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Primeiro Trabalho de Aprendiz Maçom

Ir:. A:.M:. Fernando Pereira Freitas


A:.R:.L:.S:. AMÉRICA LATINA

Eu Maçom.

As vezes acontece coisas na vida da gente que não imaginamos. Coisas e


momentos que nunca pensávamos que aconteceria.
Eu particularmente sempre fui uma pessoa de poucos amigos, muitos
companheiros e colegas devido a minha profissão, do meu lado tradicionalista e social.
Sempre pensei que amigo é coisa rara, por isso durante todos estes anos, além da
minha família eu só tinha dois amigos.
Sobre a Maçonaria, as únicas coisas que eu sabia é que era um local de pessoas
com influência na sociedade e na política, pois li algumas coisas sobre Alan Kardec e
uns diziam que ele era maçom, li muito sobre a Revolução Farroupilha e sabia que ela
praticamente foi planejada e deflagrada dentro de uma loja maçônica, pois muitos dos
heróis farroupilha, dos meus heróis farroupilhas eram maçons.
Um certo dia, um do meus amigos que já era meu irmão procurou-me e fez um
convite: - Queres ser Maçom?
Me deu uma breve explicação sobre a maçonaria e disse-me: Não! não precisa
responder agora, pensa e depois te procuro para saber a resposta.
Maçom Eu!
Mas afinal o que é Maçonaria?
No mundo globalizado em que vivemos, fiz como qualquer um faria, fui para a
internet procurar saber o que era. Li muitas coisas, vi que tinha algumas com
fundamento, mas outras que eu como leigo no assunto pude decifrar que era
bobagem, invenção de pessoas maldosas.
Conversei com minha família, falei do convite que tinha recebido e como
resposta ouvi da minha esposa: “O que você decidir nós te apoiaremos”. Ai pensei: -
Um convite vindo deste amigo com certeza é muito bom. Decidi aceitar.
Passados alguns dias, ele voltou para saber minha resposta, ao receber meu sim
explicou-me um pouco mais sobre ser Maçom.
Após fui convidado juntamente com minha família para uma sessão na loja
Artigas 90 (nesta época era usado o Templo deles para as reuniões), Antes de chegar
estava um pouco apreensivo, um pouco constrangido, talvez com receio. Chegamos, e
para minha surpresa fomos recebidos de maneira incrível, carinho, fraternidade,
felicidade. Nunca tinha freqüentado um lugar onde a recepção fosse tão calorosa,
tanto para mim como para minha família.
Quatro de dezembro de dois mil e doze. Enfim chegou o dia da minha iniciação,
uma data muito esperada, o dia em que deixaria de ser um profano e passaria a ser
com orgulho um Aprendiz Maçom.
Tudo novo, mas desde o momento que começou a ritualística me senti seguro
pois era incrível a segurança que sentia nos irmãos que me conduziam.

Logo passei pela primeira viagem, a purificação pelo AR, que significa a infância
do ser humano onde ouvi sons de ventania, de trovões, de descargas elétrica, me vi
dentro de uma tempestade. Mas aprendi que significava as angustias, a agitação das
paixões, o choque dos interesses opostos, coisas difíceis e de todas as espécies que
tentam o homem. Aprendi que essas adversidades incita a coragem e o destemor de
quem quer ser iniciado. Serve como exemplo para as vidas profanas, uma descoberta
da verdade que exige esforço e leva a gente a advertência, pois devemos estar
vigilantes com nossos atributos e nossos pensamentos, para isso, devo cultivar a
serenidade e a paz de espírito até mesmo em momentos que não me digam respeito
ou quando estou envolvido em questões contrárias a minha vontade, pois a
serenidade e a paz de espírito são armas contra o medo.

Após, veio a segunda viagem, a que significa a juventude da vida humana, a


purificação pela ÁGUA, ou um batismo filosófico onde meu espírito foi limpo e
libertado de minhas falhas e imperfeições moral e fui desvencilhado de costumes
errôneos da minha vida anterior. A viagem inicial que foi cheia de árduos e pretensos
perigos e obstáculos que corresponderam a prova do AR, contudo, necessário para o
progresso material e espiritual do homem Maçom, nesta segunda viagem
desapareceram, ouvi o tinido de espadas que parecia uma luta, assim aprendi que a
espada indica que como iniciando deveria acomodar-me aos moldes da força moral
necessária à minha implantação no seio da sociedade civil e maçônica, pois o tinir das
espadas traduzia as batalhas diárias que se desenrolava ao meu redor, batalha a ser
por mim empreendida para vencer minhas paixões, pensamentos, hábitos e
tendências negativas na minha vida profana, neste sentido aprendi que a lição maior
desta segunda viagem é de ser exemplo de conduta moral necessária para a evolução
da humanidade.

Ai veio a Terceira Viagem, a purificação através do Fogo. Aprendi que


corresponde a fase adulta do ser humano, a fase da maturidade, onde o homem se
aprimora tanto material como espiritualmente para a vida adulta. Assim como na
segunda viagem que meu espírito foi purificado das minhas paixões, erros e defeitos
que eram necessárias para minha iniciação maçônica, nessa só ouvi passos
cadenciados e silenciosos meu e de meu guia, portanto descobri que o silêncio é o
fator principal que caracteriza o estado de paz, objetivando sobrepor-se sobre todas os
desejos e vontades errantes que perdura nos pensamentos do homem. Assim mostra a
serenidade que devo ter quando ultrapassar esta etapa da vida com os ensinamentos
oferecidos, e ter a certeza de ser um homem livre e de bons costumes, e desta forma
fui submetido a purificação pelo fogo, chamas estas que simbolizaram o amor que
devo ter pelos meus semelhantes e que esta chama deve arder permanentemente em
meu coração, não deixando nunca de seguir os preceitos da moral universal.

Após estas três etapas, fiz meu juramento solene, e fui proclamado como
Aprendiz Maçom, ai comecei os estudos sobre minha posição maçônica.
Logo aprendi que o Painel da Loja representa o caminho que devo trilhar para
atingir o grau de meus estudos, meus trabalhos e meu domínio próprio. Assim como a
civilização e a ciência tiveram origem no Oriente, sendo espalhadas seus ensinamentos
e influências para o Ocidente, também a doutrina do amor e da fraternidade e o
exemplo do cumprimento da lei também vieram do Oriente trazidos pelo Divino
Mestre.
Aprendi ainda que nossa loja sustenta-se em três colunas denominadas
SABEDORIA, FORÇA e BELEZA, que as grandes luzes da loja são constituídas pelo LIVRO
DA LEI, que representa o código moral, o COMPASSO e o ESQUADRO, que se mostram
unidos em loja e representam a medida justa que deve presidir todas nossas ações.
As Jóias da Loja que são as três móveis representada pelo Venerável Mestre,
Irmão Primeiro Vigilante e pelo Irmão Segundo Vigilante ou o Esquadro, o Nível e o
Prumo; e as três jóias fixas que são a Prancheta que serve para o Venerável Mestre
guiar meus trabalhos, a Pedra Bruta onde trabalharei para aperfeiçoar-me como
aprendiz maçom e a Pedra Polida que é o que um dia pretendo ser com meus estudos.
Estas jóias são chamadas de fixas por que permanecem imóveis em loja como o código
de moral e compreensão que devo ter como Maçom.
E assim, baseado em minha iniciação como Aprendiz Maçom e meus estudos
iniciais, rogo ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine minha vida e minha mente
para que eu trilhe o caminho da liberdade, igualdade e fraternidade e que consiga ser
um bom Maçom.

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