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CONSTITUCIONALlSMO, TRABALHO,
SEGURIDADE SOCIAL E AS REFORMAS
TRABALHISTA E PREVIDENCIÃRIA
I Congresso Internacional
de Direito do Trabalho e Direito da
Seguridade Social
Programa de Mestrado em Direito do UDF
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Pesquisa do Distrito Federal Clenlfflco ,. Tecnol6glco
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EDITORA LTDA.
17-09691 CDU-34:331 -
Capítulo IX 280
A Reforma Trabalhista e a corrida ao fundo do poço: o uso das normas internacionais do trabalho como alternativa
para a garantia dos direitos humanos
Profa. Ora. Raquel de Castro Betty Pimenta (PUC Minas)
Capítuloll. 302
Impactos do golpe trabalhista (a Lei n. 13.467/17)
Jorge Luiz Souto Maior (USP)
Capítulo IV 325
A dispensa coletiva da Reforma Trabalhista analisada à luz do direito constitucional e da teoria dos precedentes
Prof. Dr. Cláudio Jannotti da Rocha (UDF)
Capítulo V 334
A dimensão patrimonial do dano moral na Reforma Trabalhista: análise e questionamentos acerca dos novos art.
223-A e 223-G da CLT
Prafa. Ora. Rosemary de Oliveira Pires (Faculdade de Direito Milton Campos) e Prof. Dr. Arnaldo Afonso Barbosa
(UFMG)
1 – Introdução
1
Doutor em Direitos Fundamentais. Professor Adjunto dos cursos de pós-graduação do IEC-
PUCMINAS. Desembargador Presidente da 1ª Turma do TRT-MG.
2
Segundo Paolo Virno “Foucault introduced the term «bio-polictics» in some courses he taught in the
Seventies at the Collége de France. The term was applied to the changes which took place in the concept
of “population” between the end of the eighteenth and the beginning of the nineteenth century. In
Foucaul view, it is during this period that life, life as such, life as mere biological process, gegins to be
governed and administrered politically.” (“Foucault introduziu o termo «biopolítica» em alguns cursos
dos anos setenta, dedicados às mudanças do conceito de “população” entre fins do século XVIII e
princípios do XIX. Para Foucault é naquela época quando a vida, a vida como tal, a vida como mero
processo biológico, começa a ser governada e administrada politicamente”; tradução livre ) Cfr. VIRNO,
2004, p.81.
3
Segundo Giorgio Agamben, Foucault definia o termo «biopolítica» como a crescente implicação da vida
natural do homem nos mecanismos e nos cálculos do poder. Explica que Foucault fala que para
Aristóteles o homem era um animal vivente e, além disso, capaz de existência política; já para o homem
moderno está em questão política o fato de ser vivente. (AGAMBEN, 2002, p. 125). Para Agamben,
Karl Löwith (LÖWITH, k. Der okkasionelle Dezisionismus von R. Schmitt. In: Sämtliche Schriben:
Stuttgart, 1984, V. VIII) foi o primeiro a definir como “politização da vida” o caráter fundamental da
política dos Estados totalitários, ressaltando também a contigüidade entre democracia de massa e
totalitarismo, seguindo a passagem de Carl Schmitt.(AGMBEN, 2002, p. 126-127).
A ideia de «trabalho biopolítico»4 ou ‘pós-material’5 parte da constatação de que o
capitalismo pós-industrial não tem sua fonte hegemônica de excedente expropriado no
trabalho tradicional, manufatureiro, como ocorria no início do Século XX. A produção
econômica na modernidade industrial se destinava à confecção de ‘mercadorias', isto é,
visava puramente a transformar, linear e diretamente, o trabalho, material e
subordinado, em mercadoria palpável e concreta.
4
Optamos pela locução ‘trabalho biopolítico', que nos parece mais precisa que ‘trabalho imaterial'. Como
observam Negri e Hardt o que é imaterial, nas formas contemporâneas de produção pós-industrial, como
se verá, não é o trabalho, mas “su producto. Admitimos que, en este aspecto, la expresión ‘trabajo
inmaterial’ es muy ambigua. Quizá sería preferible interpretar la nueva forma hegemónica como
‘trabajo biopolítico’, es decir, un trabajo que no sólo crea bienes materiales, sino también relaciones y,
en última instancia, la propia vida social. Con el término ‘biopolítico’ indicamos que las distinciones
tradicionales entre lo económico, lo político, lo social, lo cultural se confunden cada vez más”. [Cfr.
NEGRI y HARDT, 2004 (d), pp. 137-138].
A opção por 'trabalho imaterial', escolhida por Negri, Hardt y Lazzarato, é mais estratégica: “Pero, por
otra parte, el adjetivo ‘biopolítico’ presenta muchas complejidades conceptuales añadidas: por eso nos
parece que la noción de inmaterialidad, aunque ambigua, facilita la comprensión inicial y además indica
mejor la tendencia general que revisten las transformaciones económicas.” (Cfr. Ibid., p. 138). Neste
trabalho acadêmico não nos parece que seja necessário adotar tal cuidado estratégico; ao contrário, a
opção pela expressão mais precisa é inclusive preferível.
5
Já o uso da locução 'trabalho pós-material', por outro lado, pretende pontuar a diferenciação com a
locução 'trabalho imaterial', sem perder de vista a ênfase nos aspectos relacionais, cognitivos, culturais e
afetivos da produção contemporânea.
time e responsabilidade coletiva e estatística da produção, reduzindo de forma colossal a
porosidade do trabalho.
6
BOTSMAN & ROGERS (2011)
7
"Broodryk (2002, 22) define o ubuntuísmo como uma cosmovisão tradicional africana, baseada nos
valores do humanismo inteiro como carinho, partilha, respeito, compaixão, assim como os valores
associados que visam assegurar uma vida comum feliz. Ele distingue os valores fundamentais do
ubuntuísmo e outros valores associados. Os valores fundamentais são o humanismo (valores associados:
calor, tolerância, compreensão, paz, humanidade), carinho (valores associados: empatia, simpatia,
ajuda mútua, caridade, amizade), altruísmo (valores associados: oferta incondicional, redistribuição,
abertura), respeito (valores associados: dignidade, obediência, ordem, predisposição para cumprir
norma sociais), compaixão (valores associados: amor, coesão, informalidade, perdão e espontaneidade).
Nesta perspetiva ética, o ubuntuísmo põe ênfase na educação, insistindo que as crianças devem ser
educadas a dar o pouco que possuem aos outros, assegurando uma cultura da partilha e da compaixão".
BARBOSA (2012, p. 211)
Lucarelli & Fumagalli observam que no capitalismo cognitivo, a acumulação é cada vez
mais baseada na extorsão política do produto da cooperação social, como resultado do
incremento da socialização da produção, principalmente pela atividade produzida pelas
redes sociais. Nesse contexto, o capital apropria-se do "commons", do conhecimento
tácito e codificado da comunidade em rede e acaba por capturar as energias de
emancipação que eclodem desse novo meio colaboração produtiva8.
Uma alternativa vem sendo estudada pelo Professor Trebor Sholz da New School de
Nova York, que identificando os problemas da economia do compartilhamento9,
apresenta alguns princípios para o que ele denomina de cooperativismo de plataforma.
Dentre esses princípios, é relevante sublinhar alguns deles, a saber: (i) fair paid, a justa
remuneração dos trabalhadores, (ii) transparência e portabilidade dos dados dos
trabalhadores e também dos usuários dos serviços da plataforma de trabalho, (iii) co-
determinação das regras de uso, que devem ser definidas de forma participativa,
democrática, com os trabalhadores e usuários, (iv) moldura jurídica protetora, (v) algum
grau de proteção trabalhista para os que oferecem seus serviços na plataforma, (vi)
rejeição da vigilância excessiva e (vii) direito à desconexão do trabalho10.
Esse estado de coisas somente começou a alterar-se partir da assimilação pela doutrina
trabalhista dos influxos da Constituição de 1988, sobretudo da percepção, tanto no
Direito Civil, como no Direito do Trabalho, de que a lei ordinária havia de ser lida a
partir da Carta Constitucional - e não o contrário.
Foi longo o percurso ao entendimento de que trabalhador não perde sua condição de
cidadão, ao ingressar na orla regulada pelo Direito do Trabalho. Ao contrário, em sua
condição de vulnerabilidade econômica, o cidadão-trabalhador desafia maior grau de
tutela de seus direitos fundamentais do que o cidadão comum.
Um dos resquícios que ainda subsistem dessa concepção autoritária, por exemplo, é a
jurisprudência de nossa mais alta corte trabalhista que sonega ao empregado o direito
constitucional ao sigilo das comunicações de dados das correspondência eletrônicas
enviadas ao e-mail corporativo do empregado, sigilo esse que somente é tangível com
autorização judicial e para fins de instrução penal, como está na literalidade do inciso
XII do artigo 5° da Constituição.
Nessa ordem de idéias, é importante não se confundir mais a autêntica autonomia para
exercer uma atividade, com a liberdade constitucional de trabalho. Muitas vezes, no
capitalismo tecnológico, esses conceitos se embaralham, mas na essência mantêm sua
característica determinante. Autônomo é aquele que não depende do negócio alheio,
nem se subordina às regras de negócio estabelecidas por outrem. No capitalismo
tecnológico o trabalhador embora tenha um grau maior de liberdade constitucional para
ir ou não trabalhar. para gerir seu tempo, ele continua totalmente dependente de
empreendimento alheio para conseguir trabalhar e sobreviver.
4 - Disciplina x Controle.
A sociedade disciplinar é bem captada por Foucault, que a identifica a partir do século
XVII, a disciplina dos corpos pelos poderes, por meio da vigilância, que é mais rentável
do que a punição. A vigilância acaba internalizando a auto-disciplina do cidadão e do
trabalhador. A potência da vigilância sempre é mais eficiente, abrangente e econômica
do que o ato de punição11.
Esse sistema é desdobrado juridicamente para modelo de vigilância jurídica, por meio
do contrato de trabalho subordinado, no inicio do século XX. A disciplina ganha, assim,
sua potência jurígena, de forma a diminuir a necessidade da aplicação do ato ineficiente
de punição.
Mas, por outro lado, com a evolução da sociedade industrial, sobretudo com a crise
estrutural deflagrada em 1973, em virtude da elevação do preço do petróleo, o padrão de
acumulação taylorista perde sua eficácia. Seja pela intensificação da concorrência, em
plano planetário, seja pelo aumento dos vínculos de solidariedade sindical,
solidariedade essa que se vê beneficiada tanto pelo modelo de indivíduo-protagonista na
produção linear - por fortalecer sua capacidade de prejudicar a produção - como pela
consolidação de uma outra ética social, de luta de classe dos não proprietários.
11
"Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição
constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar
as “disciplinas”. Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos,
nas oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas
gerais de dominação." FOUCAULT,1987, p. 164
12
"A fábrica parece claramente um convento, uma fortaleza, uma cidade fechada; o guardião “só abrirá
as portas à entrada dos operários, e depois que houver soado o sino que anuncia o reinicio do trabalho”;
quinze minutos depois, ninguém mais terá o direito de entrar; no fim do dia, os chefes de oficina devem
entregar as chaves ao guarda suíço da fábrica que então abre as portas. É porque, à medida que se
concentram as forças de produção, o importante é tirar delas o máximo de vantagens e neutralizar seus
inconvenientes (roubos, interrupção do trabalho, agitações e “cabalas”); de proteger os materiais e
ferramentas e de dominar as forças de trabalho: A ordem e a polícia que se deve manter exigem que
todos os operários sejam reunidos sob o mesmo teto, a fim de que aquele dos sócios que está
encarregado da direção da fábrica possa prevenir e remediar os abusos que poderiam se introduzir entre
os operários e impedir desde o início que progridam." FOUCAULT,1987 p. 169
É certo que outros fatores foram decisivos para o sucesso do sistema da acumulação
flexível, como exemplo, o sistema just in time, mas aqui a preocupação é focar mais na
questão da potência disciplinar do trabalho, justamente para realçar o trânsito da
disciplina ao controle no plano da relação jurídica de emprego.
13
(LUCARELLI & FUMAGALLI) Fumagalli, Andrea, and Stefano Lucarelli. "A model of Cognitive
Capitalism: a preliminary analysis." (2007): 117-133.
14
A descrição da sociedade do controle aparece em dois textos publicados originalmente em francês, em
1990, o primeiro deles numa entrevista concedida ao filósofo e cientista político italiano Antonio Negri.
Esses dois textos são publicados em português em 1992: Conversações, 1972-1990 / Gilles Deleuze,
tradução de Peter Pál Pelbart, pela Editora 34. Controle e Devir (entrevista a Antonio Negri, 1990) pp.
209 - 218; Post-scriptum sobre as sociedades de controle, pp. 219 - 226.
15
DELEUZE, Gilles 1992, p. 219
16
DELEUZE, Gilles 1992, p. 215-216
17
DELEUZE, Gilles 1992, p. 221
18
DELEUZE, Gilles 1992, p. 222
Estatui-se o capitalismo da 'sobre-produção', com a produção deslocada para os países
periféricos; não se compram mais matérias primas e se vendem produtos acabados.
Inverte-se a lógica: compram-se produtos e vendem-se serviços. O poder empresarial se
expressa mais pela tomada do poder acionário, do que pela formação da disciplina do
trabalho; mais por fixação de cotações, do que por redução de custos da produção. O
poder empregatício descola-se da disciplina corporal e do tempo de trabalho, para o
controle da alma e do marketing19.
A troika da União Europeia propõe a flexi-seguridade, mas não se trata mais disso,
senão de flexi-liberdade, a liberdade dúctil, a autonomia enredada, antes que reticular ou
compartilhada - parassubordinada.
Para uma melhor compreensão, parece útil construir um gráfico indicativo de tal
transição, tendo sempre presente que as duas formas de sociedade co-existem,
imbricam-se, comunicam-se e se ricocheteiam, não em circularidade, mas de uma forma
evolutiva, espiralada. Não se contrapõem necessariamente, justapõem-se e se sucedem
no tempo, em variações ora gradativas, ora emergentes:
19
DELEUZE, Gilles 1992, p. 224
Referências Características Ícones Finalidade
6. Máquinas Energéticas
9. Subordinação Jurídica
6. Máquinas Cibernéticas
9. Alienidade Reticular
5 - Trabalho da Multidão.
Para Paolo Virno a dicotomia decisiva para a compreensão das características da esfera
pública contemporânea é a operada entre os conceitos de «multidão» em contraposição
ao de «povo». Sustenta Virno que os pais putativos desses conceitos são,
respectivamente, Espinosa e Hobbes. Nesse sentido, «multidão», na noção espinosiana,
indica uma pluralidade que subsiste no espaço público, a partir da ação coletiva, mas
sem dissolver-se numa unidade monolítica. Hobbes, mira de forma negativa a
«multidão», como um estado natural, caótico, antes de sua organização como ‘corpo
político’ e anterior ao Estado, mas que pode ressurgir em momentos de tumulto social.
Segundo Hobbes, a «multidão» se opõe à obediência e a pactos duradouros, e que
Retornando a Espinosa, para ele a multitudo é o sujeito político por excelencia. Partindo
da distinção entre poder (potestas), como capacidade (de ser afetado) de um governante
e potência (potentia), como força ativa e tornada ato, expressada como a vontade de
Deus, uma vontade que não se distingue e se confunde com o próprio Deus - pura
imanência da própria essência divina29 - Espinosa situa o império absoluto da
democracia como resultado da potentia imanente da multitudo. Uma potência imanente
que até mesmo define o direito: “Hoc jus, quod multitudinis potentia definitur”30; “Nam
civitatis ius potentia multitudinis, quae una veluti mente ducitur, determinatur”31.
23
Cfr. VIRNO, 2004, p. 21
24
mūltĭtūdo, -ĭnis – Cfr. SARAIVA, 1993, p. 758
25
Ansuátegui Roig, chamando à colação a opinião de Adolfo Ravá (La filosofia politica de Benedetto in
Studi su Spinoza e Fichte, a cura di El Opocher – Giuffrè Milano, 1958, pp.78-81) observa que é
necessário sublinhar que a aproximação entre Espinosa e Maquiavel, e no entre Espinosa e Hobbes. Cfr.
ANSUÁTEGUI ROIG, 1998(b), p. 127, nota 7.
26
Para Negri, Maquiavel foi, de forma perversa pelo pensamento francês, transformado num teórico da
modernização absolutista do Estado, propagando a frase ‘os fins justificam os meios’, que
descontextualiza o pensamento do florentino. Aponta que a recepção do pensamento de Maquiavel na
Inglaterra é diferente, pois lá é lido como uma introdução à crítica do poder constituído, à análise das
classes sociais, do conceito de prática de militia popular como poder constituinte. Cfr. NEGRI, Poder
Constituinte, 2002, pp. 149-158 . Segundo Negri, o Maquiavel democrático e republicano está todo
construído nos Discorsi. Ibid., pp.105-123
27
Cfr. NEGRI, 2004(b) p. 114. Nessa obra de Maquiavel existem vários estratos sobre a supremacia da
democracia da multidão, por exemplo: o povo visto como mais sábio que o príncipe(Livro I,58, pp. 179-
180); vendo com bons olhos a desordem da desunião entre o povo e o Senado(I, IV, pp.31-32) e incluso
optando pelo povo, considerando que aqueles que têm mais interesse em conservar o poder criam mais
dificuldade à expansão do império que aqueles que querem adquirir poder (I,V, pp. 33-35). Cfr.
MAQUIAVEL, 2000
28
Cr. NEGRI, 2002, P. 148
29
É esta a leitura de Deleuze, em Spinoza – Philosophie pratique(2002, p.103)
30
Tradução livre: “esse direito definido pela potencia da multidão”; Tratado Político, II,XVII). Cfr.
SPINOZA, 1913 (b), p. 11
31
Tradução: “ de fato o direito civil (ou o direito da cidadania) é determinado pela potência da multidão,
que é conduzida como se fora um pensamento uno”; Tratado Político, III,VII). Cfr. SPINOZA, 1913 (b),
p. 15
intellect». Como isso refoge ao objetivo desse texto, remetemos o leitor ao nosso
trabalho de doutoramento, especialmente aos capítulos 4.2.2 e 4.332
6 - Contrato Realidade-Virtual
32
CHAVES JR, J. E. R. El Derecho Nómada: Un paso hacia el Derecho Colectivo del Trabajo, desde el
«Rizoma» y la «Multitud» Saarbruken: AES, (2006)2011
33
DE LA CUEVA (1970, p. 453)
34
ATZORI, IERA & MORABITO (2010)
prevalência do sistema, do software, do aplicativo e até mesmo do algoritmo oriundo do
poder diretivo da empresa sobre disposições abstratas.
Code is law é a frase que foi consagrada por Lawrence Lessig, em seu livro de mesmo
nome 35 . Em sua perspectiva o determinante, na sociedade tecnológica da informação
em rede, é o código-fonte dos programas e aplicativos, que prevalecem na prática sobre
a regulação normativa, sobretudo no cyberspace, que funciona segundo uma lógica
diferente do mundo real.
Note-se que o usuário do sistema não tem, nesta condição, qualquer controle
sobre as regras de funcionamento do aplicativo. Ele somente pode agir nos
limites e formas preestabelecidos. Assim pergunta-se quem, de fato, detém o
poder de definir tais limites e formas de interação do usuário com o espaço
virtual?
Prosseguindo em sua análise, Falchetto Silva registra que o código-fonte define "a
forma como o espaço virtual, o ciberespaço, é experimentado. É capaz de moldar
comportamentos e regular condutas, criando os instrumentos pelos quais novas
relações e dinâmicas de trabalho serão constituídas, mantidas e finalizadas"37.
35
LESSIG, Lawrence Code is Law: On liberty in cyberspace - version 2.0 - New York: Basic Books A
Member of the Perseus Books Group, 2006 Disponível em http://codev2.cc/download+remix/Lessig-
Codev2.pdf Acesso em 11 SET 2017
36
FALCHETO SIVLVA (2017, p. 323)
37
FALCHETTO SILVA (2017, p. 324)
7 - Considerações Finais
Neste momento quer nos parecer que os cinco operadores conceituais, examinados neste
trabalho, passam a ser úteis para melhor compreender e operar o Direito do Trabalho
sob os influxos das tecnologias disruptivas:
8 - Bibliografia e Referências
3. BENKLER, Yochai The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets
and Freedom London: Yale University Press, 2006 (disponível para descarga na internet na
seguinte direção: http://www.benkler.org/Benkler_Wealth_Of_Networks.pdf)
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mudar o nosso mundo. Porto Alegre: Bookman Editora, 2011
11. CHRISTENSEN, Clayton M. & BOWER, Joseph L. Disruptive technologies: Catching the
wave Cambridge: Harvard business review 73.1 (1995): 43-53
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trabalho, redes e inovação – trad. português Eliana Aguiar - Rio de Janeiro: DP&A Editora,
2003
14. CORSANI, Antonella Elementos de uma ruputur: a hipótese do capitalismo cognitivo (pp.
15-32) in COCCO, Giuseppe; SILVA, Gerado; GALVÃO, A. Patez (orgs.) Capitalismo
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Editora, 2003
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16. DELEUZE, Gilles Conversações, 1972-1990 – trad. Português Peter Pal Pelbart – São
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17. ____, Espinosa – filosofia prática – trad. português Daniel Lins e Fabien Pascal Lins – Rev.
tec. Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes - São Paulo: Editora Escuta, 2002
21. LAZZARATO, Maurizio Trabalho e capital na produção dos conhecimentos: uma leitura
através da obra de Gabriel tarde (pp. 61-82) in COCCO, Giuseppe; SILVA, Gerado;
GALVÃO, A. Patez (orgs.) Capitalismo cognitivo – trabalho, redes e inovação – trad.
português Eliana Aguiar - Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003
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24. LESSIG, Lawrence Code is Law: On liberty in cyberspace - version 2.0 - New York: Basic
Books A Member of the Perseus Books Group, 2006 Disponível em
http://codev2.cc/download+remix/Lessig-Codev2.pdf Acesso em 11 SET 2017
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capital e trabalho e o conceito de subordinação São Paulo: LTr, 2003
27. NEGRI, Antonio Arte y multitudo. Ocho cartas – trad. esp. Raúl Sánchez Cedillo – Madrid:
Editorial Trotta, 2000(a)
28. ____, Spinoza Subversivo – Variaciones (in)actuales – trad. esp. Raúl Sánchez Cedillo –
Madrid: Ediciones Akal, 2000(b)
29. ____, O poder constituinte – ensaio sobre as alternativas da modernidade – trad. português
Adriano Pilatti – Rio de Janeiro, DP&A, 2002
30. NEGRI, Antonio; GUATTARI, Felix Las verdades nómadas & ‘general intellect’, poder
constituyente, comunismo – trad. castel. Carlos Prieto del Campo y Mario Domínguez Sánchez
– Madrid: Ediciones Akal, (1989) 1999
31. NEGRI, Antonio; HARDT, Michael El trabajo de dionísos – Madrid: Ediciones Akal, 2003
32. ____, Império - trad. português Berilo Vargas – 6ª ed – Rio de Janeiro: Record, 2004(a)
33. ____ ,Guias – cinco lecciones en torno a imperio – trad. esp. Rosa Rius y Pere Salvat –
Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 2004(b)
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Darci Rodrigues de Oliveira Santana - 4a. ed. rev. - São Paulo: LTr, 1984
36. OLEA y CASAS, Manuel Alonso; Maria Emilia Baamonde Derecho del Trabajo - 19a. ed
- Madrid: Civitas, 2.000
37. PONTES DE MIRANDA, Tratado de Direito Privado - Direito das Obrigações - Vol. 47 -
Rio de Janeiro: Borsoi, 1964
38. PRADO, Eleutério Desemedida do valor: crítica da pós-grande indústria São Paulo: Xamâ,
2005
41. SPINOZA, Benedicti de Opera quotquot reperta sunt: tractatus de intellectus emendatione,
Ethica Vol 1 – 3 ed. - [S.l.]: Martinum Nijhoff, 1913(a)
42. ____, Opera quotquot reperta sunt: tractatus politicus, Tractatus theologico-politicus – vol
2 - 3 ed - [S.l.]: Martinum Nijhoff, 1913(b)
43. ____, Tratado Político – trad. castel., introd., índice analítico y notas de Atilano Domínguez
- Madrid: Alianza Editorial, 1986, 2004
44. TARDE, Gabriel A opinião e as massas – trad. português Luís Eduado de Lima Brandão –
São Paulo: Martins Fontes, 1992
45. VIRNO, Paolo – A grammar of the multitude – for an analysis of contemporary formas of
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Angeles: Semiotext(e), 2004 (em espanhol: Gramática de la multitud – trad. castel. Adriana
Gómez – Madrid: Traficante de sueños, 2003)
46. WEISSBERG, Jean-Louis Entre produção e recepção: hipermediação, uma mutação dos
saberes semióticos (pp. 109-131) in COCCO, Giuseppe; SILVA, Gerado; GALVÃO, A. Patez
(orgs.) Capitalismo cognitivo – trabalho, redes e inovação – trad. Português Eliana Aguiar -
Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003