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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA _____ª VARA
CÍVEL DA COMARCA DE SOROCABA - SP

VALTER DOS SANTOS, brasileiro, (estado civil), (profissão), inscrita no CPF/MF sob o n.
____________, titular da carteira de identidade (RG) nº ______________________-SSP/SP, residente e
domiciliada na Rua Francisco Simões dos Santos, n. 151, Jardim São Camilo, CEP 18.078-
161, Sorocaba/SP, por meio de seus advogados (mandato incluso), com escritório jurídico
situado na Av. Itavuvu, n. 3.560, Jd. Santa Cecília, Sorocaba - SP, onde recebem intimações,
vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente:
ação de obrigação de fazer decorrente da não transferência de veículo, c/c
indenização por danos morais e materiais.

em face de DA SILVA, brasileiro, casado, residente e domiciliado na Rua Vilas-Boas Pinto, n.


____, Jardim Monte Cristo/Parque Oziel, CEP ________+_ Campinas/SP, o que o faz pelos fatos
e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
1. PRELIMINARMENTE:

1.1. DA POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO § 1º, DO ART. 319, DO CPC.


Eminente Magistrado (a):
Em razão do Requerido ostentar residência na cidade de Campinas, a Autora REQUER,
desde já, a incidência do § 1º Art. 319, do CPC, na hipótese de não localização do
Demandado.

1.2. DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA.

Por outro lado, REQUER a Autora a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro
no disposto na Lei n. 1.060/50, c.c. o art. 4˚, § 1˚, da Lei n. 7.510/86, Lei n. 7.871/89 e art. 5˚,
inc. LXXIV, da CF, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo, sem
condições, no momento, de arcar com as custas decorrentes do processo, sem prejuízo do
sustento próprio e de sua prole, conforme Declaração de Hipossuficiência inclusa (doc.
anexo).

2. SÍNTESE DA INICIAL.
A Autora, em maio de 2012, efetuou a venda do veículo FIAT TIPO de placas AAA-0000,
chassi 0000, código RENAVAM 000001 de cor azul, ao indivíduo que conhecia apenas pelo
prenome “TIAGO”.
Tal indivíduo efetuo o pagamento acordado (R$ ....................), assumindo a propriedade do
veículo, garantindo que providenciaria a transferência do referido automóvel.
Ocorre que, doravante, o comprador desapareceu, passando a chegar na residência da
Autora, diversas multas de trânsito, (conforme doc. anexos).
Diante de tais fatos, e, tendo em vista a localidade dos cometimentos das infrações de
trânsito, ou seja, todas na Avenida John Boyd Dunlop, Campinas/SP, a Autora resolveu
perscrutar por conta própria, montando campana no endereço acima, sendo que, na data
de 05 de setembro de 2016, logrou em deparar-se com o Sr. OSMAR RODRIGUES DA
SILVA, o qual adquiriu o referido veículo em maio de 2012, utilizando-se, estranha,
do prenome falso de “TIAGO”.
Compelido diretamente pela Autora - que inclusive sinalizou acionar a Polícia Militar no
local do flagra -, o Requerido afirmou que de fato havia contraído várias multas de trânsito
e que pretendia “rodar com o veículo até este ser apreendido, pois tratava-se de um
veículo velho” (sic).

Na mesma data, ou seja, dia 05/09/2016, o Sr. OSMAR, para não se submeter à PM no local,
ainda firmou um contrato de compra e venda de veículo com a Autora (doc. anexo).

Entretanto, nobre Magistrado (a), apesar da adesão a esse contrato particular, a


Requerente continuou a receber diversas multas em sua residência.
Só para se ter uma ideia, a Autora ostenta, atualmente, mais de 100 (cem) pontos em seu
prontuário junto ao DETRAN/SP, mesmo não exercendo mais o seu direito de dirigi há
aproximadamente 04 (quatro) anos.
Como se não bastasse isso, a Requerente teve ainda seu nome prenotado no CADIN, mesmo
sem dever quaisquer Créditos aos Órgãos e Entidades Estaduais.
É oportuno ressaltar ainda que, infelizmente, a Sra. Sílvia teve o seu direito de dirigir
cassado, em face justamente das multas contraídas exclusivamente pelo Requerido.
Por derradeiro, convém aduzir, de modo elencado, o seguinte:
(1º) Até a presente data, o Requerido não efetivou o pagamento das multas, bem como não
procedeu com a transferência do veículo para o seu nome, o que vem causando grandes
transtornos (materiais e morais) para a Autora (conforme acima exposto). Além disso, o Sr.
Osmar vem conduzindo o veículo de forma irresponsável. Prova disto são justamente as
multas estampadas nos anexos;
(2º) Para que seja realizada a transferência do veículo, há que submeter o automóvel a
vistoria e renovação de placas, o que é impossível à Autora, haja vista que o bem móvel se
encontra em poder exclusivo do Requerido, logo, compete a ele cumprir com essa
obrigação;

(3º) Objetivando minorar os prejuízos ao seu nome, a Autora vem suportando despesas
com IPVA e multas (conforme restará provado no decorrer da presente demanda), razão
pela qual tais despesas deverão ser ressarcidas pelo Requerido (danos materiais), e;

(4º) Em decorrência justamente do veículo ainda estar registrado em nome da Autora, caso
ocorra algum acidente automobilístico, esta certamente terá obrigação solidária no evento,
o que pode lhe causar enormes prejuízos morais e patrimoniais, decorrentes de eventual
sentença condenatória, o que seria inaceitável e injusto;
Diante dos fatos aqui narrados, e, tendo em vista que o Sr. Osmar afirmou, categoricamente,
que ostenta a intenção de “rodar com o veículo até que seja apreendido”, opção não resta
à Autora senão suplicar através da presente ação, a imediata intervenção do Poder
Judiciário, objetivando, liminarmente e inaudita altera pars, a expedição do competente
mandado judicial visando obrigar o Requerido a efetivar a imediata transferência do
veículo e das dívidas advindas deste, para o seu nome, no prazo a ser estipulado por este r.
Juízo, sob pena de multa diária.
Na hipótese do Requerido não cumprir com a liminar - ou seja, deixar de realizar
imediatamente a transferência do automóvel -, a Autora também se vale da prerrogativa
insculpida no artigo 294 e parágrafos, do CPC, para REQUERER inauldita altera pars, seja
determinada a busca e apreensão do veículo, devendo este ficar apreendido até que a
transferência de titularidade seja realizada.
Por derradeiro, a presente ação visa, ao final, a condenação do Demandado em danos
materiais (decorrentes das multas e IPVAs que já foram pagos pela Autora), bem como em
danos morais (em virtude de todo o transtorno psicológico gerado pelo Demandado em
detrimento da Requerente).
É o relato no essencial.

3.DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


3.1. DA TUTELA PROVISÓRIA URGENTE.
Bem explica o art. 497, do CPC, que o Juiz concederá a tutela específica ou determinará
providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, verbis:
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a
reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da
ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.
Aduz ainda o artigo 294, do CPC que, indubitavelmente, poderá o Juiz conceder a tutela
provisória - o que é absolutamente possível no caso em tela, ante a robustez e a
verossimilhança das alegações da Autora, bem como a presença do periculum in
mora -, vejamos:
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Ora, pelo já exposto nesta exordial, resta evidente que o Requerido se aproveita das
burocracias administrativas para causar graves danos e perigar responsabilidades à
Promovente, visto que, por não ter o veículo cadastrado em seu nome, dirige de forma
irresponsável, cometendo infrações de trânsito e gerando graves danos à Autora (materiais
e morais), podendo esta responder por atos que não são de sua responsabilidade.
Por outro lado, é cediço que, para realizar a transferência do veículo, há que submeter o
automóvel a vistoria e renovação de placas, o que é impossível à Autora, haja vista que o
bem móvel se encontra em poder exclusivo do Requerido, logo, compete somente a ele
cumprir com essa obrigação.
Assim, no presente caso, a obrigação de fazer urgente- qual seja, a imediata necessidade
de transferência de titularidade do veículo -, é de natureza infungível intuitu personae,
vez que somente o Requerido poderá transferir o veículo para o seu nome.
Portanto, douto Magistrado (a), nos termos dos arts. 294 e 497, ambos do CPC, a Autora
possui cristalino direito à concessão da TUTELA PROVISÓRIA inaudita altera pars,
consistente na imediata necessidade de obrigar o Demandado, no prazo a ser fixado por
este r. Juízo, a transferir a titularidade do veículo para o seu nome, sob pena inclusive de
multa diária, justamente para que a Requerente não mais se sujeite aos abusos e
constrangimentos perpetrados pelo Requerido, pois este continua a conduzir o veículo de
forma irresponsável e não honra com os pagamentos dos tributos advindos dessa
irresponsabilidade, o que acabou por sujeitar o nome da Autora no “rol de maus
pagadores” (doc. ...................., anexo), obstando-a inclusive de adquirir financiamentos,
parcelamentos etc.
Por fim, a Autora também se vale da prerrogativa insculpida no artigo 294 e parágrafos, do
Estatuto Processual Civil, para REQUERER inauldita altera pars, seja determinada a
busca e apreensão do veículo, na hipótese do Requerido não cumprir com a imediata
transferência do bem, devendo este ficar apreendido até que a transferência de titularidade
seja realizada.
3.2. DOS DANOSMATERIAIS E MORAIS.
A presente ação indenizatória funda-se na assertiva de que a Autora sofreu danos
materiais e morais em razão do fato do Requerido não providenciar a transferência de
titularidade do veículo adquirido.
Vejamos.
3.2.1. Dos Danos Materiais.
Conforme já salientado no decorrer da presente exordial, a Autora, para tentar minorar os
prejuízos ao seu nome, vem suportando despesas com IPVA e multas (contraídas
exclusivamente pelo Requerido), razão pela qual tais despesas deverão ser ressarcidas pelo
Sr. Osmar.
Só para ser ter uma ideia, até a presente data, foram lançadas em nome da
Promovente,mais de ...................multas por infrações posteriores à venda, o que agravou sua
situação no órgão de trânsito e concorreu para a suspensão de sua habilitação.
Portanto, é crível à Autora postular o ressarcimento do valor despendido com o pagamento
de IPVA e multas aplicadas após a alienação do veículo, bem como com o curso de
reciclagem, decorrente da cassação da CNH da Autora(doc. anexo).

3.2.2. Dos Danos Morais.


Por outro lado, convém aduzir que também é cabível, no caso em tela, a indenização por
danos morais, em face justamente de todo o transtorno psicológico que a Autora vem
sofrendo desde 2012, decorrente das injustas multas, débitos de IPVA, inscrição no
CADIN e inclusive suspensão da habilitação (doc. ....................).
Assim, eminente Magistrado (a), não se pode negar a repercussão no plano moral, o que é
até intuitivo e por isso dispensa a prova do dano (Art. 374, CPC).
3.3. DA OBRIGAÇÃO DO REQUERIDO EM EFETIVAR A TRANSFERÊNCIA DO VEÍCULO.
O artigo 123, do Código de Trânsito, anuncia ser obrigatória a emissão de novo Certificado
de Registro de Veículo no caso de transferência de propriedade, documento esse cuja
expedição deve ser solicitada pelo adquirente, isso sem prejuízo da comunicação a que
alude o artigo 134, do mesmo diploma, situação deste último dispositivo dirimida,
conforme DOC. ......................,anexo.
Disso decorre que a venda de veículo automotor dá ao alienante a expectativa de que
a titularidade do bem será alterada nos cadastros do órgão de trânsito.
Assim, não é razoável transferir ao primitivo proprietário (in casu a Autora) o ônus de
suportar multas e restrições lançadas em seu nome por conta de veículo que ele vendeu a
um terceiro. Logo, este (in casu, o Requerido) deve ser compeli-lo a efetivar a transferência
de titularidade.
4. DOS PEDIDOS.
Em virtude de todo o exposto, REQUER-SE:
4.1. LIMINARMENTE e inaudita altera pars, seja expedido o competente mandado
judicial objetivando obrigar o Requerido a efetivar a transferência do veículo e as dívidas
advindas deste (multas, IPVAs e CADIN), para o seu nome, no prazo estipulado por este r.
Juízo, sob pena de multa diária;
4.2.Na hipótese do Réu não efetivar a transferência do veículo no prazo estipulado por este
r. Juízo, seja então o bem móvel apreendido e depositado em “mãos” à Autora, justamente
para compelir o Demandado a transferir a titularidade do automóvel, bem como das
dívidas oriundas deste;
4.3. A condenação do Requerido em danos materiais (que oportunamente serão
apurados), em face das multas, IPVAs, CADIN e inclusive curso de reciclagem suportados
pela Aurora, bem como em danos morais, decorrentes de todo o transtorno psicológico
que a Autora vem sofrendo desde 2012;
4.4. Após efetivada a medida liminarmente ou a busca e apreensão do veículo, REQUER-SE
a expedição de ofício à Secretaria da Fazenda Estadual e ao Detran-SP, para que estes
cancelem os débitos já lançados e abstenham-se de lançar novas dívidas em nome da
Autora, referente ao veículo descrito nesta exordial;
4.5. A citação do Réu para, querendo, contestar a apresente, sob pena de revelia e confissão
(artigo 344, do CPC), e;
4.6. Por fim, a procedência total da presente, com julgamento antecipado da lide (se
possível), impondo-se ao Requerido o pagamento das custas processuais, honorários
advocatícios e demais cominações legais.
Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, principalmente provas
testemunhais, periciais e/ou documentais.
Dá-se à presente causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Termos em que,
Pede e espera justo deferimento.
Cidade/UF, 31 de outubro de 2016.
VALTER DOS SANTOS
OAB/SP nº

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