Você está na página 1de 29

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA NUCLEAR DA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO – GERÊNCIA DE ENSINO
FUNDAMENTOS DE TECNOLOGIA NUCLEAR

Hélio Rubens Abdo Darin 10250993


José Agustin Castillo Lara 10243810
Larissa Abbade Marcelo 10675979

REATORES GERAÇÃO IV
NUSCALE

São Paulo
2019

1
Hélio Rubens Abdo Darin, José Agustin Castillo Lara, Larissa Abbade Marcelo.

REATORES GERAÇÃO IV
NUSCALE

Trabalho apresentado ao Prof. Dr. Alfredo José Alvim de Castro


como parte obrigatória para conclusão da disciplina TNR5764-5
Fundamentos de Tecnologia Nuclear – Reatores

São Paulo
2019

2
SUMÁRIO

SUMÁRIO .................................................................................................................................. 3
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 10
3.1 Reatores de 4° Geração ........................................................................................... 10
3.1.1 Reatores Térmicos GEN-IV ............................................................................... 10
3.1.2 Reatores Rápidos GEN-IV ................................................................................. 11
3.2 Reatores Modulares Pequenos (Small modular reactors - SMRs).............................. 12
3.3 SMR NuSCALE ...................................................................................................... 14
3.3.1 Configuração Reator NuScale........................................................................ 16
3.3.2 Configuração Modular ..................................................................................... 19
3.3.3 Descrição do conceito de segurança................................................................. 19
3.3.4 Vaso de Alta Pressão ........................................................................................ 20
3.3.5 Sistema de Segurança Passiva .......................................................................... 21
3.3.6 Ameaças Externas ............................................................................................ 23
3.3.7 Descrição dos sistemas turbinas geradoras ...................................................... 23
3.3.8 Sistemas elétricos e de controle ....................................................................... 24
3.3.9 Gestão de combustíveis gastos e resíduos ........................................................ 24
3.3.10 Disposição da planta ........................................................................................ 25
3.3.11 Reabastecendo uma planta multi-módulo NuScale .......................................... 25
3.3.12 Desempenho da planta .................................................................................... 26
3.3.13 Status de implantação e cronograma planejado ............................................... 27
4. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 28
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 28

3
1. INTRODUÇÃO

Os reatores nucleares são dispositivos projetados para manter uma reação em


cadeia produzindo um fluxo constante de nêutrons gerados pela fissão de núcleos
pesados. Porém eles são diferenciados por seus propósitos ou por seus recursos. Em
um contexto geral, os reatores nucleares podem ser divididos em: reatores de
pesquisa ou reatores de potência.
Podemos dizer que os reatores de pesquisa são operados em universidades ou
em centros de pesquisa, incluindo alguns onde os reatores de energia nuclear também
são operados. Assim os reatores de pesquisa geram nêutrons para múltiplos
propósitos, incluindo a produção de radiofármacos para diagnóstico e terapia médicas,
testando materiais e realizando pesquisas básicas, contribuindo para uma melhora no
quadro clinico de diversos pacientes com doenças cancerígenas, entre outras.
Já os reatores de potência são geralmente encontrados em usinas nucleares,
com principal finalidade de gerar calor para a produção de eletricidade, sendo uma
forma mais limpa de fornecer energia, mas também pode ser utilizado para mover
navios e submarinos. Existem diversos tipos diferentes de reatores de potência, mas
basicamente, eles produzem energia térmica que pode ser convertida em energia
mecânica e, assim, na grande maioria dos casos, ser transformada em energia elétrica.
Nos reatores de potência, a fissão de núcleos atômicos pesados, o mais comum
é o urânio-235, que produz calor e é transferido para um fluido que atua como
refrigerante. Podemos dizer que na física nuclear o processo de fissão é a quebra do
núcleo de um átomo instável em dois núcleos menores pelo bombardeamento de
partículas como nêutrons.
Para exemplificar o fenômeno de fissão nuclear, a energia de ligação é liberada
e isso primeiro se torna visível à medida que a energia cinética dos produtos de fissão
gerados e a dos nêutrons são liberados. Assim como essas partículas sofrem intensa
desaceleração no combustível nuclear sólido, a energia inicialmente cinética se
transforma energia térmica.
Neste caso, se o reator for projetado como a finalidade de gerar eletricidade, o
fluido aquecido pode ser gás, água ou um metal líquido. Assim o calor armazenado
pelo fluido é então usado diretamente ou indiretamente para gerar vapor. Desta

4
forma, o gás aquecido ou o vapor são então alimentados em uma turbina que aciona
um alternador.
O interior de um reator, também denominado de núcleo, barras de controle e
um moderador mantêm a reação estacionária, para que o calor desejável seja
produzido a taxas constantes. Assim um refrigerante (um gás, água ou outro líquido)
circula no reator e é aquecido. O refrigerante aquecido vai a um dissipador de calor,
que com esse calor ferve a água.
Nesta reação o vapor produzido impulsiona as turbinas do reator. Nesse
processo ocorre uma radiação intensa, e pode ser usado para fazer radioisótopos.
Entorno do reator existe ainda camadas protetoras, ou blindagem, para evitar fuga da
radiação. De qualquer forma, há vários tipos de reatores, que diferem em função dos
materiais e da tecnologia aplicada, mas todos possuem o mesmo conjunto de
componentes, sendo eles:
 O Combustível geralmente utilizado é o urânio, na forma de pastilhas de
dióxido de urânio (UO2) acondicionados em tubos na forma de barras de combustível e
instalados no núcleo do reator. O único material físsil existente na natureza é o urânio
235, utilizado como combustível por quase todos os reatores nucleares. Porém para
que ocorra a geração de energia elétrica, o combustível deve ter ampliada a
concentração de urânio 235 de 0,71%, encontrado na natureza, para 2-5%, em um
processo chamado de enriquecimento de urânio.
 O Moderador é um material situado no núcleo do reator e utilizado para
reduzir a velocidade dos nêutrons rápidos liberados durante a fissão, mas sem capturá-
los, para ampliar sua eficiência causando novas fissões. Geralmente, utiliza-se água,
mas também grafite e água pesada.
 O Refrigerante é um fluido que circula no núcleo do reator, e é necessário para
absorver e remover o calor produzido pela fissão nuclear e manter a temperatura do
combustível dentro de limites aceitáveis, podendo transferir o calor para mover as
turbinas geradoras de eletricidade. O refrigerante pode ser Água, mas também água
pesada, gases (CO2 ou hélio) ou metais liquefeitos, como sódio ou chumbo. Podemos
dizer que o refrigerante também pode ser um moderador, o que tem sido feito com a
água nos reatores mais recentes.

5
 As Barras de Controle são feitas de materiais que absorvem nêutrons, de modo
a controlar e terminar a fissão. São introduzidas no reator para reduzir o número de
nêutrons e, quando necessário, interromper o processo de fissão. Durante a operação
do reator, servem para controlar e regular o nível e a distribuição espacial de potência
no reator.
O reator PWR (pressurized water reactor) é um tipo de reator que utiliza água
comum como refrigerante e moderador. O refrigerante é mantido à alta pressão para
permanecer líquido à elevada temperatura, acima de 300º C. A água circula em um
sistema primário, composto principalmente do vaso de pressão do reator e
bombeamento primário, utilizando bombas potentes. Assim passa pelo gerador de
vapor, o calor é transferido para ferver a água em um circuito secundário, separado. O
vapor assim produzido move os turbo geradores produzindo energia elétrica.
O reator BWR (boiling water reactor) utiliza água comum como refrigerante e
moderador. O refrigerante é mantido a temperatura inferior à do PWR, permitindo
que ferva quando recebe calor do reator. Assim o vapor resultante passa diretamente
para os turbo geradores para produzir eletricidade. PHWR (pressurized heavy water
reator), conhecido como CANDU (Canada Deuterium Uranium), utilize água pesada
como refrigerante e moderador.
Em todo o mundo, o desenvolvimento da energia nuclear, pode ser analisado
em três grandes fases, relacionadas à evolução de suas condições tecnológicas e de
segurança de suas operações, sendo assim:
 A primeira fase entre 1970 e 1986: pode ser considerada a fase de primeira
expansão, relacionada ao grande potencial da energia nuclear para superar as
restrições apresentadas pela reestruturação das matrizes energéticas para enfrentar a
dependência em relação ao petróleo, e a necessidade de atender ao crescimento da
demanda de energia elétrica em uma dinâmica de sustentabilidade.
 A segunda fase entre 1986 e 2000: foi uma fase de revisão para a indústria
nuclear, diante dos efeitos políticos e sociais do terrível acidente de Chernobyl (na
Ucrânia). A expansão dos programas nucleares foi interrompida na maior parte dos
países, exceto na Ásia (Japão e Coreia do Sul), enquanto a indústria nuclear procedia a
uma avaliação detalhada e profunda dos processos técnicos, econômicos e de
segurança envolvidos na geração elétrica a partir das usinas nucleares.

6
 A terceira fase teve início em 2000: considerada a fase de consolidação da
energia nuclear, tem sido marcada pelo desenvolvimento de nova geração de reatores
(Geração III+), com recursos que melhoram substancialmente o desempenho
tecnológico, econômico (com a construção modular e padronizada dos reatores
nucleares) e as condições de segurança (implantação de sistemas passivos).
Desta forma, a consolidação da energia nuclear se refere à oportunidade para a
indústria, após um período de duas décadas orientadas ao aperfeiçoamento do
desempenho técnico e econômico das tecnologias de geração nuclear, atender ao
crescimento da demanda de energia elétrica, reduzindo simultaneamente as emissões
de gases de efeito estufa, afinal a energia nuclear é uma fonte limpa, porém devido a
grandes acidentes ficou marcada como perigosa.
Como dito anteriormente, as tragédias que envolvem a energia nuclear, afetam
a reputação da mesma, por exemplo, o acidente de Fukushima se insere nesta fase,
tendo acentuado seus aspectos relevantes envolvendo a renovação de conceitos,
processos e equipamentos, de modo a melhorar o desempenho econômico e
energético, incorporando os avanços obtidos em relação às medidas de segurança.
Enfim, a produção elétrica com base na energia nuclear, resulta do
aproveitamento de uma propriedade que pode ser obtida a partir de certos materiais
que são relativamente instáveis, como o urânio e o plutônio. Quando o núcleo desses
elementos sofre o impacto de um nêutron e o absorve, ele é dividido em dois
fragmentos, liberando, ao mesmo tempo, 2 ou até mesmo 3 neutrons de energia.
Podemos dizer que o processo se reproduz quando outros nêutrons, liberados
no processo de fissão, são absorvidos por outros átomos fissionáveis que, por sua vez,
se dividem, liberam mais nêutrons, e assim sucessivamente, em um processo de
reação em cadeia. Desta maneira, no momento em que esse processo se torna auto-
sustentável, o sistema atinge criticalidade.
Os nêutrons com energia cinética relativamente baixa são denominados de
nêutrons térmicos e são os mais eficientes para fissionar o urânio e o plutônio. Os
nêutrons com energia cinética mais elevada, chamados de nêutrons rápidos, são
menos eficientes para produzir fissão em urânio, mas podem ser efetivos para um
grande leque de isótopos.

7
Resumidamente, a segurança dos reatores nucleares é um componente crucial
na evolução da energia nuclear mundial e leva em conta três funções básicas:
I. O controle da reatividade;
II. O resfriamento do combustível e
III. A contenção de substâncias radioativas.
Para facilitar a compreensão do novo sistema de segurança nuclear, podemos
dizer que os sistemas de segurança tradicionais (antigos), são considerados ativos
porque envolvem uma operação elétrica ou mecânica. Já os sistemas passivos de
segurança foram desenhados para funcionar sem sistemas de apoio (como energia
elétrica em corrente alternada, componente de resfriamento de água, entre outros).
Sabendo como ocorreu o terrível acidente de Fukushima, esse novo mecanismo
de segurança, teria evitado o problema, quando a ruptura no fornecimento de energia
elétrica resultou na perda da função de resfriamento do combustível. Também
podemos ressaltar que a redução de risco resulta em redução de custo, especialmente
com a melhoria do risco regulatório em razão de melhores processos e da
padronização, que garante novas reduções em razão das economias de escala do
conjunto.
Acontece que ocorre dificuldades para atender a demanda de energia elétrica
mundial sem o uso da energia nuclear (que representa 20% a 30% do fornecimento de
energia elétrica nos Estados Unidos, Japão e Alemanha, e 75% na França), e a posição
diferenciada da energia nuclear (em um contexto de redução da geração a carvão)
para atender ao crescimento da demanda de energia elétrica, especialmente nos
países em desenvolvimento, como é o caso da China e da Índia.
Também é possível classificar os reatores nucleares em termos de geração e
assim permite considerar a evolução de suas características ao longo do tempo, sendo
eles:
 Geração I é constituída pelos primeiros protótipos de energia nuclear civil das
décadas de 1950 e 1960, quando Estados Unidos (1951), Reino Unido (1953), União
Soviética (1954), França (1956) e Alemanha (1961) passaram a desenvolver programas
de energia nuclear para a produção de energia elétrica.
 Geração II são os reatores ditos como comerciais, desenhados com o objetivo
de serem econômicos e confiáveis, que começaram a operar ao final da década de

8
1960, com vida útil prevista para 40 anos e compõem 73% dos 435 reatores em
operação em maio de 2013. As principais tecnologias dessa geração são o PWR e o
BWR, que já foram descritos nesse trabalho.
 Geração III basicamente são os reatores da Geração II, porém com o acréscimo
de medidas avançadas de desempenho operacional e ampliada a vida útil para 60
anos. Nessa evolução de medidas de segurança e prolongamento de atividade, incluem
o desenho padronizado e a construção, bem como sistemas passivos de segurança,
tecnologia de combustível e a eficiência térmica. Os dois principais reatores são o
AP600 (Advanced PWR de 600 MW da Westinghouse) e o ABWR (Advanced BWR da GE
Hitachi Nuclear Energy).
 Geração III+ pode ser dito que ocorreu uma evolução significativa em relação à
anterior, com a utilização mais inteligente de sistemas passivos de segurança, que
envolvem apenas condições naturais, como a força da gravidade.
 Geração IV essa evolução produz uma ruptura tecnológica, com temperaturas
superiores a 800ºC e capacidade de 300 MW. Essa geração deverá substituir a fonte
térmica fóssil na indústria, entre outros, na petroquímica, siderurgia, vidros, papel,
cimento, podendo ser implantada em locais de difícil acesso, como Sibéria, Amazônia
ou Alasca.
Outra evolução na área nuclear é o desenvolvimento de Reatores Modulares
Pequenos, denominados de SMR (Small Modular Reactors), com capacidade entre 300
MW até 700 MW, utilizando técnicas modulares de construção em fábrica, que geram
economias e têm tempo de construção estimado entre 24 e 36 meses, com custo de
investimento, em sua fase inicial, da ordem de US$ 4,700/kWe, melhores condições de
financiamento e menor risco em razão do menor tempo de construção.
Desta forma, iremos abordar nesse trabalho uma reflexão da tecnologia da
Geração IV, analisando os Reatores Modulares Pequenos SMR, aprofundando o
assunto no reator de potência Nuscale.

9
2. OBJETIVO

O objetivo do presente trabalho é realizar uma abordagem simples sobre os reatores


da geração IV, analisar os Reatores Modulares Pequenos SMR e apresentar de uma forma
completa todas as características do reator Nuscale.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Reatores de 4° Geração


Os Reatores de 4° geração (Gen IV) são um conjunto de projetos de reatores
nucleares teóricos que estão atualmente sendo pesquisados. Em geral, não se espera
que estes projetos tenham aplicação comercial antes de 2030. Os reatores em
operação atualmente são geralmente considerados sistemas de segunda ou terceira
geração. As pesquisas deste tipo de reator começaram oficialmente no Fórum
Internacional da 4° Geração (GIF) que propôs oito objetivos tecnológicos.
Os objetivos primários no desenvolvimento deste tipo de reatores são:
melhorar a segurança nuclear; melhorar a resistência à proliferação; minimizar a
produção de lixo nuclear; a utilização de recursos naturais e a diminuição dos custos de
construção/operação das centrais nucleares.
Muitos tipos de reatores foram considerados inicialmente nos projetos dos GEN
IV, no entanto, a lista foi reduzida para se concentrar nas tecnologias mais promissoras
e naquelas que provavelmente poderiam atender aos objetivos propostos no início.
Três sistemas são reatores térmicos e três são reatores rápidos.

3.1.1 Reatores Térmicos GEN-IV


Os reatores térmicos utilizam nêutrons lentos no processo de fissão nuclear,
sendo necessário um moderador de nêutrons para retardar os nêutrons emitidos pela
fissão para torná-los mais propensos a serem capturados pelo combustível. Os
reatores deste tipo selecionados para desenvolvimento dos projetos GEN-IV são:
- Reator de Alta temperatura (Very high temperature reactor – VHTR): O
conceito deste reator utiliza grafite como moderador do núcleo, o qual utiliza dióxido
de urânio como combustível, com a possibilidade de usar também carbeto de urânio

10
ou oxido-carbeto de urânio. A refrigeração do núcleo é feito com gás hélio ou com sal
fundido. Este projeto de reator prevê uma temperatura de saída de 1.000 ° C. O núcleo do
reator pode ser um projeto de reator de bloco prismático ou de leito de seixos.
- Reator sal fundido (Molten salt reactor –MSR): é um tipo de reator nuclear
onde o principal refrigerante é um sal fundido ou até mesmo o combustível pode ser
uma mistura de sais. MSRs podem funcionar a temperaturas mais altas que reatores
refrigerados a base água aumentando sua eficiência termodinâmica, e ao mesmo
tempo se mantendo baixa pressão de vapor.
Os conceitos iniciais do espectro térmico para esse tipo de reator dependem do
combustível nuclear, talvez tetrafluoreto de urânio (UF4) ou tetrafluoreto de tório
(ThF4), dissolvido em sal de fluoreto derretido. O fluido chegaria à criticidade fluindo
para um núcleo onde a grafite serviria como moderadora. Muitos conceitos atuais
dependem de combustível disperso em uma matriz de grafite com o sal fundido,
proporcionando baixa pressão e alta temperatura de resfriamento.
- Reator refrigerado com água supercrítica (Supercritical-water-cooled reactor -
SCWR): esses reatores são basicamente reatores de água leve (LWR) operando a
pressões e temperaturas mais altas com um ciclo de troca de calor direto e único.
Como o mais comumente previsto, ele operaria em um ciclo direto, como um reator
de água fervente (BWR), mas como usa água supercrítica como fluido de trabalho,
teria apenas uma fase aquosa presente, o que torna o método de troca de calor
supercrítico mais semelhante a um reator de água pressurizada (PWR). Ele poderia
operar em temperaturas mais altas do que os PWRs e BWRs atuais. Os reatores SCWR
são promissores sistemas nucleares avançados por causa de sua alta eficiência térmica
de cerca de 45%, contra os 33% de eficiência dos atuais LWRs.

3.1.2 Reatores Rápidos GEN-IV


Um reator rápido usa diretamente nêutrons rápidos emitidos pela fissão para
no processo da reação em cadeia, portanto não necessita de moderadores. Esses
reatores podem ser configurados para fissionar todos os actinídeos, e com tempo
suficiente, portanto, reduzem drasticamente a fração de actinídeos no combustível
nuclear usado produzido pela atual frota mundial de reatores de água leve de nêutrons
térmicos.

11
- Reator rápido resfriado a Gás (Gas-cooled fast reactor -GFR): esses reatores
apresentam um espectro de nêutrons rápido e ciclo de combustível fechado para uma
conversão eficiente de urânio fértil e gerenciamento de actinídeos. O reator é
resfriado a hélio e, com uma temperatura de saída de 850°C, sendo o mesmo uma
evolução do reator VHTR. Utilizará uma turbina a gás de ciclo direto de Brayton para
atingir uma alta eficiência térmica. Várias formas de combustível baseados em 232-
Tório (232Th) estão sendo consideradas utilização do mesmo em temperaturas muito
altas e garantir uma maior retenção de produtos de fissão: combustível cerâmico
composto, partículas avançadas de combustível ou elementos revestidos de cerâmica
de compostos de actinídeos.
- Reator rápido resfriado a sódio (Sodium-cooled fast reactor - SFR): o conceito
do SFR é resfriamento por sódio líquido e a utilização como combustível nuclear de liga
metálica de urânio e plutônio ou combustível de nuclear já irradiado (“lixos” de
reatores de água leve). O combustível SFR está contido em revestimento de aço com
enchimento de sódio líquido no espaço entre os elementos revestidos que compõem o
conjunto de combustível. Um dos desafios de projeto de uma SFR são os riscos do
manuseio de sódio, que reage de forma explosiva se entrar em contato com a água. No
entanto, o uso de metal líquido em vez de água como refrigerante permite que o
sistema trabalhe à pressão atmosférica, reduzindo o risco de vazamento.
- Reator rápido resfriado a chumbo (Lead-cooled fast reactor - LFR): O chumbo
tem a vantagem que, ao contrário do sódio, não reage violentamente com a água ou o
ar. Além disso, o alto ponto de ebulição à pressão atmosférica é uma garantia de altas
margens em condições normais de operação e exclui o risco de ebulição do líquido de
arrefecimento. A principal desvantagem dos reatores resfriados a chumbo é que o
líquido refrigerante tende a corroer as estruturas de aço. O combustível é à base de
metal ou nitreto, contendo urânio fértil e transurânicos. O reator é resfriado por
convecção natural, com uma temperatura de refrigerante de saída do reator de 550 °
C, possivelmente variando até 800 ° C com materiais avançados.

3.2 Reatores Modulares Pequenos (Small modular reactors - SMRs)


Há atualmente um interesse crescente nos SMRs e em suas aplicações. Esses
reatores são os mais recentes reatores de geração projetados para gerar energia

12
elétrica de até 300 MW, cujos componentes e sistemas podem ser produzidos por uma
gama de fornecedores e, em seguida, transportado em módulos para os locais de
instalação conforme a necessidade.
A maioria dos projetos adotam recursos de segurança avançados e podem ser
implantados em plantas uni ou multi-modular. O desenvolvimento dos SMRs cobrem
as principais linhas de reatores utilizados atualmente: reatores resfriados a água, alta
reatores refrigerados a gás de temperatura, reatores refrigerados a metal líquido,
sódio e gás com espectro rápido de nêutrons e reatores de sal fundido.
Os principais interesses no desenvolvimento de SMRs são a necessidade de
flexibilidade na geração de energia para uma ampla gama de usuários e aplicações,
substituindo unidades antigas de queima de combustíveis fósseis, desempenho de
segurança e oferecendo melhor acessibilidade econômica. Muitos SMRs são previstos
para um mercado de energia em que grandes reatores não seriam viáveis.
Os SMRs podem, por exemplo, substituir antigas usinas de combustível fósseis
antigas fornecendo cogeração em pequenas redes de eletricidade em áreas remotas,
onde a produção de eletricidade por outros meios são difíceis ou muito custosas. Com
a tecnologia de modularização, os SMRs também visam à economia devido à produção
em série além de menor tempo de construção.
Os SMRs implantáveis de curto prazo terão desempenho de segurança
comparável ou até melhores que as atuais tecnologias dos grandes reatores nucleares.
Algumas vantagens potenciais das SMRs, como a eliminação de a evacuação pública
durante um acidente ou um único operador para vários módulos estão em discussão
com as agencias reguladoras.
Atualmente, existem mais de 50 projetos SMR em desenvolvimento para
diferentes aplicações. Três plantas SMRs de demonstração estão em estágio avançado
de construção: na Argentina (CAREM, uma PWR integral), na República Popular da
China (HTR-PM, um reator resfriado a gás de alta temperatura) e na Federação Russa
(KLT40s, uma unidade de energia flutuante).
Eles estão programados para entrar em operação entre 2019 e 2022. Além
disso, a Federação Russa já fabricou seis reatores RITM-200 (um PWR integral) com
quatro unidades já instalado nos quebra-gelo Sibir e Arktika, para entrar em serviço
em 2020. Os SMRs podem ser subdividos em 5 grupos:

13
- SMRs refrigerados a água terrestres: apresenta os principais projetos de SMR
que adotam água leve como refrigerante. É o tipo de SMRs que possui a tecnologia
avançada, uma vez que maioria das grandes usinas em operação atualmente utiliza o
mesmo refringente. Há atualmente 19 projetos deste modelo em andamento.
- SMRs refrigerados com água marinha: apresenta conceitos que podem ser
implantados em ambiente terrestre, submerso ou embarcado. Esse conceito maior
flexibilidade de implementação, entretanto enfrenta muitos desafios se forem
implantados internacionalmente, como permissão para atravessar águas nacionais e
internacionais. Há atualmente 6 projetos deste modelo em andamento.
- SMRs refrigerados a gás de alta temperatura: estes tipos de reator fornecem
calor de alta temperatura (≥750 ° C) que pode ser utilizado para geração de
eletricidade mais eficiente. Há atualmente 10 projetos deste modelo em andamento.
- SMRs de nêutrons rápidos: utilizam nêutrons rápidos para realizar a fissão e
existem projetos com diferentes opções de refrigerantes. Há atualmente 9 projetos
deste modelo em andamento.
- SMRs de sal fundido: utiliza sal fundido como combustível nuclear e para
resfriamento do núcleo. Há atualmente 9 projetos deste modelo em andamento.
No próximo item será mostrado com mais detalhe o projeto do SMR da
NuScale, que são reatores modulares que utilizam água para leve como liquido
refrigerante.

3.3 SMR NuSCALE


Em 2003, Oregon State University, em colaboração com o Idaho National
Engineering Laboratório, e Nexant-Bechtel, completou um projeto para desenvolver
um projeto preliminar de um reator inovador chamado de "Reator de Água Leve
Pequena Multiplicação", ou "MASLWR". Os resultados finais foram publicados pelo
patrocinador do projeto, o Departamento de Energia e uma descrição do projeto
MASLWR foi incluído na AIEA-TECDOC-1536.
Em 2007, a NuScale Power Inc. foi formada para comercializar o conceito, e
"MASLWR" foi renomeado para a planta de NuScale para refletir as melhorias
significativas feitas ao design original. No início de 2008, a NuScale Power notificou a
Comissão Reguladora Nuclear dos EUA de sua intenção de iniciar discussões pré-

14
candidatura destinadas a apresentar um pedido de Certificação do design de uma
usina de 12 módulos nuscale. A Fluor Corporation tornou-se o investidor majoritário
da NuScale Power em 2011 e fornecerá engenharia, compras e serviços de construção
para implantação de plantas.
A fábrica de NuScale consiste de 1 a 12 módulos independentes, cada um capaz
de produzir uma rede energia elétrica de 45 MW. Cada módulo inclui um reator de
água leve pressurizado integral operado condições de fluxo primário de circulação
natural.
Cada reator está alojado dentro de seu próprio vaso de contenção de alta
pressão que está submerso debaixo d'água em um vaso de aço inoxidável em uma
piscina de concreto forrado. A figura 1 ilustra as principais características NuScale
Design.

15
Figura 1. Principais características do Reator tipo NuScale
Fonte: NuScale Power

3.3.1 Configuração Reator NuScale


A configuração básica de um único módulo de reator NuScale é mostrada
esquematicamente em Figura 2.

16
Figura 2. Configuração básica de um único módulo de reator NuScale
Fonte: NuScale Power

O vaso de pressão do reator nuclear integrado contém o núcleo, o gerador de


vapor em formato de bobina helical, e um pressurizador. Tem aproximadamente 20,0
m (65 pés) de altura por 2,8 m (9,3 pés) Diâmetro. O núcleo consiste em uma matriz de
montagem reduzidas do combustível de LWR “ligth water reactor” e clusters de haste
de controle com enriquecimentos padrão. O gerador helicoidal do vapor da bobina
consiste em dois conjuntos independentes de pacotes de tubos com linhas separadas
de água de alimentação e vapor.
A água é bombeada para os tubos onde ferve para gerar vapor superaquecido.
Um conjunto de aquecedores pressurizados sai na cabeça superior do vaso para
fornecer controle de pressão. Todo o Sistema de Fornecimento de Vapor Nuclear
(NSSS) está fechado em uma contenção de aço que é de 24,6 m (80 pés) de altura por
4,6 m (15 pés) de diâmetro.

17
Existem cinco características essenciais da planta NuScale, que em combinação,
a distinguem das muitas outras pequenas usinas nucleares que estão sendo
desenvolvidas hoje. O primeiro é o seu tamanho compacto.
O NSSS pode ser pré-fabricado inteiramente fora do local e enviado por trem,
caminhão ou barcaça para o local de instalação. Com esta característica de tamanho,
ele pode ser fabricado por fornecedores domésticos de médio porte, evitando o
procedimento atualmente utilizado para plantas nucleares convencionais.
Em segundo lugar, o núcleo é totalmente resfriado pela circulação natural. A
água é aquecida no núcleo para produzir um fluido de baixa densidade que viaja para
cima através das colunas laterais quentes. A bobina helicoidal enrolada em torno do
lado de fora das colunas fornece a remoção de calor que esfria a água, fazendo com
que sua densidade aumente.
A diferença de densidade resultada em uma força de flutuabilidade que
impulsiona o fluxo de fluido em torno do aço. A circulação natural da operação fornece
uma vantagem significativa na medida em que eliminam bombas, tubos e válvulas e
daí a manutenção e as falhas potenciais associadas a esses componentes. Esta
simplicidade adicional aumenta a segurança geral das plantas, bem como melhora a
economia do projeto.
Em terceiro lugar, o projeto depende da tecnologia bem estabelecida do reator
de água leve. A planta de NuScale pode ser licenciado dentro dos regulamentos para
LWR “ligth water reactor” existente, baseando-se num vasto conhecimento e
desenvolvimento estabelecidos, códigos e métodos comprovados e padrões
regulatórios existentes.
Em quarto lugar, o design NuScale é suportado por um teste integral de uma
escala de um terço, que opera em condições de pressão e temperatura máxima. A
operação de uma instalação de teste integral para tal projeto não convencional é
altamente útil na busca de aprovação regulatória de órgãos governamentais, como a
Comissão Reguladora Nuclear dos EUA (NRC). Os clientes também querem os testes
integrais para garantir que a planta funcione como previsto. Esta instalação de teste
protótipo irá fornecer os dados de suporte necessários para licenciamento.
Finalmente, o design NuScale é o único SMR que utiliza um conceito modular
compacto capaz de ser transportado, em contraste com o conceito tradicional de

18
fabricação em concreto enclausurado. Semelhante aos reatores de navio, o uso de
uma contenção compacta que é pré-fabricada fora do local e enviado por via férrea,
caminhão ou barcaça, aumenta a economia e flexibilidade de implantação.
Este conjunto único de características especifica criada pela simplicidade da
planta, a confiança em tecnologia de água leve existente, e a disponibilidade de uma
instalação de teste integral, ajudam para que o projeto NuScale possa ser
implementado antecipadamente.

3.3.2 Configuração Modular


Como pode ser visto na Figura 3, o módulo NuScale está localizado abaixo do
grau de uma piscina de água. A água serve a múltiplos propósitos. Primeiro, ele
fornece contenção passiva de resfriamento e remoção de calor dos produtos da reação
de fissão. Ou seja, a piscina fornece um dissipador de calor com uma capacidade de
absorver todo o calor produzido por um núcleo totalmente maduro por mais de 30
dias. Em segundo lugar, fornece um meio de amortecimento para eventos sísmicos.
Em terceiro lugar, fornece uma barreira adicional do produto da fissão. Em quarto
lugar, ele fornece proteção de radiação fora da contenção. Por último, a piscina abaixo
fornece segurança física. Cada unidade de energia tem seu próprio conjunto dedicado
turbina-gerador.

3.3.3 Descrição do conceito de segurança


A fábrica de NuScale inclui um conjunto abrangente de recursos de segurança
projetados para proporcionar arrefecimento estável do núcleo a longo prazo em todas
as condições, bem como acidentes graves mitigação. Eles incluem um vaso de
contenção de alta pressão, dois estágios passivos para remoção de calor de
decaimento radioativo e sistemas de remoção de calor de contenção, e mitigação de
acidentes graves. Estes sistemas de segurança são brevemente descritos nas seções
que se seguem.

19
Figura 3. Configuração modular do reator NuScale
Fonte: NuScale Power

3.3.4 Vaso de Alta Pressão


O vaso de contenção tem várias características que o distinguem do projeto dos
vasos de contenção existente. Durante a operação normal, a atmosfera de contenção
preparada para fornecer um vácuo isolante que reduz significativamente a perda de
calor do vaso do reator. Como resultado, a vaso do reator não requer isolamento
superficial. Isso elimina o potencial de bloqueio nas bombas.
Além disso, o vácuo profundo melhora as taxas de condensação a vapor
durante qualquer sequência onde as válvulas de segurança liberarem vapor para a
atmosfera externa. Assim, eliminando ar de contenção, impede a criação de uma
mistura de hidrogênio combustível evitando assim um acidente grave (ou seja, pouco
ou nenhum oxigênio), e elimina problemas de corrosão e umidade dentro da
contenção.
Finalmente por causa de seu diâmetro relativamente pequeno, ele foi
projetado para uma pressão máxima de aproximadamente 5,5 MPa (800 psi). Como

20
resultado, a pressão de equilíbrio entre o reator e os vasos de contenção no caso de
uma pequena pausa ou LOCA “ lost of coolant accident” é alcançado dentro de alguns
minutos e estará sempre abaixo da pressão do projeto de contenção.

3.3.5 Sistema de Segurança Passiva


Cada módulo NuScale tem seu próprio conjunto de sistemas de segurança
passiva independentes. Como mostrado em Figura 1, todo o NSSS, incluindo a sua
contenção, está imerso em uma piscina de água capaz de absorver todo o calor de
decaimento gerado após um desligamento do reator por mais de 30 dias seguido de ar
refrigeração por um período ilimitado de tempo. A água está contida em uma
estrutura de concreto forrada de aço inoxidável que está inteiramente abaixo do nível
da piscina d’água.
Cada módulo NuScale inclui dois sistemas de segurança passiva redundantes
para fornecer vias de escape do calor de decaimento para alcançar a piscina de
contenção: o Sistema de Remoção de Calor de Deposição (DHRS) e o Sistema de
resfriamento do núcleo de emergência (ECCS). Estes sistemas não exigem energia
externa para atuação. O DHRS usa qualquer um dos dois tubos gerador de vapor de
bobina helicoidal podem atuar de maneira independente para transferir o calor gerado
dentro do núcleo para a piscina de contenção.
O ECCS, mostrado na Figura 4, fornece um meio de remover o calor de
decaimento do núcleo no caso do conjunto de tubos geradores de vapor não estejam
disponíveis. Opera abrindo as válvulas de ventilação localizadas na cabeça do reator. O
vapor do sistema primário é ventilado do vaso do reator para a contenção onde se
condensa nas superfícies de contenção.
O condensador recolhe na região de contenção inferior (sump) e quando o
nível do líquido no sump de contenção sobe acima da parte superior das válvulas de
recirculação, as válvulas de recirculação são abertas para fornecer caminho natural de
circulação através do núcleo e fora das válvulas de ventilação do reator.

21
Figura 4. Descrição do Sistema de Remoção de Calor de Contenção (CHRS)
Fonte: NuScale Power

A configuração integral elimina acidente de resfriamento (LOCA) devido ao


design. Como base no design em pequenas suposições, não há situação em que o
núcleo torna-se exposto ou descoberto - será sempre debaixo d'água. Assim, caminhos
para resfriamento estão sempre disponíveis para remover o calor do decaimento. Por
causa do caminho remoção de calor assegurada e a natureza à prova de falhas das
válvulas ECCS, que se abrem passivamente após a perda de energia, o reator pode ser
resfriado com segurança por um tempo ilimitado, sem energia AC ou DC, sem
intervenção de operador, e sem água adicional conforme mostrado na figura 5.

22
Figura 5. Descrição do Sistema de Remoção de Calor de Contenção (CHRS)
Fonte: NuScale Power

3.3.6 Ameaças Externas


Do ponto de vista da segurança da planta, todo o NSSS, a contenção, a sala de
controle e o pool de combustível usado estão todos localizados abaixo do nível do solo,
fornecendo assim resistência a ataques de avião ou segurança contra outras ameaças
potenciais. Os tanques selados e contendo agua fornecem barreiras adicionais durante
a operação.

3.3.7 Descrição dos sistemas turbinas geradoras


Cada reator NuScale implementaria uma pequena turbina a vapor convencional
de 45MW e um conjunto de geradores otimizado para as condições de saída do
gerador de vapor NuScale. Estes são prontamente disponível e amplamente utilizados
na indústria de geração de energia de combustíveis fósseis e pode ser dedicado para o
serviço em usinas nucleares. O pequeno tamanho permite o resfriamento do gerador,
portanto evitar problemas de manutenção e segurança associados ao resfriamento de
hidrogênio do gerador.

23
3.3.8 Sistemas elétricos e de controle
Uma característica original da planta do multi-módulo de NuScale é a estratégia
da sala de controle. Por causa da redução dos requisitos operacionais proporcionados
pela simplicidade do projeto e do avanço nos controles digitais, propõe-se que um
operador controlasse vários reatores. Os estudos dos fatores humanos e da interface
humano /sistema estão em andamento para determinar o número ideal de reatores
que podem ser controlados de forma eficaz e segura por um único operador e um
simulador de sala de controle foi construído para fornecer base para a estratégia
selecionada (mostrada na Figura 6).

Figura 6. Simulador de sala de Controle NuScale Reator


Fonte: NuScale Power

3.3.9 Gestão de combustíveis gastos e resíduos


A piscina de combustível usado da fábrica de NuScale multi-módulo consiste
em uma piscina de concreto forrada de aço localizada no subsolo. O reservatório é
projetado com a capacidade de armazenar e resfriar todo o combustível descarregado
de 12 módulos, bem como mais 10 anos de combustível nuclear usado. Após 10 anos
de armazenamento na piscina de combustível usado, o armazenamento interino
refrigerado a ar é possível, como as usinas nucleares convencionais trabalham
atualmente. Ao permanecer com a conhecida tecnologia de combustível, os novos
desafios não são introduziu o ciclo do combustível nuclear.

24
3.3.10 Disposição da planta
Uma visão do plano de um layout mostrando uma matriz de 12 módulos com
uma capacidade total de 540 MW é mostrado na Figura 7. O layout mostra um edifício
do reator que abriga os módulos, um edifício para turbina e um edifício de
reabastecimento separado. O edifício de reabastecimento também abriga o
combustível usado piscina de armazenamento. Cada módulo reside um escudo
biológico em uma baía de três lados que está aberta para um comum, de aço
inoxidável forrado, piscina.

Figura 7. Exemplo de uma usina de 12 unidades (540 MWe) NuScale.


Fonte: NuScale Power

3.3.11 Reabastecendo uma planta multi-módulo NuScale


A configuração mostrada na Figura 6 oferece vantagens econômicas
significativas. Primeiro, ele elimina o risco de eixo único. Ou seja, o desligamento
temporário de uma única unidade não requer desligamento de toda a planta. Em
segundo lugar, o layout permite que o reabastecimento seja concluído em um único
módulo enquanto os outros módulos continuam a gerar energia. Este reabastecimento
escalonado de módulos individuais pode ser feitos por uma equipe pequena, bem
treinada e permanente, em vez de empregar uma grande força de trabalho
temporária. As operações de reabastecimento podem ser conduzidas ao longo o ano,
mantendo os módulos restantes on-line. Além disso, o conjunto turbina / gerador

25
permitirem facilidade de manutenção e substituição de turbinas para reduzir os
tempos de inatividade da unidade única. A figura 8 mostra um exemplo layout de
construção para uma planta de 12 módulos. Inclui dois edifícios independentes de
turbinas cada habitação 6 conjuntos gerador de turbina a vapor, um edifício do reator
central que abriga todos os módulos, 2 conjuntos de refrigeradores evaporativos de ar
forçado e suporte elétrico e mecânico.

Figura 8. Exemplo layout de uma usina de energia nuscale de 12 unidades (540 MWe)
Fonte: NuScale Power

3.3.12 Desempenho da planta


O design NuScale com uso de estudos probabilísticos de avaliação de risco,
quatro revisões de especialistas para o desenvolvimento da Tabela de Classificação de
Identificação de Fenômenos (PIRT) e empreiteiros externos concluíram que que devido
à redução do número de componentes da planta, a simplicidade operação e sistemas
de alta confiabilidade, prevê-se que uma fábrica de NuScale tenha Fator capacidade de
>95%. O potencial de ter um módulo "de reposição" oferece flexibilidade adicional de
reabastecimento e uma oportunidade de aumentar ainda mais o fator de capacidade.
Estimativas detalhadas de custos e cronogramas de construção foram
desenvolvidos pela NuScale e prevê que o design da planta compacta, layout, e
26
construção modular fará com que o custo / kW de uma planta NuScale igual ou melhor
do que grandes usinas nucleares em escala nuclear. Além disso, os custos de capital
iniciais são significativamente mais baixos para projeto menor, e o curto período de
construção previsto (36 meses) reduz o custo de juros e risco financeiro. A figura 9
mostra a diferença de magnitude de uma obra convencional e do Nuscale para ilustrar
estas afirmações.

Figura 8. Ilustração comparativa de um Reator Nuclear Convencional e o NuScale


Fonte: NuScale PowerTM

3.3.13 Status de implantação e cronograma planejado


O NuScale está buscando a certificação de design através da Regulamentação
Nuclear dos Estados Unidos Comissão (NRC). Este esforço visa a implantação de
plantas NuScale para necessidades imediatas do mercado de serviços públicos dos
EUA. Várias reuniões de pré-candidatura foram realizadas com o NRC para discutir o
projeto da planta, operações da planta e pessoal, a análise de segurança códigos,
resultados preliminares de análise de segurança, revisões de painéis de especialistas,
os resultados do PRA, análises de acidentes e estudos de planejamento de emergência.
Desenvolvimento da Certificação de Design à candidatura foi apresentada em 2015.

27
4. CONCLUSÃO

Com o crescimento populacional e o desenvolvimento da economia, há uma


demanda maior por produção e consumo de energia, sendo necessário diversificar
suas fontes de geração, sem causar aumento dos impactos negativos ao meio
ambiente.
Contudo, através da elaboração do presente trabalho, pode-se concluir que os
reatores da IV geração, mais precisamente os SMRs, surgem com tecnologia capaz de
minimizar os riscos de acidentes, por exemplo, o reator Nuscale possuí uma
configuração integral que elimina desastres por falta de resfriamento, ou seja, ele foi
projetado para sempre estar disponível para remover o calor do decaimento, assim,
problemas como o que ocorreu em Fukushima, não aconteceria novamente.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MASILI, G.S. Usina nuclear. Disponível em: <


http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/nuclear/nuclear.htm> Acesso em:
27/10/2019.
HELERBROCK, Rafael. "Fissão nuclear"; Brasil Escola. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/fissao-nuclear.htm>. Acesso em: 27/10/2019.
CIMM. Definição – O que é um reator nuclear?.Disponível em: <
https://www.cimm.com.br/portal/verbetes/exibir/1618-reator-nuclear> Acesso em:
27/10/2019.
RICKY. Types of Nuclear Power Plants – Pressurized Water Reactors (PWR) (EN).
Disponível em: http://www.brighthubengineering.com/power-plants/2429-types-of-
nuclear-power-plants-pressurized-water-reactors-pwr/ Acesso em: 27/10/2019.
ENERGIA NUCLEAR. Reator de água pressurizada. Disponível em: https://pt.energia-
nuclear.net/operacao-usina-nuclear/reator-nuclear/tipos/reator-de-agua-pressurizada Acesso
em: 27/10/2019.

FGV. O futuro energético e a geração nuclear. Disponível em: <


https://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/files/miolo_futuro_energetico_web.pdf>
Acesso em: 27/10/2019.

FOGAÇA, J.R.V. Fissão nuclear. Disponível em: <


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/fissao-nuclear.htm> Acesso em:
27/10/2019.

28
MONGELLI, S.T. Geração núcleo-elétrica: Retrospectiva, situação atual e perspectivas
futuras. Disponível em: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85133/tde-
08062007-151208/publico/SaraTaniaMongelli.pdf> Acesso em: 27/10/2019

Instituto Frances de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN): Review of Generation


IV - Nuclear Energy System, Cherbourg-Octeville-França, 2015.
Agência de Energia Nuclear (NEA) : Technology Roadmap Update for Generation IV -
Nuclear Energy Systems, Boulogne Billancourt-França, 2014.
Agência de Energia Nuclear (NEA) : Small Modular Reactors: Nuclear Energy Market
Potential for Near-term Deployment, Boulogne Billancourt-França, 2016
INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, “Status of Small Reactor Designs without
Onsite Refuelling,” IAEA TECDOC-1536, IAEA, Vienna (2007).
N. Reyes, Jr. “NuScale Plant Safety in Response to Extreme Events,” Nucl Tech, 128,
153-163 (May 2012).

29

Você também pode gostar