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TRÂNSITO – CETRAN/SP
DOS FATOS
Referente ao veículo Ford/Courrier CLX, de placa CWO6416,
chassi 9BFLDZPPAWB879360, o SR. João Faria Júnior, CPF
289468318.98, RG 16532277, residente à Rua Constantino de
Abreu 25, Jardim Miriam, CEP 04417-120, São Paulo/SP, o
adquiriu deste recorrente em 30 de outubro de 2017, sob o
compromisso de transferir o veículo para seu nome em no
máximo 30 dias. Contudo, o Sr. João Faria Júnior, não honrou
com o seu compromisso e além disso conduziu o veículo de
forma irresponsável, sendo autuado por pelo menos em seis
oportunidades por transitar em velocidade superior à máxima
permitida, como consta em cópia anexa da “Notificação de
instauração de processo administrativo para suspensão do
direito de dirigir” que me foi imputada injustamente.
Notadamente todas as infrações cometidas com o veículo de
placa CWO6416, foram cometidas após 30 de outubro de 2017,
data da aquisição do veículo pelo Sr. João Faria Júnior, a quem
deveriam ser imputadas as infrações, como prova a cópia
autenticada do documento de Autorização para Transferência
de Veículo entregue por mim ao DETRAN em 29 de março de
2018, aceita como válida e cuja xerox está em anexo. Nesse
documento podemos observar também que o cartório de
Registro Civil das Pessoas Naturais do Segundo Subdistrito de
São Bernardo do Campo – SP se compromete a enviar as
informações de transferência do veículo à SEFAZ, conforme
decreto 60.489/2014.
DO DIREITO
1- Essa decisão da JARI contraria o Código Civil nos seus
artigos 237,238,502 e 1267, onde consta que a
transferência de bens móveis opera-se pela simples
tradição, ou seja, a propriedade é transferida no ato da
realização do negócio jurídico entre pessoas capazes e
mediante forma prescrita ou não proibida em lei, sendo a
responsabilidade do veículo transferida no momento em
que ocorreu a entrega do mesmo ao novo dono, mediante
o pagamento ou promessa de pagamento, estabelecida
entre as partes.
2- É pertinente também observar o que manda o Decreto
Estadual número 60489 de 23 de maio de 2014 nos artigos
primeiro e segundo onde prevê que os notários estão
obrigados a fornecer informações ao FISCO sobre
transações que envolvam a transferência de propriedade
de veículos, que , por sua vez, as disponibilizará ao
Departamento Estadual de Trânsito, DETRAN, para
atualização de seu cadastro de veículos. Com isso no artigo
quarto se realça que “ O cumprimento do disposto no
artigo segundo pelo notário, dispensa o transmitente de
encaminhar ao DETRAN-SP cópia autenticada do
comprovante de transferência de propriedade do veículo,
devidamente datado e assinado, conforme previsto no
artigo 134 da lei 9503 de 23 de setembro de 1997 de CTB”.
3- Diante do exposto, fica claro que não cometi quaisquer das
infrações imputadas, não havendo alternativa se não o
arquivamento do processo em testilha, pois em que pese
haver a previsão da responsabilidade solidária (art.134
CBT), não significa dizer que o proprietário anterior tenha
que suportar todo o ônus que recair sobre o veículo, até
porque não seria solidário, e sim sozinho. O que de todo
não é razoável, pois não cometi as infrações e nem
tampouco o veículo estava sob minha responsabilidade.
DO PEDIDO
Diante do exposto, digne-se vossa senhoria em determinar:
1- A anulação do referido processo administrativo para
imposição de penalidade de Suspensão do Direito de
Dirigir, no pé em que se encontra, por tudo que acima
delineou-se;
2- Caso esse não seja o entendimento de Vossa Senhoria, o
que o faz apenas por hipótese, requer, seja negativa,
fundamentada, e entregue por escrito diretamente a mim
no endereço acima citado, no prazo de cinco dias, com a
devida motivação sob pena de nulidade, a fim de instruir a
medida judicial cabível, por ser medida da mais Lídima
Justiça.
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