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Wings Over Vietnam

Operação Linebacker – Missão #001


Data: 08/05/1972

Status da Campanha:

Em 1972 a vietnamização do conflito que ficou conhecido como Guerra do


Vietnam já se encontrava em andamento. Após se preparar militarmente por três anos
durante a suspensão dos bombardeios, o Vietnam do Norte lança a chamada “Ofensiva
da Páscoa”. Uma gigantesca invasão do Sul em três frentes empregando tropas, tanques
e artilharia.
Em 8 de maio de 1972, o presidente Richard Nixon autoriza a Operação
Linebacker. Com o objetivo de cortar a cadeia de suprimentos para as forças invasoras e
forçar o Vietnam do Norte a retomar as conversações de paz. Ao contrário da Operação
Rolling Thunder, onde todos os alvos eram cuidadosamente selecionados pela Casa
Branca, os comandantes operacionais teriam menos restrição para selecionar os alvos
que seriam atingidos.
Nosso esquadrão é o VF-103 Sluggers, equipado com o F-4J Phantom. Nossa
missão será apoiar as operações contra o Norte.

Briefing:

Nossa primeira missão tem como objetivo a Base Aérea de Yen Bai. Esta base
abriga um esquadrão de MiG-17 e um de J-6 Farmer-C. O J-6 é a versão chinesa do
MiG-19. Cada esquadrão possui aproximadamente 15 aeronaves.

Nossa esquadrilha é formada por 4 aeronaves. O objetivo do primeiro elemento é


inutilizar a pista de Yen Bai. Para isto as aeronaves estão armadas com 4 bombas Mk83
de 1000lbs cada. Ao segundo elemento compete a missão de manter a defesa aérea de
Yen Bai ocupada. Elas estão carregadas com seis bombas Mk.20 Rockeye II. Como
proteção contra os interceptadores da VPAF, todas as aeronaves também estão armadas
com 4 mísseis AIM-7E Sparrow e 4 AIM-9H Sidewinder. Para finalizar levamos
também tanque de combustível alijável de 600 galões.

Debriefing:

No horário marcado para o início da missão, somos autorizados a posicionar


nossas aeronaves nas catapultas suas respectivas catapultas.

Após executar as verificações pré-decolagem, acelero os motores até a pós-


combustão total. Sinalizo ao oficial de vôo que está tudo OK. Seu braço desce enquanto
ele se abaixa e aponta para frente. A catapulta dispara, acelerando as quase 56 mil libras
da minha aeronave até a velocidade de decolagem em questão de segundos.
Logo após a decolagem, recolho os trens de pouso, flapes e reduzo a potência
para permitir que meus alas entrem em formação ao mesmo tempo em que efetuamos
uma subida em rota para nosso primeiro fixo.

Os ataques normalmente são executados por várias esquadrilhas, cada uma com
uma função distinta. Hoje, operando na nossa área teremos duas esquadrilhas de F-4 da
USAF em missão CAP (Patrulha Aérea de Combate). A eles compete manter os
interceptadores longe das aeronaves de ataque.
Aeronaves F-4E e F-105G para a tarefa de SEAD (Supressão de Defesa Aérea).
Os F-105G são aeronaves especializadas em missões Iron Hand, seus alvos são as
posições de mísseis antiaéreos (SAM) que fazem à defesa do Norte.
Uma esquadrilha de B-52 também tem como alvo a Base Yen Bai. Os B-52
efetuam seus ataques acima do FL300, altitude que os mantém fora do alcance da AAA,
artilharia antiaérea.

Aproveito o tempo de vôo para preparar os sistemas para o ataque. Configuro o


lançamento de todas as bombas em uma única passagem. Como o nosso alvo é a pista
de Yen Bai, ajusto um espaçamento de 160m para maximizar os danos.
Ao nos aproximarmos do litoral os primeiros radares de busca começam a aparecer no
RWR. Iniciamos a descida para a nossa altitude de ingresso, 1600 pés.
“Dodge 11, Red Crown, bugs 12 horas, mais de 50 milhas. Fiquem atentos.”.
Red Crown, o nosso Centro de Controle Aéreo Tático (TACC), nos informa que
detectou aeronaves não identificadas, provavelmente MiGs, a mais de 50 milhas à nossa
frente.
Meu RIO começa a trabalhar no seu radar em busca de qualquer aeronave hostil. Manter
a consciência situacional pode significar a diferença entre voltar para casa inteiro e um
passeio de pára-quedas.

Antes de começarmos a voar sobre a terra, ordeno aos meus alas a mudarem para
formação de linha de frente.
Executo o Fence Check, que consiste em ativar as armas e desligar as luzes de
navegação. A esta altura, já estamos na nossa altitude de penetração, com
aproximadamente 550 KIAS.
“Red Crown, Dodge 11, feet dry”. Com esta chamada, informo ao TACC que estamos
sobrevoando território norte vietnamita. Logo em seguida os primeiros disparos da
AAA 1 começam a explodir ao redor das nossas aeronaves. Outras aeronaves nas
proximidades começam a anunciar disparos de SAMs. Charlie, apelido dos norte-
vietnamitas, teve 3 anos para preparar suas defesas aéreas.
Não demora muito para descobrirmos a eficiência das defesas do inimigo.
“Wolfpack Lead, 2, SAM LANÇADO! SAM LANÇADO!”. Um SA-2 é lançado
contra um dos F-4 em missão CAP.
“MAYDAY! MAYDAY! Fui atingido! Fui atingido!”. Na posição de 12 horas, no alto,
vemos o rastro de fumaça negra do F-4 atingido.
Este é o último contato de Wolfpack 12. Nenhum pára-quedas é avistado.

Continuamos nosso vôo até o alvo, de repente.


“Dodge Lead, 3, Lançado! Lançado!”. Um SAM foi lançado contra o avião número 3 da
nossa esquadrilha. Ele ejeta suas cargas para deixar o avião mais leve e consegue
escapar do míssil.
Pouco depois é a vez do número 4 ter que alijar sua carga quando se vê sobre uma
posição de AAA. Desta forma, perdemos nosso apoio contra as defesas aéreas de Yen
Bai.

Ao alcançar o ponto inicial (IP), efetuo uma curva fechada à direita, me mantendo atrás
de uma elevação do terreno para maximizar o efeito surpresa. Como o segundo
elemento alijou sua carga ofensiva, ordeno a eles que nos dêem cobertura contra
possíveis interceptadores inimigos.
Alijo meu tanque de combustível e ordeno a Dodge 12 que faça o mesmo.
Ao alijar o tanque externo, as bombas de Dodge 12 também caem. Não adianta arriscar
envia-lo contra a base, ordeno então que ele me dê cobertura contra um possível ataque
de MiGs.

Ao executar a última curva para o alvo, Dodge 13 entra na fonia. “Dodge Lead, 3,
bandido, 8 horas, 4 milhas, alto.” Um MiG-21 tenta se aproximar a partir da posição de
8 horas, ou seja, atrás e a esquerda da minha aeronave.
“Dodge 14, Tally, Visual.”. “Dodge 14, Fox Two! Fox Two!”. “Dodge 12, Fox Two!”.
3 AIM-9 são disparados contra o MiG-21. Nenhum míssil atinge o alvo, mas é o
suficiente para fazer com que o Charlie decida caçar em outro lugar.
Com a base aérea à vista, aciono os pós-combustores e ganho altura para poder lançar
minhas bombas. É importante estarmos acima dos estilhaços lançados pelas explosões
das bombas. Este é o momento mais perigoso da missão. Estamos completamente
carregados e ganhando altura, expondo-nos às defesas em torno de Yen Bai.
No topo do arco, executo um meio tunô e inicio o mergulho para lançar as Mk83. Como
se tivesse sido planejado, neste exato momento as bombas dos B-52 começam a
explodir no perímetro da base. Isto deve distrair as defesas o tempo suficiente para o
meu ataque.
Acabo não alcançando altura suficiente para alinhar com a pista e lançar as bombas.
Solto minhas bombas na intersecção de uma das cabeceiras.

As bombas atingem a cabeceira da pista enquanto eu continuo o mergulho para escapar


de qualquer AAA que decida entrar em ação.
Mantenho o avião colado ao solo, e me afasto o mais rápido possível do alvo efetuando
curvas aleatórias para não me tornar um alvo fácil.
“Dodge 11, reagrupar.” Ordeno minha esquadrilha para reagrupar e me dirijo para o
ponto de saída.

Uma explosão de flak à minha frente me lembra que lançar as bombas no alvo é só a
primeira parte da missão. É preciso também voltar à base.
Aos poucos a esquadrilha vai se reunindo para o regresso. Mas durante o nosso vôo em
direção ao litoral, Dodge 14 é atingido por uma metralhadora antiaérea.
Enquanto retornamos a base, a batalha continua acima de nós. E um MiG-17 cai ante
aos canhões de um dos F-4 da CAP.
“Dodge 11, feet wet.”. É a minha chamada para informar a Red Crown que estamos
voando sobre o mar. Ainda estamos ao alcance dos SA-2, então mantemos o vôo baixo.
Apesar dos danos provenientes do seu encontro com a AAA, Dodge 14 retornará ao
Saratoga, ao invés de alternar para Da Nang.
A 10 milhas do porta-aviões eu ordeno meus alas a retornarem à base.
Somos vetorados para um pouso direto.
Alinhar um avião a quase 200 nós com uma pista flutuante do tamanho de selo não é
uma das coisas mais tranquilas que você pode fazer. E é tudo irritantemente rápido nos
segundos finais.

Um baque seco, uma rápida desaceleração e estamos em casa. Dirijo meu avião para o
ponto de espera enquanto os outros integrantes da esquadrilha executam seu pouso.
Finalmente Dodge 14 efetua um pouso perfeito, apesar dos danos no seu avião.

Conclusão:

Vôos de reconhecimento posteriores indicaram que minhas bombas atingiram a pista de


Yen Bai, próximo a uma das cabeceiras. Apesar de considerada um sucesso, com a base
ainda operacional, é quase certo que voltaremos a visitá-la em pouco tempo..
O Wings Over Vietnam, desenvolvido pela ThirdWire, pode ser considerado um
simulador leve. Ele não possui o nível de detalhamento de simuladores como Falcon 4
ou LOMAC. Mas é incrível o que uma empresa de um homem só é capaz de fazer.
O Vietnam foi divido, para fins de operações aéreas, nas chamadas Route Packs. Por
isto, operações em conjunto envolvendo a USAF e a US Navy não eram comuns.

Álbum PICASA:
http://picasaweb.google.com.br/114167815390229188156/WOVL1VF103AARM01#
1
Charlie ou Victor Charlie. Apelido usado para chamar os Norte Vietnamitas ou os Vietcongs.

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