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Pamela Reis Custódio – RA: 7094038

Thainá Ferreira Leme – RA: 6993700


Victor Diresta – RA: 6952224

I. INTRODUÇÃO

No estudo realizado pelo autor Loïc Wacquant, sobre a população


carcerária que cresce exponencialmente e fora de controle nos Estados Unidos
da América, tratando também as possíveis causas dessa situação periclitante,
trazendo informações sobre a transferência do modelo organizacional de
welfare que se baseia em Políticas sociais que trazem o Estado como
responsável pela promoção de serviços públicos básicos e essenciais como
educação, saúde pública, moradia para um sistema que visa o workfare, que
por sua vez consiste em descentralização do Estado na promoção de políticas
sociais e foca na inserção dos cidadãos no mercado de trabalho.

O foco e ponto de partida do pensamento do artigo é a


segregação social que distancia os polos da sociedade, dividindo-se entre elite
econômica e classe baixa, trazendo os segmentos menos afortunados como
ponto de partida do sistema de workfare, subjugando-os a micro empregos que
sustentam os lucros das grandes potencias comerciais e econômicas,
barateando a mão de obra de situação precária na qual não podem conquistar
a regalia de sair desse sistema de sujeição às precariedades do sistema
trabalhista não regulamentado.

II. RESUMO

O autor descarta o conceito de complexo industrial prisional e


trabalha com um panorama da redução do welfare e aumento dos setores
correcionais, jurídicos e policiais. Demonstrando que o panorama em questão
não é infundado e se deu por deficiências no meio social.

De acordo com o autor, há uma relação de paridade do registro


social para o penal, que implica na política de criminalização da parcela
periférica da civilização que por sua vez, torna a fomentar o ativo de grandes
organizações que oferecem condições de labor precárias e mal remuneradas
em detrimento da enorme necessidade da população que encontra-se
negligenciada pelo Estado, por volta de 1996 diminui ainda mais a política
welfare.

O artigo tenta refutar a ideia de que o aumento de prisões de


diminuiu o desemprego nos Estados Unidos da América, e traz a ideia de que
isso apenas promoveu uma subcategoria de trabalhos informais não
regulamentados que facilita a exploração da população necessitada, afetando
majoritariamente ex prisioneiros que não tem como exigir condições de
trabalho melhores em razão de seu retrospecto legal, fato este, que acaba não
reintegrando o indivíduo devidamente como um cidadão digno como os
demais, mas o leva ao pensamento de que é por natureza inferior aos
indivíduos á sua volta, o que culmina na reincidência.

É visível que, no encarceramento, a maioria da população negra e


estrangeira, que é negligenciada na política e na economia, configurando uma
marginalização histórica e estrutural desse nicho da população que só aumenta
com o tempo, graças a certa elite que tem preconceitos.

O nicho econômico, apontado como “complexo industrial prisional”


necessita atenção em alguns pontos, quais sejam: o gerenciamento de labor
desregulamentado, hierarquia racial e a marginalidade urbana, que evidenciam
o que o autor denomina “Estado reformado capaz de impor requerimentos
econômicos e morais adstringentes do neoliberalismo”.

Concluindo, o pensamento remanescente é o de que a


‘’revolução’’ da administração da pobreza venha de um viés em que é visível a
prisão como domínio exclusivo da criminologia e política criminal e passemos a
creditá-la ao centro da sociologia política e das ações civis.

III. CRÍTICA
Conforme a análise de comportamento no estudo da psicologia (estudo
determinista) é fato que os crimes simples de roubo e furto estão associados ás
camadas mais pobres da população, porém, isso de forma alguma é apontado
como relação causal, visto que mesmo configurando minoria, as camadas mais
afortunadas da população também cometem os mesmos crimes.

É importante ressaltar que falta de apreço pela lei e pela ordem não
estão atrelados à classe econômica, pobreza ou riqueza. A conivência do
Estado e dos meios de comunicação com os crimes é um fator que gera
acolhimento ao criminoso por meio da população, entre outros fatores como a
promoção á uma ‘’luta de classes’’ que coloca o individuo mais pobre como
vítima da sociedade e contribui para que o mesmo nutra um ódio contra o
individuo bem sucedido e honesto.

O Estado que contempla uma legislação penal frouxa e precária com


desprezo pela lei e pelos preceitos morais da sociedade, tem por consequência
a criminalidade alta, e inclusive o índice de reincidência mais alto que em
outros países. A progressão de pena e o regime semiaberto facilitam com que
o individuo criminoso continue praticando crimes.

O desarmamento da população é um dos maiores fatores contribuintes


para a criminalidade e a reincidência de um Estado, onde o criminoso ao saber
que está em vantagem de qualquer indivíduo, tem carta branca para cometer o
delito, além das orientações da polícia em que o oficial deve aguardar ser
alvejado para reagir ao assaltante, e não o combater antes da prática efetiva
dos disparos.

O estado de calamidade dos sistemas prisionais não se trata apenas


dos fatores acima expostos, como também contempla uma enorme defasagem
política, que trabalha com veemência na desinformação da população em
detrimento de interesses próprios, sendo o leque político completamente
demagógico em relação aos problemas da criminalidade.

Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64451991000200006
http://www.scielo.br/pdf/rk/v14n1/v14n1a08.pdf
http://www.adelisell.com.br/artigo/48-o-lugar-da-prisao-na-nova-administracao-da-pobreza-
(adeli-sell)
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/689196273/administrando-a-pobreza-
wacquant-e-o-atual-momento-do-estado-brasileiro

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