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10/12/2016 Fóssil de espécie inédita de inseto é descoberto em Santana do Cariri

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PALEONTOLOGIA

Fóssil de espécie inédita de inseto é descoberto em Santana do Cariri


Grilo da família Gryllidae tem cerca de 110 milhões de anos e foi achado durante escavação em 2014. Formação
geológica é caracterizada pelos extratos marinhos, o que aumenta caráter inédito do fóssil

 
O fóssil de uma nova espécie de inseto do gênero Araripegryllus foi
achado na formação Romualdo de Santana do Cariri, no interior do Ceará.
A descoberta do grilo da era Cretácea, de mais de 110 milhões de anos, foi
publicada nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, na última
semana. A pesquisa foi iniciada em 2014, com a coordenação do
paleontólogo e professor da Universidade Regional do Cariri (Urca),
Álamo Feitosa Saraiva.

A nova espécie foi denominada pelos pesquisadores de Araripegryllus


romualdoi, em referência à formação geológica Romualdo. O local fica a
cerca de três quilômetros do entorno da Chapada do Araripe, onde já
foram descobertos outros fósseis inéditos no mundo. O estudo é assinado
ainda pelos pesquisadores Luís Freitas e Geraldo Moura, do Laboratório
de Estudos Herpetológicos e Paleoherpetológicos da Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE).

O fóssil é importante não apenas por ser o primeiro da espécie, mas


também por sinalizar novos conhecimentos sobre os nossos grilos atuais.
"O grilo é o inseto que mais causa prejuízo à agricultura, são trilhões de
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dólares por ano sendo gastos em pulverização. Entender mais as


fraquezas dessa família, ao longo do tempo, traz consequências positivas
porque os insetos criam resistência aos inseticidas, que mata quem está
associado a ele”, avalia o pesquisador, Álamo Feitosa.

O Araripegryllus romualdoi tem 10 mm de comprimento e 5 mm de


largura. Seu fóssil foi achado entre folhelhos, como são chamadas as
argilas escuras entre as concreções da Romualdo. Até então, os extratos
daquela formação eram todos de origem marinha, o que aumenta o
caráter inédito do material.
''A fossilização já é uma loteria, e você ainda achar um ser vivo
completamente fora de seu ambiente dentro do extrato? É como ganhar
na loteria duas vezes", explica o coordenador da pesquisa.

Inicialmente, os pesquisadores acreditavam que o Romualdo era uma das


202 espécies listadas na formação Crato. As descrições não bateram, e foi
preciso iniciar um trabalho minucioso para identificá-lo e classificá-lo
dentro da família Gryllidae, no gênero Araripegryllus.

"O tamanho das coxas e das pernas não era o mesmo, mas trata-se de um
inseto da mesma família de gafanhotos. Ele está completamente extinto,
mas as espécies do Cetáceo para cá ainda vivem", frisa Álamo.

Novas descobertas
O que também intriga os pesquisadores é entender como o grilo chegou
tão longe em um lago de 180 quilômetros de profundidade. "Caiu no rio e
foi levado para dentro, mas os peixes não comeram? E porque essas
coisas velhas interessam? São exatamente elas que vão nos preparar para
o futuro, por isso a paleontologia é importante", avalia o professor da
Urca.

A escavação em que o grilo foi achado, a maior já realizada no Nordeste


pela Urca, também tem mais duas espécies inéditas de camarões sendo
descritas. "Pela minha experiência, nem 5% do que ainda existe na
Chapada foi descoberto", disse. A previsão é que a descrição desses novos
camarões seja publicada até o segundo semestre de 2017.

A Chapada do Araripe reúne uma série de condições ideias para a


preservação de fósseis, como baixa energia da água e rochas que não
sofreram transformações. Até janeiro, o professor está em uma expedição
em Santana do Cariri, justamente, buscando mais fósseis para o acervo da
universidade.

AMANDA ARAÚJO

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