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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“Júlio de Mesquita Filho”


Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá

DIREITO 511 T
TRABALHO COMPLEMENTAR P1

Docente – Drª Grasiele Augusta F. Nascimento

Discente – Victor Afonso Lopes da Cruz 12537-2


Vilma Mauro

Guaratinguetá – SP

Novembro de 2013
EXERCÍCIO DE DIREITO

Questões:
1) João foi contratado para trabalhar como motorista de ônibus pela
empresa JK. No dia em que teve problemas familiares, compareceu
embriagado ao serviço. Três meses depois, foi demitido por justa
causa, sob a alegação de embriaguez em serviço. Está correta a
demissão? Explique com base nos elementos caracterizadores da
justa causa.

Com base nos elementos caracterizadores da justa causa e no artigo


482 da CLT, pode se dizer que a demissão foi incorreta. A situação ocorrida
não se enquadra no ato de “Embriaguez Habitual ou em serviço” onde tal é
definida como “A embriaguez deve ser habitual. Só haverá embriaguez habitual
quando o trabalhador substituir a normalidade pela anormalidade, tornando-se
um alcoólatra, patológico ou não”. Conforme análise da situação, o ocorrido
não é uma normalidade, onde o empregado com frequência se apresenta ao
trabalho embriagado; outro fator que caracteriza como incorreto a demissão é
pelo fato de que o empregador não aplicou a sanção na primeira oportunidade
possível, ou seja, o imediatismo na rescisão, ficando a situação configurado
como perdão tácito.

2) É possível diferenciar o empregado urbano do empregado


doméstico? Explique.

Sim, é possível. Resumidamente pode-se dizer que o diferenciador está


na geração de lucro ao empregador, sendo o empregado doméstico aquele que
não gera lucro ao empregador; já o empregado urbano é aquele que gera lucro
a seu empregador.
Considera-se empregado doméstico aquele que presta serviços de
natureza continua (não eventuais ou esporádicos) e de finalidade não lucrativa
à pessoa ou família no âmbito residencial desta. Deve se destacar que o
âmbito residencial engloba não só o lar como também suas imediações – o
jardim, o quintal, bem como automóveis, lanchas e aviões particulares de lazer
ou passeio, guarda de quarteirão e enfermeiro.
Empregado urbano é toda pessoa física que presta pessoalmente
serviços de natureza não eventual ao empregador, sob a dependência e
mediante salario. Na prática é todo aquele que não se enquadra nas definições
de rural ou empregado doméstico. Abrange a maioria dos trabalhadores
brasileiros.
3) Explique o poder de direção do empregador.

O poder de direção do empregador pode ser subdividido, a grosso


modo, em quatro categorias, sendo elas:

I. Poder de direção é o que detém o empregador e que lhe permite


determinar aos seus empregados como as tarefas hão de ser exercidas.
II. Poder de organização consiste na ordenação das atividades dos
empregados, inserindo-as no conjunto das atividades da produção e
tendo por escopo os melhores resultados da empresa. Neste sentido, os
empregadores podem desenvolver regulamentos e políticas internas às
quais os trabalhadores deverão aderir, de sorte a que todos caminhem
na mesma direção e em busca dos já referidos melhores resultados.
III. Poder de controle se consubstancia no direito de fiscalizar as
atividades profissionais de seus empregados e talvez seja esta espécie
de poder que sobre maior limitação.
IV. Poder disciplinar que é a prerrogativa da qual o empregador pode
lançar mão para impor sanções disciplinares aos seus empregados
diante da prática de atos faltosos. Tais sanções podem ser tanto
previstas nas convenções ou acordos coletivos de trabalho ou nos
regulamentos da empresa e se resumem à advertência e suspensão;
considerando a demissão por justa causa (rescisão do contrato) uma
medida não disciplinar.
Estes poderes não são absolutos, sendo o seu limite a lei, o respeito, a
ética e o bom senso.

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