Você está na página 1de 4

ROTEIRO – Surgimento e funções da Educação Infantil

Sociedade moderna, industrial, iluminista (aspectos históricos, políticos e sociais gerais)

* Caracterização do processo de industrialização: “A Revolução Industrial representou uma série de


transformações técnicas e sociais da produção e que marcaram a transição de uma produção de
caráter artesanal, para a produção industrial moderna. Nessa transformação, o modo de trabalho,
antes baseado principalmente na habilidade e destreza do trabalhador, foi gradativamente
substituído por uma nova organização da produção, assentado num sistema de máquinas e que
impôs à produção um ritmo e uma regularidade de produção independente do trabalhador,
garantindo rapidez, precisão, regularidade, infatigabilidade” (LOMBARDI, 2010, p. 144).

* Educação em colégios, muitos de caráter leigos, admitiam somente meninos. A partir do século
XVIII, as meninas puderam ingressar nos colégios.

* A origem do castigo corporal como forma de educação disciplinar, visto que a criança era
considerada um ser frágil e incompleto.

* Surgem as primeiras creches para abrigar filhos de mães que trabalhavam nas indústrias.

* Trajes diferenciados às crianças de famílias burguesas. As crianças pobres, todavia, continuavam a


utilizar roupas como as dos adultos.

* Século XVII: a entrada de crianças na escola é postergada para os 10 anos de idade, por
considerá-las como fracas, imbecis e incapazes.

* Padrão de criança à época: burguesa

* Criação de programas compensatórios para a supressão de deficiências de saúde, nutrição,


educação e cultura.

* Século XX: elaboração e aplicação efetiva do modelo educacional compensatório nas pré-escolas,
como forma de superar a miséria, a pobreza e a negligência familiar. Os precursores desse modelo
foram Pestalozzi, Montessori e Froebel.
Contexto brasileiro (aspectos sociais, políticos e culturais específicos)

Introdução ao assunto

O atendimento educativo a criança brasileira tem revelado, ao longo do tempo, uma


divergência de ênfase no que se refere às funções da Educação Infantil. Inicialmente, o atendimento
proposto às classes populares foi médico e sanitário; em seguida, passou a incorporar o aspecto
nutricional e social, e só mais recentemente incluiu uma preocupação educacional. Essas funções,
por um lado, acompanham as profundas transformações sociais que os países em desenvolvimento
vêm enfrentando e, por outro lado, são influenciadas pelas descobertas da psicologia e da pedagogia
moderna, no que se refere ao processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança (JOBIM &
SOUZA, 1983, p. 13)

Para Jobim e Souza (1993), os motivos que favorecem a continuidade e a ampliação da


educação infantil no Brasil devem ser averiguados, em primeiro lugar, nas necessidades próprias
das crianças e nas formas como estas podem ser satisfeitas nesse espaço. E que necessidades são
essas? Como e de que forma a educação infantil contribui na satisfação – e na produção - de
necessidades próprias da infância?

* As primeiras iniciativas voltadas à criança tiveram caráter higienista, eram geralmente realizadas
por médicos e tinham o objetivo de combater o elevado índice de mortalidade infantil, atribuído aos
nascimentos ilegítimos pela união entre escravas e senhores e à falta de educação física, moral e
intelectual das mães.

* Primeiras creches: casa dos expostos ou Roda – alimentação, higiene e segurança física (ver
século)

- Século XX

*1919 – criação do Departamento da Criança. Função: realizar históricos sobre a situação da


proteção à infância no Brasil; fomentar iniciativas de amparo à criança e à mulher grávida pobre;
publicar boletins, promover congressos; concorrer para aplicação das leis de amparo às crianças;
uniformizar as estáticas sobre mortalidade infantil.

*1930: Estado de bem-estar social - Surgimento de instituições de caráter assistencialistas e


jurídicas destinadas à criança.

*1940: Departamento Nacional da Criança

*1953: Comitê brasileiro da Organização Mundial de Educação Pré-escola.

*1960 e primeira metade de 1970: inovação de políticas sociais nas áreas de educação, saúde,
assistência social e previdência.

*Segunda metade de 1970: evasão escolar e alto índice de reprovação escolar de crianças pobres.
Instituição da Pré-escola para crianças de 4 a 6 anos, a fim de suprir as carências culturais existentes
na educação familiar e das classes menos favorecidas. O acesso aos bens culturais para o sucesso
escolar das crianças, não oportunizado pela família devido as limitações impostas pela pobreza,
tornou-se imperativa tarefa da Pré-escola, espaço criado para suprir as carências culturais das
crianças pobres. Entretanto, as pré-escolas não dispunham de profissionais qualificados nem
remuneração digna para a implantação e desenvolvimento do trabalho pedagógico.

*1980: ausência de uma política global e integrada; a falta de coordenação entre programas
educacionais e de saúde; a predominância do enfoque preparatório ao primeiro grau; a insuficiência
de professores qualificados; a escassez de programas educacionais inovadores.

Etapa antecessora à Assembleia Nacional Constituinte: Grupos organizados da sociedade civil


buscam sensibilizar os legisladores para diferentes questões, entre as quais os direitos da criança
(CAMPOS; ROSEMBERG; FERREIRA, 1993);

*Constituição de 1988:

“A Constituição Federal de 1988 é a primeira lei brasileira que faz referência a direitos específicos
das crianças, que não sejam aqueles circunscritos ao âmbito do direito da família” (CAMPOS;
ROSEMBERG; FERREIRA, 1993, p. 17). Notadamente, a Carta Magna consubstanciou-se no
primeiro texto legal que definiu como direito da criança pequena e dever do Estado “o atendimento
em creche e pré-escola” (CF, 1988, Art. 208, inciso IV). O atendimento em creches e pré-escolas,
outrora, política de assistência social, fica subordinado à área da Educação que tem a
responsabilidade de elaborar e implementar programas e políticas que realcem o caráter
indubitavelmente educacional das escolas infantis brasileiras. No entendimento das autoras, a
constituição vigente, representa, de fato, um avanço frente as constituições precedentes, pois não só
garantiu assistência e amparo das crianças, mas, principalmente, a educação desses sujeitos
(CAMPOS; ROSEMBERG; FERREIRA, 1993, p. 18).

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, Maria Malta.; ROSEMBERG, Fúlvia.; FERREIRA, Isabel. A constituição de 1988. In:
_____. Creches e Pré-Escolas no Brasil. São Paulo: Cortez: Fundação Carlos Chagas, 1993, p. 17-
28.

Você também pode gostar