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Avaliação Bimestral

Valor: 5,0 Nota:_________

Visto:________________
Aluno (a):_______________________________________________________________
Série:_______ Turma:___ Disciplina: Redação
Professor (a): Susana Nogueira
Data: _____/______/ 2010

A bola

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira
bola do pai. Uma número cinco sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico.
Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!”. Ou o que os garotos dizem hoje em dia
quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de
alguma coisa.
— Como é que liga? — perguntou.
— Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
— Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente
outros.
— Não precisa manual de instrução.
— O que é que ela faz?
— Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
— O quê?
— Controla, chuta...
— Ah, então é uma bola.
— Claro que é uma bola.
— Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
— Você pensou que fosse o quê?
— Nada, não.
O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a
bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Baú, em que times de
monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de bip eletrônico na tela ao mesmo tempo que
tentavam se destruir mutuamente.
O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina. O
pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como
antigamente, e chamou o garoto.
— Filho, olha.
O garoto disse “Legal”, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a
cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de
instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.
Luís Fernando Veríssimo. Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Compreendendo o gênero crônica – valor: 1,2

1.Podemos afirmar que a crônica acima se baseia em fatos do cotidiano. Qual seria essa situação? Explique.
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2. Indique um aspecto que pode ser considerado humorístico no texto.
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3. Explique a provável crítica que essa crônica faz a realidade.
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4. Transcreva um frase que indica o caráter mais coloquial da linguagem nesse texto.
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Parte 2 – Proposta – Valor: 3,8

A crônica narra um momento, um acontecimento, um episódio banal do dia a dia, e a partir daí passa
uma ideia, provoca uma emoção. Pode apresentar tanto características de um texto literário quanto de um
texto jornalístico. Impressões a respeito de fatos ou de situações do cotidiano são recriadas em um texto que
objetiva divertir o leitor e/ou trazer uma análise crítica.
Observe a imagem a seguir:

A partir da leitura da imagem acima produza uma crônica narrativa abordando fatos da vida dessas
pessoas retratadas na imagem, bem como a questão social das enchentes nas grandes cidades.
Seu texto pode ser narrado em primeira ou em terceira pessoa. As personagens devem ser o homem e
a mulher, o tempo e o espaço você deve criar.

Boa avaliação!“Eu não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa”. Guimarães Rosa
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Critérios de correção:

1 – Adequação a proposta 0,5


2 – Adequação ao gênero (crônica) 0,6
3 – Adequação à língua padrão 1,1
4 – Coesão 0,8
5 – Coerência 0,8

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