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REATORES GERAÇÃO IV
NUSCALE
São Paulo
2019
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Hélio Rubens Abdo Darin, José Agustin Castillo Lara, Larissa Abbade Marcelo.
REATORES GERAÇÃO IV
NUSCALE
São Paulo
2019
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SUMÁRIO
SUMÁRIO .................................................................................................................................. 3
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 10
3.1 Reatores de 4° Geração ........................................................................................... 10
3.1.1 Reatores Térmicos GEN-IV ............................................................................... 10
3.1.2 Reatores Rápidos GEN-IV ................................................................................. 11
3.2 Reatores Modulares Pequenos (Small modular reactors - SMRs).............................. 12
3.3 SMR NuSCALE ...................................................................................................... 14
3.3.1 Configuração Reator NuScale........................................................................ 16
3.3.2 Configuração Modular ..................................................................................... 19
3.3.3 Descrição do conceito de segurança................................................................. 19
3.3.4 Vaso de Alta Pressão ........................................................................................ 20
3.3.5 Sistema de Segurança Passiva .......................................................................... 21
3.3.6 Ameaças Externas ............................................................................................ 23
3.3.7 Descrição dos sistemas turbinas geradoras ...................................................... 23
3.3.8 Sistemas elétricos e de controle ....................................................................... 24
3.3.9 Gestão de combustíveis gastos e resíduos ........................................................ 24
3.3.10 Disposição da planta ........................................................................................ 25
3.3.11 Reabastecendo uma planta multi-módulo NuScale .......................................... 25
3.3.12 Desempenho da planta .................................................................................... 26
3.3.13 Status de implantação e cronograma planejado ............................................... 27
4. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 28
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 28
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1. INTRODUÇÃO
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forma, o gás aquecido ou o vapor são então alimentados em uma turbina que aciona
um alternador.
O interior de um reator, também denominado de núcleo, barras de controle e
um moderador mantêm a reação estacionária, para que o calor desejável seja
produzido a taxas constantes. Assim um refrigerante (um gás, água ou outro líquido)
circula no reator e é aquecido. O refrigerante aquecido vai a um dissipador de calor,
que com esse calor ferve a água.
Nesta reação o vapor produzido impulsiona as turbinas do reator. Nesse
processo ocorre uma radiação intensa, e pode ser usado para fazer radioisótopos.
Entorno do reator existe ainda camadas protetoras, ou blindagem, para evitar fuga da
radiação. De qualquer forma, há vários tipos de reatores, que diferem em função dos
materiais e da tecnologia aplicada, mas todos possuem o mesmo conjunto de
componentes, sendo eles:
O Combustível geralmente utilizado é o urânio, na forma de pastilhas de
dióxido de urânio (UO2) acondicionados em tubos na forma de barras de combustível e
instalados no núcleo do reator. O único material físsil existente na natureza é o urânio
235, utilizado como combustível por quase todos os reatores nucleares. Porém para
que ocorra a geração de energia elétrica, o combustível deve ter ampliada a
concentração de urânio 235 de 0,71%, encontrado na natureza, para 2-5%, em um
processo chamado de enriquecimento de urânio.
O Moderador é um material situado no núcleo do reator e utilizado para
reduzir a velocidade dos nêutrons rápidos liberados durante a fissão, mas sem capturá-
los, para ampliar sua eficiência causando novas fissões. Geralmente, utiliza-se água,
mas também grafite e água pesada.
O Refrigerante é um fluido que circula no núcleo do reator, e é necessário para
absorver e remover o calor produzido pela fissão nuclear e manter a temperatura do
combustível dentro de limites aceitáveis, podendo transferir o calor para mover as
turbinas geradoras de eletricidade. O refrigerante pode ser Água, mas também água
pesada, gases (CO2 ou hélio) ou metais liquefeitos, como sódio ou chumbo. Podemos
dizer que o refrigerante também pode ser um moderador, o que tem sido feito com a
água nos reatores mais recentes.
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As Barras de Controle são feitas de materiais que absorvem nêutrons, de modo
a controlar e terminar a fissão. São introduzidas no reator para reduzir o número de
nêutrons e, quando necessário, interromper o processo de fissão. Durante a operação
do reator, servem para controlar e regular o nível e a distribuição espacial de potência
no reator.
O reator PWR (pressurized water reactor) é um tipo de reator que utiliza água
comum como refrigerante e moderador. O refrigerante é mantido à alta pressão para
permanecer líquido à elevada temperatura, acima de 300º C. A água circula em um
sistema primário, composto principalmente do vaso de pressão do reator e
bombeamento primário, utilizando bombas potentes. Assim passa pelo gerador de
vapor, o calor é transferido para ferver a água em um circuito secundário, separado. O
vapor assim produzido move os turbo geradores produzindo energia elétrica.
O reator BWR (boiling water reactor) utiliza água comum como refrigerante e
moderador. O refrigerante é mantido a temperatura inferior à do PWR, permitindo
que ferva quando recebe calor do reator. Assim o vapor resultante passa diretamente
para os turbo geradores para produzir eletricidade. PHWR (pressurized heavy water
reator), conhecido como CANDU (Canada Deuterium Uranium), utilize água pesada
como refrigerante e moderador.
Em todo o mundo, o desenvolvimento da energia nuclear, pode ser analisado
em três grandes fases, relacionadas à evolução de suas condições tecnológicas e de
segurança de suas operações, sendo assim:
A primeira fase entre 1970 e 1986: pode ser considerada a fase de primeira
expansão, relacionada ao grande potencial da energia nuclear para superar as
restrições apresentadas pela reestruturação das matrizes energéticas para enfrentar a
dependência em relação ao petróleo, e a necessidade de atender ao crescimento da
demanda de energia elétrica em uma dinâmica de sustentabilidade.
A segunda fase entre 1986 e 2000: foi uma fase de revisão para a indústria
nuclear, diante dos efeitos políticos e sociais do terrível acidente de Chernobyl (na
Ucrânia). A expansão dos programas nucleares foi interrompida na maior parte dos
países, exceto na Ásia (Japão e Coreia do Sul), enquanto a indústria nuclear procedia a
uma avaliação detalhada e profunda dos processos técnicos, econômicos e de
segurança envolvidos na geração elétrica a partir das usinas nucleares.
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A terceira fase teve início em 2000: considerada a fase de consolidação da
energia nuclear, tem sido marcada pelo desenvolvimento de nova geração de reatores
(Geração III+), com recursos que melhoram substancialmente o desempenho
tecnológico, econômico (com a construção modular e padronizada dos reatores
nucleares) e as condições de segurança (implantação de sistemas passivos).
Desta forma, a consolidação da energia nuclear se refere à oportunidade para a
indústria, após um período de duas décadas orientadas ao aperfeiçoamento do
desempenho técnico e econômico das tecnologias de geração nuclear, atender ao
crescimento da demanda de energia elétrica, reduzindo simultaneamente as emissões
de gases de efeito estufa, afinal a energia nuclear é uma fonte limpa, porém devido a
grandes acidentes ficou marcada como perigosa.
Como dito anteriormente, as tragédias que envolvem a energia nuclear, afetam
a reputação da mesma, por exemplo, o acidente de Fukushima se insere nesta fase,
tendo acentuado seus aspectos relevantes envolvendo a renovação de conceitos,
processos e equipamentos, de modo a melhorar o desempenho econômico e
energético, incorporando os avanços obtidos em relação às medidas de segurança.
Enfim, a produção elétrica com base na energia nuclear, resulta do
aproveitamento de uma propriedade que pode ser obtida a partir de certos materiais
que são relativamente instáveis, como o urânio e o plutônio. Quando o núcleo desses
elementos sofre o impacto de um nêutron e o absorve, ele é dividido em dois
fragmentos, liberando, ao mesmo tempo, 2 ou até mesmo 3 neutrons de energia.
Podemos dizer que o processo se reproduz quando outros nêutrons, liberados
no processo de fissão, são absorvidos por outros átomos fissionáveis que, por sua vez,
se dividem, liberam mais nêutrons, e assim sucessivamente, em um processo de
reação em cadeia. Desta maneira, no momento em que esse processo se torna auto-
sustentável, o sistema atinge criticalidade.
Os nêutrons com energia cinética relativamente baixa são denominados de
nêutrons térmicos e são os mais eficientes para fissionar o urânio e o plutônio. Os
nêutrons com energia cinética mais elevada, chamados de nêutrons rápidos, são
menos eficientes para produzir fissão em urânio, mas podem ser efetivos para um
grande leque de isótopos.
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Resumidamente, a segurança dos reatores nucleares é um componente crucial
na evolução da energia nuclear mundial e leva em conta três funções básicas:
I. O controle da reatividade;
II. O resfriamento do combustível e
III. A contenção de substâncias radioativas.
Para facilitar a compreensão do novo sistema de segurança nuclear, podemos
dizer que os sistemas de segurança tradicionais (antigos), são considerados ativos
porque envolvem uma operação elétrica ou mecânica. Já os sistemas passivos de
segurança foram desenhados para funcionar sem sistemas de apoio (como energia
elétrica em corrente alternada, componente de resfriamento de água, entre outros).
Sabendo como ocorreu o terrível acidente de Fukushima, esse novo mecanismo
de segurança, teria evitado o problema, quando a ruptura no fornecimento de energia
elétrica resultou na perda da função de resfriamento do combustível. Também
podemos ressaltar que a redução de risco resulta em redução de custo, especialmente
com a melhoria do risco regulatório em razão de melhores processos e da
padronização, que garante novas reduções em razão das economias de escala do
conjunto.
Acontece que ocorre dificuldades para atender a demanda de energia elétrica
mundial sem o uso da energia nuclear (que representa 20% a 30% do fornecimento de
energia elétrica nos Estados Unidos, Japão e Alemanha, e 75% na França), e a posição
diferenciada da energia nuclear (em um contexto de redução da geração a carvão)
para atender ao crescimento da demanda de energia elétrica, especialmente nos
países em desenvolvimento, como é o caso da China e da Índia.
Também é possível classificar os reatores nucleares em termos de geração e
assim permite considerar a evolução de suas características ao longo do tempo, sendo
eles:
Geração I é constituída pelos primeiros protótipos de energia nuclear civil das
décadas de 1950 e 1960, quando Estados Unidos (1951), Reino Unido (1953), União
Soviética (1954), França (1956) e Alemanha (1961) passaram a desenvolver programas
de energia nuclear para a produção de energia elétrica.
Geração II são os reatores ditos como comerciais, desenhados com o objetivo
de serem econômicos e confiáveis, que começaram a operar ao final da década de
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1960, com vida útil prevista para 40 anos e compõem 73% dos 435 reatores em
operação em maio de 2013. As principais tecnologias dessa geração são o PWR e o
BWR, que já foram descritos nesse trabalho.
Geração III basicamente são os reatores da Geração II, porém com o acréscimo
de medidas avançadas de desempenho operacional e ampliada a vida útil para 60
anos. Nessa evolução de medidas de segurança e prolongamento de atividade, incluem
o desenho padronizado e a construção, bem como sistemas passivos de segurança,
tecnologia de combustível e a eficiência térmica. Os dois principais reatores são o
AP600 (Advanced PWR de 600 MW da Westinghouse) e o ABWR (Advanced BWR da GE
Hitachi Nuclear Energy).
Geração III+ pode ser dito que ocorreu uma evolução significativa em relação à
anterior, com a utilização mais inteligente de sistemas passivos de segurança, que
envolvem apenas condições naturais, como a força da gravidade.
Geração IV essa evolução produz uma ruptura tecnológica, com temperaturas
superiores a 800ºC e capacidade de 300 MW. Essa geração deverá substituir a fonte
térmica fóssil na indústria, entre outros, na petroquímica, siderurgia, vidros, papel,
cimento, podendo ser implantada em locais de difícil acesso, como Sibéria, Amazônia
ou Alasca.
Outra evolução na área nuclear é o desenvolvimento de Reatores Modulares
Pequenos, denominados de SMR (Small Modular Reactors), com capacidade entre 300
MW até 700 MW, utilizando técnicas modulares de construção em fábrica, que geram
economias e têm tempo de construção estimado entre 24 e 36 meses, com custo de
investimento, em sua fase inicial, da ordem de US$ 4,700/kWe, melhores condições de
financiamento e menor risco em razão do menor tempo de construção.
Desta forma, iremos abordar nesse trabalho uma reflexão da tecnologia da
Geração IV, analisando os Reatores Modulares Pequenos SMR, aprofundando o
assunto no reator de potência Nuscale.
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2. OBJETIVO
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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ou oxido-carbeto de urânio. A refrigeração do núcleo é feito com gás hélio ou com sal
fundido. Este projeto de reator prevê uma temperatura de saída de 1.000 ° C. O núcleo do
reator pode ser um projeto de reator de bloco prismático ou de leito de seixos.
- Reator sal fundido (Molten salt reactor –MSR): é um tipo de reator nuclear
onde o principal refrigerante é um sal fundido ou até mesmo o combustível pode ser
uma mistura de sais. MSRs podem funcionar a temperaturas mais altas que reatores
refrigerados a base água aumentando sua eficiência termodinâmica, e ao mesmo
tempo se mantendo baixa pressão de vapor.
Os conceitos iniciais do espectro térmico para esse tipo de reator dependem do
combustível nuclear, talvez tetrafluoreto de urânio (UF4) ou tetrafluoreto de tório
(ThF4), dissolvido em sal de fluoreto derretido. O fluido chegaria à criticidade fluindo
para um núcleo onde a grafite serviria como moderadora. Muitos conceitos atuais
dependem de combustível disperso em uma matriz de grafite com o sal fundido,
proporcionando baixa pressão e alta temperatura de resfriamento.
- Reator refrigerado com água supercrítica (Supercritical-water-cooled reactor -
SCWR): esses reatores são basicamente reatores de água leve (LWR) operando a
pressões e temperaturas mais altas com um ciclo de troca de calor direto e único.
Como o mais comumente previsto, ele operaria em um ciclo direto, como um reator
de água fervente (BWR), mas como usa água supercrítica como fluido de trabalho,
teria apenas uma fase aquosa presente, o que torna o método de troca de calor
supercrítico mais semelhante a um reator de água pressurizada (PWR). Ele poderia
operar em temperaturas mais altas do que os PWRs e BWRs atuais. Os reatores SCWR
são promissores sistemas nucleares avançados por causa de sua alta eficiência térmica
de cerca de 45%, contra os 33% de eficiência dos atuais LWRs.
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- Reator rápido resfriado a Gás (Gas-cooled fast reactor -GFR): esses reatores
apresentam um espectro de nêutrons rápido e ciclo de combustível fechado para uma
conversão eficiente de urânio fértil e gerenciamento de actinídeos. O reator é
resfriado a hélio e, com uma temperatura de saída de 850°C, sendo o mesmo uma
evolução do reator VHTR. Utilizará uma turbina a gás de ciclo direto de Brayton para
atingir uma alta eficiência térmica. Várias formas de combustível baseados em 232-
Tório (232Th) estão sendo consideradas utilização do mesmo em temperaturas muito
altas e garantir uma maior retenção de produtos de fissão: combustível cerâmico
composto, partículas avançadas de combustível ou elementos revestidos de cerâmica
de compostos de actinídeos.
- Reator rápido resfriado a sódio (Sodium-cooled fast reactor - SFR): o conceito
do SFR é resfriamento por sódio líquido e a utilização como combustível nuclear de liga
metálica de urânio e plutônio ou combustível de nuclear já irradiado (“lixos” de
reatores de água leve). O combustível SFR está contido em revestimento de aço com
enchimento de sódio líquido no espaço entre os elementos revestidos que compõem o
conjunto de combustível. Um dos desafios de projeto de uma SFR são os riscos do
manuseio de sódio, que reage de forma explosiva se entrar em contato com a água. No
entanto, o uso de metal líquido em vez de água como refrigerante permite que o
sistema trabalhe à pressão atmosférica, reduzindo o risco de vazamento.
- Reator rápido resfriado a chumbo (Lead-cooled fast reactor - LFR): O chumbo
tem a vantagem que, ao contrário do sódio, não reage violentamente com a água ou o
ar. Além disso, o alto ponto de ebulição à pressão atmosférica é uma garantia de altas
margens em condições normais de operação e exclui o risco de ebulição do líquido de
arrefecimento. A principal desvantagem dos reatores resfriados a chumbo é que o
líquido refrigerante tende a corroer as estruturas de aço. O combustível é à base de
metal ou nitreto, contendo urânio fértil e transurânicos. O reator é resfriado por
convecção natural, com uma temperatura de refrigerante de saída do reator de 550 °
C, possivelmente variando até 800 ° C com materiais avançados.
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elétrica de até 300 MW, cujos componentes e sistemas podem ser produzidos por uma
gama de fornecedores e, em seguida, transportado em módulos para os locais de
instalação conforme a necessidade.
A maioria dos projetos adotam recursos de segurança avançados e podem ser
implantados em plantas uni ou multi-modular. O desenvolvimento dos SMRs cobrem
as principais linhas de reatores utilizados atualmente: reatores resfriados a água, alta
reatores refrigerados a gás de temperatura, reatores refrigerados a metal líquido,
sódio e gás com espectro rápido de nêutrons e reatores de sal fundido.
Os principais interesses no desenvolvimento de SMRs são a necessidade de
flexibilidade na geração de energia para uma ampla gama de usuários e aplicações,
substituindo unidades antigas de queima de combustíveis fósseis, desempenho de
segurança e oferecendo melhor acessibilidade econômica. Muitos SMRs são previstos
para um mercado de energia em que grandes reatores não seriam viáveis.
Os SMRs podem, por exemplo, substituir antigas usinas de combustível fósseis
antigas fornecendo cogeração em pequenas redes de eletricidade em áreas remotas,
onde a produção de eletricidade por outros meios são difíceis ou muito custosas. Com
a tecnologia de modularização, os SMRs também visam à economia devido à produção
em série além de menor tempo de construção.
Os SMRs implantáveis de curto prazo terão desempenho de segurança
comparável ou até melhores que as atuais tecnologias dos grandes reatores nucleares.
Algumas vantagens potenciais das SMRs, como a eliminação de a evacuação pública
durante um acidente ou um único operador para vários módulos estão em discussão
com as agencias reguladoras.
Atualmente, existem mais de 50 projetos SMR em desenvolvimento para
diferentes aplicações. Três plantas SMRs de demonstração estão em estágio avançado
de construção: na Argentina (CAREM, uma PWR integral), na República Popular da
China (HTR-PM, um reator resfriado a gás de alta temperatura) e na Federação Russa
(KLT40s, uma unidade de energia flutuante).
Eles estão programados para entrar em operação entre 2019 e 2022. Além
disso, a Federação Russa já fabricou seis reatores RITM-200 (um PWR integral) com
quatro unidades já instalado nos quebra-gelo Sibir e Arktika, para entrar em serviço
em 2020. Os SMRs podem ser subdividos em 5 grupos:
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- SMRs refrigerados a água terrestres: apresenta os principais projetos de SMR
que adotam água leve como refrigerante. É o tipo de SMRs que possui a tecnologia
avançada, uma vez que maioria das grandes usinas em operação atualmente utiliza o
mesmo refringente. Há atualmente 19 projetos deste modelo em andamento.
- SMRs refrigerados com água marinha: apresenta conceitos que podem ser
implantados em ambiente terrestre, submerso ou embarcado. Esse conceito maior
flexibilidade de implementação, entretanto enfrenta muitos desafios se forem
implantados internacionalmente, como permissão para atravessar águas nacionais e
internacionais. Há atualmente 6 projetos deste modelo em andamento.
- SMRs refrigerados a gás de alta temperatura: estes tipos de reator fornecem
calor de alta temperatura (≥750 ° C) que pode ser utilizado para geração de
eletricidade mais eficiente. Há atualmente 10 projetos deste modelo em andamento.
- SMRs de nêutrons rápidos: utilizam nêutrons rápidos para realizar a fissão e
existem projetos com diferentes opções de refrigerantes. Há atualmente 9 projetos
deste modelo em andamento.
- SMRs de sal fundido: utiliza sal fundido como combustível nuclear e para
resfriamento do núcleo. Há atualmente 9 projetos deste modelo em andamento.
No próximo item será mostrado com mais detalhe o projeto do SMR da
NuScale, que são reatores modulares que utilizam água para leve como liquido
refrigerante.
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candidatura destinadas a apresentar um pedido de Certificação do design de uma
usina de 12 módulos nuscale. A Fluor Corporation tornou-se o investidor majoritário
da NuScale Power em 2011 e fornecerá engenharia, compras e serviços de construção
para implantação de plantas.
A fábrica de NuScale consiste de 1 a 12 módulos independentes, cada um capaz
de produzir uma rede energia elétrica de 45 MW. Cada módulo inclui um reator de
água leve pressurizado integral operado condições de fluxo primário de circulação
natural.
Cada reator está alojado dentro de seu próprio vaso de contenção de alta
pressão que está submerso debaixo d'água em um vaso de aço inoxidável em uma
piscina de concreto forrado. A figura 1 ilustra as principais características NuScale
Design.
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Figura 1. Principais características do Reator tipo NuScale
Fonte: NuScale Power
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Figura 2. Configuração básica de um único módulo de reator NuScale
Fonte: NuScale Power
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Existem cinco características essenciais da planta NuScale, que em combinação,
a distinguem das muitas outras pequenas usinas nucleares que estão sendo
desenvolvidas hoje. O primeiro é o seu tamanho compacto.
O NSSS pode ser pré-fabricado inteiramente fora do local e enviado por trem,
caminhão ou barcaça para o local de instalação. Com esta característica de tamanho,
ele pode ser fabricado por fornecedores domésticos de médio porte, evitando o
procedimento atualmente utilizado para plantas nucleares convencionais.
Em segundo lugar, o núcleo é totalmente resfriado pela circulação natural. A
água é aquecida no núcleo para produzir um fluido de baixa densidade que viaja para
cima através das colunas laterais quentes. A bobina helicoidal enrolada em torno do
lado de fora das colunas fornece a remoção de calor que esfria a água, fazendo com
que sua densidade aumente.
A diferença de densidade resultada em uma força de flutuabilidade que
impulsiona o fluxo de fluido em torno do aço. A circulação natural da operação fornece
uma vantagem significativa na medida em que eliminam bombas, tubos e válvulas e
daí a manutenção e as falhas potenciais associadas a esses componentes. Esta
simplicidade adicional aumenta a segurança geral das plantas, bem como melhora a
economia do projeto.
Em terceiro lugar, o projeto depende da tecnologia bem estabelecida do reator
de água leve. A planta de NuScale pode ser licenciado dentro dos regulamentos para
LWR “ligth water reactor” existente, baseando-se num vasto conhecimento e
desenvolvimento estabelecidos, códigos e métodos comprovados e padrões
regulatórios existentes.
Em quarto lugar, o design NuScale é suportado por um teste integral de uma
escala de um terço, que opera em condições de pressão e temperatura máxima. A
operação de uma instalação de teste integral para tal projeto não convencional é
altamente útil na busca de aprovação regulatória de órgãos governamentais, como a
Comissão Reguladora Nuclear dos EUA (NRC). Os clientes também querem os testes
integrais para garantir que a planta funcione como previsto. Esta instalação de teste
protótipo irá fornecer os dados de suporte necessários para licenciamento.
Finalmente, o design NuScale é o único SMR que utiliza um conceito modular
compacto capaz de ser transportado, em contraste com o conceito tradicional de
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fabricação em concreto enclausurado. Semelhante aos reatores de navio, o uso de
uma contenção compacta que é pré-fabricada fora do local e enviado por via férrea,
caminhão ou barcaça, aumenta a economia e flexibilidade de implantação.
Este conjunto único de características especifica criada pela simplicidade da
planta, a confiança em tecnologia de água leve existente, e a disponibilidade de uma
instalação de teste integral, ajudam para que o projeto NuScale possa ser
implementado antecipadamente.
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Figura 3. Configuração modular do reator NuScale
Fonte: NuScale Power
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resultado, a pressão de equilíbrio entre o reator e os vasos de contenção no caso de
uma pequena pausa ou LOCA “ lost of coolant accident” é alcançado dentro de alguns
minutos e estará sempre abaixo da pressão do projeto de contenção.
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Figura 4. Descrição do Sistema de Remoção de Calor de Contenção (CHRS)
Fonte: NuScale Power
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Figura 5. Descrição do Sistema de Remoção de Calor de Contenção (CHRS)
Fonte: NuScale Power
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3.3.8 Sistemas elétricos e de controle
Uma característica original da planta do multi-módulo de NuScale é a estratégia
da sala de controle. Por causa da redução dos requisitos operacionais proporcionados
pela simplicidade do projeto e do avanço nos controles digitais, propõe-se que um
operador controlasse vários reatores. Os estudos dos fatores humanos e da interface
humano /sistema estão em andamento para determinar o número ideal de reatores
que podem ser controlados de forma eficaz e segura por um único operador e um
simulador de sala de controle foi construído para fornecer base para a estratégia
selecionada (mostrada na Figura 6).
24
3.3.10 Disposição da planta
Uma visão do plano de um layout mostrando uma matriz de 12 módulos com
uma capacidade total de 540 MW é mostrado na Figura 7. O layout mostra um edifício
do reator que abriga os módulos, um edifício para turbina e um edifício de
reabastecimento separado. O edifício de reabastecimento também abriga o
combustível usado piscina de armazenamento. Cada módulo reside um escudo
biológico em uma baía de três lados que está aberta para um comum, de aço
inoxidável forrado, piscina.
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permitirem facilidade de manutenção e substituição de turbinas para reduzir os
tempos de inatividade da unidade única. A figura 8 mostra um exemplo layout de
construção para uma planta de 12 módulos. Inclui dois edifícios independentes de
turbinas cada habitação 6 conjuntos gerador de turbina a vapor, um edifício do reator
central que abriga todos os módulos, 2 conjuntos de refrigeradores evaporativos de ar
forçado e suporte elétrico e mecânico.
Figura 8. Exemplo layout de uma usina de energia nuscale de 12 unidades (540 MWe)
Fonte: NuScale Power
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4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MONGELLI, S.T. Geração núcleo-elétrica: Retrospectiva, situação atual e perspectivas
futuras. Disponível em: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85133/tde-
08062007-151208/publico/SaraTaniaMongelli.pdf> Acesso em: 27/10/2019
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