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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL

PENAL

Profª. Priscila Silveira


PC-DF: ESCRIVÃO

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PC-DF 2019: ESCRIVÃO
Banca: CESPE, NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL:
1 Disposições preliminares do Código de Processo Penal.
2 Inquérito policial. 2.1 Histórico, natureza, conceito, finalidade,
características, fundamento, titularidade, grau de cognição, valor probatório,
formas de instauração, notitia criminis, delatio criminis, procedimentos
investigativos, indiciamento, garantias do investigado; conclusão.
3 Prisão e liberdade provisória.
4 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal.
5 Lei nº 9.099/1995.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CÓDIGO
DE PROCESSO PENAL

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Princípios Processuais Penais e Constitucionais
❑ Princípio da busca da verdade real/material/substancial;
❑ Princípio ne procedat judex ex officio;
- Justifica a Súmula 160 do STF
❑ Princípio do devido processo penal (art. 5º, LIV, CF);
❑ Princípio da vedação das provas ilícitas (art. 5º, LVI, CF)
- A doutrina diferencia prova ilícita (violação ao direito substantivo-
material) de ilegítima (violação ao direito adjetivo-processual).
- Obs: a vedação não é absoluta, uma vez que ela pode ser usada em
favor do acusado.
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Princípios Processuais Penais e Constitucionais
❑ Princípio da presunção de inocência/estado de inocência/da não
culpabilidade (art. 5º, LVII, CF);
❑ Princípio da obrigatoriedade de motivação das decisões judiciais (art. 93,
IX, CF e art. 381 do CPP);
❑ Princípio da publicidade (art. 93, IX, 1ª parte, da CF, e no art. 792, caput,
do CPP);
❑ Princípio da imparcialidade do juiz;
❑ Princípio da igualdade processual/paridade de armas (art. 5º, “caput”, da
CF);
❑ Princípio do contraditório (art. 5º, LV, CF);
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Princípios Processuais Penais e Constitucionais
❑ Princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF);
❑ Princípio do duplo grau de jurisdição;
❑ Princípio do juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF);
❑ Princípio do promotor natural e imparcial;
❑ Princípio do in dubio pro reo (art. 5º, LVII,CF);
- Obs: Conselho de sentença por ocasião dos julgamentos pelo júri
(íntima convicção) e decisão de pronúncia – in dubio pro societate.
❑ Princípio ne bis in idem.

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Sistemas Processuais
Inquisitivo

Sistemas Processuais Acusatório*

Misto / formal

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Aplicação da Lei Processual Penal no Espaço
❑ Art. 1º do CPP: “O processo penal reger-se-á, em todo o território
brasileiro, por este Código(...)”
O CPP adotou no art. 1º, “caput”, o princípio da territorialidade absoluta
(locus regit actum).
As exceções à incidência do CPP estão nos incisos do artigo 1º do CPP,
bem como, em leis especiais (Drogas, crimes falimentares, infrações de
menor potencial ofensivo).

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Aplicação da Lei Processual Penal no Tempo
❑ Regra geral: Princípio da aplicação imediata ou sistema do isolamento
dos atos processuais (art. 2º do CPP).
❖ Exceção: O art. 3º da Lei de Introdução ao CPP dispõe que “o prazo já
iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será
regulado pela lei anterior, se esta não prescrever prazo menor do que o
fixado no CPP”.
• Normas processuais heterotópicas e normas processuais mistas ou
híbridas.
❑ CPP, Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
direito.
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INQUÉRITO POLICIAL

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Inquérito Policial
Natureza Procedimento De ofício
Jurídica Administrativo Requisição do
Incondicionada
Juiz ou MP
Ação Penal
Pública Requerimento
da vítima /
Formas de Condicionada representante
Início ou Requisição
do MJ
Ação Penal Requerimento de
Privada quem tem a qualidade
de intentá-la
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Inquérito Policial
Escrito
Dispensável
Sigiloso*
Inquisitorial
Características Discricionário
Oficial
Oficioso
Indisponível
Temporário
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Sigilo do Inquérito Policial
❑ O Art. 20, CPP, trata do sigilo externo.
❖ Exceção – sigilo interno:
✓ Art. 7º, XIV, Lei n. 8906/94: “É direito do advogado examinar, em
qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza,
findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo
copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital.”
✓ Súmula Vinculante nº 14 do STF: É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito
de defesa.
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Início do inquérito policial
É com a notitia criminis que a Autoridade Policial dá início às investigações.
Chama-se notitia criminis o conhecimento espontâneo ou provocado que
tema autoridade pública da prática de um fato delituoso.
Essa notícia de crime pode ser:
▪ de cognição imediata: pela autoridade policial
• de cognição mediata: por terceiros.
• de cognição coercitiva: flagrante delito.

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Providências - Art. 6º do CPP

✓ Preservar o local do crime;


✓ Apreender objetos que interessem à perícia;
✓ Colher todas as provas (lícitas) que servirem ao esclarecimento do fato e
suas circunstâncias;
✓ Ouvir o ofendido;
✓ Ouvir o indiciado;

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Providências - Art. 6º do CPP

✓ Providenciar reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;


✓ Determinar corpo de delito ou outras perícias;
✓ Identificação do acusado, se possível e juntada da folha de antecedentes;
✓ Averiguara a vida pregressa do indiciado;
✓ Proceder à reprodução simulada dos fatos (art. 7º CPP).

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Providências - Art. 13 do CPP

Incumbirá ainda à autoridade policial:


I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução
e julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.

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Providências
Artigo 13-A do CPP:
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158
e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou
de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

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Providências
Artigo 13-A do CPP: (...)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, conterá:
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela
investigação.

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Providências
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados
ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos
do delito em curso.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de
cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência.

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Providências
Art. 13-B do CPP: (...)
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza,
que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual
período;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a
apresentação de ordem judicial.

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Providências
Art. 13-B do CPP: (...)
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser
instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro
da respectiva ocorrência policial.

§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a


autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com
imediata comunicação ao juiz.
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Inquérito Policial

Preso 10 dias

Prazo para
Conclusão
(Art. 10, CPP)

Solto 30 dias

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Arquivamento do Inquérito
• Coisa julgada formal:
Falta de justa causa para o ajuizamento da ação penal. Falta de base para a
denúncia. Falta da materialidade e ou de autoria.
É possível a reabertura das investigações - artigo 18 CPP: Quando houver
notícia de uma prova nova.

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ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO QUE FAZ COISA
JULGADA MATERIAL
STJ STF

1) Atipicidade da conduta 1) Atipicidade da Conduta

2) Extinção da Punibilidade 2) Extinção da Punibilidade

3) Excludente de Ilicitude

Obs¹: Para o STF, o arquivamento com base em excludente de ilicitude


não faz coisa julgada material (STF, HC 125101/SP)
Obs²: Extinção da punibilidade com base em certidão de óbito falsa não
faz coisa julgada material.
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Indiciamento
Indiciar é atribuir a autoria (ou participação) de uma infração penal a uma
pessoa. É apontar uma pessoa como provável autora ou partícipe de um
delito.
O indiciado, então, não se confunde com um mero suspeito (ou investigado),
nem tampouco com o acusado.
a) Suspeito ou investigado - é aquele em relação ao qual há frágeis indícios,
ou seja, há mero juízo de possibilidade de autoria;
b) Indiciado é aquele que tem contra si indícios convergentes que o apontam
como provável autor da infração penal, isto é, há juízo de probabilidade de
autoria;
Inquérito
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Indiciamento
c) recebida a peça acusatória pelo magistrado, surge a figura do acusado.

▪ Por força da simplicidade que norteia a própria investigação das infrações


de menor potencial ofensivo, é inviável o indiciamento em sede de termo
circunstanciado. De mais a mais, revela-se inviável o indiciamento, já que
tal ato acarretaria o registro da imputação nos assentamentos pessoais do
indivíduo.

Inquérito
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Indiciamento
➢ Momento: A condição de indiciado poderá ser atribuída já no auto de
prisão em flagrante ou até o relatório final do delegado de polícia. Logo,
uma vez recebida a peça acusatória, não será mais possível o indiciamento,
já que se trata de ato próprio da fase investigatória. Indiciamento após o
recebimento da denúncia causa constrangimento ilegal à liberdade de
locomoção.
➢ Espécies: O indiciamento pode ser:
a) Direto: ocorre quando o indiciado está presente (regra geral);
b) Indireto: ocorre quando o indiciado está ausente.

Inquérito
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Indiciamento
➢ Pressupostos: o indiciamento só pode ocorrer a partir do momento em
que reunidos elementos suficientes que apontem para a autoria da
infração penal, quando, então, o delegado de polícia deve cientificar o
investigado, atribuindo-lhe, fundamentadamente, a condição jurídica de
“indiciado”, respeitadas todas as garantias constitucionais e legais.

Não se trata, pois, de ato arbitrário nem discricionário, já que, presentes


elementos informativos apontando na direção do investigado, não resta à
autoridade policial outra opção senão seu indiciamento.

Inquérito
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Indiciamento
➢ Fundamentação: Art. 2º, §6º da Lei nº 12.830/13
➢ Atribuição: Ato privativo do Delegado de Polícia

➢ Desindiciamento: Ausente qualquer elemento de informação quanto ao


envolvimento do agente na prática delituosa, a jurisprudência tem
admitido a possibilidade de impetração de habeas corpus a fim de sanar o
constrangimento ilegal daí decorrente, buscando-se o desindiciamento.

Inquérito
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Incomunicabilidade

Prevalece na doutrina o entendimento de que o art. 21 do CPP não foi


recepcionado pela ordem constitucional vigente. Forte argumento nesse
sentido é encontrado no art. 136, § 3°, inc. IV da Constituição, que veda a
incomunicabilidade do preso até mesmo na vigência do estado de defesa, que
importa uma situação excepcional, cuja decretação é cabível quando a ordem
pública ou a paz social estiverem ameaçadas “por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes
proporções na natureza”, segundo o texto constitucional.

Inquérito
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Incomunicabilidade
E também se fundamento no fato de que o art. 5°, inc. LXII da Carta assegura
que “a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada”, bem como, no artigo 5º, LXIII da CF, onde “o preso
será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

Inquérito
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PRISÕES

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Considerações iniciais
❑ Enquadramento
Há dois tipos:
✓ Prisão pena: decorrente de uma sentença condenatória transitada em julgado.
✓ Prisão cautelar/sem pena: é a que antecede o trânsito em julgado, podendo
ocorrer na fase investigativa ou processual. Ela pode se dar em 3 modalidades:
- Flagrante
- Preventiva
- Temporária

Prisões
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Considerações iniciais
Obrigatório
Pena
Facultativo

Flagrante Próprio
Prisão
Impróprio
Sem pena / Preventiva
cautelar Presumido
Temporária
Forjado

Preparado
Prisões
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Flagrante
❑ Com previsão constitucional (art. 5º, LXI, CF), autoriza a prisão de quem é
surpreendido praticando um delito.
❑ Modalidades:
✓ Obrigatório/compulsório: diz respeito às autoridades policiais (art. 301, CPP);
✓ Facultativo: realizado por qualquer pessoa do povo (art. 301, CPP);
✓ Próprio/real/perfeito: a captura é feita quando o agente está cometendo a
infração (art. 302, I, CPP) ou ao acabar de cometer a infração (art. 302, II, CPP);
✓ Impróprio/irreal/imperfeito/quase flagrante: o agente é perseguido em
situação que faça presumir ser ele autor da infração (art. 302, III, CPP);

Prisões
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Flagrante
❑ Modalidades (...) :
✓ Presumido/ficto: o agente é encontrado logo depois, com instrumentos,
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração (art.
302, IV, CPP);
✓ Forjado: aquele realizado para incriminar inocente. A prisão é ilegal e deve ser
relaxada (art. 310, I, CPP);
✓ Preparado/provocado por obra do agente provocador: próprio/real/perfeito:
Súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a sua consumação. “

Prisões
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Procedimento do flagrante

2º Condução 3º Lavratura 4º
1º Captura até a do auto (art. Recolhiment
autoridade 304, CPP) o ao cárcere

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de
infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro)
anos. Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
Prisões
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Desdobramentos:
❑ CPP, Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada.
❖ Obrigações do delegado dentro de 24 horas, contadas da prisão:
1 – Remeter o auto ao juiz (art. 306, O juiz pode entender que é:
§1º, CPP) 1–Ilegal: relaxa (art. 310, I, CPP);
2 – Enviar cópia do auto para a 2–Legal: homologa o auto. (i) Se
Defensoria, se não houver advogado necessária, converte em preventiva
(art. 306, §1º, CPP) (requisitos do art. 312, CPP); (ii)
Desnecessária: liberdade provisória,
3 – Entregar nota de culpa ao preso com ou sem fiança (art. 310, III)
(art. 306, §2º, CPP)
Prisões
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Disposições gerais
❑ Resolução 213 do CNJ - audiência de custódia: O preso deve ser apresentado
ao juiz em até 24 horas da prisão.
❑ Para o STF e o STJ, a invasão domiciliar para captura em flagrante, exige
prévios indícios.
❑ Uso de algemas:
- Súmula Vinculante 11
- Mulheres grávidas: art. 292, parágrafo único, CPP
❑ Lei 9.099/95: o auto é substituído pelo TCO

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Prisão Preventiva
❑ Cabimento: durante toda a persecução penal;

❑ Decretação (311,CPP):
✓ De ofício: só na fase processual
✓ Mediante provocação: MP, querelante, delegado e assistente da acusação.

❑ Prazo: sem prazo;

❑ Requisitos (312, CPP)


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Prisão Preventiva
❑ Infrações que comportam preventiva (313, CPP):
✓ Regra: crime doloso com pena máxima superior a 4 anos;
✓ Exceção: a pena máxima é irrelevante, cabendo nas seguintes hipóteses:
- ausência de identificação civil
- reincidência em crime doloso
- descumprimento de medida protetiva na violência doméstica
❑ Substituição da preventiva por domiciliar (317 a 318-B do CPP)

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Prisão Temporária
❑ Cabimento: somente na fase investigativa;
❑ Decretação: mediante requerimento do MP ou representação do delegado.
Obs: não pode ser decretada de ofício pelo juiz.
❑ Prazo
✓ Crimes comuns: 5 dias, prorrogáveis uma vez por igual período (5+5)
✓ Crimes hediondos e equiparados: 30 dias, prorrogáveis por igual período
(30+30)

Prisões
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Prisão Temporária
❑ Requisitos (art. 1º da Lei 7.960/89)
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
❖ O inciso III é sempre obrigatório, devendo ser conjugado com o I ou II.

Prisões
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Art. 2º da Lei 7.960/89
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir,
ouvirá o Ministério Público.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e
prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do
recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do
Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas
vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

Prisões
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Art. 2º e 3º da Lei 7.960/89
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado
judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos
previstos no art. 5° da Constituição Federal.
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto
imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão
preventiva.

Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados


dos demais detentos

Prisões
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LIBERDADE PROVISÓRIA

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Da Liberdade Provisória
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão
preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
✓ Critérios para aplicação das medidas cautelares: necessidade e
adequação
I - (revogado) (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

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Da Liberdade Provisória
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de
infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos. Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao
juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 323. Não será concedida fiança:
I - nos crimes de racismo;
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;
IV e V - (revogado).
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Da Liberdade Provisória
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código;
II - em caso de prisão civil ou militar;
• Os arts. 328 e 341 trazem as hipóteses em que a fiança será quebrada;
• Julgados: STJ – HC 208988; STF – AC 4036 E 4039.
III - (revogado);
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva (art. 312).
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Da Liberdade Provisória
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade (policial ou judiciária)
que a conceder nos seguintes limites:
(...)
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja
pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro)
anos;
✓ * A autoridade policial só poderá conceder fiança se a PPL imputado ao
crime não for superior a 4 anos (art. 322).
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena
privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.
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Da Liberdade Provisória
Art. 325.
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser:
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em
consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida
pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade,
bem como a importância provável das custas do processo, até final
julgamento.
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Da Liberdade Provisória
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer
perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito
e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a
fiança será havida como quebrada.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança,
mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou
ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela
autoridade o lugar onde será encontrado.

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Da Liberdade Provisória

Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial,
com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas
as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de fiança.
O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem
prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.

Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão


notificados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que
constará dos autos.

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OBRIGADA
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