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Repensando o Conceito de Administracao Publica Na Busca Da Maxima Efetividade de Seus Principios Con PDF
Repensando o Conceito de Administracao Publica Na Busca Da Maxima Efetividade de Seus Principios Con PDF
Leandro Sarai
Procurador do Banco Central do Brasil em São Paulo
Ex-procurador do município de Barueri/SP
Especialista em Direito Empresarial pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
ABSTRACT: It studies and criticizes the current concept of the public administration.
It sugests new concept based on the hemeneutic methods of the maximum
effectivity of the constitutional norms. It verifies the reflexes of these new
conceptions on the application of the public administration principles.
INTRODUÇÃO
Por sua vez, JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO aduz que seriam “todos os
agentes que, exercendo com caráter de permanência uma função pública em
decorrência de relação de trabalho, integram o quadro funcional das pessoas
federativas, das autarquias e das fundações públicas de natureza autárquica” (2008,
p.559).
O que se depreende da compilação dos manuais existentes, é a ausência de
univocidade terminológica, como aponta ODETE MEDAUAR (2008, p.260).
Nota-se a tendência de enquadrar o conceito de servidor público como
espécie de agente público, que, por sua vez, abrangeria, entre outras, a espécie
agente político (CARVALHO FILHO, 2008, p.555/8; MOREIRA NETO, 2006, p.284).
A propósito, alguns trechos das doutrinas administrativas:
Conceito de extensão mais restrita, também usado pela
doutrina, é a de agente público, designativa de todos aqueles que,
servidores públicos ou não, estão legalmente intitulados a exercer,
em nível decisório, uma parcela do poder público, investidos de
competência especificamente definida pela ordem jurídica. Nessa
categoria estão incluídos os Chefes do Poder Executivo, os Ministros
de Estado, os Secretários de Estado e de Município, os membros dos
Poderes Legislativo e Judiciário, os exercentes de funções essenciais
à justiça, os membros de júris e de mesas eleitorais, os dirigentes de
autarquias e paraestatais e todos aqueles que desempenhem funções
públicas de matriz constitucional.
Esta categoria, de agentes públicos, se subdivide em duas
subcategorias: os agentes políticos, que têm investidura em cargos
eletivos, vitalícios, efetivos ou em comissão, de assento
constitucional, e os agentes administrativos, que são todos os demais
intitulados por lei, a exercer uma parcela do poder estatal por outras
formas de investidura.
(MOREIRA NETO, 2006, p.284) (destaques do original)
a) agentes públicos – abrange todos aqueles que mantêm vínculo de
trabalho com os agentes estatais, de qualquer poder. A partir da
Constituição de 1988, tende-se a utilizar a expressão “servidores
públicos” com essa amplitude.
b) agentes políticos – designa, em primeiro lugar, os eleitos por
sufrágio universal, detentores de mandato: Presidente da República,
Governadores, Senadores, Deputados, Prefeitos, Vereadores. Em
segundo lugar, os auxiliares imediatos dos chefes de Executivo:
Ministros de Estado, Secretários de Estado, Secretários Municipais.
[...]
c) servidores públicos – na Constituição Federal de 1988, designa
todas as pessoas físicas que trabalham nos entes estatais, de
qualquer poder, inclusive os detentores de cargos; é o mesmo
sentido da locução “agentes públicos”. Antes da Constituição Federal
de 1988, a doutrina atribuía tal nome àqueles que trabalhavam nos
entes estatais, sem ocupar cargos, por exemplo, os contratados;
(MEDAUAR, 2008, pp.260/1) (destaques do original)
Agente público é toda pessoa física que atua como órgão
estatal, produzindo ou manifestando a vontade do Estado.
[...]
Nesse campo, mais do que em outros, há certas expressões
vocabulares tradicionais. Costuma-se reservar determinadas
expressões para indicar certas categoria de agentes estatais. Essa
terminologia acaba sendo influenciada pelo direito positivo, que se
vale de termos específicos para cada categoria. Para facilitar o início
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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
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Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de
Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração
federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV -
sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI - dispor, mediante decreto, sobre: a)
organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; VII -
manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar
tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX - decretar o
estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter
mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto
e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando
supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; XIV - nomear,
após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os
diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o
disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos
casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho
da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e,
nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz,
autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções
honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso
Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento
previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e
extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de
lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. Parágrafo
único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV,
primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
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Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir,
nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção
federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda; VIII -
administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI - explorar, diretamente
ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os
serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e
o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os
serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII - organizar e manter o
Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios; XIV -
organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por
meio de fundo próprio; XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e
cartografia de âmbito nacional; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões
públicas e de programas de rádio e televisão; XVII - conceder anistia; XVIII - planejar e promover a
defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX -
instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos; XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
nacional de viação; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; XXIII
- explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios
nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: a) toda atividade nuclear em
território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso
Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos
para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a
produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d)
a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; XXIV - organizar,
manter e executar a inspeção do trabalho; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício
da atividade de garimpagem, em forma associativa.
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Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma
sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a
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Nessa linha, deve-se ressaltar, a legalidade deve ser tida num sentido mais
amplo, abrangendo o respeito dos atos infralegais pela lei e a observância de todos
os atos estatais para com a Constituição.
A assertiva de que a tese ora apresentada representaria um meio de facilitar
o atingimento dos objetivos constitucionais decorre do fato de que a Constituição,
vista de uma forma sistêmica, apresenta nitidamente a administração pública e o
próprio Estado como meros instrumentos da realização do potencial do ser humano,
notadamente o povo brasileiro.
Levando às últimas consequências a pretensão interpretativa ora exposta,
pode-se afirmar que não só um ato administrativo, mas mesmo uma lei ou uma
decisão judicial não podem ser imorais, secretas (em regra) ou ineficientes
Uma sentença, da mesma forma, não pode ser proferida tendo em vista as
características pessoais de seu destinatário, em suma, não pode ferir o princípio da
impessoalidade.
Todo ato estatal é subordinado à lei e fundamentalmente à Constituição.
Todo agente a serviço do Estado é servo da Constituição e das leis, é seu
servidor, servidor público.
A interpretação aqui adotada conforma-se com o princípio da efetividade das
normas constitucionais (BARROSO, 1996, p.267).
A busca da máxima eficácia constitucional, decorre de princípio básico da
interpretação constitucional, lembrado por CELSO RIBEIRO BASTOS (1990, pp.
99/100):
Um segundo princípio básico de interpretação é o de que na
Constituição não devem existir normas tidas por não jurídicas. Todas
têm de produzir algum efeito. Com mais rigor ainda afirma Jorge
Miranda, citando lição de Thoma: “A uma norma fundamental tem de
ser atribuído o sentido que mais eficácia lhe dê” (Manual de direito
constitucional, t. 2, p. 224).
Esse princípio é assim apresentado por INOCÊNCIO MÁRTIRES COELHO (apud
SAIGG, 2010):
Estreitamente vinculado ao princípio da força normativa da
Constituição, em relação ao qual configura um subprincípio, o cânone
hermenêutico-constitucional da máxima efetividade orienta os
aplicadores da Lei Maior para que interpretem as suas normas em
ordem a otimizar-lhes a eficácia, mas sem alterar o seu conteúdo.
De igual modo, veicula um apelo aos realizadores da
Constituição para que em toda situação hermenêutica, sobretudo em
sede de direitos fundamentais, procurem densificar tais direitos,
cujas normas, naturalmente abertas, são predispostas a
interpretações expansivas. Tendo em vista, por outro lado, que em
situações concretas a otimização de qualquer dos direitos
fundamentais, em favor de determinado titular, poderá implicar a
simultânea compressão, ou mesmo o sacrifício, de iguais direitos de
outrem, direitos que constitucionalmente também exigem otimização
– o que, tudo somado, contrariaria a um só tempo os princípios da
unidade da Constituição e da harmonização -, em face disso impõe-
se harmonizar a máxima efetividade com essas e outras regras de
interpretação, assim como se devem conciliar, quando em estado de
conflito, quaisquer bens ou valores protegidos pela Constituição
Não há nenhum motivo para estranhamento com o que se aponta no presente
tópico, já que, ao que tudo indica, até mesmo o Supremo Tribunal Federal já vem
reconhecendo, por exemplo, que mesmo os atos legislativos estão sujeitos aos
princípios da administração pública:
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO: PRESSUPOSTOS DE
ADMISSIBILIDADE. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL DO DIREITO ADQUIRIDO (ART. 5º, INCISO XXXVI,
DA C.F.). PREQUESTIONAMENTO. AGRAVO. 1. Como salientado na
decisão agravada, o tema constitucional do direito adquirido (art. 5º,
inciso XXXVI, da C.F.) não foi objeto de consideração no acórdão
recorrido, exatamente porque se limitou a aplicar a decisão do Órgão
Especial, que declarara, incidentalmente, a inconstitucionalidade dos
referidos diplomas, mediante provocação da mesma Câmara, neste
mesmo processo. 2. Essa inconstitucionalidade, aliás, foi reconhecida
com base nos artigos 37, "caput" (princípio da moralidade), 202, II,
201 e seguintes da C.F., no princípio da temporariedade dos cargos
eletivos, no da insubmissão dos Vereadores ao Regime Jurídico Único
a que se sujeitam os servidores públicos (art. 39), e no da
incompetência do Município para instituir sistema previdenciário "em
desconformidade com o modelo nacional por ser da competência
privativa da União legislar sobre previdência". 3. Tais fundamentos é
que deveriam ter sido atacados, no Recurso Extraordinário. E não
foram, o que já o inviabiliza (Súmula 283). 4. E, por outro lado, não
poderia alegar violação ao princípio constitucional do direito
adquirido, tema não apreciado pelo Tribunal "a quo", faltando, ao
R.E., nesse ponto, o requisito do prequestionamento (Súmulas 282 e
356). 5. Agravo improvido.
(BRASIL, 2001) (grifo nosso)
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EMENDA
CONSTITUCIONAL N. 35, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2006, DA
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. ACRÉSCIMO
DO ART. 29-A, CAPUT e §§ 1º, 2º E 3º, DO ATO DAS DISPOSIÇÕES
CONSTITUCIONAIS GERAIS E TRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO
SUL-MATO-GROSSENSE. INSTITUIÇÃO DE SUBSÍDIO MENSAL E
VITALÍCIO AOS EX-GOVERNADORES DAQUELE ESTADO, DE
NATUREZA IDÊNTICA AO PERCEBIDO PELO ATUAL CHEFE DO PODER
EXECUTIVO ESTADUAL. GARANTIA DE PENSÃO AO CÔNJUGE
SUPÉRSTITE, NA METADE DO VALOR PERCEBIDO EM VIDA PELO
TITULAR. 1. Segundo a nova redação acrescentada ao Ato das
Disposições Constitucionais Gerais e Transitórias da Constituição de
Mato Grosso do Sul, introduzida pela Emenda Constitucional n.
35/2006, os ex-Governadores sul-mato-grossenses que exerceram
mandato integral, em 'caráter permanente', receberiam subsídio
mensal e vitalício, igual ao percebido pelo Governador do Estado.
Previsão de que esse benefício seria transferido ao cônjuge
supérstite, reduzido à metade do valor devido ao titular. 2. No
vigente ordenamento republicano e democrático brasileiro, os cargos
políticos de chefia do Poder Executivo não são exercidos nem
ocupados 'em caráter permanente', por serem os mandatos
temporários e seus ocupantes, transitórios. 3. Conquanto a norma
faça menção ao termo 'benefício', não se tem configurado esse
instituto de direito administrativo e previdenciário, que requer atual e
presente desempenho de cargo público. 4. Afronta o equilíbrio
federativo e os princípios da igualdade, da impessoalidade, da
moralidade pública e da responsabilidade dos gastos públicos (arts.
1º, 5º, caput, 25, § 1º, 37, caput e inc. XIII, 169, § 1º, inc. I e II, e
195, § 5º, da Constituição da República). 5. Precedentes. 6. Ação
direta de inconstitucionalidade julgada procedente para declarar a
inconstitucionalidade do art. 29-A e seus parágrafos do Ato das
Disposições Constitucionais Gerais e Transitórias da Constituição do
Estado de Mato Grosso do Sul.
(BRASIL, 2007)
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Expressão cunhada por CANOTILHO, segundo os autores.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. 13.ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
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constitucionais. São Paulo: Saraiva, 1982.
BIELSA, Rafael. Derecho administrativo. 6.ed. t.1. Buenos Aires: La Ley, 1964.
______. Supremo Tribunal Federal. 1.ª Turma, AI-AgR 205.194/RS, Relator Min. SYDNEY
SANCHES, j. 07/08/2001, v.u., DJ Nr. 185 do dia 11/10/2001.
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