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Frei Luís de Sousa

Almeida Garrett
Ato II, cenas IV-IX

1. Frei Jorge aconselha Manuel de


Sousa a acompanhá-lo e a receber o
arcebispo, como forma de
agradecimento por este tê-lo «libertado»
dos castelhanos.
2. Manuel de Sousa diz que receberá
o arcebispo se ele vier só, de modo a
provar que não está conivente com os
espanhóis.
3. Para Maria, seria uma forma de
poder conhecer a tia Joana de Castro
e de sair daquele ambiente.
4. Manuel hesita, por um lado, por
temer a reação de D. Madalena; por
outro, teme que os ares doentios que
empestam Lisboa sejam prejudiciais a
Maria, dada a sua debilidade física.
5. Inicialmente, D. Madalena mostra-
se feliz com a chegada do marido e
também com a notícia de que este
estava livre de qualquer perseguição;
porém, na última intervenção, admite
ter qualquer coisa a preocupá-la, um
pressentimento.
6. D. Madalena acredita que sexta-
feira é um dia aziago, a noite aterra-a
e, naquele dia, teme ficar sozinha.
7. D. Madalena mostra-se receosa,
agindo pelo sentimento, enquanto
Manuel de Sousa se revela
consciente, racional, pronto para
assumir responsabilidades pelos seus
atos.
8. D. Madalena dispensa a
companhia de Telmo porque receia
que este lhe avive a memória, logo
naquele dia tão cheio de referências
ao passado.
9. Manuel serve-se do exemplo de D.
Joana de Castro, condessa de
Vimioso, para tranquilizar D.
Madalena, mostrando-lhe que a
situação desta era bem mais gravosa
e que soube voluntariamente abdicar
da vida social para ingressar num
convento.
10. As perfeições dizem respeito à
religiosidade de D. Joana, que
abdicou do casamento para se
dedicar a Deus.
11. D. Madalena não poderia suportar
a ideia de estarem os dois vivos e de
terem de se separar, deixando de se
ver.
12. Manuel de Sousa faz esta
afirmação porque está convicto de que
o casamento deles não é pecaminoso,
atendendo ao que sabiam na altura,
embora posteriormente se venha a
provar o contrário, ou seja, o fim será
tão trágico quanto o de D. Joana.
Ato II, cenas X-XIII

1. Faz anos que casou, pela primeira


vez, com D. João de Portugal; que se
perdeu D. Sebastião; que viu pela
primeira vez Manuel de Sousa.
2. O facto de ter amado Manuel de
Sousa assim que o viu quando ainda
era casada com D. João de Portugal.
3. O recado que um peregrino exigiu
que fosse entregue a D. Madalena.
4. Miranda acredita que se trata de
uma brincadeira, pois fica
impressionado com as longas barbas
brancas do mensageiro que diz vir da
Palestina.
5. O romeiro exige falar com D. Madalena
pois o recado que traz só a ela poderá
entregar. Frei Jorge pensa que o
peregrino traz alguma relíquia dos Santos
Lugares. Estes objetos eram normalmente
"oferecidos" a pessoas de uma estirpe
social elevada, tendo em vista uma
recompensa avultada, devido à simbologia
religiosa ou sagrada que encerravam.
6. D. Madalena começa por se mostrar
irritada (“Quem vos chamou, que
quereis?”, l. 23) e depois receosa (“Dizei
já, que me estais a assustar.”, l. 31);
seguidamente, mostra- -se piedosa e
espantada (“Pois, coitado! Virá. Agasalhai-
o, e deem-lhe o que precisar.”, l. 38) e,
finalmente, revela-se determinada (“Pois
venha embora o romeiro! E trazei-mo aqui,
trazei.”, l. 53).
7.1 "o romeiro" – sujeito; "aqui está" –
predicado; "aqui" – predicativo do
sujeito.
7.2 "vós"; "vos"; "ide"..
Ato II, cenas XIV-XV

1. No contexto, a interjeição significa


“antes fosse”, “tomara que assim
fosse”, ainda que também possa
significar “Deus queira”.
2. O impedimento deveu-se às
paixões humanas, ou seja, ao facto
de as lembranças dos seus familiares
lhe perturbarem o espírito.
3. O amigo referido é Telmo, o seu fiel
escudeiro.
4. O Romeiro apresenta revolta,
indignação e até arrogância,
justificadas pelo facto de D. Madalena
não o reconhecer e o associar a um
qualquer pedinte.
5. A estratégia usada poderá servir o
propósito de dar às personagens que
interagem com o romeiro tempo para
irem tomando consciência da
identidade daquele. Por outro lado,
envolve a personagem num clima de
mistério e de suspense, como
convém ao drama romântico.
6. O juramento que o Romeiro fizera
de naquele dia ter de estar diante de
D. Madalena, o ter estado na guerra
com a pessoa que o enviou e o
cativeiro de 20 anos são aspetos que
colocam o leitor/ espetador de
sobreaviso.
7. Esta afirmação pode ser
considerada correta porque, apesar
de curta, é nesta cena que se
desvenda a identidade do Romeiro,
fator que desencadeará toda a
catástrofe.
8. Esta afirmação é reveladora dos
sentimentos que se apossaram da
personagem no momento em que percebe
que todos contaram com a sua morte e
não o reconhecem. Ele sentiu que já não
tinha importância, era como se tivesse sido
reduzido a pó, isto é, a nada. Ao afirmar
ser “ninguém", assume a sua perda de
identidade, o que de certo modo é
verdade.
1. O espaço é reduzido, sóbrio, sem qualquer
tipo de ornamentação, a não ser objetos de
cariz religioso. Além disso, é noite alta, o que
confere desde logo um caráter funesto e
sinistro ao lugar. A concentração espácio-
temporal indicia a dimensão trágica da ação
que aqui se vai desenrolar.
2. O desespero de Manuel de Sousa advém,
inicialmente, da situação em que se encontra a
filha. Está debilitada não só fisicamente (a doença
agudizou-se) mas também a nível psicológico (a
desonra irá abater-se sobre ela dado ser filha
ilegítima). Teme mesmo que Maria não consiga
sobreviver à desgraça que se abateu sobre a
família. Posteriormente, revela a sua preocupação
pelo estado em que se encontra a mulher, D.
Madalena, pretendendo a todo o custo que esta
não se confronte novamente com o Romeiro para
evitar danos maiores.
3. Frei Jorge pretende apaziguar o irmão.
Assim, evocando a infelicidade do Romeiro,
pretende demonstrar que esta é maior do que a
do irmão. Manuel tem quem o apoie a nível
familiar e religioso, mas o velho peregrino não
poderá contar com ninguém. Mostrando que há
sofrimentos maiores, pretende que o irmão se
conforme com o dele.
2. Telmo questiona-se sobre a validade do
desejo que sempre alimentara de ver regressar
D. João, principalmente porque tem
consciência de que o amor que sente por Maria
superou o que sentia pelo seu antigo amo.
Balança entre um e outro, mas teme perder
Maria. Por isso, oferece a sua vida em troca da
dela.
3. Esse aparte permite que o leitor/espetador
perceba que o pedido era por Maria, mas
Telmo queria esconder isso ao seu primeiro
amo.
1. D. Madalena está desesperada. Percebe,
em primeiro lugar, que as dúvidas
relativamente à mensagem do Romeiro não
têm fundamento, conforme se vê pela resposta
de Frei Jorge; em segundo lugar, não
consegue demover Manuel de Sousa nem
falar-lhe pela última vez; por último, Maria
abala o seu frágil coração e foi como se o
mundo desabasse sobre ela.
3. O coro contribui para o adensamento do
clima trágico da ação, lembrando
continuamente as personagens do ato solene a
que se propuseram.
7. O Romeiro, perante todo o sofrimento
causado, sente-se arrependido e dispõe-se a
abdicar dos seus direitos, mostrando, no fundo,
ter um bom coração. Assim, e face à fatalidade
que provocara, pede a Telmo para ir salvá-los.

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