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PROFESSOR: ALEJANDRO MONTIEL ALVAREZ

CURSO: DIREITO

DISCIPLINA: TEORIA DO DIREITO

ALUNO: FELIPE S. JUSTO


O artigo contribui para entendimento da estrutura dos conceitos da lei através
da analise da natureza de medida, ordem e aliança.

A lei é uma obra da Razão direcionada para fins sociais. Ela possui duas
dimensões que exigem estudo para melhor compreende-la: A racional , que produz a lei
que dirige os passos humanos orientada pela virtude da prudência, e a Política, que
impõe a ordem manifestando-a em função do bem comum.

A idéia da lei como medida racional é o marco no ocidente de toda teoria do


Direito esboçada desde as construções jusnaturalistas, passando pela teoria da
argumentação e a hermenêutica jurídica. Já a visão da lei como ordem da comunidade
política e a perspectiva dos que enfatizam o momento da autoridade no fenômeno
jurídico, como os positivistas.

Sendo a lei uma medida, e aquilo que serve de medida é indispensável nas
formas de pensamento, ação e comunicação. Entre homens a medida é principio de
inteligibilidade, padrão de interpretação e avaliação do mundo. Mas também é critério
de ação correta. Fora da medida a ação é defeituosa por carência. Então a medida de
ação é estabelecida pelo prudente é o justo meio.

Quando a razão fornece uma medida uma medida à ação com a forma de
preposições que guiam tanto a ação individual (juízo), como a ação coletiva (lei). A lei é
a medida da ação social, e nessa estrutura a lei possui três características:

• Igualdade – A razão humana ao deparar-se com múltiplos objetos


unifica-os como casos considerados iguais, que independente de sua ordem,
devem ser abordados, teórica e praticamente, do mesmo modo, mas em
contrapartida, casos desiguais devem ser tratados desigualmente em sua
desigualdade.

• Objetividade – A lei para ser uma medida, deve ser objetiva. O objetivo é
determinado a partir do objeto, e fundado nele, sendo diferente do subjetivo,
que é entendido como determinação única dos sentimentos, afirmações
pessoais, de um sujeito qualquer, no caso o interprete do direito. Não há
medidas subjetivas.

• Universalidade – É próprio da lei ser um universal, ou seja, predicar-se


de muitos indivíduos e muitas ações. A lei como medida é um artefato da
razão e, portanto, deve permanecer no plano do universal, pois sua
racionalidade repousa na sua estrutura lógica de padrão universal.

Alem da estrutura lógica e a função política, há a aliança, que configura um


elo, uma união, a os que são submetidos a ela. Na Aliança a lei é considerada como
condição e produto do reconhecimento recíproco de uma relação de amizade. O sentido
ético da lei seria promover a coexistência, denominada amizade, expressando um pacto
entre os membros da comunidade, manifestando não a vontade do poder, mas a vontade
de comunidade.
Há três modelos de concepção de aliança no ocidente, o primeiro é o grego
“Nomos”, representado o limite, a fronteira política, que definia a abrangência das leis,
que se limitava a polis, pois as leis não se aplicavam foram dos “muros”. O segundo é a
Lex Romana, definida como um contrato que unia povos distintos. Os submetidos a esse
contrato tornavam-se aliados dos Romanos. A Lex era uma ferramenta de política
exterior. O terceiro e ultimo modelo é proveniente das origens hebraicas, sendo
representado pelos Dez Mandamentos, o Decálogo.

Na Aliança a motivação para obedecer é a vontade de estar unido ao outro, e


não o receio de ser punido. Essa união ao outro é denominada amizade, e esta possui
três elementos, a saber: A Benevolência - reconhecimento do outro afirmando o seu
valor, por ela quer se o bem do outro como fim e não como meio para o próprio bem. A
Reprocidade - Querer para o outro o que desejaria a si. Comunicação – A convivência,
uma vez que fundamento da amizade é o reconhecimento no outro de algo que é comum
aos dois considerando-o um outro eu.

A amizade é fundamentada pela regra de ouro que diz: Faze a o outro o que
queres que o outro faça a ti. Sendo que o conteúdo da lei é um dever de justiça, a lei
declara o justo. Mas a justiça só existe no interior de uma relação de amizade, ora, pois,
realizar a justiça é fazer o bem a outrem e somente a disposição de fazer esse bem, a
benevolência, pode sustentar a pratica da justiça.

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