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MECÂNICA

DOS
SOLOS

COMPACTAÇÃO
Aula 5

PROPRIEDADES
DOS SOLOS

FÍSICAS MECÂNICAS

Índices granulometria resistência ao


compactação permeabilidade compressibilidade
físicos e plasticidade cisalhamento

comportamento tensão - deformação


Aula 5

 5.1 Princípios da Compactação dos Solos.


 5.2 Ensaio de Compactação em Laboratório.
 5.3 Procedimentos e Resultados.
 5.4 Comportamento dos Solos Compactados.
 5.5 Equipamentos de Compactação.
 5.6 Controle de Compactação em Campo.
 5.7 Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia.
 5.8 Compactação Profunda.
Princípios e Objetivos

Princípio Geral
Muitas obras geotécnicas (barragens, muros de arrimo, estradas, aeroportos,
etc) implicam a utilização de aterros compactados; compactar um solo
significa torná-lo um material mais denso;
O estado mais denso é obtido através da redução do ar intersticial, com
pequena ou nenhuma variação do teor de umidade do solo. A compactação
pode ser feita em superfície ou em profundidade, utilizando solicitações
estáticas, impacto e/ou vibração, por meio de equipamentos manuais ou
mecânicos.

Objetivos:
 redução dos recalques futuros
 aumento da resistência ao cisalhamento
 redução da permeabilidade
Ensaio de Compactação em Laboratório
• Histórico

 Os fundamentos da teoria da compactação dos solos são relativamente


recentes e foram estabelecidos a partir dos trabalhos pioneiros do engenheiro
americano R.R. Proctor (início da década de 1930) e publicados em vários artigos
na revista Engineering News-Record. Em sua homenagem, o ensaio de
compactação-padrão em Mecânica dos Solos é chamado de Ensaio Proctor.

• Objetivos e Princípio do Ensaio

 O objetivo do ensaio de compactação é determinar, para uma dada energia de


compactação aplicada, a quantidade adequada de água a ser incorporada ao solo
(‘umidade ótima’) de forma a se obter, para o mesmo, um estado correspondente
à sua densidade seca máxima.
 O ensaio Proctor é um ensaio de compactação por impacto padronizado (NBR
7182/86); um soquete é aplicado várias vezes sobre uma amostra de solo
acondicionada em um molde, sendo especificados os seguintes parâmetros de
ensaio: massa do soquete, altura de queda do soquete, número de golpes, número
de camadas de solo e volume do solo compactado.
Ensaio de Compactação em Laboratório

Equipamento do Ensaio Proctor Normal

(Das, 1998)
Ensaio de Compactação em Laboratório

Proctor estabeleceu que a compactação é função direta de 4 variáveis:


(1) massa específica (ρd) ou peso específico (γd) do solo seco
(2) teor de umidade w
(3) energia de compactação (EC)
(4) tipo de solo (natureza, graduação, presença de finos, etc.)

• Nas obras pioneiras, os esforços de compactação eram menores e os ensaios de


laboratório reproduziam tais condições utilizando menores energias de
compactação.
• Com o aumento das obras e do porte dos equipamentos e, conseqüentemente, das
energias de campo, os ensaios de laboratório tiveram que ser readaptados para
maiores energias de compactação ⇒ ex.: Ensaio Proctor Modificado.
Ensaio de Compactação em Laboratório

Ensaio Proctor Normal Ensaio Proctor Modificado


L • altura de queda: 30,5 cm • altura de queda: 45,7 cm
m • peso do soquete: 2,5 kg • peso do soquete: 4,5 kg
n • número de golpes p/ • número de golpes p/
camada: 26 camada: 55
N • número de camadas: 3 • número de camadas: 5
V • volume do molde: 1000 cm3 • volume do molde: 2000 cm3
EC • energia: 595 kJ/m3 • energia: 2828 kJ/m3
mgLNn
EC =
V
Procedimentos e Resultados
 (i) Diferentes amostras do mesmo solo, preparadas sob diferentes teores de
umidade, são compactadas de acordo com as prescrições técnicas
recomendadas

golpes 1 a 4 do soquete golpes seguintes

 (ii) As densidades (pesos específicos ou massas específicas) do solo úmido e os


respectivos teores de umidade são determinados para cada ensaio realizado.
ρ γ
ρd = ; γd =
1+ w 1+ w

 (iii) Os valores das densidades (pesos específicos ou massas específicas) do solo


seco, obtidas para cada ensaio, são plotadas em função dos respectivos teores
de umidade, obtendo-se a chamada curva de compactação.
Procedimentos e Resultados
Massa esp. seca ρd (Mg/m3)

Curva de

Massa esp. seca ρd (lb/ft3)


ρd max linha dos saturação
pontos ótimos

Proctor
Modificado

Proctor
Normal
wot
Teor de umidade w (%) Holtz e Kovacs, 1981
Procedimentos e Resultados

• Ponto máximo da curva de compactação

A ordenada do ponto de pico da curva de compactação corresponde ao valor da massa


específica máxima ρdmax (peso específico máximo γdmax) do solo seco e sua abcissa
corresponde ao valor da chamada umidade ótima do solo. Estes valores constituem
parâmetros característicos do solo somente para as condições e para a energia de
compactação adotados no ensaio. Quanto maior a energia de compactação, maior é o valor
de ρd max e menor é o valor da wot do solo.

• Curva de Saturação

Curva correspondente à condição de saturação (S = 100%) ou de aeração nula (A = 0%) do


solo; esta condição não pode ser alcançada pela compactação.

• Linha de Pontos Ótimos

Linha traçada através dos pontos máximos das diferentes curvas de compactação, obtidas
para os ensaios realizados em um mesmo solo sob diferentes energias de compactação; sua
posição tende a ser aproximadamente paralela à linha de saturação.
Procedimentos e Resultados

Para diferentes graus de


saturação S, a equação
geral é expressa por:
ρd max
ρwS ρwS
ρd = =
ρ S
w+ wS w+
ρs Gs

γ wS γ S
γd = = w
γ S
w+ w S w+
γs Gs wot
Procedimentos e Resultados

Abaixo de wopt (‘ramo seco’ da curva): Lubrificação ou efeitos


Com o aumento do teor de umidade do solo, de (sucção + tensões
formam-se películas de água que tendem a capilares) ??
promover uma maior aproximação das
partículas pelos efeitos de lubrificação. (ρd max , wot )

Na wopt:
ρd
Ponto ‘ótimo’ de equilíbrio entre os efeitos
que ocorrem acima e abaixo da wot.

Acima da wopt (‘ramo úmido’ da curva): w


Os acréscimos de água em excesso passam a Ou perda dos efeitos
promover o afastamento entre as partículas de de (sucção + tensões
solo. capilares) ??
Procedimentos e Resultados
• Cada ponto da curva representa os resultados de um dado ensaio de
compactação; em geral, a curva é traçada a partir dos resultados de 4
ou 5 ensaios;
• A curva deve ser obtida para, pelo menos, dois pontos acima e dois
pontos abaixo da umidade ótima, para teores de umidade variando
da ordem de 2% entre os ensaios;
• Como valor de referência, a umidade ótima tende a ser ligeiramente
inferior ao valor do LP do solo;
• Valores típicos da massa específica seca dos solos variam comumente
entre 16 e 20 kN /m3 (1,6 a 2,0 Mg/m3) e, em termos gerais, entre 13
e 24 kN /m3 (1,3 to 2,4 Mg/m3). Valores típicos da umidade ótima dos
solos variam comumente entre 10% e 20% e, em termos gerais,
entre 5% e 40%.

Solo ‘borrachudo’: na compactação de um solo com umidade acima da ótima, atinge-se um estado de
quase saturação e, assim, toda a energia é transferida para a água, aumentando-se as poropressões e
induzindo o cisalhamento horizontal do solo (laminação do solo). A energia aplicada é recuperada pela
ação elástica da água que se comporta como uma borracha sob pressão.
Comportamento de Solos Compactados

• Para uma dada energia de


compactação e uma dada densidade
- floculada
seca, o solo tende a apresentar uma
estrutura mais floculada pela
compactação no ramo seco quando
+ dispersa
comparada à compactação no ramo
+ floculada
úmido;

- dispersa
• Para um dado teor de umidade, o
aumento da energia de direções de aumento
da dispersão
compactação tende a tornar a
estrutura do solo menos floculada
no ramo seco e mais dispersa no
ramo úmido.
Comportamento de Solos Compactados

• O aumento do teor de umidade induz


uma forte diminuição da permeabilidade
do solo no ramo seco da curva e um
ligeiro aumento da permeabilidade para o
solo nas condições do ramo úmido.

• Argilas compactadas tendem a se (ρd max , wot)


expandir para umidades correspondentes expansão contração
ao ramo seco da curva e de contrair para
umidades correspondentes ao ramo ρd
úmido da curva.

w
Comportamento de Solos Compactados

baixas tensões

• Sob baixas tensões, os solos compactados no


ramo úmido são mais compressíveis do que os
solos compactados no ramo seco.

• Sob tensões elevadas, os solos compactados no


ramo seco são mais compressíveis do que os
solos compactados no ramo úmido.

tensões elevadas
Comportamento de Solos Compactados
• Solos argilosos compactados no ramo seco tendem a ser mais rígidos e
apresentarem maiores resistências do que os solos compactados no ramo úmido

Caulinita (Lambe and Whitman, 1979)

Numa determinada obra geotécnica, não importa apenas o comportamento do solo compactado,
mas o comportamento do mesmo sob as diferentes condições de carregamento ao longo da vida
útil da estrutura (p.ex.: barragem de terra: aumento das tensões construtivas, saturação do solo
sob percolação, etc.
Equipamentos de Compactação

• equipamentos de pequeno porte (soquetes e placas


vibratórias)

• rolos estáticos: rolos lisos, rolos de pneus; rolos tipo


pé-de-carneiro

• rolos vibratórios
Equipamentos de pequeno porte

Soquetes (“sapos”) e placas vibratórias

• classificação: pressões de contato placa-


solo (10 a 15 kPa)
• eficiência: trabalhos de compactação em
áreas localizadas
• podem ser utilizados em quaisquer solos
• aplicações mais comuns: compactação de
valas, trincheiras, etc.
Rolos Estáticos

• classificação: peso total por unidade de


Rolo Liso comprimento do rolo (30 a 110 kgf/cm)
• tambor vazio ou cheio de água, areia ou pó
de pedra
• área efetiva de compactação: 100%
• Eficiência: reduzida para compactação em
profundidade (limitados a camadas de
espessuras finais de até 15 cm)
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, enrocamentos
(solos coesivos, principalmente solos de
elevada plasticidade)
• aplicações mais comuns: obras rodoviárias
(bases, subleitos e capas de rolamento).
Rolos Estáticos

Rolo pé-de-carneiro • classificação: pressões de contato (1400 a


7000 kPa) impostas por saliências (‘patas’)
dispostas de forma irregular ao longo de um
tambor de aço (90 a 120 por rolo)
• área efetiva de compactação: 8% ~ 12 %

• eficiência: para evitar as superfícies de


laminação nas camadas compactadas
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos argilosos ou granulares
com mais de 20% de finos (solos muito
granulares)
• aplicações mais comuns: aterros, barragens
de terra
Rolos Estáticos
• classificação: pressão de compactação
imposta por um conjunto de pneus dispostos
Rolo Pneumático em alinhamentos desencontrados (em geral,
3 a 6 pneus por eixo), que é função do peso
do rolo e da pressão de ar nos pneus
• área efetiva de compactação: 80%
• eficiência: compactação mais rápida e
econômica em relação à compactação com
os rolos pé-de-carneiro
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, solos finos
(solos coesivos, principalmente solos de
elevada plasticidade)
• aplicações mais comuns: obras rodoviárias,
aterros, barragens de terra.
Rolos Estáticos

Rolo de Grelha

• classificação: pressões de contato (1400 a


6200 kPa)
• área efetiva de compactação: 50%
• eficiência: aumentada quando associado a
um equipamento de vibração
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, areias com
pedregulhos (solos argilosos)
• aplicações mais comuns: barragens de terra
e enrocamento.
Rolos Vibratórios

Rolo Vibratório
• classificação: podem ser dos três tipos
anteriores, possuindo um vibrador acoplado
ao rolo compactador
• área efetiva de compactação: variável
• eficiência: função da freqüência de
vibração e da velocidade de compactação
do rolo (comumente inferior a 5 km/h)
• solos mais indicados (solos menos
indicados): solos granulares, desde areias a
enrocamentos (solos coesivos)
• aplicações mais comuns: aterros, barragens
de terra e enrocamento
Equipamentos de Compactação - Síntese
Equipamentos de Compactação - Síntese

equipamentos tipo de compactação

(Holtz and Kovacs, 1981)


Equipamentos de Compactação - Síntese
Variáveis da Compactação – Características dos Solos

• distribuição granulométrica;
• forma das partículas sólidas;
• Gs
• natureza e porcentagem dos finos presentes
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• número de passadas do rolo


• freqüência de vibração
• espessura da camada
• velocidade de compactação

• os efeitos da compactação tendem a ser


reduzidos para mais do que 5 passadas do rolo
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• número de passadas do rolo


• freqüência de vibração
• espessura da camada
• velocidade de compactação

o aumento da amplitude das vibrações


induz maior efeito de compactação que o
aumento da freqüência das vibrações e,
uma vez atingida a condição de
ressonância, induz-se elevadas densidades
para o solo.
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• número de passadas do rolo


• freqüência de vibração
• espessura da camada
• velocidade de compactação

• para um dado número de passadas, obtém-se uma maior


compactação quanto menor for a velocidade do rolo.
Compactação no Campo x Compactação no Laboratório

• Dificuldades de uma simulação


adequada entre ensaios de campo
e de laboratório
• Tendência geral: valores menores
de wot em ensaios de laboratório.
• Problemas da correlação entre
ensaios estáticos em laboratório x
ensaios dinâmicos em campo

Curvas 1, 2,3,4: compactação em laboratório


Curvas 5, 6: compactação no campo
Controle da Compactação em Campo

• Objetivo: promover a estabilização do solo, mediante a melhoria do seu


comportamento geotécnico

• Metodologia: medidas sistemáticas dos valores da massa específica (ou peso


específico) do solo seco e do teor de umidade do solo
⇒ correlação direta com as propriedades geotécnicas de interesse.

• Especificações Técnicas:
(i) pelo produto final: fixação das condições limites para a aceitação da obra
(não importa o como, interessa o resultado). Ex.: obras rodoviárias
(ii) pelo método construtivo: fixação das variáveis de compactação pela
caracterização expressa dos procedimentos de campo (interessa o como e o
resultado em si). Ex.: barragens de terra
Controle da Compactação em Campo

 Execução de ensaios de compactação em laboratório dos solos de todas as áreas


de empréstimo: determinação de γdmax e w ⇒ optar pelo solo de maior γdmax e,
para valores próximos de γdmax, optar pelo solo com curva de compactação mais
fechada;

 Retirada do solo das áreas de empréstimo, lançamento e distribuição uniforme do


solo sobre a praça de trabalho, efetuando-se operações de molhagem (aspersão
com carro-pipa) ou secagem do solo (revolvimento com grades de discos);

 Execução de aterros experimentais para seleção dos equipamentos de


compactação e das variáveis de compactação (espessuras de camadas, número de
passadas do rolo, etc)

 Controle de campo dos parâmetros de compactação: GC (grau de compactação) e


∆w (desvio de umidades em relação à umidade ótima)
Controle da Compactação em Campo

• espessura das camadas: < 30cm de material fofo para se ter 15 a 20cm de solo
compactado (incluindo-se 2 a 5cm da camada anterior)
• rolagem em passadas longitudinais das bordas ao centro da praça de trabalho
com superposição de, no mínimo, 20cm entre as passadas
• equipamentos de campo: motoscrapers para lançamento e espalhamento do
material; motoniveladora para regularização das camadas; caminhões pipa ou
irrigadeiras para irrigação ou arados de discos para aeração; rolos compressores
para compactação.
Parâmetros de Controle da Compactação

Grau de Compactação

γ d − campo
GC = × 100%
γ d max − laboratório

Desvio de Umidade

∆w = w − wot

Especificações de Referência

• GC ≥ 95% ; ∆w = ± 2%
Determinação de γd
Métodos Diretos
(a)
Métodos

(a) Frasco de areia


(b) Balão de ar
(c) Método da água (ou óleo)
(d) Cilindro amostrador (b)

Procedimentos
• valores conhecidos: Ms ; Vt
• calcula-se γd campo e w
• compara-se γd campo com γd max-lab (c)
• calcula-se o grau de compactação GC
Erros dos Ensaios

 Principal fonte de erro: determinação do volume do material escavado.

 Método do frasco de areia: vibrações de equipamentos próximos podem induzir


um aumento da densidade da areia e resultar em uma avaliação incorreta do
volume de solo escavado

 Método do balão: erros significativos podem ocorrer no caso da presença de


irregularidades das paredes do buraco, principalmente no caso de solos muito
granulares (partículas muito grossas)

 Método do água/óleo: erros significativos podem ocorrer principalmente no


caso de solos granulares (necessária a utilização de uma membrana plástica
para o revestimento do buraco)
Determinação de w - Métodos Diretos

Métodos
ρd
• método da estufa: prazos incompatíveis
com o cronograma da obra
GC = 90%
• ‘método da frigideira’
1
• ‘garrafa de Speedy’ ρd max 2
3
As propriedades geotécnicas podem ser
bastante diferentes entre amostras
compactadas para umidades acima ou Aumento de EC
abaixo da ótima.
w1 w2 w
Densímetro Nuclear

Princípios do Ensaio

A magnitude da radiação recebida pelo detector


depende da densidade do material
(> densidade  < radiação)
Densímetro Nuclear
(a)

Princípios do Ensaio

Densidade
As radiações gamas emitidas pelo dispositivo (b)
(fonte de rádio ou isótopo radiativo de césio) são
dispersadas pelas partículas do solo e a
magnitude desta dispersão é proporcional à
densidade do solo.
Teor de Umidade
(Holtz and Kovacs, 1981)
O teor de umidade é determinado em função da
dispersão de nêutrons emitidos pelo dispositivo (c)
(fonte de isótopos de amerício - berílio) pelos
átomos de hidrogênio presentes na água do solo.

• Principal desvantagem: necessidade de calibrações contínuas


Controle da Compactação em Campo
Controle da Compactação em Campo

Produtividade da compactação

BEvt
p= . 1000
n
p – volume de solo compactado por unidade de tempo (m3/h);
B- largura (diâmetro) do rolo (m);
E – eficiência da compactação (entre 75% e 85%)
v – velocidade do rolo (km/h);
t – espessura da camada de solo a ser compactada (m);
n – número de passadas do rolo
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)

‘peso específico convertido’


W γ (γc max , zot)
γ = ; γd =
V 1+ w
γc
Curva de Hilf
W + ∆W w
γi =
V

∆W w
zi = ‘parâmetro das umidades’
W
z
W + ∆W w W(1 + z i )
γi = = = γ (1 + z i ) ∴ γ i = γ d . (1 + w)(1 + z i )
V V

γi
γ ic = ∴ γ ic = γ d (1 + w )
1 + zi

γ γ γ
c − campo
= =C − campo
(1 + w )
GC = d − campo . GC
∴ GC
γ d max − lab (1 + w ) γ c max − lab
γ c max − lab
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)

Ww Ww + ∆Ww wW s + W s (1 + w)zi
w = ; wi = =
Ws Ws Ws

∴ w i = w + (1 + w) zi ou 1 + w i = (1 + w) (1 + zi )

para z = zot ⇒ w = wot ∴ 1 + wot = (1 + w) (1 + zot )

(pequena influência de erro de wot)


z
e ∆wi = w i − wot = (1 + wi ) − (1 + wot ) ∴ ∆wi = − ot .(1 + wot )
1 + zot
23,57
mas γ dmax = ± 0,5 (kN/m 3 ) (hipérbole de Kucsinski para solos brasileiros)
1 + 1,26 wot

e γ imax = γ icmax (1 + zot ) = γ dmax (1 + w).(1 + zot ) = γ dmax .(1 + wot )

para 10% ≤ wot ≤ 35% : γ imax = 2,36 − 1,69 wot (relação empírica)

Levando wot na expressão de ∆wi , vem :

z
∆wi i==− − zot ot. (2,4. (2,4
∆w −imax
− 0,6γ 0,6) γ i max )
1 +1z+ot zot
Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)

(Exercício a ser dado em sala de aula relativo à aplicação do Método de Hilf)


Controle da Compactação em Campo
(Método de HILF)
Controle da Compactação em Campo
Exercício - Método de HILF

No processo de controle da compactação de uma camada de um aterro compactado,


foram obtidos os seguintes resultados em campo e em laboratório:

• campo: γ = 1,838 g/cm3

• laboratório:
∆w (%) γi (g/cm3)

0 1,820
-1 1,770
+1 1,848
+1,5 1,840

Determinar:
(i) a eficiência da compactação;
(ii) o grau de compactação;
(iii) o desvio de umidade da camada compactada.
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

 O ensaio de CBR (“California Bearing Ratio”) consiste na determinação da


relação entre a resistência à penetração de uma amostra do solo
compactado e saturado, expressa em porcentagem, e a resistência à
penetração de uma amostra de brita graduada, adotada como padrão de
referência.
 Este ensaio foi desenvolvido pelo Departamento de Estradas de Rodagem
da Califórnia (EUA) como critério de avaliação da resistência dos solos
utilizados na base, sub-base e subleito de pavimentos rodoviários, daí o
parâmetro CBR ser designado também como ISC - Índice de Suporte
Califórnia.
 O ensaio é padronizado no Brasil pela norma ABNT 9895 e pela norma
DNER M 48-64.
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

FASE I: Compactação dos Corpos de Prova

soquete

molde
camadas de solo
compactado
disco espaçador

• conjunto de 5 ensaios
• medidas de γd e w para cada amostra
• obtenção da curva de compactação
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia

FASE II: Obtenção da Curva de Expansão

Expansão: definida pela relação (expressa em %) do acréscimo de altura dos CP’s compactados
após imersão por 4 dias, em relação às respectivas alturas iniciais.
Aplicação de sobrecarga correspondente ao peso do pavimento

Valores admissíveis: 1 a 3% em obras rodoviárias


Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia
FASE III: Obtenção da Resistência à Penetração CBR

velocidade do ensaio:
1,27 mm/minuto

leituras das cargas para as


penetrações:
0,63; 1,27; 1,90; 2,54; 3,17;
3,81; 4,44, 5,08; 6,35; 7,62;
8,89; 10,16; 11,43 e 12,70 mm
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia
Curva cargas x penetrações

Correção da curva no caso da mesma apresentar ponto de inflexão (deslocamento c da curva)


Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia
Determinação do Valor do CBR

 determina-se o maior valor das leituras de cargas lidas (curvas sem correção) ou
corrigidas (curvas com correção) correspondentes às penetrações de 2,54mm e
5,08mm (geralmente será o valor correspondente à leitura de 5,08mm)

 compara-se o valor desta leitura com a leitura padrão, obtida para as respectivas
penetrações, da brita graduada de alta qualidade e CBR = 100%

 o valor do CBR (ou ISC) é dado por:

maior pressão lida ou corrigida


CBR = × 100%
pressão padrão
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia
Resultados do Ensaio
Ensaio CBR ou Índice de Suporte Califórnia
Correlações com a Classificação HRB
Compactação Profunda

 compactação dinâmica: a compactação do solo em


profundidade é obtida por meio de impactos na superfície do
terreno de pesos em queda livre;

 vibro-compactação: o aumento da densidade do solo em


profundidade é obtido por meio de vibrações induzidas no
terreno por meio de equipamentos especiais;

 explosões em profundidade: o aumento da densidade in


situ é obtido por meio da detonação de explosivos introduzidos
no terreno.
Compactação Dinâmica

 processo de compactação do solo em


profundidade, efetuado por meio de uma
série de impactos aplicados ao terreno,
por meio da queda livre de pesos caindo
de grandes alturas.
Compactação Dinâmica
pesos: 80 a 250 kN

alturas: 10 a 30m

n0 de golpes: até 10

colchão granular

crateras de até 2,0m

Fase I : Compactação do solo sob elevadas energias de impacto


Compactação Dinâmica

• peso: 100 kN
• alturas: 3 a 8m
• compactação das crateras preenchidas e da camada
≈ 1,0 – 1,5m)
mais superficial (≈
• obtenção de uma superfície regularizada final

Fase II : Compactação adicional sob baixas energias de impacto


Vibro - Compactação

 processo de compactação do solo em


profundidade, efetuado por meio de
vibrações induzidas no terreno por meio
de equipamentos especiais (‘vibradores’)

aumento da capacidade de carga do terreno


redução de recalques
prevenção dos efeitos de liquefação
Vibro - Compactação

Fase I – Penetração: o vibrador é introduzido no terreno até a profundidade


desejada, comumente por meio de injeção de água sob pressão, induzindo,
então, a remoção de finos e a formação de um espaço anelar em torno da
coluna de perfuração (após a penetração, a pressão de água é interrompida
ou muito reduzida).
Vibro - Compactação

Fase II – Compactação: sob a ação de forças horizontais, as partículas de


solo em torno do vibrador são rearranjadas, passando a um estado de maior
compacidade, procedendo-se, então, à elevação lenta e gradual do vibrador
com o preenchimento simultâneo do espaço anelar com solo local ou com
solo importado (formação de uma coluna de solo granular compactado).
Vibro - Compactação

Fase III – Tratamento Final: o processo é repetido para outros pontos da


área de interesse, conformando malhas adequadamente espaçadas; no final
deste processo, a superfície do terreno estabilizado é nivelada e compactada
por um rolo compactador superficial.
Compactação por Explosões

 explosões em profundidade: o aumento da densidade


in situ é obtido por meio da detonação de explosivos
introduzidos no terreno.

 restrito a solos granulares, com menos de 15% de finos

1
3
W
R = (Lyman, 1942)
C

• R: raio da área de influência da explosão;


• W : peso da carga de explosivos (kg de TNT);
• C : constante (função da % de dinamite contida na carga explosiva)
Compactação por Explosões

(Kummeneje & Eide, 1961)


Tratamento por Compactação Profunda

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