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TRIBUNAL DO JURI

Toni Carvalho Cordeiro1

O Tribunal do Júri, que é instituição indispensável da Justiça com laco estreito com o
julgamento anglo-saxão, tem a importância pela direta participação popular e democratização
que trazem no bojo paixão e ódio dentro de um mesmo contexto. Previsto na Constituição
Federal, no capítulo que trata dos Direitos e Garantias Individuais e Coletivos (art. 5o,
XXXVIII), e, por isso, tem sido entendi- do como uma garantia individual ao direito à liberdade
de um autor de crime doloso contra a vida, que só́ pode ser julgado pelos seus pares, através do
Tribunal do Júri. De outro lado, traduz o direito de o cidadão participar da justiça de seu país,
julgando determinadas infrações penais. O Júri é o apogeu da democracia, referência do
liberalismo, assim não há que se concebê-lo distanciado da democracia, nem tampouco
acreditar num Estado Democrático de Direito em que os princípios fundamentais da instituição
popular não sejam preservados. O fato de o júri existir há muito tempo em nosso ordenamento
não afasta a relevância do estudo, sendo, pois, equivocado o entendimento de que, por se prestar
ao uso a que se destina – julgamento com participação popular –, a instituição, em virtude do
cumprimento de sua finalidade, não estaria a merecer escrupulosa investigação. Emento de sua
finalidade, não estaria a merecer escrupulosa investigação.

Palavra Chave: Tribunal, Cidadão, Constituição Federal, Justiça, Direito

1
Aluno do Curso de Bacharel em Direito do 7º Período do Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro
Oeste – UNIDESC.
DO TRIBUNAL DO JURI

Nas Palavras de Rodrigo Antunes (2014, Pg. 12-14) O Tribunal do Júri, que é instituição
indispensável da Justiça com laco estreito com o julgamento anglo-saxão, tem a importância
pela direta participação popular e democratização que trazem no bojo paixão e ódio dentro de
um mesmo contexto. Ainda em suas Palavras o júri, embora estritamente formal, é um
julgamento social antes de mais nada, razão pela qual suas decisões devem estar pareadas a
momentos sociais distintos. É o julgamento do homem pelo homem.

Mais o que seria o Tribunal do Júri? Walfrido Campos (2010, Pg. 01) nos diz que: O
Júri é um órgão que integra o Poder Judiciário de 1a instância, pertencente à Justiça comum,
colegiado e heterogêneo – formado por um juiz togado, que é seu presidente, e por 25 cidadãos
–, que tem competência mínima para julgar os crimes dolosos praticados contra a vida,
temporário (porque constituído para sessões periódicas, sendo depois dissolvido), dotado de
soberania quanto as suas decisões, tomadas de maneira sigilosa e inspiradas pela intima
convicção, sem fundamentação, de seus integrantes leigos. Previsto na Constituição Federal, no
capítulo que trata dos Direitos e Garantias Individuais e Coletivos (art. 5o, XXXVIII), e, por
isso, tem sido entendi- do como uma garantia individual ao direito à liberdade de um autor de
crime doloso contra a vida, que só́ pode ser julgado pelos seus pares, através do Tribo- mal do
Júri. De outro lado, traduz o direito de o cidadão participar da justiça de seu país, julgando
determinadas infrações penais.

Em um breve resumo histórico Acerca do tribunal do Júri, instituição milenar que


percorreu os séculos e os continentes, passando por tiranos e democratas, príncipes e burgueses,
Estados democráticos e Estados Absolutos, enfrentou, enfim, todos os vícios e virtudes da
humanidade, durante todos estes séculos, o Júri teve momentos áureos, em que seus princípios
essenciais se fortaleciam, deparando-se, contudo, em alguns momentos, com o seu próprio
declínio, vendo passivamente suas características elementares se esfacelarem frente ás
restrições e vícios do Estado absoluto e dos regimes autoritários; Não há como se construir um
modelo de Júri sem que haja, definitivamente, um sistema democrático. Júri e democracia se
entrelaçam de tal forma que um não pode prosperar sem o outro. O Júri é o apogeu da
democracia, referência do liberalismo, assim não há que se concebê-lo distanciado da
democracia, nem tampouco acreditar num Estado Democrático de Direito em que os princípios
fundamentais da instituição popular não sejam preservados.

No Brasil A instituição do Júri passou por uma série de transformações dentro do


contexto histórico-jurídico brasileiro. Estas mudanças verificadas na instituição popular, como
não poderia ser diferente, foi reflexo do panorama constitucional brasileiro, conforme pode
facilmente ser visto nos mais variados modelos de Júri apresentados pelas diversas
constituições brasileiras, desde o período imperial até o final do século XX.

O Júri brasileiro sempre foi marcado por uma oscilação entre períodos de crise e
momentos áureos, conforme se vê desde a sua consolidação na Constituição de 1824 até os dias
atuais. Na verdade, o Júri sempre teve esta feição, ora respeitado e imponente, ora desacreditado
e decadente. No Brasil não haveria de ser diferente, já que cada Constituição apresenta a
instituição com uma moldura distinta das demais, aumentando ou restringindo a sua
importância na distribuição da justiça no país.

O Júri foi instituído no Brasil através do ato de 18 de junho de 1822, inicialmente sendo-
lhe atribuída competência para julgar os crimes de imprensa, o que posteriormente se
modificou, já com o Código de Processo Criminal de 1832, quando então passou a julgar um
número bastante extenso de infrações penais. A primeira sessão do Tribunal do Júri no Brasil
ocorreu em 25 de junho de 1825, no Rio de Janeiro, tendo como vítima o então Intendente Geral
de Polícia, Francisco Alberto Ferreira de Aragão, ofendido por meio de carta injuriosa
publicada no Diário Fluminense. O Brasil imperial, em razão da sensível proximidade do nosso
direito com o da Europa continental, sofreu intensa influência dos ideais burgueses da
Revolução Francesa, sobretudo no que concerne à proteção individual.

Nas palavras de Fábio Goulart (2008, Pg.8), O fato de o júri existir há muito tempo em
nosso ordenamento não afasta a relevância do estudo, sendo, pois, equivocado o entendimento
de que, por se prestar ao uso a que se destina – julgamento com participação popular –, a
instituição, em virtude do cumprimento de sua finalidade, não estaria a merecer escrupulosa
investigação. Emento de sua finalidade, não estaria a merecer escrupulosa investigação.

O reexame do júri afigura-se ainda interessante não para ao final se lançar conclusão
sobre ser ele bom ou ruim, sobre dever ou não ser abolido, mas para se buscar a correção de
alguns de seus defeitos e aprimorá-lo. E para tanto é preciso, pois, examinar antes alguns de
seus aspectos estruturais.

Esse exame não poderia prescindir do estudo prévio do procedimento3 do júri, tal como
previsto em nossa legislação, seguido da análise das principais críticas feitas à instituição, para,
somente após, realizar-se a tarefa voltada concepção de um renovado modelo, já́ que a proposta
está́ dirigida para a apresentação de sugestões para seu aperfeiçoamento.

CONCLUSÃO

Um dos graves problemas para a evolução de um determinado campo do saber é o


repouso dogmático. Quando não se estuda mais e não se questionam as “verdades absolutas”.
O Tribunal do Júri é um dos temas em que a doutrina nacional desfruta de um longo repouso
dogmático, pois há anos ninguém (ousa) questiona(r) mais sua necessidade e legitimidade.

É verdade que o Tribunal do Júri, cláusula pétrea da Constituição, art. 5º, XXXVIII, foi
muito importante na transição para o sistema acusatório e sua consolidação, mas isso não
desautoriza a crítica, até porque a Constituição consagra o júri, mas com a “organização que
lhe der a lei”. Ao remeter a disciplina de sua estrutura à lei ordinária, permite uma ampla e
substancial reforma (para além da realizada em 2008, destaque-se), desde que assegurados o
sigilo das votações, a plenitude de defesa, a soberania dos veredictos e a competência para o
julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Mas, para isso, é necessária uma visão
desapaixonada, que permita cortar na carne e reinventar o júri.

Apesar das divergentes opiniões sobre o Tribunal do Júri, não podemos negar que o mesmo é a
justiça em circulação, pois através de seus operadores do direito, em plenário, se escorre suor,
lágrimas, sorriso, disposição e cansaço, adaptando a conhecida máxima de Castro Alves: O
“Júri” é do povo, como o céu é do condor. Neste prisma é de frisar a importância dos
profissionais que atuam nesta área, pessoas altamente qualificadas, que escolheram esta
profissão por serem exímios profissionais, além do vasto conhecimento jurídico é preciso
emoção e paixão pela causa, e se olharmos o Tribunal do Júri como um espetáculo, ficaremos
em pé e exaustivamente aplaudiremos.
BIBLIOGRAFIA

Antunes, Rodrigo. O Tribunal do Júri na Visão do Juiz, do Promotor e do Advogado - Versão


Compacta: Questões Práticas Fundamentais. Atlas, 2014.

Campos, Walfrido. Tribunal do júri. Atlas, 2010. Vital Book file. Minha Biblioteca.

Goulart, Fábio. Tribunal do júri: aspectos críticos relacionados à prova. Atlas, 2008.

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