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Mecanismos de ação da Terapia do Esparadrapo

Por Carlos Roberto Serrão Haddad


Extraído da obra Terapia do Esparadrapo

Este texto não pretende explorar todas as possibilidades teóricas para explicar como as
pequenas tirinhas de esparadrapo conseguem aliviar tão bem e tão rápido a maioria das dores,
mas basta-nos apresentar algumas.

1- Estímulos hipotalâmicos

As tirinhas, como tudo que toca a pele, estimulam um certo tipo de neurônio: os
proprioceptivos. Como quase todos os neurônios, fazem sinapse na medula e enviam as
informações para o cérebro. Neste caso específico, os núcleos de parte desses neurônios se
localizam numa região que recebeu o nome de núcleos de prazer. Estímulos nesta área
promovem ação reflexa no hipotálamo e, consequentemente, nas vísceras, glândulas e até nos
músculos. A principal reação registrada é o aumento substancial da serotonina.

As tirinhas, assim como o deslizamento superficial e a imantação (do Mesmer ou dos passes
espíritas), promovem reação reflexa hipotalâmica, com ação direta na melhoria das funções
viscerais e hormonais. Este mecanismo recebe o nome de reflexo cutaneo-hipotalamo-
visceral.

2- Portão da dor

Sobre a dor, devemos destacar as possibilidades de redução da sensibilidade desses neurônios.

A sensação de dor é conseguida por estímulo dos nociceptores (neurônios que sentem dor),
que envia os impulsos para o cérebro (especialmente o tálamo e o tronco cerebral). O
nociceptor pode ter seus impulsos reduzidos em três instâncias: na área terminal, onde ele é
estimulado, na passagem de seu estímulo para a coluna e no cérebro, onde ficam os núcleos
de dor.

Vários estressores, como ácidos, compressão, fogo e corte, podem estimular um nociceptor.

Uma das formas de reduzir esses impulsos é promovendo a sua depressão ainda em seus
terminais, estimulando-o até deprimi-lo, mas não costuma ser nem o recurso mais utilizado,
nem o principal na redução da dor. Até porque nem sempre este neurônios, ao serem
altamente estimulados, se deprimem: regularmente aumentam as reações.

Os neurônios fazem sinapse na medula e passam a informação para o cérebro. Não apenas os
nociceptores, como todos os outros. Quando mais de um tipo de neurônio é estimulado, os de
diâmetro maior se sobrepõem ao de menor bitola. Uma das classificações de neurônios
sensoriais os divide em tipo A (5 a 20µm), B (3 µm), C (0,5 a 1 µm, os nociceptores) e D (1 a
7µm). Como percebemos, os nociceptores são os de menor bitola e, por isto, os mais
prejudicados, motivo que deu, ao mecanismo, o nome de portal ou portão da dor.

Colocar tirinhas de esparadrapo utiliza, entre outros, também esse mecanismo na redução da
dor.

3- Restrição de movimento

Apesar de o autor destacar que o objetivo do Spiral Tape não é imobilizar o local da lesão,
essa reação é fundamental para o sucesso do método em vários casos de lesão ou cirurgia
articular. Todo movimento articular possui um centro ou região de apoio; ao segurarmos a
pele de um lado ou sobre a articulação, este ponto muda; com menos esforço no ponto
debilitado por alguns dias, o organismo terá mais condições de reabilitar-se.

4- Propriocepção

Os neurônios proprioceptivos passam informações tanto da posição do corpo, quanto do seu


movimento. Imaginemos, como exemplo, os joelhos se flexionando ao corrermos. Os
estímulos da pele que se estica são tão importantes para o controle do movimento quanto os
impulsos vindos dos OTGs (órgão tendinoso de Golgi), que ficam junto aos tendões e relatam
a tensão nos músculos. Considerando que parte da pele está aderida às tirinhas, a parte que
sobra se esticará mais que o normal para certo ângulo de flexão, passando uma impressão
falsa ao cérebro. Dessa forma os movimentos articulares serão menores, o que é bom no caso
de recuperação articular.

5- Transferência de esforço

As tirinhas de esparadrapo podem ser utilizadas para transferir os esforços articulares a outros
locais. Como o peso o braço, que geralmente fica na articulação glenoumeral e músculos
periféricos, que pode ser parcialmente transferido para a escápula e pele da região como a
figura ao lado.
6- Ação em vísceras e órgãos

Reflexo cutâneovisceral. Os trajetos reflexos entre as vísceras e certos músculos já foram


confirmados. Devido ao desenvolvimento embrionário, um mesmo nervo costuma enervar a
pele, músculos e vísceras. Uma disfunção no órgão promove contratura ou dor no músculo
associado da mesma forma em que estressores no tecido podem afetar a função visceral. Não
promovem as tirinhas, estímulos sobre a pele? Pois é: o efeito sobre as vísceras pode muito
bem não ser placebo.

Essas reações reflexas têm ação sobre os músculos da respiração, do sistema digestório, nos
do sistema geniturinário e em todos os outros. Qualquer dia,vão utilizar a técnica para tratar
impotência sexual e colherão bons frutos (é uma das poucas coisas que ainda não li na relação
de tratamentos com a técnica).

7- Ação em quadros emocionais

Não é nenhuma novidade que a serotonina tem ação direta até em quadros de angústia e de
depressão. Abigail Muniz Caraciki, a fonoaudióloga de registro número 0001 no Brasil, tem
relatado com constância o sucesso que tem conseguido com o uso desta técnica em distúrbios
da fala.

Atualizações na Técnica

Percebemos que esse método abre muito para as implementações. Entre vários profissionais
da área, percebemos variedades na interpretação, solução e atendimento com as tirinhas.

Além das sugestões encontrada na obra do mentor – Tanaka – encontramos outras linhas que
também utilizam tirinhas ou células de esparadrapo.
Certa linha desenvolveu grande listagem de protocolos prontos. relaciona uma patologia –
condromalácia, esporão de calcâneo, rinite, enxaqueca, insônia, lombalgia e muitas outras –
com uma grade ou protocolo. Além de muitos protocolos novos, é muito bom para quem não
confia no O-Ring Test.

Outras linhas desenvolveram a aplicação de células aderidas em pontos. Alguns mais


próximos dos pontos gatilho (tigger points) e da terapia miofascial e outros mais chegados aos
pontos da acupuntura, procuram promover reações de cura mantendo algumas células presas a
esses pontos por alguns dias. Há quem coloque ponto quartzo, sementes, pastilhas de silício
ou até pedaços de arroz, o que amplia os efeitos, especialmente as reações parassimpáticas.

Em outra de minhas obras – Terapia do Esparadrapo – procurei sintetizar os protocolos


conforme minha experiência que, na época da edição da obra, contava com mais de cinco
anos e milhares de atendimento. A ponto de apresentar grades e protocolos que, em sua
maioria, possuíam algum diferencial em relação aos outros métodos.

Há ainda certa linha que se especializou no uso das tirinhas no intuito de promover
compensação muscular. As tirinhas, por segurar a pele em direções e modificar a
propriocepção, promove compensações musculares. Tudo de útil a terapeutas corporais como
errepegistas e fisioterapeutas.

Conclusão

O método, apesar de ter pouco tempo de criado e estar sendo bem divulgado, ainda está em
seu início: muito ainda conquistará tanto na área médica quanto na alternativa.

Bibliografia

Haddad, Carlos Roberto Serrão Haddad & Bona, Marcos Guimarães.Terapia do esparadrapo.
Rio de Janeiro: EDIBTED, 2007.

TANAKA, Nobutaka. O que é spiral taping. 3 ed. São Paulo: Spiral Taping do Brasil, 1998.
TÉCNICA DO ESPARADRAPO - Abigail Muniz Caraciki.

A técnica do esparadrapo na fibromialgia.

Dispomos de poucos conhecimentos desta síndrome clínica, onde as dores são mais acentuadas na

musculatura e se espalham pelo corpo todo, tornando-se difícil localizar, acertadamente, onde há maior

dor. Esta é a nossa grande busca para tratar esta síndrome.

Estas pessoas apresentam, também, intolerância aos exercícios físicos, o sono não repousante, pois

acordam cansadas e com maior sensibilidade às dores. Isso ocorre, por vezes, pela má postura ao

dormir, onde a musculatura fica dolorida e se contrai. Esta tensão leva a mais dor, que tensiona mais o

músculo, e assim por diante.

Além das dores, também, se apresenta a depressão, e por isso muitos pacientes pensam que tratando a

dor a depressão passará. Isto pode não ocorrer, mas certamente haverá grande melhora.

Também, as posições viciosas do corpo que quebram a postura, geram incômodos, até que uma dor

insuportável tome conta do indivíduo que se irrita, fica com mau humor, seu sono é interrompido várias

vezes, e muitas vezes através de câimbras. O que fazer, como a Terapia do Esparadrapo pode ajudar?

Em primeiro lugar, o terapeuta deve deixar que o fibromiálgico fale bastante do que está sentindo, pois,

como já foi dito, são grandes as dificuldades de localizar o maior ponto da dor. Através desta conversa,

propomos sempre ao paciente que relaxe e aguarde o momento da localização do ponto de maior dor. O

relaxamento vem através da passagem das nossa mãos, devidamente higienizadas e alisadas entre si,

sobre o local que dói mais, onde a suavidade com que as mãos deslizam sobre o corpo geram uma

maior tranqüilidade ao paciente que, de imediato, aponta o maior ponto de dor.

Por esta razão, a sessão de terapia no fibromiálgico tem a duração, por vezes, de mais de uma hora,

pois dificilmente aceitamos “a dor melhorou”, visto querermos ouvir “a dor passou”.

Como fazemos isto? Simplesmente, após a indicação do ponto de maior dor colocamos uma malha

sobre o ponto, que não deve ter edema (nunca se coloca uma malha sobre um edema ou mesmo sobre

um inchaço). A característica da dor no fibromiálgico é a mesma: passa instantaneamente, mas vai se

localizar em outro ponto do corpo. O que fazer?

Naturalmente, vamos com a mesma malha, que deve ser retirada e colocada onde a dor está, e assim

sucessivamente, até que a malha fique no ponto onde a dor passe. Quando conseguimos isso, estamos

melhorando a qualidade de vida do paciente e acelerando a sua recuperação.

Continuamos nossas pesquisas, pois a cada dia que trabalhamos com as malhas encontramos novos

caminhos, porém, sem nos esquecermos que a técnica está sempre a serviço das idéias. Na realidade,

somos buscadores de novos caminhos por portas abertas, mas também buscamos abrir portas

fechadas.
A seguir, tipos de malhas que deverão ser usadas de acordo com a avaliação do paciente, que recebem

uma denominação para cada tipo:

1 - SOS – Como o nome indica, é uma malha de socorro que deve ser usada para acalmar a dor.

2 – ARTICULAR - Quando a dor é articular.

3 – MUSCULAR – Quando a dor é muscular.

4– JOGO DA VELHA – Geralmente colocada na parte posterior do corpo.

5 – CÍRCULO OU CÉLULA – Funciona quase igual ao SOS.

6– LOSANGO – Também quase igual ao SOS (é um quadrado na posição de losango).

7 – PONTOS CARDEAIS - Usados nos casos de necessidade de drenar o local em que há inchaço ou

edema.
As fotos retratam tratamentos feitos com sucesso no estágio de voluntariado do projeto “VIVER MAIS”,

do Hospital do Andaraí, na Rua Paula Brito, 407, 4º andar, Rio de Janeiro, RJ, às terças-feiras das 9 às

12h. Marcação de visitas pelos telefones: (21) 2295-3780 / 2275-9801 / 9915-7052 / 9926-5999.
TÉCNICA DO ESPARADRAPO - Abigail Muniz Caraciki.

As dores nas regiões abaixo do diafragma, restrição cervical à esquerda.

Já escrevemos sobre a importância da avaliação no paciente que sofre com as dores, mas no momento

vamos abordar somente dores que surgem abaixo do diafragma, obviamente com a restrição cervical à

esquerda.

É importante que a malha usada seja a indicada pela avaliação. Não podemos nos esquecer, também,

da avaliação do paciente no ponto “Yot” e através do “O-Ring Test”, a cada início e término da sessão.

Encontramos as seguintes dores abaixo do diafragma: lombalgia aguda, lombalgia crônica, sacralgia,

ciatalgia, esporão de calcâneo, equilíbrio em AVC, pé chato, hérnia de disco, cicatrizes, distensão e

contratura muscular, lesões em quadríceps e esquiotibiais, joelhos, câimbras, tendão de calcâneo,

inversão e eversão de tornozelos, joanetes, planta do pé, dorso do pé e dedos dos pés.

Vamos escolher falar sobre LOMBALGIA e INVERSÃO DE TORNOZELO. Estes dois assuntos têm em

comum o ponto S1/S2, onde devemos colocar um SOS sobre S1 ou S2, onde estiver mais dolorido.

A seguir, aplicaremos a pulseira nas mãos, um SOS em cada região poplítea e uma tira na cintura, onde

está “correndo” a dor. No caso de dor não passar podemos aplicar a malha mais extensa, que

seguramente fará cessar a dor lombar.

No caso da inversão do tornozelo, aplicar as tiras de esparadrapo de acordo com as fotos apresentadas

no final desta exposição.

Não podemos nunca deixar o paciente sair com dor, pois este é o nosso objetivo principal: tirar

totalmente as dores.

Até mais.
Esparadrapo em Dor Articular
Por Carlos Roberto Serrão Haddad
Extraído da obra Terapia do Esparadrapo

A Técnica do Esparadrapo consiste em aplicar tirinhas de esparadrapo, sem


medicamentos, sobre a pele com fins terapêuticos.

Esta terapia é muito recente: seu criador, o médico acupunturista japonês Dr Nobutaka
Tanaka, fez sua primeira observação em 1980, começou a praticar essa técnica cinco anos
depois, data que prefere marcar como o início do método, e apenas em 93 fundou a primeira
associação Spiral Tape. Mesmo assim já está internacionalmente famosa. Não é para menos:
sua eficácia é algo surpreendente.

O criador destaca a eficácia do método nas dores artromusculares e na otimização do


rendimento de atletas, até porque foi graças a um atleta que o método ganho reconhecimento
nacional (no Japão), mas esse método tem sido utilizado em inúmeros males: até em
distúrbios da fala e quadros de tristeza, cefaléia ou depressão, com sucesso espantoso.

Contudo, as explicações seguem os princípios energéticos usados e abusados em terapias


orientais: pouco se explica conforme a fisiologia. Não que não pudéssemos, mas parece mais
glamoroso lidar com energias especiais, milenares ou recém descobertas, do que com esse
monstro: a Fisiologia. E bem mais fácil também.

Como o que importa é a eficácia no alívio de dores, sugiro que o leitor não se acanhe e
experimente alguma prática.

Um dos protocolos mais simples é a grade articular, muito eficaz no alívio de dores e na
reabilitação articular. Como as contra-indicações são em quadros de alergia ao esparadrapo e
em peles muito sensíveis (anciãos e bebês), sem possibilidades de prejuízo ao modelo, a
experiência costuma ser muito produtiva desde que se evite os quadros contra-indicados
(requerem esparadrapo antialérgico e algum conhecimento complementar).

Como fazer

Adquira um rolo de esparadrapo e uma tesoura, preferencialmente sem ponta.

Identifique dor em alguma articulação de um parente ou amigo.


Limpe bem a área a receber o esparadrapo. Se não puder lavar com água e sabonete, use
álcool e friccione com uma toalha.

Picote o esparadrapo com largura aproximada de 6 mm. Ao puxar este picote, se soltará, do
rolo de esparadrapo, uma tirinha.

Aplique primeiro longitudinalmente sobre a articulação pelo lado externo, onde a pele é mais
grossa e pigmentada, fazendo o desenho conforme a figura. A distância entre as tirinhas é de
aproximadamente a sua largura e, no máximo, duas vezes.
Não deixe o esparadrapo esticar a pele ou ficar enrugado sobre ela. Se isto acontecer, solte e
reponha a tirinha. Se necessário, dobre um pouquinho a peça (joelho, cotovelo ou dedo) para
que a pele não fique enrugada.

Depois aplique transversalmente. O espaço pode ser de até quatro vezes a largura.

Para finalizar, aperte bem todas as tirinhas contra a pele.

Recomende que fique por quatro dias para que a ação sobre o mecanismo de compensação
muscular seja efetiva. Avise que pode lavar (tomar banho), evitando apenas imersão (piscina).

Vocês vão se admirar com os resultados.

Contraindicações

Repetindo para não esquecer.

Caso a pessoa relate queimação ou alergia, o protocolo deve ser prontamente retirado.

Evite em pele frágeis (bebês e pessoas com idade muito avançada).

Próximas turmas: confira aqui.

Para adquirir o livro: acesse o site www.ibted.com.br.


IBTED - Instituto Brasileiro de Terapias
Energodirecionadas Rua Conde de Bonfim,
310/908 - Praça Sãens Pena
Central de Informações: (21) 2264-7576
Terapia do Esparadrapo
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Therapeutic taping, é uma técnica de tratamento que alivia a dor, relaxa a musculatura, trata as
articulações, edemas e reequilibra cicatrizes. Utilizando fitas adesivas (esparadrapo) colada na
pele resultando uma recuperação mis rápida e simples da lesão.

O objetivo da Therapeutic Taping não é de imobilizar o local da lesão, em alguns casos, a redução
proposital de alguns movimentos, não permitindo que a áreas lesionadas sejam forçadas. Quando
os músculos e as inervações, possuem uma baixa capacidade de auto recuperação o Therapeutic
Taping agira com função similar ao das fáscias protegendo os músculos e tendões e articulações.
O prof. Nobutaka Tanaka, notou que quando a pessoa está com uma lesão em algum ponto do
corpo, existe uma pressão sobre este local e em conseqüência desta pressão surgem o que foi
denominado de pressão de compensação. O tratamento deste ponto de compensação dever ser
feito através de aplicações de fitas no sentido correto de modo a reequilibrar a energia do corpo.
Ao colocar a fita no local e sentido correto da energia, a melhora pode ser notada de imediato
porem os efeitos principais surgem após 15min, mas se a fita for colocada no local ou sentido
errado não irá surgir um bom efeito e após alguns minutos poderá aumenta a dor ligeiramente.

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