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MATERIAIS CERÂMICOS
VIÇOSA-MG
2009/1
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ADRIANA KARLA GOULART - 59102
CECÍLIA ALVES MOURÃO - 59098
ISADORA DE SOUZA LOPES - 59149
MICHELLE J. P. AZEVEDO - 59136
RAISA ZANDONADE VAZZOLER - 59113
RAQUEL DE FÁTIMA BRAGA - 59131
MATERIAIS CERÂMICOS
VIÇOSA-MG
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2009/1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................03
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................04
2.1. CERÂMICAS À BASE DE SILICATO..............................................................04
2.2. ESTRUTURAS CRISTALINAS..........................................................................05
2.3. CLASSIFICAÇÃO...............................................................................................07
2.4. PROPRIEDADES MECÂNICAS........................................................................09
2.5. PROPRIEDADES ELÉTRICAS...........................................................................10
2.6. PROPRIEDADES TÉRMICAS............................................................................11
2.7. PROPRIEDADES ÓPTICAS...............................................................................12
2.8. PROCESSO DE FABRICAÇÃO.........................................................................12
2.9. VIDRO..................................................................................................................15
2.10. REFRATÁRIOS.........................................................................................17
2.11. CIMENTOS................................................................................................18
2.12. PRODUTOS À BASE DE ARGILA.........................................................19
2.13. APLICAÇÕES............................................................................................19
3. QUESTÕES..................................................................................................................21
4. CONCLUSÃO..............................................................................................................23
5. BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................24
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INTRODUÇÃO
“Cerâmicas incluem itens tão delicados que podem ser quebrados por um leve toque, tão
resistentes que podem proteger nosso próprio corpo e tão duradouros que permanecem depois
de milhares de anos revelando-nos a história dos nossos mais remotos ancestrais.” (Portugal
Cerâmica)
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
“Os materiais cerâmicos são compostos inorgânicos formados por elementos metálicos e não-
metálicos, ligados entre si fundamentalmente por ligações iônicas e /ou covalentes. Na
maioria das vezes, as cerâmicas são compostas por óxidos, nitretos e carbetos. A grande
variedade de materiais que se enquadram nessa classificação inclui as cerâmicas compostas
por materiais argilosos, o cimento e o vidro.” (CALLISTER, 2006, p.04).
As cerâmicas apresentam como estrutura interna uma disposição de átomos coordenada. Essa
disposição compreende modelos cristalinos altamente repetitivos, materiais sem forma e
vítreos. De acordo com Van Vlack, os materiais cerâmicos mais simples são constituídos de
SiO2, MgO, BaTiO3 e SiC, os outros mais complexos incluem produtos de cimentos, vidros,
gessos, tubos de drenagem, tijolos, ladrilho, materiais de isolamento elétrico, louças,
refratários para fornos e metais e porcelanas.
Os silicatos são materiais compostos principalmente por silício e oxigênio, os dois elementos
mais abundantes na crosta terrestre, por essa razão a maior parte de rochas, solos, areia e
argila são classificados como silicatos.
Por serem bastante abundantes, cerâmicas a base de silicatos são favoráveis aos engenheiros
por seu baixo custo e suas propriedades.
Um átomo de Si4+ se liga a quatro átomos de O2- ficando a molécula SiO44- com uma carga
líquida de – 4 elétrons. O átomo de Si fica no centro do tetraedro e os quatro oxigênios nos
vértices.
Apesar de serem carregados negativamente, não são considerados iônicos, por sua ligação
covalente Si-O.
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Para ficarem com oito elétrons na última camada, assumindo uma estrutura eletrônica mais
estável, as unidades básicas de SiO44- podem ser combinadas em arranjos uni, bi e
tridimensionais, com outros tetraedros para formar estruturas complexas.
Quimicamente o silicato mais simples é o dióxido de silício ou sílica (SiO 2). Este pode se
reorganizar com tetraedros adjacentes formando um material eletronicamente neutro e todos
os átomos possuem estruturas eletrônicas estáveis.
Se esses arranjos forem arranjados de forma regular e ordenada, podem formar cristais. As
três formas cristalinas principais para a sílica são o quartzo, cristobalita e tridimita. As
ligações entre Si-O são fortes e isso resulta em temperaturas de fusão elevada de 1710ºC.
Como exemplos de cerâmicas à base de sílica podem ser citados o cimento portland e o vidro.
Estruturas cristalinas
Os compostos cerâmicos são formados por uma mistura de ligações iônicas e covalentes, e a
percentagem dessas ligações varia consideravelmente, o que determina, de certa maneira, o
tipo da estrutura cristalina, o que ira definir o produto cerâmico final.
e o raio do anion ( / ) sabemos numero de íons com carga negativa ao redor do cátion, o que
chamamos de numero de coordenação.
São materiais cerâmicos comuns que são conhecidos como AX, em que A representa o cátion
e X representa o anion, no entanto a carga total desses materiais e neutra.
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A estrutura cristalina do sal-gema e formada por ligações fortemente iônicas. E uma estrutura
neutra em que o numero de Na+ e igual ao numero de Cl-, formando a estrutura química NaCl,
e o numero de coordenação e 6 para cátions e anions.
Essa estrutura resulta de um arranjo em que os cátions estão em que os cátions estão nos
centro das faces. Com isso, a estrutura cristalina do NaCl e formada por 2 redes CFC, uma de
cátions e outra de anions.
A estrutura do cloreto de césio tem a formula química CsCl com ligações iônicas entre os íons
Cs+ e Cl-, no entanto a carga total e neutra. O cloreto de césio possui numero de coordenação
igual a oito. No centro do cubo há apenas um cátion e envolta nos vértices do cubo os anions.
Outros compostos iônicos com essa estrutura cristalina: CsBr, TlCl, TlBr.
“Uma célula unitária em que todos os vértices e todas as posições nas faces da
celula cúbica são ocupados por átomos de S, enquanto os átomos de Zn
preenchem posições tetraédricas no interior do cubo.” (CALLISTER, 2006,
p.31)
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Estruturas cristalinas do Tipo AmXp e formado quando as cargas dos cátions e dos anions são
diferentes. Um exemplo e a estrutura cristalina CaF2(fluorita) em que a proporção de Ca2+
F-
para e de 1: 2 e a célula unitária consiste em 8 cubos em que a estrutura cristalina e
semelhante ao CsCl, porem a metade das posições no centro esta ocupada com íons Ca2+
Compostos cerâmicos que possuem dois tipos de cátions, o titanato de bário (BaTiO 3) é um
exemplo dessas estruturas. Esse material possui estrutura cristalina perovskita que apresenta a
característica de efeito ferroelétrico típico de cerâmicas supercondutoras. Alem disso, possui
propriedades eletromecânicas. Quando submetida em temperaturas acima de120 0ºC a
estrutura cristalina é cúbica.
Classificação
O grupo dos Materiais de Revestimento compreende aqueles materiais utilizados para revestir
espaços exteriores e interiores. Por exemplo, porcelanatos e azulejos.
A Classe das Cerâmicas Brancas é composta por objetos de corpo branco com uma cobertura
vítrea e cristalina. Por existir vários artefatos incluídos nessa classe, essa foi dividida em
cinco subgrupos: Louça Sanitária, Louça de Mesa, Cerâmicas Artísticas, Isoladores Elétricos
para Alta e Baixa Pressão e Cerâmica Técnica para fins diversos.
A classe dos materiais refratários compreende materiais que devem resistir a altas
temperaturas, forças mecânicas e reações químicas.
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A categoria das Fritas e Corantes é composta por matérias-primas aplicadas no acabamento
dos materiais cerâmicos. A Frita, um vidro moído, é utilizada na parte externa do artefato
cerâmico para que esse obtenha uma aparência vítrea, tornando o material mais resistente a
forças mecânicas, impermeável e mais bonito. Os Corantes são óxidos puros ou pigmentos
obtidos a partir de vários óxidos utilizados na camada externa de objetos cerâmicos com a
finalidade de que esse adquira colorações variadas
A Classe das Cerâmicas de Alta tecnologia é composta por materiais produzidos a partir de
matérias-primas puras e sintéticas, tais como objetos de corte, alguns brinquedos, satélites e
objetos para implantes em seres-humanos.
Cerâmicos tradicionais, que podem ser obtidos a partir de três componentes básicos: a
argila, a sílica e o feldspato;
Cerâmicos técnicos, que são geralmente formados por compostos puros, ou quase
puros, como o óxido de alumínio e o carbeto de silício; e
Materiais vitrocerâmicos, que são produzidos pela cristalização controlada de
materiais vítreos. A cristalização ocorre quando o vidro é submetido a temperaturas
que variam de 500 a 1100 ºC.
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Propriedades Mecânicas
A extrema fragilidade e dureza dos materiais cerâmicos vêm da natureza das suas ligações
atômicas covalentes ou iônicas e também pela existência de planos de deslizamento
independentes.
Segundo Van Vlack, os cerâmicos possuem elevado módulo de elasticidade (razão entre a
medida da tensão e uma deformação unitária), devido a força das ligações interatômicas.
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deformação, e tem lugar uma deformação permanente e não recuperável, ou deformação
plástica” (CALLISTER, 2006, p.142).
No caso das cerâmicas não cristalinas não há estrutura atômica ajustada. Portanto quando se
aplica uma tensão de cisalhamento sobre esses materiais “átomos e íons deslizam uns sobre os
outros através da quebra e da reconstrução das ligações interatômicas” (CALLISTER, 2006,
p. 198) o que caracteriza um escoamento viscoso.
As Cerâmicas possuem alta resistência à compressão (pode variar de 2 MPa para tijolos
de barro cozido até 200 MPa para porcelanas enquanto que nas cerâmicas vermelhas
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varia entre 20 a 80 MPa) e baixa resistência à tração (normalmente na ordem de 15 a
20% da resistência à compressão). A alta resistência à compressão diminui com o aumento
da temperatura.
Propriedades Elétricas
A porcelana elétrica, um tipo de material cerâmico formada por 25% de sílica, 50% de argila e
25% de feldspato, apresenta íons alcalinos bastante móveis por isso possui um fator de perdas
dielétricas, ou seja, “a medida da perda da energia elétrica na forma de energia térmica”
(SMITH, 1998, p. 621) alto. As porcelanas de estealite formadas por 90% de talco e 10% de
argila, contêm cristais de MgSiO3 ligados entre si por uma matriz vítrea o que os confere
baixas perdas dielétricas e baixa absorção de umidade tornando-os bons isolantes elétricos. A
forsterite possui íons alcalinos na fase vítrea o que acarreta em alta resistividade elétrica, ou
seja, “resistência do material a passagem de corrente elétrica” (CALLISTER, 2006, p.683) e,
em comparação com as porcelanas de estealite, menores perdas elétricas. Os cerâmicos de
alumina, os quais são constituídos por óxido de alumínio na fase vítrea, são caracterizadas
pela alta resistência dielétrica e baixas perdas dielétricas.
Propriedades Térmicas
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A dilatação térmica nos materiais cerâmicos depende do ponto de fusão do material e da
estrutura. Materiais que possuem elevado ponto de fusão necessitam de alta quantidade de
energia térmica para exceder as forças de atração na sua estrutura interna. Materiais que se
apresentam densamente compactos, como os cristais iônicos, possuem coeficiente de
dilatação térmica maior. No entanto os materiais pouco compactados, como os vidros, ou seja,
apresentam alguns espaços vazios internos, possuem baixo coeficiente de dilatação térmica,
pois, ao ocorrer à expansão entre os átomos o material sofrerá poucas deformações
macroscópicas.
As cerâmicas, principalmente as mais frágeis como os vidros podem sofrer o chamado choque
térmico. Os materiais cerâmicos possuem diferentes taxas de resfriamento e contração térmica
entre si e entre as regiões de sua superfície, portanto quando resfriados essas taxas podem
induzir tensões térmicas, tornando os materiais fracos e propensos a fraturas.
Propriedades Ópticas
O índice de refração, definido como “razão entre a velocidade da luz no vácuo e a velocidade
da luz em um dado meio” (CALLISTER, 2006, p.679), das cerâmicas cristalinas que são
formadas por estruturas cristalinas cúbicas e dos vidros possui valores iguais para todas as
direções. No entanto, para as cerâmicas cristalinas não cúbicas o valor do índice de refração é
maior onde a densidade de íons é maior.
Cerâmicas constituídas por estruturas cristalinas quando atingidas por raios de luz apresentam
a luz vibrando perpendicularmente e paralelamente em diferentes velocidades. Esse fenômeno
é explicado pela falta de simetria entre os cristais.
Processo de fabricação
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“Os processos de fabricação empregados pelos diversos segmentos cerâmicos assemelham-se
parcial ou totalmente. De um modo geral, eles compreendem as etapas de preparação da
matéria-prima e da massa, formação das peças, tratamento térmico, acabamento e em alguns
casos a esmaltação.” (http://www.abceram.org.br/asp/abc_503.asp).
- Preparação da matéria-prima
- Preparação da massa
O formato das peças cerâmicas pode ser obtido através de vários processos. Os métodos mais
utilizados são:
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Extrusão:Uma massa é colocada em uma extrusora, a qual é compactada e forçada
por um pistão. Após certo tempo, obtém-se uma coluna extrudada de formato e
dimensão desejada. Tal coluna é cortada, tendo-se blocos, tubos e outros produtos de
formato regular.
- Tratamento térmico
Secagem: Mesmo após todo o processamento a que a peça é submetida ela continua a
conter água, proveniente da preparação da massa. Essa água pode ser eliminada de
forma branda, em secadores, em temperaturas em torno de 50 ºC e 150 ºC, evitando o
aparecimento de tensões e defeitos nas peças.
Queima: Submete-se as peças a temperaturas em torno de 800 ºC a 1700 ºC e assim
elas adquirem suas propriedades finais devido a algumas transformações que ocorrem
nela, como, por exemplo, a formação da fase vítrea, soldagem dos grãos, perda de
massa e desenvolvimento de novas fases cristalinas.
- Acabamento
- Esmaltação
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Etapa em que alguns dos materiais cerâmicos recebem uma camada de esmalte ou vidrado,
que após a queima adquire o aspecto vítreo. Este aspecto vítreo melhora os aspectos estéticos,
higiênicos e algumas propriedades mecânicas e elétricas.
V IDRO
O vidro é definido como “um material cerâmico, uma vez que, é feito a partir de materiais
inorgânicos a altas temperaturas. No entanto, distingue-se dos outros cerâmicos pelo fato de
os seus constituintes serem aquecidos até a fusão e depois serem arrefecidos para um estado
rígido, sem cristalização” (SMITH, 1998, p.640).
O vidro é fabricado a partir do aquecimento de matérias-primas até que ocorra a fusão dos
materiais. Essa fusão é necessária para a formação de um vidro isento de poros, ou seja, que
possui transparência óptica. Após a fusão há um líquido que deverá ser resfriado. O líquido
torna-se mais viscoso à proporção que a temperatura diminui passando “de um estado pastoso,
facilmente deformável, tipo borracha, para um estado vítreo e frágil num intervalo estreito de
temperatura”. (SMITH, 1998, p.640). Denomina-se de temperatura de transição vítrea de um
material a temperatura de transição entre o estado pastoso e o estado rígido.
Na insuflação a peça adquire a forma desejada por meio da pressão originada de uma injeção
de ar e aplicada em um molde, o qual contém a peça inserida. Esse método é aplicado na
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produção de bulbos de lâmpadas de vidro, garrafas e jarras. Na produção de artefatos de arte é
empregada a insuflação manual.
As fibras de vidro são obtidas através do estiramento do vidro fundido através de pequenos
orifícios na base de uma câmara de aquecimento.
A maior parte dos vidros tem como composição básica o SiO2, soda barrilha (Na2CO3) e
calcário (CaCO3). Os vidros de sílica são constituídos por tetraedros de SiO4- .
Há, também, os vidros que são formados por B2O3. O óxido de boro é capaz de penetrar na
rede da sílica atenuando sua estrutura e enfraquecendo a temperatura de amolecimento do
vidro de sílica. São utilizados em artefatos para forno e equipamentos de laboratório.
Cerca de 90% dos vidros produzidos são os vidros sódico-cálcio, os quais são constituídos de
“71% a 73% de SiO2, 12 a 14% Na2O) e 10 a 12% CaO. A presença de Na 2O e CaO
contribuem para que o vidro seja mais fácil de enformar, ao diminuírem a temperatura de
amolecimento de 1600 ºC para 730 ºC. São empregados em recipientes e artefatos prensados
os quais não necessitam resistência ao calor.
Os vidros de sílica, por apresentarem baixa compactação atômica, permitem que uma
expansão interatômica ocasione modificações macroscópicas, razão pela qual possuem um
baixo coeficiente de expansão térmica.
Os vidros, assim como outras cerâmicas amorfas, são caracterizados por sua estrutura atômica
desregulada. Portanto o espalhamento de fônos é melhor resultando em uma menor
condutividade térmica em relação a outros cerâmicos.
Refratários
Os refratários a base de sílicas são constituídos de sílica, constituinte que possui temperatura
de fusão acima de 3000 oC. Apresentam baixo custo e elevada disponibilidade, alta resistência
mecânica, sendo capazes de tolerar cargas a elevadas temperaturas, por isso são empregados
em teto de fornos que fabricam vidros e aços. Além disso, são resistentes a resíduos de sílica,
sendo utilizados em vasos de contenção de sílica. Mas sofrem ação de resíduos de óxidos de
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cálcio e de magnésio. Os refratários de sílica são caracterizados pela resistência mecânica a
altas temperaturas devido ao equilíbrio de fases e a sua microestrutura, o que impede que
qualquer líquido que possa ser formado durante o processamento venha interromper o contato
sólido-sólido.
Os refratários básicos são formados principalmente por periclásio, magnesita. São resistentes
a resíduos de óxidos de magnésio e cálcio, sendo empregados em fornos que fabricam ácidos.
Os refratários especiais são constituídos por óxido de alta pureza, como a alumina, a sílica, a
magnesita e mulita. Outros, suscetíveis a oxidação, contêm compostos a base de carbetos,
como carbono e grafita. Esses refratários são empregados em materiais sofrem aquecimento
por resistência.
Cimentos
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O silicato tricálcio hidratado é um gel coloidal o qual endurece rapidamente sendo o
responsável pelo aumento da resistência mecânica.
O concreto é formado por uma mistura de cimento Portland, água, areia e pedra. As partículas
finas da areia preenchem o espaço vazio entre as pedras o que contribui para um
empacotamento rígido. O concreto é amplamente utilizado em construções por endurecer
rapidamente. Por ser um material cerâmico é frágil. Sob alterações de temperatura, expandem
e se dilatam. Além disso, líquidos podem entrar em seu interior ocasionando o aparecimento
de trincas.
A argila confere aos corpos cerâmicos hidroplasticidade, ou seja, a adição de água os torna
extremamente plásticos. Além disso, por se fundirem em uma faixa de temperatura, permitem
que um material duro, possa durante seu cozimento ser moldado até adquirir a forma
desejada.
Nas argilas a plasticidade se comporta de acordo com a quantidade de água. Até um certop
ponto a quantidade de água é proporcional a plasticidade. A partir desse, a argila transforma-
se em um líquido viscoso. As argilas apresentam maior plasticidade quando são mais puras e
quando são tratadas à vácuo.
Um objeto de argila seca, em contato com o ar, tem a velocidade de evaporação da água
diminuída em função da capilaridade. Ou seja, a medida que a superfície seca, recebe, por
capilaridade, água das camadas mais internas, até que o material seja homogêneo quanto a
umidade.
Aplicações
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Esse extensivo uso deve-se as suas propriedades, tais como: facilidade de conformação, baixo
custo e densidade, resistência a corrosão e altas temperaturas. Assim os materiais cerâmicos
(cerâmicos tradicionais) são utilizados para fabricação de telhas, tijolos, louças sanitárias e os
cerâmicos técnicos são utilizados em zicórnia em facas, anilhas e ferramentas, painéis de
forno, parafusos e invólucros cilíndricos de lâmpadas de alta intensidade.
Enquadram-se neste grupo, os tijolos furados, maciços, telhas, tavelas ou lajes, blocos de
vedação e estruturais, manilhas e pisos rústicos. A coloração vermelha dessas cerâmicas é
resultado da presença de óxido de ferro. Essas cerâmicas também possuem coeficiente de
condutividade térmica menor que do concreto, isto é, conduz mais ou menos calor por unidade
de tempo.
O segmento da cerâmica vermelha gera rendas consideráveis, em torno de US$ 2500 milhões.
Esse rendimento fica nas localidades produtoras, com um enorme significado social na criação
de empregos ao propiciar a construção, em geral de moradias.
Cerâmicas de Revestimento:
Este segmento apresenta um alto desenvolvimento tecnológico. São 121 indústrias que
produzem azulejos, pisos e revestimentos externos.
Refratários:
Sendo a maioria dos cerâmicos, este grupo de materiais é capaz de resistir a altas temperaturas,
mantendo suas propriedades físico-químicas, podendo citar a resistência elétrica, baixa
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condutividade térmica e elétrica. Geralmente são encontradas em fornos industriais de
laboratórios de pesquisa e ensino, caldeiras, fornos domésticos e churrasqueiras (tijolo
refratário).
“Resistência ao calor é uma das características mais atrativas nos materiais cerâmicos, por
essa razão telhas de cerâmica fornecem blindagem ao aquecimento nos ônibus espaciais de
hoje. Uma classe inteira de cerâmicas resistentes ao calor, chamadas de refratários torna
possível a construção de alto-fornos siderúrgicos e usinas nucleares que são o coração da
indústria moderna.”(http://www.apicer.pt/SOBRE/sobre_ceramica_page.asp).
Louças Sanitárias
Com boa qualidade, a louça sanitária é exportada para os EUA, América do Sul e Central. O
mercado nacional é bem atendido de produtos convencionais e de luxo. As louças sanitárias
constituem de argilas plásticas e o esmalte é por óxido de chumbo, quartzo finamente moído,
estanho e óxidos coloridos. Possuem ausência de fissuras, ondulações ou falhas de esmaltação,
menor a incidência de defeitos tais como empenamento, manchas, bolhas, empolas e pintas.
Biocerâmicas:
Os biomaterias são aqueles que podem ser usados para substituir certos tipos de tecidos do
corpo humano, porém estes devem apresentar propriedades físicas e biológicas que sejam
compatíveis com as características do tecido humano verdadeiro, de modo que o corpo dê uma
resposta adequada. A primeira utilização de cerâmicas como biomateriais é antiga, desde 1814,
quando o Dreesman tentou utilizar o gesso em substituição aos ossos. Na década de 70, o uso
de alumina foi bastante difundido e até hoje é utilizado em próteses ortopédicas. Além da
alumina citam-se também a zircônia, dióxido de titânio, fosfatos de cálcio, as vitrocerâmicas
de sílica/fosfatos de cálcio.
Cerâmica Artística:
Utilizada como peças decorativas podem ser de vários tipos, como porcelanas, peças
decorativas em vidros dentre outras.
QUESTÕES
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1) O comportamento tensão-deformação das cerâmicas não é avaliado por meio de um
ensaio de tração. Cite as razões desse fato e o método empregado para avaliar esse
comportamento.
Sendo assim o comportamento é avaliado por meio de um ensaio de flexão transversal, em que
o material é flexionado até sua fratura.
Muitas das fases cerâmicas são cristalinas como os metais. Ao contrário dos metais, as
estruturas cerâmicas não possuem um grande número de elétrons livres e por isso não são
bons condutores de energia e calor. As ligações iônicas dão uma estabilidade relativamente
alta aos materiais cerâmicos, com isso possuem uma temperatura de fusão em média superior
a dos metais. Quando sólidos são isolantes, já em temperaturas elevadas, devido a maior
energia térmica conduzem eletricidade. Por não possuírem elétrons livres a maior parte, dos
materiais cerâmicos, é transparente, diferente dos metais, além de terem uma estrutura
cristalina mais complexa que a dos metais.
Os materiais cerâmicos são resistentes a corrosão, pois são formados por elementos não-
metálicos e metálicos. Dessa forma já sofreram o processo, sendo isentos à corrosão
desencadeada pela exposição a diversos ambientes. Portanto, os cerâmicos são utilizados para
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suportar diversos ambientes (armazenar líquidos, temperaturas elevadas) durante um longo
período de tempo.
CONCLUSÃO
Cerâmicas estão por toda parte – barros, edifícios e calçadas. São empregadas por dentistas
em implantes dentários, próteses, cimento e coroas.
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BIBLIOGRAFIA
<http://www.dec.feis.unesp.br/sao/ciencias_materiais_5.ppt#256,1,Propriedades Mecânicas
dos Materiais Cerâmicos> Acesso em: 29 março, 2009
VAN VLACK, L. H. Propriedades dos Materiais Cerâmicos. São Paulo: Edgard Blücher,
1973.
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