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Garantias constitucionais do Poder Judiciário e dos juízes.

1) O QUE SÃO E QUAL A FINALIDADE DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO PODER


JUDICIÁRIO E DOS JUÍZES?

São garantias constitucionais de independência, visando tanto o Poder Judiciário


quanto seus juízes, garantias cuja finalidade é permitir maior independência em relação aos
outros Poderes, uma vez que o Poder Judiciário e os juízes carregam o grande objetivo de
resolver conflitos, tutelar direito e até interferir nos direitos, como a liberdade. Como ter uma
missão a esta altura sem garantias? Por isso são sustentáveis e garantidas
constitucionalmente.

2) E NUMERE AS GARANTIAS INSTITUCIONAIS. EXPLIQUE, SUCINTAMENTE, CADA UMA


DELAS.

José Afonso da Silva divide as garantias institucionais em dois tipos, garantia de


autonomia orgânico-administrativa e garantia de autonomia financeira. A primeira garante a
independência na estruturação e funcionamento de seus órgãos e a segunda garante a
independência na elaboração e execução de seus orçamentos.
As garantias de autonomia orgânico-administrativa e as garantias de autonomia
financeira estão enumeradas abaixo, retiradas, respectivamente, dos artigos 96 e 99 da
Constituição Federal.

Art. 96 - Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com


observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo
sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e
administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da
respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o
disposto no Art. 169, § 1º, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os
de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e
servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça
propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no Art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de
seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios,
bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Art. 99 - Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais


interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e


dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos


Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos
tribunais.
§ 3º - Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas
propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes
orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
§ 4º - Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem
encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder
Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual.

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a


realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas,
mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

3) E NUMERE E EXPLIQUE, DE FORMA OBJETIVA, AS GARANTIAS DOS MEMBROS DO PODER


JUDICIÁRIO .

Vitaliciedade: Garante a permanência do juiz no cargo.


“I  - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;”

Inamovibilidade: Garante a permanência do juiz no cargo para o qual foi designado,


sendo possível até rejeição de promoção em que o sujeite à mobilidade.
“II  - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do Art. 93, VIII;”

Irredutibilidade de vencimentos: Garante que os subsídios dos magistrados não


podem ser reduzidos em nenhuma hipótese, somente obedecendo aos limites máximos
impostos pela CF.
“III  - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.”

4) ENUMERE AS VEDAÇÕES DA MAGISTRATURA .

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de


magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

5) O QUE SE ENTENDE POR "QUINTO CONSTITUCIONAL "?

O Quinto constitucional é um dispositivo que regulamenta a entrada de advogados e


membros do Ministério Público Federal (caso o tribunal seja da justiça federal) ou Estadual
(caso se trate de justiça estadual, isto é, dos Tribunais Regionais Federais, e do Tribunal de
Justiça de cada Estado e do Distrito Federal), compondo 1/5 (um quinto) dos membros de
determinados tribunais brasileiros.
Como requisitos, são exigidos dos membros do Ministério Público ter, no mínimo, dez
anos de carreira, aplicando-se o mesmo aos advogados, que precisam ter além dos dez anos
de exercício profissional, notório saber jurídico e reputação ilibada.
Além dos tribunais acima elencados, após a Emenda Constitucional nº 45/2005, que
ficou conhecida como a reforma do Poder Judiciário, o Tribunal Superior do Trabalho e os
Tribunais Regionais do Trabalho também passaram a seguir a regra do quinto constitucional,
conforme arts. 111-A e 115 da própria Constituição Federal, apesar de o art. 94 não ter sofrido
qualquer modificação pela referida emenda.
Basicamente, sua finalidade é introduzir nas instâncias superiores do Poder Judiciário
profissionais que não tenham a mesma visão e princípios atrelados à magistratura, além do
que, permite a democratização do Poder Judiciário.

“Art. 94 - Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público,
com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único - Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao


Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para
nomeação.”

6) O QUE SE ENTENDE POR "PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL "?

Entendemos que o princípio do juiz natural estabelece a criação de regras objetivas de


competência jurisdicional, garantindo a independência e a imparcialidade do órgão julgador. O
juiz natural deve, assim, agir de modo a garantir que julgamentos sejam impessoais,
independentes e imparciais. Tal princípio está intimamente ligado à vedação dos Tribunais de
exceção, visto que nestes não há prévia competência constitucional.
Há foro especial para os que exercem funções de grande importância na área jurídica e
isto não é contra o princípio do juiz natural, já que é a própria Constituição que prevê e institui
a existência desses foros. Juiz natural é aquele constitucionalmente estabelecido.
Além de este princípio estar exposto no artigo 5º da Constituição Federal a Declaração
Universal dos Direitos do Homem também prescreve em seu artigo 10 que “Toda pessoa tem
direito, em condições de plena igualdade, de ser ouvida publicamente e com justiça por um
tribunal independente e imparcial, para a determinação de seus direitos e obrigações ou para
o exame de qualquer acusação contra ela em matéria penal”.
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco
Jorge André Carvalho de Abreu Silva
Sala João Mendes Junior, turma 183

Questionário de
Constitucional

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