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TEXTO I
Viver numa bolha é muito esquisito. Volta e meia ela estoura – como as bolhas de
sabão – e parece que a gente acordou depois de alguns anos em coma. O mundo à volta não é
mais que uma festa estranha com gente esquisita.
É assim em todo Lollapalooza. Onde estavam aqueles ídolos musicais nos últimos 60
anos, que eu nunca ouvi falar deles?
É assim no prêmio Nobel (exceto, muito às vezes, o da Paz e o de Literatura). É assim
(sempre) no Grammy. E, de uns anos pra cá (desde que Marlon Brando recusou a estatueta)
também no Oscar.
É assim quando folheio a Caras na sala de espera do médico ou do dentista. Quem são
aquelas criaturas de robe branco, ou atravessando a rua carregadas de sacolas, sempre com
dentes Omo Total Radiante e cercados de suas amadas e seus herdeiros?
É assim em toda coluna da Cora sobre celulares. Tenho um sansungue que recebe zap
como se me fizesse um favor, e ela fala de geringonças que dariam inveja aos Jetsons.
É assim quando escrevo sobre direitos animais e um povo que nunca deu as caras por
aqui surge do nada, no meio da savana, com sangue nos olhos e caninos à mostra, e não dá
tempo nem de decorar os nomes, porque tão logo termina a caçada, voltam para suas tocas e
de lá não saem até farejar o tema de novo.
É assim, principalmente, quando tem um novo reality de famosos. Tão certo quanto
quebrar um carro de uma escola de samba na Sapucaí ou um jogador de futebol estar tatuado
dos pés à cabeça é eu não fazer ideia de quem sejam as tais celebridades.
Deve ser porque mal vejo televisão. Não sigo nenhum iutúber. De certa forma, cheguei
agora ao planeta virtual e ainda estou tentando fazer contato com os nativos. Até a próxima
edição de A Fazenda, eu descubro quem são Jhenifer, Hariany, Aricia, Phelippe, Drika,
Phavanello, Tati, Viny e Thayse. Por enquanto, estou tentando me acostumar à nomenclatura
da espécie.
Viver numa bolha é muito esquisito. Volta e meia ela estoura – como as bolhas de
sabão – e parece que a gente acordou depois de alguns anos em coma. O mundo à volta não é
mais que uma festa estranha com gente esquisita.
É assim em todo Lollapalooza. Onde estavam aqueles ídolos musicais nos últimos 60
anos, que eu nunca ouvi falar deles?
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Simulado de Português
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(A) O vocábulo “muito” tem o mesmo valor sintático e semântico que o “muito” presente em
“Não havia muito dinheiro naquela mala”.
(B) Implicaria desvio gramatical, relativo à pontuação, se uma vírgula fosse inserida após o
segundo travessão.
(C) No último período, o verbo “estar” é de ligação, pois indica o estado ‘daqueles ídolos
musicais’.
(D) Há um segmento no primeiro parágrafo que explicita a influência direta de um texto
preexistente na elaboração do texto I.
(E) A oração após a última vírgula poderia ser reescrita sem alteração do sentido original e do
rigor gramatical assim: “do qual eu nunca ouvi falar deles?”.
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É assim quando folheio a Caras na sala de espera do médico ou do dentista. Quem são
aquelas criaturas de robe branco, ou atravessando a rua carregadas de sacolas, sempre com
dentes Omo Total Radiante e cercados de suas amadas e seus herdeiros?
É assim em toda coluna da Cora sobre celulares. Tenho um sansungue que recebe zap
como se me fizesse um favor, e ela fala de geringonças que dariam inveja aos Jetsons.
(A) O advérbio “assim” tem valor catafórico, pois se refere ao conteúdo introduzido pela
conjunção “quando”.
(B) No segmento “Quem são aquelas criaturas de robe branco”, o verbo ser fica no plural
obrigatoriamente para concordar com o sujeito que o sucede.
(C) O uso de “cercados” revela que ocorreu silepse de gênero, pois o autor fez o vocábulo
concordar em gênero e número com o sexo dos seres representados pelo sintagma “aquelas
criaturas”.
(D) O trecho “sempre com dentes Omo Total Radiante” carece de coerência, pois é sabido que
a marca Omo Total Radiante faz referência a um famoso produto de limpeza de roupas.
(E) As palavras “sansungue”, “zap” e “Jetsons” pertencem ao campo semântico da tecnologia,
por isso são grafadas de modo inusual.
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É assim quando escrevo sobre direitos animais e um povo que nunca deu as caras por
aqui surge do nada, no meio da savana, com sangue nos olhos e caninos à mostra, e não dá
tempo nem de decorar os nomes, porque tão logo termina a caçada, voltam para suas tocas e
de lá não saem até farejar o tema de novo.
(A) Os termos “com sangue nos olhos” e “caninos à mostra” mantêm relação sintática com o
referente “povo”.
(B) O predicado “surge do nada” tem como sujeito “um povo”.
(C) O acento grave em “à mostra” é obrigatório por tratar-se duma locução adjetiva de núcleo
feminino.
(D) A dupla negação em “não dá tempo nem de decorar” tem papel enfático no texto.
(E) O segmento “porque tão logo termina a caçada, voltam para suas tocas e de lá não saem
até farejar o tema de novo” poderia ser reescrito, sem desvio gramatical, assim: porque,
assim que termina a caçada, voltam para suas tocas, não saindo de lá até farejarem o tema de
novo.
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É assim, principalmente, quando tem um novo reality de famosos. Tão certo quanto
quebrar um carro de uma escola de samba na Sapucaí ou um jogador de futebol estar tatuado
dos pés à cabeça é eu não fazer ideia de quem sejam as tais celebridades.
(A) A crase existente em “dos pés à cabeça” segue a mesma lógica da gramaticalmente
correta construção “Corri do Leblon à Ipanema”.
(B) O emprego do verbo “ter” é próprio do registro coloquial; para se adequar à norma culta,
deve-se redigir assim: “... quando há um novo...”.
(C) A correlação comparativa “Tão... quanto” poderia ser reescrita, sem alteração do sentido e
sem prejuízo das normas gramaticais, assim: “Tão... como”.
(D) Há seis orações no segundo período.
(E) A última oração exerce função sintática de complemento nominal do substantivo “ideia”.
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Deve ser porque mal vejo televisão. Não sigo nenhum iutúber. De certa forma, cheguei
agora ao planeta virtual e ainda estou tentando fazer contato com os nativos. Até a próxima
edição de A Fazenda, eu descubro quem são Jhenifer, Hariany, Aricia, Phelippe, Drika,
Phavanello, Tati, Viny e Thayse. Por enquanto, estou tentando me acostumar à nomenclatura
da espécie.
TEXTO II
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Simulado de Português
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(A) metalinguística
(B) poética
(C) fática
(D) emotiva
(E) conativa
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(A) o vocábulo “que” não poderia ser substituído por “de”, pois essa preposição indica
obrigatoriedade nessa construção.
(B) a contração “numa”, em “numa bolha”, é própria do registro coloquial; sobretudo na
linguagem culta escrita, deveria ser “em uma bolha”.
(C) o uso do adjetivo “quentinho”, no masculino, se deve à concordância com um sujeito
oculto contextualizado: “mas (isso, ou seja, estar aqui) é tão quentinho...”.
(D) a reescritura “Conviva com quem tem posições políticas, diferentemente de você” é uma
paráfrase adequada da frase original.
(E) O “aqui” tem valor anafórico, e não dêitico.
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TEXTO III
9- A frase da imagem acima poderia ser reescrita, sem prejuízo da correção e do sentido,
assim:
(A) Quem de dentro dele não sai vai, sem amar ninguém, morrer.
(B) Vai morrer sem amar ninguém quem não sai de dentro de si.
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Simulado de Português
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(C) Vai morrer sem ninguém amar aquele que não sai de dentro de si.
(D) Aquele que não sai sem amar ninguém dentro de si vai morrer.
(E) Quem sai de dentro de si vai morrer sem amar ninguém.
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TEXTO IV
(...) Sua primeira bolha foi o útero. Sua última será a própria vida – ou haverá outras
bolhas além dessa derradeira? Isso não importa. O que importa é, no final desse caminho,
você constatar que foi capaz de reconhecer quais bolhas precisava estourar e quais bolhas
amava demais para romper e que teve a coragem e a sabedoria necessárias para
compreender o momento de se despedir daquelas que se tornaram prisões.
(Adaptado de https://papodehomem.com.br/a-bolha-e-voce/)
(A) Os acentos nos vocábulos “útero”, “última” e “própria” se justificam sempre pelo mesmo
motivo.
(B) Mesmo que o verbo “haver” seja substituído pelo verbo “existir”, a concordância verbal não
será alterada.
(C) A colocação pronominal é facultativa em ambos os casos do segmento “momento de se
despedir daquelas que se tornaram prisões”.
(D) O vocábulo “que”, em todas as suas ocorrências, tem o mesmo papel sintático.
(E) A penúltima conjunção “e” coordena duas orações subordinadas ao verbo “constatar”.
GABARITO
1- A 6- D
2- D 7- E
3- C 8- C
4- B 9- B
5- A 10- E
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