takeuchi, T. 2002. El-Sayed, A.F.M. e Kawanna, M. 2004. Effects of
Effect of different photoperiod cycles on photoperiod on the performance of farmed Nile
metabolic rate and energy loss of both fed and tilapia Oreochromis niloticus. I-Growth, feed
unfed young tilapia Oreochromis niloticus: Part utilization efficiency and survival of fry and
I. Fisheries Sci, 68: 465-477. fingerlings. Aquaculture, 231: 393-402.
Blanco-Vives, B. and Sánchez-Vázquez, F.J. Falcón, J. 1999. Cellular circadian clocks in the
2009. Synchronisation to light and feeding time pineal. Prog Neurobiol, 58: 121-162.
of circadian rhythms of spawning and locomo- Falcón, J.; Besseau, L.; Fazzari, D.; Attia, J.;
tor activity in zebrafish. Physiol Behav, 98: 268- Gaildrat, P.; Beauchaud, M. and Boeuf, G. 2003.
275. Melatonin modulates secretion of growth
Blanco-Vives, B.; Villamizar, N.; Ramos, J.; Bayarri, hormone and prolactin by trout pituitary glands
M.J.; Chereguini, O. and Sánchez-Vázquez, and cells in culture. Endocrinology, 144: 4648-
F.J. 2010. Effect of daily thermo and photo- 4658.
cycles of different light spectrum on the develop- Falcón, J.; Besseau, L.; Sauzet, S. and Boeuf, G.
ment of Senegal sole (Solea senegalensis) 2007. Melatonin effects on the hypothalamo-
larvae. Aquaculture, 306: 137-145. pituitary axis in fish. Trend Endocrin Met, 18:
Boeuf, G. and Bail, P.Y.L. 1999. Does light have an 81-88.
influence on fish growth? Aquaculture, 177: Fálcon, J.; Migaud, H.; Muños-Cueto, J.A. and
129-152. Carrillo, M. 2010. Current knowledge on the
Brandstatter, R. 2003. Encoding time of day and melatonin system in teleost fish. Gen Comp
time of year by the avian circadian system. J Endocr, 165: 469-482.
Neuroendocrinol, 15: 398-404. FAO. 2007. Food and Agriculture Organization of
Bromage, N.; Porter, M. and RandalL, C. 2001. The the United Nations. The state of world fisheries
environmental regulation of maturation in farmed and aquaculture 2006. Rome: FAO fisheries
finfish with special reference to the role of report. 180 pp.
photoperiod and melatonin. Aquaculture, 197: Fiszbein, A.; Cánepa, M.; Vázquez, G.R.; Maggese,
63-98. C. and Pandolfi, M. 2010. Photoperiodic
Campos-Mendoza, A.; Mcandrew, B.J.; Coward, modulation of reproductive physiology and
C. and Bromage, N. 2004. Reproductive response behaviour in the cichlid fish Cichlasoma
of Nile tilapia (Oreochromis niloticus) to dimerus. Physiol Behav, 99: 425-432.
photoperiodic manipulation; effects on spawning Fortes-Silva, R.; Martínez, F.J.; Villarroel, M. and
periodicity, fecundity and egg size. Aquaculture, Sánchez-Vázquez, F.J. 2010a. Daily rhythms
231: 299-314. of locomotor activity, feeding behavior and
Cruz, E.M.V. and Brown, C.L. 2009. Influence of dietary selection in Nile tilapia (Oreochromis
the photoperiod on growth rate and insulin-like niloticus). Comp Biochem Phys A, 156: 445-
growth factor-I gene expression in Nile tilapia 450.
Oreochromis niloticus. J Fish Biol, 75: 130- Fortes-Silva, R.; Martínez, F.J.; Villarroel, M. and
141. Sánchez-Vázquez, F.J. 2010b. Daily feeding
Davie, A.; Quero, C.M.; Bromage, N.; Treasurer, J. patterns and self-selection of dietary oil in Nile
and Migaud, H. 2007. Inhibition of sexual tilapia. Aquac Res, 42: 157-160.
maturation in tank reared haddock (Melano- Gee, P.; Stephenson, D. and Wright, D.E. 1994.
grammus aeglefinus) through the use of Temporal discrimination learning of operant

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 39.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

feeding in goldfish (Carassius auratus). J Exp Atlantic halibut (Hippoglossus hippoglossus)


Anal Behavior, 62: 1-13. reared at four different light regimes. Aquac
Ginés, R.; Afonso, J.M.; Argüello, A.; Zamorano, Res, 36: 1-7.
M.J. and Lopez, J.L. 2003. Growth in adult Jensen, F.B. 1987. Influences of exercise-stress
gilthead sea bream (Sparus aurata L.) as a and adrenaline upon intra- and extracellular
result of interference in sexual maturation by acid-base status, electrolyte composition and
different photoperiod regimes. Aquac Res, 34: respiratory properties of blood in tench (Tinca
73-78. tinca) at different seasons. J Comp Physiol B,
Ginés, R.; Afonso, J.M.; Argüello, A.; Zamorano, 157: 51-60.
M.J. and Lopez, J.L. 2004. The effects of long- Jobling, M. 1994. Fish Bioenergetics. Chapman e
day photoperiod on growth, body composition Hall. London. 294 p.
and skin colour in immature gilthead sea bream Johnsson, J.I. and Björnsson, B.T. 1994. Growth
(Sparus aurata L.). Aquac Res, 35: 1207-1212. hormone increases growth rate, appetite and
Gross, W.L.; Roelofs, E.W. and Fromm, P.O. 1965. dominance in juvenile rainbow trout, Oncorhyn-
Influence of photoperiod on growth of green cus mykiss. Anim Behav, 48: 177-186.
sunfish, Lepomis cyanellus. J Fisher Res Jonassen, T.M.; Imsland, A.K. and Stefansson,
Board Canada, 22: 1379-1386. S.O. 2000. Interaction of temperature and light
Hallaraker, H.; Folkvord, A.F. and Stefansson, on growth in Atlantic halibut, Hippoglossus
S.O. 1995. Growth of juvenile halibut hippoglossus. Aquac Res, 31: 219-227.
(Hippoglossus hippoglossus) related to Kabasawa, H. and Ooka–Souda, S. 1989. Circadian
temperature, day length and feeding regime. rhythms in locomotor activity of the hagfish,
Neth J Sea Res, 34: 139-147. Eptatretus burgeri IV. The effect of eye-ablation.
Helfman, G.S. Fish behavior by day, night and Zool Sci, 6: 135-39.
twilight. 1993. In: Pitcher, T.J. (Ed.). Behav Kezuka, H.; Iigo, M.; Furukawa, K.; Aida, K. and
Teleo Fish. Chapman and Hall. London. pp. 479- Hanyu, I. 1992. Effects of photoperiod,
512. pinealectomy and ophthalmectomy on circulating
Hellqvist, A.; Bornestaf, C.; Borg, B. and Schmitz, melatonin rhythms in the goldfish, Carassius
M. 2004. Cloning and sequencing of the FSH-b auratus. Zool Sci, 9: 1047-1053.
and LH b-subunit in the three-spined stickleback, Kissil, G.W.; Lupatsch, I.; Elizur, A. and Zohar, Y.
Gasterosteus aculeatus, and effects of 2001. Long photoperiod delayed spawning and
photoperiod and temperature on LH-b and FSH- increased somatic growth in gilthead seabream
b mRNA expression. Gen Comp Endocr, 135: (Sparus aurata). Aquaculture, 200: 363-379.
167-174. Leonardi, M.O. and Klempau, A.E. 2003. Artificial
Herrero, M.J.; Madrid, J.A. and Sánchez-Vázquez, photoperiod influence on the immunesystem of
F.J. 2003. Entrainment to light of circadian activity juvenile rainbow trout (Oncorhynchus mykiss)
rhythms in tench (Tinca tinca). Chronobiol Int, in the southern hemisphere. Aquaculture, 221:
20: 1001-1017. 581-591.
Hurd, M.W.; Debruyne, J.; Straume, M. and Cahill, Lepage, O.Tottmar, O. and Winberg, S. 2002.
G.M. 1998. Circadian rhythms of locomotor Elevated dietary intake of L-tryptophan
activity in zebrafish. Physiol Behav, 65: 465- counteracts the stress-induced elevation of
472. plasma cortisol in rainbow trout (Oncorhynchus
Iigo, M. e Tabata, M. 1996. Circadian rhythms of mykiss). J Experimental Biol, 205: 3679-3687.
locomotor activity in the goldfish Carassius López-Olmeda, J.F.; Egea-Álvarez, M. and
auratus. Physiol Behav, 60: 775-781. Sánchez-Vázquez, F.J. 2009. Glucose
Iigo, M.; Kezuka, H.; Suzuki, T.; Tabata, M. and tolerance in fish: Is the daily feeding time
Ainda, K. 1994. Melatonin signal transduction in important? Physiol Behav, 96: 631-636.
the goldfish, Carassius auratus. Neurosci López-Olmeda, J.F.; Madrid, J.A. and Sánchez-
Biobehav R, 18: 563-569. Vázquez, F.J. 2006. Melatonin effects on food
Imsland, A.K. and Jonassen, T.M. 2005.The relation intake and activity rhythms in two fish species
between age at first maturity and growth in with different activity patterns: diurnal (goldfish)

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 40.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

and nocturnal (tench). Comp Biochem Phys A, M.M. and Takemura, A. 2010. Effect of cortisol
144: 180-187. on melatonin production by the pineal organ of
López-Patiño, M.A.; Conde-Sieira, M.; Gesto, M.; tilápia, Oreochromis mossambicus. Comp
Librán-Pérez, M.; Soengas, J.L. and Míguez, Biochem Phys A, 155: 84-90.
J.M. 2013. Melatonin partially minimizes the Nikaido, Y.; Ueda, S. and Takemura, A. 2009.
adverse stress effects in Senegalese sole Photic and circadian regulation of melatonin
(Solea senegalensis). Aquaculture, 388-391: production in the Mozambique tilápia
165-172. Oreochromis mossambicus. Comp Biochem
Madrid, J.A.; Boujard, T. and Sánchez-Vázquez, Phys A, 152: 77-82.
F.J. 2001. Feeding rhythms. In: Houlihan, D.; Oba, E.T.; Mariano, W.S. e Santos, L.R.B. 2009.
Jobling, M.; Boujard, T. (Eds.). Food Intake in Estresse em peixes cultivados: agravantes e
Fish. Blackwell Science. Oxford. pp. 189-215. atenuantes para um manejo rentável. In: Tavares-
Migaud, H.; Davie, A.; Martinez-Chavez, C.C. and Dias, M. (Ed.). Manejo e Sanidade de Peixes em
Al-Khamees, S. 2007. Evidence for differential Cultivo. 1ª ed. Embrapa Amapá. Macapá. pp.
photic regulation of pineal melatonin synthesis 226-247.
in teleosts. J Pineal Res, 43: 327-335. Pankhurst, N.W. and Van der Kraak, G. 1997.
Migaud, H.; Fontaine, P.; Kestemont, P.; Wang, N. Effects of Stress on Reproduction and Growth
and Brun-Bellut, J. 2004. Influence of of Fish. In: Iwama, G. K.; Pickering, A.D.; Sumpter,
photoperiod on the onset of gonadogenesis in J.P.; Scheck, C.B. (Eds.). Fish Stress and Health
Eurasian perch Perca fluviatilis. Aquaculture, in Aquaculture (Society for Experimental Biology,
241: 561-574. Seminar Series 62). Cambridge University Press.
Migaud, H.; Fontaine, P.; Sulistyo, I.; Kestemont, P. Cambridge. pp. 73-93.
and Gardeur, J.N. 2002. Induction of out-of- Petit, G.; Beauchaud, M.; Attia, J. and Buisson, B.
season spawning in Eurasian perch Perca 2003. Food intake and growth of largemouth
fluviatilis: effects of rates of cooling and cooling bass (Micropterus salmoides) held under
durations on female gametogenesis and alternated light/dark cycle (12L: 12D) or exposed
spawning. Aquaculture, 205: 253-267. to continuous light. Aquaculture, 228: 397-401.
Migaud, H.; Mandiki, R.; Gardeur, J.N.; Kestemont, Pickering, A.D. and Pottinger, T.G. 1989. Stress
P.; Bromage, N. and Fontaine, P. 2003. Influence responses and disease resistance in salmonid
of photoperiod regimes on the Eurasian perch fish: Effects of chronic elevation of plasma
gonadogenesis and spawning. Fish Physiol cortisol. Fish Physiol Biochem, 7: 253-258.
Biochem, 28: 395-397. Pickering, A.D. and Pottinger, T.G. 1995. Biochemical
Migaud, H.; Wang, N.; Gardeur, J.N. and Fontaine, effects of stress. In: Hochachka, P.W.;
P. 2006. Influence of photoperiod on repro- Mommsen, T.P. (Eds.). Environmental and
ductive performances in Eurasian perch Perca ecological biochemistry. Elsevier. Amsterdam.
fluviatilis. Aquaculture, 252: 385-393. pp. 349-379.
Milligan, C.L. 2003. A regulatory role for cortisol in Pierson, P.M.; Lamers, A.; Flik, G. e Mayer-Gostan,
muscle glycogen metabolism in rainbow trout N. 2004. The stress axis, stanniocalcin, and ion
Oncorhynchus mykiss Walbaum. J Exp Biol, balance in rainbow trout. Gen Comp Endocr,
206: 3167-3173. 137: 665-678.
Montoya, A.; López-Olmeda, J.F.; Garayzar, A.B.S. Pottinger, T.G.; Carrick, T.R.; Appleby, A. and
and Sánchez-Vázquez, F.J. 2010. Synchroni- Yeomans, W.E. 2000. High blood cortisol levels
zation of daily rhythms of locomotor activity and and low cortisol receptor affinity: is the chub,
plasma glucose, cortisol and thyroid hormones Leuciscus cephalus, a cortisol-resistant
to feeding in Gilthead seabream (Sparus aurata) teleost? Gen Comp Endocr, 120: 108-117.
under a light-dark cycle. Physiol Behav, 101: Rad, F.; Bozaoðlu, S.; Gözükara, S.E.; Karahan, A.
101-107. and Kurt, G. 2006. Effects of different long-day
Morgan, E. 2004. Ecological significance of photoperiods on somatic growth and gonadal
biological clock. Biol Rhythm Res, 35: 3-12. development in Nile tilapia (Oreochromis
Nikaido, Y.; Aluru, N.; McGuire, A. Park, Y.; Vijayan, niloticus L.). Aquaculture, 255: 292-300.

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 41.


VERAS, MURGAS, ZANGERONIMO, OLIVEIRA, ROSA E FELIZARDO

Randall, C.; North, B.; Futter, W.; Porter, M. and of growth of juvenile Atlantic halibut
Bromage, N. 2001. Photoperiod effects on (Hippoglossus hippoglossus L.). Aquaculture,
reproduction and growth in rainbow trout. Trout 190: 119-128.
News, 32: 403-410. Taylor, J. and Migaud, H. 2009. Timing and duration
Reebs, S. G. 2002. Plasticity of diel and circadian of constant light affects rainbow trout
activity rhythms in fishes. Rev Fish Biol Fisher, (Oncorhynchus mykiss) growth during autumn–
12: 349-371. spring grow-out in freshwater. Aquac Res, 40:
Rensing, L. and Ruoff, P. 2002. Temperature 1551-1558.
effect on entrainment, phase shifting, and Taylor, J.F.; Migaud, H.; Porter, M.J.R. e Bromage,
amplitude of circadian clocks and its molecular N.R. 2005. Photoperiod influences growth rate
bases. Chronobiol Int, 19: 807-864. and plasma insulin-like growth factor-I levels in
Rocha, R.M.; Carvalho, E.G. and Urbinati, E.C. juvenile rainbow trout, Oncorhynchus mykiss.
2004. Physiological responses associated with Gen Comp Endocr, 142: 169-185.
capture and crowding stress in matrinxã Brycon Tejpal, C.S.; Pal, A.K.; Sahu, N.P.; Kumar, J.A.;
cephalus (Gunther, 1869). Aquac Res, 35: 24- Muthappa, N.A,Vidya, S. and Rajan, M.G. 2009.
29. Dietary on supplementation on L-trhyptophan
Rodriguez, A.; Castello-Orvay, F.E. and Gisbert, E. mitigates crowding stress and augments the
2009. Somatic growth, survival, feed utilization growth in Cirrhinus mrigala fingerling.
and starvation in European elver Anguilla Aquaculture, 293: 272-277.
anguilla (Linnaeus) under two different Thorpe, J.E.; Morgan, R.I.G.; Pretswell, D. and
photoperiods. Aquac Res, 40: 551-557. Higgins, P.J. 1988. Movement rhythms in juvenile
Sánchez-Vázquez, F.J.; Aranda, A. and Madrid, Atlantic salmon, Salmo salar L. J Fish Biol, 33:
J.A. 2001. Differential effects of meal size and 931-940.
food energy density on feeding entrainment in Toguyeni, A.; Fauconneau, B.; Boujard, T.; Fostier,
goldfish. J Biol Rhythm, 16: 58-65. A.; Kuhn, E.R.; Mol, K.A. and Baroiller, J. 1997.
Sánchez-Vázquez, F.J.; Madrid, J.A.; Zamora, S. Feeding behaviour and food utilisation in tilapia,
and Tabata, M. 1997. Feeding entrainment of Oreochromis Niloticus: Effect of sex ratio and
locomotor activity rhythms in the goldfish is relationship with the endocrine status. Physiol
mediated by a feeding-entrainable circadian Behav, 62: 273-279.
oscillator. Comp Biochem Phy A, 181: 121-132. Trippel, E.A. and Neil, S.R.E. 2003. Effects of
Sánchez-Vázquez, F.J.; Madrid, J.A.; Zamora, S.; photoperiod and light intensity on growth and
Iigo, M. and Tabata, M. 1996. Demand feeding activity of juvenile haddock (Melanogrammus
and locomotor circadian rhythms in the goldfish, aeglefinus). Aquaculture, 217: 633-645.
Carassius auratus: Dual and independent Vera, L.M.; Cairns, L.; Sánchez-Vázquez, F.J. and
phasing. Physiol Behav, 60: 665-674. Migaud, H. 2009. Circadian rhythms of locomo-
Sánchez-Vázquez, F.J.; Zamora, S. and Madrid, tor activity in the Nile Tilapia (Oreochromis
J.A. 1995. Light-dark and food restriction cycles niloticus). Chronobiol Int, 26: 666-681.
in sea bass: Effect of conflicting zeitgebers on Vera, L.M.; De Pedro, N.; Gómez-Milán, E.; Delga-
demand-feeding rhythms. Physiol Behav, 58: do, M.J.; Sánchez-Muros, M.J.; Madrid, J.A. and
705-714. Sánchez-Vázquez, F.J. 2007. Feeding entrain-
Schulz, U.H. and Leuchtenberger, C. 2006. Activity ment of locomotor activity rhythms, digestive
patterns of South American silver catfish enzymes and neuroendocrine factors in goldfish.
(Rhamdia quelen). Braz J Biol, 66: 565-574. Physiol Behav, 90: 518-524.
Seth, M. and Maitra, S.K. 2010. Photoreceptor Vera, L.M.; Madrid, J.A. and Sánchez-Vázquez,
proteins and melatonin rhythm generating F.J. 2006. Locomotor, feeding and melatonin
AANAT in the carp pineal: Temporal organization daily rhythms in sharpsnout seabream
and correlation with natural photo-thermal cues. (Diplodus puntazzo). Physiol Behav, 88: 167-
J Photoch Photobio B: Biol, 99: 21-28. 172.
Simensen, L.M.; Jonassen, T.M.; Imsland, A.K. and Villamizar, N.; Blanco-Vives, B.; Migaud, H.; Davie,
Stefansson, S.O. 2000. Photoperiod regulation A.; Carboni, S. and Sánchez-Vázquez, F.J.

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 42.


RITMOS BIOLÓGICOS E FOTOPERÍODO EM PEIXES

2011. Effects of light during early larval 1994. Integrated responses to exhaustive
development of some aquacultured teleosts: A exercise and recovery in rainbow trout white
review. Aquaculture, 315: 86-94. muscle: acid-base, phosphogen, carbohydrate,
Villamizar, N.; García-Alcazar, A. and Sánchez- lipid, ammonia, fluid volume and electrolyte
Vázquez, F.J. 2009. Effect of light spectrum and metabolism. J Exp Biol, 195: 227-258.
photoperiod on the growth, development and Wendelaar Bonga, S. E. 1997. The stress response
survival of European sea bass (Dicentrarchus of fish. Physiol Rev, 77: 591-625.
labrax) larvae. Aquaculture, 292: 80-86. Wright, M.L.; Francisco, L.L.; Scott, J.L.;
Villamizar, N.; Herlin, M.; López, M.D. and Sánchez- Richardson, S.E.; Carr, J.A.; King, A.B.; Noyes,
Vázquez, F.J. 2012. Daily spawning and loco- A.G. and Visconti, R.F. 2006. Effects of bilateral
motor activity rhythms of European sea bass and unilateral ophthalmectomy on plasma
broodstock (Dicentrarchus labrax). Aquacultu- melatonin in Rana tadpoles and froglets under
re, 354-355: 117-120. various experimental conditions. Gen Comp
Wang, C.; King, W. and Woods, C. 2004. Endocr, 147: 158-166.
Physiological indicators of divergent stress Yáñez, J.and Anadón, R. 1998. Neural connections
responsiveness in male striped bass broodstock. of the pineal organ in the primitive bony fish
Aquaculture, 232: 665-678. Acipenser baeri: A carbocyanine dye tract-
Wang, Y.; Heigenhauser, G.J. and Wood, C.M. tracing study. J Comp Neurol, 398: 151-161.

Archivos de zootecnia vol. 62 (R), p. 43.

Você também pode gostar