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O que preciso saber sobre cominicação assertiva

Verdade seja dita, a todos nós já faltou um bocadinho mais de assertividade em algum momento
das nossas vidas. Todos já perdemos alguma oportunidade por não termos praticado uma
comunicação assertiva.

Quantas vezes já deixou alguém furar a fila na sua frente? E quantas vezes já quis dizer ao seu
colega de trabalho para não molengar e se chegar na frente? Quantas vezes já deixou coisas por
dizer – ou disse de forma mais agressiva – numa relação? E aquele aumento que você acha que
merece, quantas vezes já chegou na porta de seu chefe e voltou para trás?

Paul Watzlawick descrevia esta relutância em agir, em falar, na sua teoria da comunicação onde se
debruçava sobre o double bind, onde alguém é “preso por ter cão, e preso por não ter”. Exemplo,
numa disputa entre colega e chefe, o colega o critica se não o defender, mas se o defender, pode
acabar reprimido ou mesmo despedido pelo seu chefe. Já se imaginou neste posição?

Provavelmente sim e normal que não saiba como reagir. Ser assertivo é fácil, a dificuldade está
em encontrar os limites para não correr o risco de ser demasiado – ou pouco -, assertivo, e
falar quando não deve, ou deixar de falar quando é suporto. Encontrar um equilíbrio para uma
comunicação assertiva é a chave para aumentar sua confiança e se relacionar melhor com outros,
mas sobretudo, acreditar mais em você.

Você quer ser mais assertivo no seu emprego, quer melhorar a forma como fala em público, quer
defender os seus interesses e aquilo em que acredita, aumentar seu poder de negociação e quer
melhorar sua autoconfiança e auto-estima? Então fique ligado.

Vamos partilhar algumas dicas e técnicas para aumentar sua assertividade, e explicamos qual o
impacto na sua vida.

O que é assertividade?

A assertividade é um estado emocional que dota que o indivíduo com a capacidade de tomar
decisões e posições de forma segura, projetando a sua auto-estima e confiança na perseguição
daquilo que quer e dos objetivos que traçou para si. Uma pessoa assertiva é alguém que se coloca na
frente, assumindo as rédeas e se responsabilizando pela sua posição.
De acordo com Adam Galinsky, – psicólogo social americano e investigador em liderança,
negociação e tomada de decisões -, para encontrar esse equilíbrio de assertividade, devemos
primeiro encontrar e definir a margem aceitável de comportamento (range of acceptable
behaviour), que nos dará os limites entre os quais podemos navegar de forma segura, mostrando
assertividade.

Galinsky diz ainda que se o nosso comportamento se mantiver dentro dessas margens de acção,
somos recompensados mas que se sairmos delas, por assertividade a menos ou a mais, somos
castigados. E como se estabelecem essas margens? O fator que mais influencia esses limites é o
“poder”, não um poder absoluto mas antes o poder de negociação ou de acção, por exemplo.

Se você é um trabalhador exemplar e competente, a sua margem para pedir um aumento é bem
superior e validada. Por outro lado, numa relação, se você esqueceu o aniversário da sua
companheira ou companheiro, você não tem poder para pedir um presente no seu aniversário, ou
criticar caso não receba nada. O seu comportamento estabelece seu grau de poder, o que limita
ou aumenta as margens aceitáveis de comportamento assertivo.

Como ser mais assertivo e melhorar a comunicação?

Na verdade, a assertividade pode ser demonstrada tanto pela comunicação verbal como pela
comunicação não-verbal ou corporal. A forma como falamos mas também a nossa postura ajudam a
criar a imagem de maior ou menor assertividade, e influenciam o modo como a mensagem é
recebida e percepcionada pelo, ou pelos, receptores.

Assim, para ajudar você a melhorar a sua comunicação assertiva e a projetar uma imagem de maior
confiança, vamos deixar aqui algumas dicas de como trabalhar a sua assertividade.

 Decida ser mais assertivo: interiorize e exteriorize a vontade de ser mais assertivo,

reprogramando a sua mente através da afirmação positiva e da visualização que Maria Peer
fala na sua palestra.
 Identifique o grau de “poder”: este é um passo importante pois, como já vimos, o ajudará

a definir sus margens de assertividade em qualquer situação, o ajudando a não ser assertivo
de mais nem de menos, mantendo o seu equilíbrio e foco.

 Comunique de forma honesta e aberta: uma comunicação aberta e honesta, sem segundas

intenções e/ou algo a esconder, aumenta o “poder” que Adam Galinsky fala, e com isso sua
margem de assertividade aumenta.

 Mantenha a calma: perder o controle ou a calma leva a perder o foco e a entrar em “jogos”

de passivo-agressividade ou mesmo agressividade desnecessária. Mantenha o foco na


conversa e nos argumentos.

 Ouça ativamente: ouvir o outro até ao final, até ter a certeza que entende a mensagem, evita

mal-entendidos, favorece a boa comunicação, e o prepara para responder com argumentos


mais válidos e focados no que o outro acabou de dizer.

 Mantenha uma boa postura:a sua postura corporal é igualmente importante. Se certifique

que o seu corpo não contradiz as sua palavras. Olhe o outro nos olhos, projete a voz – sem

gritar -, mantenha o corpo direito e sempre de frente para seu interlocutor. Se falar em
público, faça o “varrimento da sala” com a cabeça , garantindo que chega a todo o lado.

 Não tenha receio em discordar: numa discussão ou troca de argumentos, não tenha receio

de se manter firme no que acredite. Não peça desculpas pelas suas opiniões, porque estas

são pessoais. Mas também não teime quando confrontado com fatos e não receie em dizer
“eu errei”. Faz parte da comunicação aberta e honesta que falámos anteriormente.

 Não receie falar o que pensa ou o que sente: muitas vezes evitamos dizer o que estamos a

pensar e acabamos perdendo oportunidades de influenciar o resultado final. Use expressões

como “eu penso que”, “eu sinto”, “eu acho” para manifestar sua opinião, porque não há erro
numa opinião.
 Respeite o outro: talvez o mais importante na diferenciação entre assertividade e rudeza é o

respeito que demonstramos pelo outro. Algo a ter em mente é “trate o outro como gostaria

de ser tratado” e verá que esta perspectiva o ajudará na sua comunicação.

Técnicas de comunicação assertiva

Existem também algumas técnicas mais práticas para melhorar sua assertividade na comunicação e
no modo geral como se relaciona com os outros.

Técnica do disco quebrado:quando manifesta um pedido ou uma necessidade e recebe obstruções,


repita-as de forma diferente até ser ouvido. “Não gosto que faça pouco do meu cabelo”, “Me sinto
mal quando comenta meu cabelo”, “deixe de me apoquentar por causa do meu cabelo”. Isto mostra
sua paciência, mantendo igualmente, uma comunicação clara e centrada nas suas necessidades.

Técnica “foggin” (neblina): Quando sentir que está sendo arrastado para uma discussão que não
quer ter, pode usar a expressão “você talvez tenha razão”. Isto não significa que esteja dando razão
para ele mas está reconhecendo essa possibilidade, mantendo ao mesmo tempo a sua opinião.

Use frases iniciadas por “Eu”: iniciar frases dessa forma lhe permite falar sua opinião e declarar
sua necessidade, ajudando o outro a se colocar no seu lugar, ajudando ao mesmo tempo, ele a ter
novas perspectivas sobre o assunto.Seja firme mas correto: voltando ao ao respeito pelo outro,
tente sempre ser correto nas suas abordagens mantendo a sua posição. O respeito nas relações
interpessoais é não só imperativo, como ajuda ainda na criação da sua imagem enquanto pessoa
assertiva.

Como viu, a assertividade, sendo um estado emocional projectável para os outros, pode e deve ser
trabalhado constantemente. Uma boa comunicação assertiva ajuda você nas suas relações
profissionais e pessoais, ajuda na obtenção de objetivos e na partilha de opiniões e sentimentos.

Algo a ter em mente é que uma boa comunicação assertiva passa igualmente pela comunicação
verbal e pela postura corporal. Ao conseguir equilibrar estes dois pontos, se tornará em um
comunicador nato, passando sua mensagem de forma mais clara e direta, e mostrando os seus
pontos de vista sem atropelar a sensibilidade do outro.

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