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Calvinismo

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Calvinismo

João Calvino

Bases históricas:

Cristianismo
Agostinho de Hipona
Reforma

Marcos:

A Institutio Christianæ
Religionis de Calvino
Os Cinco Solas
Cinco Pontos (TULIP)
Princípio regulador
Confissões de fé
Bíblia de Genebra

Influências:

Teodoro de Beza
John Knox
Ulrico Zuínglio
Jonathan Edwards
Teologia puritana

Igrejas:

Reformadas
Presbiterianas
Congregacionais
Batistas Reformadas

O Calvinismo (também chamado de Tradição Reformada, Fé Reformada ou Teologia


Reformada) é tanto um movimento religioso protestante quanto um sistema teológico
bíblico com raízes na Reforma iniciada por João Calvino em Genebra no século XVI. A
tradição Reformada foi desenvolvida, ainda, por diversos outros teólogos como Martin
Bucer, Heinrich Bullinger, Pietro Martire Vermigli e Ulrico Zuínglio. Apesar disso, a fé
Reformada costuma levar o nome de Calvino, por ter sido ele seu grande expoente.
Atualmente, o termo também se refere às doutrinas e práticas das Igrejas Reformadas[1] .
O sistema costuma ser sumarizado através dos cinco pontos do calvinismo.
Índice
[esconder]

 1A obra de João Calvino


 2Interpretação sociológica
 3Denominações calvinistas
 4Ver também
 5Referências
 6Ligações externas

A obra de João Calvino[editar | editar código-fonte]


João Calvino exerceu uma influência internacional no desenvolvimento da doutrina
da Reforma Protestante, à qual se dedicou com a idade de 30 anos, quando começou a
escrever a "Instituição da religião Cristã" em 1534 (publicado em 1536). Esta obra, que foi
revista várias vezes ao longo da sua vida, em conjunto com a sua obra pastoral e uma
coleção maciça de comentários sobre a Bíblia, são a fonte da influência permanente da
vida de João Calvino no protestantismo.[2]
Calvino apoiou-se na frase de Paulo: "pela fé sereis salvos", revisada por Martinho Lutero.
Para Bernardye Cotitretw, biógrafo de Calvino, "o calvinismo é o legado de Calvino e torna-
se uma forma de disciplina, de ascese, que raramente é levada ao extremo da teimosia". O
calvinista é pois no extremo um profundo conhecedor da Bíblia, que pondera todas as
suas ações pela sua relação individual com a moral cristã. O calvinismo é também o
resultado de uma evolução independente das ideias protestantes no espaço europeu
de língua francesa, surgindo sob a influência do exemplo que na Alemanha a figura de
Martinho Lutero tinha exercido. A expressão "calvinismo" foi aparentemente usada pela
primeira vez em 1552, numa carta do pastor luterano Joachim Westphal, de Hamburgo.
O calvinismo marca a segunda fase da Reforma Protestante, quando as igrejas
protestantes começaram a se formar, na seqüência da excomunhão de Martinho Lutero
da Igreja Católica romana. Neste sentido, o calvinismo foi originalmente um movimento
luterano. O próprio Calvino assinou a confissão luterana de Augsburg de 1540. Por outro
lado, a influência de Calvino começou a fazer sentir-se na reforma Suíça, que não foi
Luterana, tendo seguido a orientação conferida por Ulrico Zuínglio. Tornou-se evidente que
a doutrina das igrejas reformadas tomava uma direcção independente da de Lutero,
graças à influência de numerosos escritores e reformadores, entre os quais João Calvino
era o mais eminente, tendo por isso esta doutrina tomado o nome de calvinismo.
Uma vez que tem múltiplos fundadores, o nome "calvinismo" induz ligeiramente ao
equívoco, ao pressupor que todas as doutrinas das igrejas calvinistas se revejam nos
escritos de João Calvino.
O nome aplica-se geralmente às doutrinas protestantes, que não são luteranas, e que têm
uma base comum nos conceitos calvinistas, sendo normalmente ligadas a igrejas
nacionais de países protestantes, conhecidas como igrejas reformadas, ou a movimentos
minoritários de reforma protestante.
Nos Países Baixos, os calvinistas estabeleceram a Igreja Reformada Neerlandesa.
Na Escócia, através da zelosa liderança do ex-sacerdote católico John Knox, a Igreja
Presbiteriana da Escócia foi estabelecida segundo os princípios calvinistas. Na Inglaterra,
o calvinismo também desempenhou um papel na Reforma, e, de lá, seguiu com os
puritanos para a América do Norte. Na França, os calvinistas, chamados de Huguenotes,
foram perseguidos, combatidos e muitas vezes obrigados ao exílio. Em Portugal,
naEspanha ou na Itália, estas doutrinas tiveram pouca divulgação e foram ativamente
combatidas pelas forças da Contrarreforma, com a ação dos jesuítas e da Inquisição.
O sistema teológico e as práticas da igreja, da família ou na vida política, todas elas algo
ambiguamente chamadas de "calvinismo", são o resultado de uma consciência religiosa
fundamental centrada na "soberania de Deus".
O calvinismo pressupõe que o poder de Deus tem um alcance total de atividade e resulta
da convicção de que Deus trabalha em todos os domínios da existência, incluindo o
espiritual, físico, intelectual, quer seja secular ou sagrado, público ou privado, no céu ou na
terra. De acordo com este ponto de vista, qualquer ocorrência é o resultado do plano de
Deus, que é o criador, preservador, e governador de todas as coisas, sem excepção, e
que é a causa última de tudo. As atividades seculares não são colocadas abaixo da prática
religiosa. Pelo contrário, Deus está tão presente no trabalho de cavar a terra como na
prática de ir ao culto. Para o cristão calvinista, toda a sua vida é um culto a Deus.
De acordo com o princípio da predestinação, por causa de seus pecados,o homem perdeu
as regalias que possuía e distanciou-se de Deus. O homem é considerado "morto" para as
coisas de Deus e é dominado por uma indisposição para servir a Deus.
Só havia, então, uma maneira de resolver esse problema: o próprio Deus reatando os
laços. Deus então, segundo a doutrina da predestinação, escolheu alguns dos seres
humanos caídos para salvar da pecaminosidade e restaurar para a comunhão com ele.
Deus teria tomado esta decisão antes da criação do Universo. Mas é claro que não é por
causa de quaisquer boas ações que eles foram escolhidos: "porque pela graça sois
salvos,mediante a fé, e isso não vem de vós;é dom de Deus; não vem de obras, para que
ninguém se glorie".(Efésios 2:8,9)
Os cinco pontos do calvinismo (conhecidos pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos
pontos em inglês) são doutrinas básicas sobre a salvação, definidas pelo Sínodo de
Dort.São eles:

 Depravação total - Graça Soberana Necessitada;


 Eleição incondicional - Graça Soberana Específica;
 Expiação limitada - Graça Soberana Meritória;
 Vocação eficaz - Graça Soberana Eficaz.
 Perseverança dos santos - Graça Soberana Perseverante
O calvinismo também defende uma Teologia Aliancista e os sacramentos como meio de
graça, Santa Ceia e Batismo, incluindo o Batismo infantil. Calvino na sua principal obra,
as Institutas diz: "Eis aqui por que Satanás se esforça tanto em privar nossas criaturas dos
benefícios do batismo; Sua finalidade é que se esquecermos de testificar que o Senhor
tem ordenado para confirmar as graças que ele quer nos conceder pouco a pouco vamos
nos esquecendo das promessas que nos fez a respeito disto. De onde não só nasceria
uma ímpia ingratidão para com a misericórdia de Deus, mas também a negligência de
ensinarmos nossos filhos no temor do Senhor, e na disciplina da Lei e no conhecimento do
Evangelho. Porque não é pequeno estimulo sabermos que educá-los na verdadeira
piedade e obediência a Deus. E saber que desde seu nascimento foram recebidos no
Senhor e em seu povo, fazendo-os membros de sua igreja." (CALVINO, 1999, p. 1069.) O
calvinismo deveria ser austero e disciplinado, ou seja: As pessoas não tinham direito a
excessos de luxo, e conforto, sem esbanjamento matriana.

Interpretação sociológica[editar | editar código-fonte]


Sociólogos como Max Weber e Ernest Gellner analisaram a teoria e as conseqüências
práticas desta doutrina e chegaram à conclusão de que os resultados são paradoxais. Em
parte explicam o precoce desenvolvimento do capitalismo nos países onde o calvinismo foi
popular (Holanda, Escócia e Estados Unidos, sobretudo).
O calvinista acredita que Deus é Soberano em todas as coisas e portanto, o homem não
tem participação alguma na própria salvação, logo, Deus predestinou os seus escolhidos
para a salvação, uma vez que, a humanidade após o pecado não teria condições de se
voltar ao Criador por estarem mortos em seus pecados e delitos. O calvinista não tem
dúvidas de sua salvação, e nem por isso se acham um grupo seleto, pelo contrário, o
calvinismo atuou de forma forte na reforma protestante levando o evangelho para todas as
pessoas. Cabe apenas a Deus o saber de todas as coisas e de quem são seus eleitos, os
calvinistas seguem as Escrituras e prega a todos e seguem o mandamento do Senhor
Jesus de pregar o evangelho.
Como é que um calvinista sabe se está entre os escolhidos ou não? Teoricamente, não é
ele que o determina. A decisão está tomada. Foi tomada por Deus. Como é que eu sei se
fui escolhido ou não? Resposta: Deus me atraiu e eu cri na sua palavra. Ela é que me diz:
"Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus a
saber os que creem em seu nome". Pela graça sois salvos, isto não vem de vós é dom de
Deus para que ninguém se vanglorie.
Sendo um bom cristão, trabalhando muito, seguindo sempre todos os princípios bíblicos, o
calvinista faz tudo para a glória de Deus. Com essa cosmovisão, por meio do trabalho a
sociedade se desenvolveu economicamente fazendo com que houvesse uma ligação com
o capitalismo.
Os Holandeses, os Escoceses e os Americanos ganharam, então, a fama de serem
sovinas, pouco generosos, interessados apenas no dinheiro. Estas características são na
vida moderna quase um dado adquirido em qualquer cultura, mas nos tempos da Reforma
Protestante, o calvinismo terá instituído uma nova e revolucionária forma de relação com a
riqueza. Ver Ernest Gellner para mais detalhes.
Ocorre que o uso dos ideais calvinistas para o alavancar da sociedade capitalista é
equivocadamente relacionado a ideais capitalistas intrínsecos ao calvinismo. Calvino em
sua obra afirma que a riqueza não tem razão de ser se não para ajudar aos que
necessitam, e critica a avareza ao dizer que o fruto do trabalho só é digno se útil ao
próximo:
"Da mão de Deus tens tu o que possuis. Tu, porém, deverias usar de humanidade para
com aqueles que padecem necessidades. És rico? Isso não é para teu bel prazer. Deve a
caridade faltar por isso? Deve ela diminuir? Não está ela acima de todas as questões do
mundo? Não é ela o vínculo da perfeição?" Sermao CXLI sobre Dt 24.19-22. OPERA
CALVINI, tomo XXVIII, p. 204
"Condena o Profeta a estes ladrões e assaltantes que lhe parecia deterem o poder de
oprimir a gente pobre e o pequeno trabalhador, uma vez que eram eles que tinham grande
abundância de trigo e grãos;... é o mesmo como se cortassem a garganta dos pobres,
quando os fazem assim sofrer fome." Os Doze Profetas Menores, op. cit., Am 8.5
Mas o calvinismo se espalhou pelos países que estavam passando pelo processo
da Expansão Comercial. Entre eles os países eram: França, Holanda, Inglaterra, e
Escócia. Isto atraíra vários comerciantes, e banqueiros.
A prosperidade econômica também foi um sinal da escolha divina, o que valorizava o
trabalho, e a justificativa as atividades da burguesia

Denominações calvinistas[editar | editar código-fonte]


O calvinismo é a doutrina de diversas denominações Protestantes, dentre elas
destacamos:

 Igreja Reformada Suíça - religião oficial da maioria dos cantões da Suíça.


 Igreja Reformada Neerlandesa e Igreja Protestante Evangélica Holandesa -
recentemente unificada, não é mais a religião oficial dos Países Baixos
 Igreja Reformada Francesa - a igreja dos Huguenotes
 Igreja Reformada Hungara
 Igreja da Escócia ou Church of Scotland
 Igreja Presbiteriana do Brasil
 Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
 Igreja Presbiteriana Independente do Brasil
 Igreja Presbiteriana Contemporânea
 Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil
 Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal
 Igreja Congregacional - concentrada na Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, hoje
parte da Igreja Unida de Cristo.
 Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil
 União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil
 Igreja Anglicana Reformada do Brasil
 KUYPER, Abbraham. Calvinismo. Editora Cultura Cristã, 2002.
 Seaton, W. J. Os Cinco Pontos do Calvinismo. São Paulo: Editora PES.
 Rodrigues,Joelza Ester História em Documento 6ª Série, Editora: FTD. Pág. 168
Ver também[editar | editar código-fonte]
 Calvinismo no Brasil
 Predestinação
 Presbiterianismo
 Museu Internacional da Reforma Protestante de Genebra

Referências
1. Ir para cima↑ Calvinism As A Life System, de Abraham Kuyper
2. Ir para cima↑ História do Movimento Reformado, BR: Universidade presbiteriana Mackenzie.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


 Teologia calvinista Monergismo
 Portal Mackenzie: Movimento Reformado(Calvinismo)
 Quinhentos anos do nascimento de Calvino(em inglês)
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v•e

Protestantismo

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