Você está na página 1de 57

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Instituto de Física
Departamento de Astronomia

Gerando e entendendo o céu visível de cada


lugar

Explorando o Universo: dos Quarks aos Quasares

Profª. Daniela B.Pavani


Objetivos da aula

● Explicar o conceito de esfera celeste;

● Explicar o que é o movimento diurno dos astros e qual a sua causa;

● Definir estrelas circumpolares;

● Descrever o movimento diurno das estrelas em diferentes latitudes

● Relacionar medidas angulares e medidas de Tempo.

● Entender o movimentos da Terra

● Aprender sobre coordenadas horizontal local e equatorial celeste


Esfera Celeste

●MATERIAL DESENVOLVIDO PELA PROFA. MARIA DE FÁTIMA


SARAIVA PARA A DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS DE
ASTRONOMIA
Definições Importantes
A esfera celeste: Observando o céu noturno (no campo ou praia) temos a
impressão de estarmos no meio de uma esfera enorme (cheia de estrelas); o que
levou os gregos a definirem a esfera celeste.
A esfera Celeste

Os astros nascem no leste e se põem no oeste, o que


causa a impressão de que a esfera celeste está girando de
leste para oeste.

Esse movimento é chamado de movimento diurno dos astros


e é um reflexo do movimento de rotação da Terra;

Existem algumas estrelas que descrevem uma


circunferência completa no céu – estrelas circumpolares
(altas latitudes).
Planos e pontos Importantes
Horizonte: É o plano tangente à Terra e perpendicular à vertical do lugar onde
se encontra o observador.

Zênite: É o ponto no qual a vertical do


lugar intercepta a esfera celeste, acima do
observador.

Nadir: É o ponto diametralmente oposto


ao Zênite.

Meridiano do lugar: circulo entre os polos


celestes, formando 90º com o horizonte.
Plano do Horizonte
Ou simplesmente horizonte

Esfera celeste vista “de fora” (à esquerda) e da perspectiva de um


observador em um local do hemisfério sul, para quem o polo elevado é o
polo sul. A elevação do polo celeste em relação ao horizonte depende da
latitude em que se encontra o observador.
Definições Importantes

Polos Celestes: Norte e Sul é o


ponto em que o prolongamento do
eixo de rotação da Terra intercepta
a esfera celeste.

Leste e Oeste intersecção do


horizonte com o equador celeste.
O polo celeste elevado é sempre aquele que corresponde ao
hemisfério em que o observador se encontra: em latitudes do
hemisfério norte da Terra vemos o polo celeste norte elevado; em
latitudes do hemisfério sul vemos o polo celeste sul elevado. O
ângulo de elevação do polo sobre o horizonte é igual à latitude do
lugar. Portanto, podemos definir
a latitude de um lugar como a
altura do polo elevado.
Fenômenos do movimento diurno

Nascer e ocaso: são os instantes em que o astro


aparece e desaparece no horizonte, respectivamente.

Passagem Meridiana: É o instante em que o astro


atinge a máxima altura, ou a mínima distância
zenital.

Nota: Os astros fazem duas passagens meridianas por


dia: a passagem meridiana superior (quando sua
elevação é máxima) e a passagem meridiana
inferior (quando sua elevação é mínima)
Movimento diurno dos astros

Leste Oeste.
Reflexo do movimento de rotação da Terra (de Oeste p/ leste).

Ao longo do dia os astros descrevem arcos paralelos ao


equador (depende da latitude do lugar).
Movimento dos Astros

Nos Equador ( =0) – Todas as estrelas nascem e se põe (12h


acima do horizonte e 12h abaixo).
Movimento dos Astros

Nos Pólos ( = 90) – Todas as estrelas ficam 24h acima do


horizonte
Movimento dos Astros

Nos Pólos ( = 90) – Todas as estrelas ficam 24h acima do


horizonte
Movimento diurno dos astros

Latitude Intermediária – Possibilidades anteriores combinadas.


Movimento diurno dos astros

Latitude Intermediária – Possibilidades anteriores combinadas.

Movimento diurno das estrelas em Mauna Kea


Estrelas Circumpolares
Movimento diurno do Sol
- O círculo diurno do Sol varia de dia para dia.

O movimento diurno do Sol, assim como


o de todos os outros astros, é de leste para
o este, pois é reflexo do movimento de rotação
da Terra (que é de oeste para leste). Mas,
ao contrário das "estrelas fixas", o círculo
diurno do Sol varia de dia para dia, no
ciclo de um ano, se afastando ou se
aproximando do equador celeste dependendo
da época do ano. A Lua e os planetas
também variam sua posiçãoentre as estrelas
ao longo do ano, por isso também não
mantêm o mesmo círculo diurno.
Fatos Importantes

- no Equador o Sol faz a passagem meridiana no zênite durante os equinócios,


atingindo a altura de 90° no meio-dia verdadeiro. Nas demais épocas do ano ele
passa o meridiano ao norte do zênite (entre março e setembro), ou ao sul (entre
setembro e março). Durante os solstícios o Sol atinge a menor altura máxima (66,5°).

- na região tropical (entre as latitudes -23,5° e + 23,5°) o sol passa pelo zênite duas
vezes por ano – com exeção dos trópicos onde passará uma única vez.

- fora da zona tropical o Sol nunca passa pelo zênite.

- internamente aos Círculos Polares Ártico e Antártico o Sol permanece 24 horas


acima do horizonte no verão e 24h abaixto do horizonte no inverno.
Entendendo o
Sol da Meia-Noite

Música: Here comes the Sun (Lá vem o Sol) Slideshow: Ney Deluiz
Cantam: Os Beatles Use o mouse
Terra

Sol

Verão Invern
o
órbita

Devido à inclinação do eixo da Terra, a área em torno do Pólo Norte fica exposta ao sol 24h/dia no verão.
Vejam a seguir uma
simulação com imagens
de satélite de como
o sol atingiu a Terra
no dia 21 de junho
(solstício de verão),
o dia mais longo do ano
no hemisfério norte.
(e o mais curto no hemisfério sul)

(Notem que a escuridão


da noite não atingirá
a área dentro do
círculo vermelho em
nenhum momento).
Meio-dia
na Europa

(Não toquem no
mouse por enquanto).
13:00 h
na Europa
14:00 h
na Europa
15:00 h
na Europa
16:00 h
na Europa
17:00 h
na Europa
18:00 h
na Europa
19:00 h
na Europa
20:00 h
na Europa
21:00 h
na Europa
22:00 h
na Europa
23:00 h
na Europa
1:00 h
na Europa
2:00 h
na Europa
3:00 h
na Europa
4:00 h
na Europa
5:00 h
na Europa
6:00 h
na Europa
7:00 h
na Europa
8:00 h
na Europa
9:00 h
na Europa
10:00 h
na Europa
11:00 h
na Europa

Voltem a usar
o mouse.
Regra prática para medir ângulos utilizando a mão esquerdalevantada
para o céu, desde o indicador ao dedo mínimo tem-se 10°,cada dedo
tem uma largura equivalente a 1°. Para o dedo indicador, como está
na figura, da mão direita a falange da ponta do dedo tem-se 3°, a
falange aseguir indica 4° e a falange proximal indica 6°.
Indicação da medida angular da Lua(1°/2)
a partir dasuperfície da Terra.

Relação entre medidas angulares


e medidas de tempo:

Um grau tem 60 minutos de arco e


um minuto de arco tem 60 segundos
de arco. Logo

1°= 60' = 3.600",

Como 1 hora tem 60 minutos de tempo e 1 minuto de tempo tem 60


segundos de tempo,
1h = 60min = 3.600 s.
Mas, como a rotação da Terra em torno de seu próprio eixo percorre 360°
em 24 horas, então:
1h =15° , 1min =15' (minutos de arco), 1s = 15 "(segundos de arco).
Sistemas de Coordenadas

Para determinar a posição de um astro no céu,


precisamos definir um sistema de coordenadas;

Utilizamos apenas coordenadas angulares, sem nos


preocuparmos com as distâncias dos astros;

A posição dos astros será determinada através de dois


ângulos de posição.
Sistemas de Coordenadas
Longitude geográfica: é o ângulo medido ao longo do equador da Terra, tendo
origem em um meridiano de referência (o meridiano de Greenwich), e
extremidade no meridiano do lugar.
Sistemas de Coordenadas
Na Conferência Internacional Meridiana, realizada em Washington em outubro de
1884, foi definida como variando de 0 a +180° (Oeste de Greenwich) e de 0 a
-180° (Leste). Na convenção usada em astronomia, varia entre -12h (Oeste) e
+12h (Leste).
latitude geográfica: ângulo medido ao longo do meridiano do lugar, com
origem no equador e extremidade no zênite do lugar. Varia entre -90° e
+90°. O sinal negativo indica latitudes do hemisfério sul e o sinal positivo
hemisfério norte.
O Sistema Equatorial Celeste

O sistema equatorial celeste é fixo na esfera celeste e,


portanto, suas coordenadas não dependem do lugar e instante
de observação. A ascensão reta e a declinação de um astro
permanecem praticamente constantes por longos períodos de
tempo.
O Sistema Equatorial Celeste

Ascensão reta ( AR): ângulo medido sobre o equador, com origem no meridiano que
passa pelo ponto Vernal, e extremidade no meridiano do astro.

0 ≤ AR≤ 24h
0 ≤ AR≤ 360°

O plano fundamental é o Equador


Celeste.

Não depende das coordenadas do


lugar!
O Ponto Áries, também chamado Ponto Gama, ou Ponto Vernal, é um ponto do
equador, ocupado pelo Sol no equinócio de primavera do hemisfério norte, isto é
quando o Sol cruza o equador vindo do hemisfério sul (geralmente em 22 de março de
cada ano).
O Sistema Equatorial Celeste
Declinação (DEC): ângulo medido sobre o meridiano do astro (perpendicular ao
equador), com origem no equador e extremidade no astro.

-90° ≤ DEC≤ +90°


O Sistema Horizontal
Azimute (A) é ângulo medido sobre o horizonte, no sentido horário
(NLSO) , com origem no Norte e fim no círculo vertical do astro. O
Azimute varia entre 0° e 360°

0°≤ A ≤ 360°
Altura (h) é o ângulo medido sobre o círculo vertical do astro com
origem no horizonte e fim no astro. A altura varia entre – 90°e + 90°.
O complemento da altura se chama distância zenital (z). Assim, a
distância zenital é o ângulo medido sobre o círculo vertical do astro,
com origem no zênite e fim no astro. A distância zenital varia entre 0°
e 180° (h+z = 90°)

-90°≤ h≤ +90°, 0°≤ z ≤ 180°


O Sistema Horizontal
Azimute (A) 0°≤ A ≤ 360°

Altura (h)
-90°≤ h≤ +90°,
0°≤ z ≤ 180°

Como o plano de referência é o local do observador, altura e


azimute variam de instante a instante refletindo o movimento
aparente dos astros na esfera celeste.

Você também pode gostar