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1.

Introdução

Neste seminário, apresentaremos assuntos relacionados com Sistema


de Tratamento de Efluente, vamos falar sobre os diversos tipos de tratamento,
o porquê do uso obrigatório e as consequências do não seguimento das
normas.

Mostramos fluxogramas de sistemas complexos, suas características,


vantagens e desvantagens entre os modelos apresentados.

Estatísticas atuais serão apresentadas de modo que possamos analisar


nosso ambiente de forma geral.

1.1 . Efluentes

São despejos de resíduos líquidos, gasosos ou sólidos provenientes de


estabelecimentos industriais ou resultantes dos esgotos domésticos urbanos,
que são lançados no meio ambiente e podem levar à poluição ambiental.

O lançamento indevido desses diferentes tipos de resíduos ocasiona


modificações nas características do solo, da água e do ar, podendo poluir ou
contaminar o meio ambiente. A poluição ocorre quando esses resíduos
modificam o aspecto estético, a composição ou a forma do meio físico,
enquanto o meio é considerado contaminado quando existir a mínima ameaça
à saúde de homens, plantas e animais. No Quadro 1 são relacionadas as
fontes de geração dos resíduos e os possíveis locais de poluição e
contaminação do meio ambiente.

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Em um primeiro momento, é possível imaginar serem simples os
procedimentos e atividades de controle de cada tipo de resíduo na indústria.
Todavia, as diferentes composições físicas, químicas e biológicas, as variações
de volumes gerados em relação ao tempo de duração do processo produtivo, a
potencialidade de toxicidade e os diversos pontos de geração na mesma
unidade de processamento recomendam que os resíduos sejam
caracterizados, quantificados e tratados e/ou acondicionados, adequadamente,
antes da disposição final no meio ambiente.

1.2. Resíduos Industriais Gasosos

São gases ou partículas que alteram a composição do ar atmosférico,


podendo danificar materiais e ocasionar prejuízos para a saúde de homens,
animais e plantas.

Os efeitos da presença de poluentes na forma de gases ou de partículas


no ar atmosférico variam muito, quer em qualidade ou quantidade.

Em geral, esses efeitos se classificam em estéticos, irritantes e tóxicos,


sendo que um poluente atmosférico quase nunca produz apenas um desses
inconvenientes.

Um mesmo gás pode ter efeito irritante e tóxico, assim como um


material particulado pode exercer efeitos estéticos e irritantes.

Os resíduos gasosos podem ser primários, liberados da fonte para a


atmosfera, ou secundários, formados por reações químicas entre constituintes
naturais da atmosfera e poluentes primários.

Os processos industriais são responsáveis pela emissão de material


particulado e de vários gases poluentes, tais como os óxidos de enxofre (SO2),
os óxidos de nitrogênio (NO e NO2), gás sulfídrico (H2S), hidrocarbonetos,
mercaptanas, ácido clorídico etc. No Quadro 2, são relacionados alguns
resíduos industrias gasosos gerados em indústrias e suas consequências.

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Alguns resíduos industriais gasosos também podem participar da
formação de oxidantes fotoquímicos, que ocasionam problemas visuais e
respiratórios; do efeito estufa, que provoca elevação da temperatura na terra; e
da chuva ácida, que ocasiona danos na biota do solo e da água.

1.3. Resíduos Industriais Sólidos

Resíduos sólidos são originados das atividades dos diversos ramos da


indústria, tais como metalúrgica, química, petroquímica, papeleira, alimentícia
etc.

Sendo bastante variados, podendo ser representados por cinzas, lodos,


óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras,
borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas, dentre outros.

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1.4. Resíduos Industriais Líquidos

A vazão dos efluentes líquidos industriais é relacionada com o tempo de


funcionamento de cada linha de produção e com as características do
processo, da matéria-prima e dos equipamentos, podendo ser constante ou
bastante variada, conforme representado nas Figuras 1a e 1b,
respectivamente:

A quantificação da vazão do resíduo líquido industrial pode ser realizada em


equipamentos eletromecânicos ou em medidores hidráulicos (Parshall e
vertedores), sendo importante para verificar se:

 A vazão é continua ou intermitente no processo produtivo

 É grande a diferença entre os valores mínimo, médio e máximo.

 Existe contribuição indevida, como águas pluviais e esgoto sanitário.

 Há pico localizado de contribuição, especialmente de determinada fase


do processamento.

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Para quantificar as concentrações de matéria orgânica total e de matéria
orgânica biodegradável são realizadas as determinações da Demanda Química
de Oxigênio - DQO e da Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO5,
respectivamente, conforme esquematizado na Figura 2.

2. Legislação

O Tratamento de efluentes é redigido por diversas leis e normas.

 MMA
 CONAMA
 ANA
 INEA (ex. FEEMA no RJ)
 SMMA

Ministério do Meio Ambiente (MMA)

Criado em novembro de 1992, tem como missão promover a


adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a proteção e a
recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais,
a valorização dos serviços ambientais e a inserção do desenvolvimento
sustentável na formulação e na implementação de políticas públicas, de

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forma transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos
os níveis e instâncias de governo e sociedade.

Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA

É o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio


Ambiente-SISNAMA, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, O CONAMA é composto por Plenário, CIPAM, Grupos
Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. O Conselho é
presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria Executiva é
exercida pelo Secretário-Executivo do MMA.

Agência Nacional de Águas (ANA)

A Agência Nacional de Águas (ANA) tem como missão implementar e


coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o
acesso a água, promovendo seu uso sustentável em benefício das atuais e
futuras gerações.

Instituto Estadual do Ambiente (INEA)

O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) tem a missão de proteger,


conservar e recuperar o meio ambiente para promover o desenvolvimento
sustentável.

O INEA tem o grande desafio de integrar a política ambiental do Estado e


atender às demandas da sociedade nas questões ambientais, oferecendo
agilidade no atendimento, mecanismos de controle, acompanhamento e
participação.

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SMMA - Secretaria Municipal do Meio Ambiente

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMMA foi criada em 2008, por


meio do Decreto nº 16.530, de 29 de dezembro de 2008 e, atualmente atua na
qualidade de órgão de assessoramento e planejamento ambiental para a
Administração Pública Municipal e procura se estruturar e garantir o
desenvolvimento de políticas públicas de gestão socioambiental. Suas áreas
principais de trabalho são: planejamento, licenciamento e fiscalização
ambiental.

• NBR 9800/1987
• LEI N. 997, DE 31 DE MAIO DE 1976
• LEI No 6.803, DE 2 DE JULHO DE 1980
• LEI Nº 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007

NBR 9800/1987

Esta Norma estabelece critérios para o lançamento de efluentes líquidos


industriais no sistema coletor público do esgoto sanitário.

LEI N. 997, DE 31 DE MAIO DE 1976.

Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente

Considera-se poluição do meio ambiente a presença, o lançamento ou a


liberação, nas águas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou
energia, com intensidade em quantidade, de concentração ou com
características em desacordo com as que forem estabelecidas em decorrência
desta lei.

Fica proibido o lançamento ou liberação de poluentes nas águas, no ar


ou no solo.

LEI Nº 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007.

Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.

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A prestação dos serviços atenderá a requisitos mínimos de qualidade,
incluindo a regularidade, a continuidade e aqueles relativos aos produtos
oferecidos, ao atendimento dos usuários e às condições operacionais e de
manutenção dos sistemas, de acordo com as normas regulamentares e
contratuais.

O licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos.

A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abastecimento de


água não poderá ser também alimentada por outras fontes.

LEI No 6.803, DE 2 DE JULHO DE 1980.

Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas


críticas de poluição, e dá outras providências.

Nas áreas críticas de poluição a que se refere o art. 4º do Decreto-lei nº


1.413, de 14 de agosto de 1975, as zonas destinadas à instalação de indústrias
serão definidas em esquema de zoneamento urbano, aprovado por lei, que
compatibilize as atividades industriais com a proteção ambiental.

As zonas de que trata este artigo serão classificadas nas seguintes


categorias:

a) zonas de uso estritamente industrial;

b) zonas de uso predominantemente industrial;

c) zonas de uso diversificado.

3. PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICO

São chamados de processos físico-químicos todos aqueles que


empregam instalações destinadas a reagir, separar, combinar elementos,
sejam por processos físicos (sem produtos químicos), como, por exemplo,
decantação e filtração, como também com produtos químicos como flotação e
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floculação, ou ainda combinando os dois, como mistura, floculação, decantação
e filtração. Muitos autores costumam chamá-los de processos não biológicos,
ou seja, sempre que os microrganismos não tenham atividade fundamental.

Aplicação: O tratamento Físico-Químico da água e efluentes é usado


para poluentes que não podem ser removidos por processos biológicos. São
aplicados sempre quando se deseje remover substâncias indesejáveis ou
retirar um determinado produto de uma mistura.

Em muitos casos, em saneamento, se usam os processos físico-


químicos como Pré-tratamento ou como antecedente aos processos biológicos,
visando reduzir as cargas poluentes ou retirando do meio compostos que
venham a atrapalhar o processo biológico.

Etapas do processo físico-químico

 Floculação: para combinação dos produtos ( consiste na adição de


produtos químicos que promovem a aglutinação e o agrupamento das
partículas a serem removidas, tornando o peso especifico das mesmas
maior que o da água, facilitando a decantação)
 Flotação: para separação de produtos leves (d<1)
 Decantação: para separação de produtos pesados (d>1)
 Filtração ou acerto de pH: quando necessário.

A coagulação usa produtos químicos como sais de alumínio e ferro que


reagem com a alcalinidadeda agua formando hidróxidos desestabilizadores dos
colóides e partículas em suspensão .

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Processos Biológicos

Descobertos como alternativa eficaz para o tratamento de efluente no


século XIX, os microrganismos como bactérias, protozoários, rotíferos, etc vêm
sendo largamente empregados em estações tratamento de efluentes como
agentes de degradação dos poluentes orgânicos contidos nesta corrente.

Existem basicamente duas alternativas de tratamento biológico: o


anaeróbio e aeróbio. O primeiro utiliza microrganismos anaeróbios, ou seja,
que vivem na ausência de oxigênio e no aeróbio são utilizados microrganismos
que necessitam de oxigênio.

Em alguns casos onde a carga de poluentes é muito elevada, podem-se


utilizar estes dois processos em série.

O processo biológico é utilizado quando existe carga orgânica impossível de


ser removida por processo físico-químico.

Processos Aeróbios:

Neste processo os microrganismos necessitam de oxigênio para sua


respiração e degradam as substâncias orgânicas, que são assimiladas como
"alimento" e fonte de energia, mediante processos oxidativos.

Os processos aeróbios são os mais utilizados nos países desenvolvidos.


Em condições aeróbias a matéria orgânica é convertida a gás carbônico, água
e biomassa. A energia potencial presente nos resíduos termina na biomassa
(lodo) cuja produção se torna um grande problema.

No tratamento de esgotos por exemplo a disposição do lodo produzido é


o fator de maior custo que também requer grandes quantidades de energia.
Devido à presença nesses lodos de metais pesados e outros contaminantes,
seu aproveitamento na agricultura e outras formas de disposição é difícil.

Além disso, a aeração requerida para fornecer oxigênio aos


microrganismos aeróbios requer grandes quantidades de energia e produz
significativas quantidades de CO2.

Nesse processo, o efluente precisa ser submetido a temperaturas específicas,


estar com o pH e oxigênio dissolvido (OD) controlado, além de obedecer a
relação da massa com os nutrientes de Demanda Biológica de Oxigênio (DBO)
que variam com a biota formada em cada estação.

As bactérias responsáveis por este processo de eliminação da matéria


orgânica são, em sua maioria, heterótrofas aeróbias e facultativas e promovem
a remoção da matéria orgânica com mais eficiência.

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Dentre os processos aeróbios mais comuns podemos citar :

Lodos Ativados - Sistema mecanizado e aeróbio. A remoção da matéria


orgânica é feita pelas bactérias que crescem no tanque de aeração e formam
uma biomassa a ser sedimentada no decantador. O lodo do decantador
secundário é retornado, por bombeamento, ao tanque de aeração, para
aumentar a eficiência do sistema.
O oxigênio é fornecido por aeradores mecânicos superficiais ou por
tubulações de ar no fundo do tanque. Tais sistemas podem operar
continuamente ou de forma intermitente, e quase não produzem maus odores,
insetos ou vermes.
A eliminação de DBO alcança de 85 a 98% e a de patogênicos de 60 a
90%. A instalação requer área reduzida mas envolve a necessidade de
diversos equipamentos (aeradores, elevatórias de recirculação, raspadores de
lodo, misturador de digestor, etc.).
Seu custo de implantação é elevado devido ao grau de mecanização e
tem alto custo operacional graças ao consumo de energia para movimentação
dos equipamentos. Necessita de tratamento para o lodo gerado, bem como sua
disposição final.
A disposição final do lodo pode ser feita em aterros sanitários,
juntamente com o lixo urbano, em incineradores e na restauração de terras.

Vale salientar que os lodos são ricos em matéria orgânica, nitrogênio,


fósforo e micronutrientes. Existe, portanto, a alternativa de seu aproveitamento
agrícola - aplicação direta no solo, uso em áreas de reflorestamento e
produção de composto orgânico.

Vantagens
- Exige pouca área para implantação;
- Maior eficiência no tratamento;
- Maior flexibilidade de operação;

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Desvantagens
- Custo operacional elevado;
-Controle laboratorial elevado;
- Operação mais delicada.

Lagoas Aeradas - Constituem um processo de tratamento biológico no


qual o oxigênio é fornecido por equipamentos de aeração, com a finalidade de
manter uma determinada concentração de oxigênio dissolvido em toda ou em
parte da massa líquida, garantindo as reações bioquímicas que caracterizam o
processo.

São utilizadas no tratamento de efluentes domésticos e efluentes


industriais com elevados teores de substâncias biodegradáveis.

A principal vantagem do sistema de lagoa aeradas frente a outros


sistemas de tratamento biológico convencionais está na facilidade operacional;
porém, temos a necessidade de maiores áreas disponíveis para a sua
implantação e de estudos geotécnicos para verificação do local escolhido.

Caracterizam-se por exigir a instalação de equipamentos mecânicos


para fornecer oxigênio ao líquido. Requerem áreas menores, todavia
consomem energia.

. Representação esquemática de sistema de lagoa aerada

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Lagoas de estabilização: Podem ser aeróbias, anaeróbias ou
facultativas, são os processos de tratamento mais comumente usados nos
países de clima quente. Tratam-se de grandes tanques escavados na terra,
que funcionam principalmente pela ação de bactérias e algas. Nestas
condições, a velocidade de oxidação biológica é baixa, requerendo grandes
áreas de terreno.

Quando estas são disponíveis, seus custos de operação, construção e


manutenção são bastante reduzidos. As lagoas, em geral, não permitem o
controle e armazenamento do gás produzido.

As lagoas de estabilização apresentam quatro tipos básicos: aeróbias,


em geral rasas, com cerca de 0,50m de profundidade; anaeróbias entre 2m
e 4,5m de profundidade; facultativas, com profundidade entre 1,5m a 2m; e
as de maturação, com 1m de profundidade, usadas após sistemas
secundários, para melhorar o efluente.

Representação esquemática de sistema de lagoas de estabilização

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Filtros biológicos - A estabilização da matéria orgânica é realizada por
bactérias que crescem aderidas a um suporte de pedras ou materiais
sintéticos. O esgoto é aplicado na superfície através de distribuidores rotativos,
percola pelo tanque e sai pelo fundo. A matéria orgânica fica retida pelas
bactérias do suporte, permitindo elevada eficiência na remoção de DBO (de 80
a 93%). A eliminação de patogênicos está entre 60 - 90%.
A instalação não requer área extensa e sua mecanização exige
equipamentos relativamente simples (distribuidor rotativo, raspadores de lodo,
elevatória para recirculação, misturador para digestor, etc.).
O custo de implantação é alto e há necessidade de tratamento do lodo
gerado e sua disposição final. Entre os inconvenientes estão a dificuldade na
operação de limpeza e a possibilidade de proliferação de insetos.

Processos Anaeróbios.

Ocorre a degradação da carga poluidora, através das bactérias na


ausência de Oxigênio. São as bactérias anaeróbias que realizam esta
operação, elas tem a característica de não precisar oxigênio dissolvido na água
ou no ar para viver, como os animais ou os peixes; elas "respiram" o oxigênio
que faz parte das moléculas complexas e instáveis de carbono que compõem
esses lipídios, carboidratos e proteínas (material primário),quando tiram o
oxigênio rompem essas cadeias moleculares transformando-as em outras
menores e estáveis que são metano, água e gás carbônico (produto final).

Existem basicamente duas famílias de bactérias, as saprofíticas, que


transformam o material primário em ácidos orgânicos, e as metanogénicas, que
a partir desses ácidos completam a reação de estabilização.

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Processos de Conversão em Sistemas Anaeróbios

A digestão anaeróbia é um processo bioquímico complexo, composto


por várias reações sequenciais, cada uma com sua população bacteriana
específica. Para digestão anaeróbia de material orgânico complexo, como
proteínas, carboidratos e lipídios (a maior parte da composição do material
orgânico em águas residuárias é formada por esses grupos), podem-se
distinguir quatro etapas diferentes no processo global da conversão.
Hidrólise: Neste processo, o material orgânico particulado é convertido
em compostos dissolvidos de menor peso molecular. O processa requer a
interferência de exo enzimas que são excretadas pelas bactérias fermentativas.
As proteínas são degradadas por (poli) peptídeos para formar aminoácidos.
Os carboidratos se transformam em açúcares solúveis (mono e
dissacarídeos) e os lipídios são convertidos em ácidos graxos de longa cadeia
de carbono (C15 a C17) e glicerina.
Em muitos casos, na prática, a velocidade de hidrólise pode ser a etapa
limitativa para todo o processo da digestão anaeróbia, isto é, a velocidade da
conversão do material orgânico complexo para biogás é limitada pela
velocidade da hidrólise.
Acidogênese: Os compostos dissolvidos, gerados no processo de
hidrólise ou liquefação, são absorvidos nas células das bactérias fermentativas
e, após a acidogênese, excretadas como substâncias orgânicas simples como
ácidos graxos voláteis de. Cadeias curtas (AGV), alcoóis, ácido lático e
compostos minerais como CO2, H2, NH3, H2S, etc.
A fermentação acidogênica é realizada por um grupo diversificado de bactérias,
das quais a maioria é anaeróbia obrigatória. Entretanto, algumas espécies são
facultativas e podem metabolizar material orgânico por via oxidativa.
Isso é importante nos sistemas de tratamento anaeróbio de esgoto,
“porque o oxigênio dissolvido, eventualmente presente, poderia Se tomar uma
substância tóxica para as bactérias metanogênicas se não fosse removido
pelas bactérias acidogênias facultativas”.
Acetogênese: A acetogênese é a conversão dos produtos da acidogênese em
compostos que formam os substratos para produção de metano: acetato,
hidrogênio e dióxido de carbono.

Conforme indicado na figura 3.2, aproximadamente 70% da DQO


digerida é convertida em ácido acético, enquanto o restante da DQO é
concentrado no hidrogênio formado.

Pela estequiometria, dependendo do estado de oxidação do material


orgânico a ser digerido, a formação de ácido acético pode ser acompanhada

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pelo surgimento de dióxido de carbono ou hidrogênio. Entretanto, o dióxido de
carbono também é gerado na própria metanogênese.
Na presença de dióxido de carbono e hidrogênio, um terceiro processo
da acetogênese pode se desenvolver: a homoacetogênese, ou seja, a redução
de dióxido de carbono para ácido acético pelo hidrogênio.
Entretanto, por razões termodinâmicas que serão apresentadas no item
a seguir, nos reatores anaeróbios essa rota metabólica é pouco provável de
acontecer, pois as bactérias acetogênicas são superadas pelas bactérias
metanogênicas utilizadores de hidrogênio.
Metanogênese: O metano é produzido pelas bactérias acetotrófícas, a
partir da redução de ácido acético, ou pelas bactérias hidrogenotróficas, a partir
da redução de dióxido de carbono. Tem-se as seguintes reações catabólicas:

– Metanogênese acetotrófïca ou acetoclástica: CH3COO- + H+ 


CH4 + CO
– Metanogênese hidrogenotrófïca: 4 H2 + HCO3-  CH4 +2 H2O
As bactérias que produzem metano a partir de hidrogênio crescem mais
rapidamente que aquelas que usam ácido acético, de modo que as
metanogênicas acetotrófícas limitam a velocidade de transformação de material
orgânico complexo.
Além dos processos fermentativos que levam à produção de biogás,
podem se desenvolver outros processos no reator anaeróbio. Neste não se
encontra oxigênio dissolvido, mas pode haver presença de oxidantes
alternativos, que permitem o desenvolvimento de bactérias que usam o
catabolismo oxidativo. Estes oxidantes são o nitrato e o sulfato.
O nitrato pode ser usado como oxidante, sendo reduzido para nitrogênio
molecular em processo denominado desnitrificação, e o sulfato pode ser
reduzido para sulfeto. Este último é mais importante na prática, pois o teor de
nitrato normalmente encontrado nos esgotos sanitários é baixo, mas o sulfato
pode estar presente em concentrações elevadas, pela presença natural na
água ou em processos industriais que usam sulfato (p. ex, ácido sulfúrico em
destilarias de álcool).
A redução biológica de sulfato em digestores anaeróbios em geral é
considerada como um processo indesejável por duas razões: o sulfato oxida
material orgânico que deixa de ser transformado em metano e no processo
forma-se o gás sulfídrico, que é corrosivo e confere odor muito desagradável
tanto à fase líquida como ao biogás, além de poder ser tóxico para o processo
de metanogênese.
Em condições especiais, a redução de sulfato em digestores anaeróbios pode
ser vantajosa. No caso de tratamento anaeróbio de águas residuárias ou para
lodos com metais pesados - tóxicos para bactérias metanogênicas - a presença
de sulfeto pode contribuir para a estabilidade operacional do reator.
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A maioria dos sulfetos de metais pesados tem solubilidade muito baixa,
tal que a presença de sulfeto reduz o teor dos metais pesados e,
conseqüentemente, a toxicidade exercida por estes sobre a atividade
bioquímica das bactérias no sistema de tratamento.
Por outro lado, a redução de sulfeto pode ser também o primeiro passo
no processo de remoção desse íon de águas residuárias, visando ao reuso do
efluente em processo: industriais.
Nesse caso, é necessário que a produção de sulfeto seja seguida por
processo que transforme esse produto em compostos estáveis, por exemplo, a
sua oxidação para enxofre elementar, processo cuja viabilidade técnica tem
sido demonstrado. O enxofre pode ser separado do efluente por meio de
processos físico químicos.

Orgânicos Complexos
Hidrólise

Orgânicos Simples
Acidogênese

Ácidos Orgânicos
Acetogênese

H2 + CO2 Acetato
Metanogênese
CH4 + CO2
Sulfetogênese
H2S + CO2

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Dentre os processos aeróbios mais comuns podemos citar:
Reatores UASB -O reator anaeróbio de fluxo ascendente e manto de
lodo (reator UASB) retém o lodo pela incorporação de um decantador e um
separador de gases na parte superior do reator. O esgoto é distribuído
uniformemente pelo fundo do mesmo.
Após passar pelo manto de lodo estabilizado, rico em bactérias
anaeróbias, sofre degradação e o efluente tratado é recolhido em caneletas no
topo do reator.
Os sólidos se acumulam no fundo e o gás, contendo como principal
componente o metano, é encaminhado para queima ou recuperação. O
excesso de lodo é encaminhado para secagem e pode ser disposto em aterro
sanitário ou passar por adequação para ser aproveitado como bio-fertilizante.

Os reatores UASB são sistemas compactos e de alta taxa, indicados para a


recuperação eficiente do gás metano.

Esquemático reator UASB

Reatores RAFA: O fluxo ascendente através do leito de lodo faz com


que o lodo se desenvolva na forma de grânulos, por isso a partida é lenta até
que a granulação ocorra. Os grânulos são aglomerados microbianos com uma
complexa relação de interdependência.

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Tanques sépticos : São reatores biológicos anaeróbios onde
microrganismos participam ativamente no decréscimo da matéria orgânica.
com formação de biogás (metano e gás carbônico

Filtros anaeróbios : Os filtros anaeróbios apresentam efluentes


clarificados e com baixa concentração de matéria orgânica. Não consomem
energia, removem matéria orgânica dissolvida, têm baixa produção de lodo, a
água tratada presta-se para disposição no solo, resistem bem às variações de
vazão afluente, não necessitam de lodo inoculador nem recirculação de lodo

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Esquemático filtro anaeróbio

Sistemas combinados

Existe um consenso de que, na maioria das aplicações, os sistemas


anaeróbios devem ser encarados como uma primeira etapa do tratamento, uma
vez que estes não são capazes de produzir efluentes finais com elevado grau
de qualidade.
Em algumas situações, dependendo das características do despejo
afluente e dos requisitos de qualidade do lançamento final, os sistemas
anaeróbios podem se constituir em uma etapa completa de tratamento.
Entretanto, via de regra, tem se buscado a utilização de sistemas
combinados de tratamento, procurando-se obter as enormes vantagens de
incorporação de um sistema anaeróbio como primeiro estágio de tratamento,
seguido de uma unidade de pós-tratamento.
Nesse sentido, diversas alternativas de pós-tratamento têm sido
pesquisadas e reportadas nos últimos anos, incluindo tanto sistemas aeróbios
quanto anaeróbios.
As principais combinações de sistemas que vêm sendo pesquisadas e
utilizadas, incorporando um reator anaeróbio como o primeiro estágio do
tratamento são:
– Tanque séptico + filtro anaeróbio;
– Reator UASB + filtro anaeróbio;
– Reator UASB + reator anaeróbio de leito expandido;
– Reator UASB + lagoa de sedimentação;
– Reator UASB + lagoa facultativa;

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– Reator UASB + lagoa de maturação;
– Reator UASB + aplicação no solo;
– Reator UASB + filtro biológico (vide figura 4.6 abaixo);
– Reator UASB + biofiltro aerado submerso (vide figura 4.7
abaixo);
– Reator UASB + lodos ativados submerso (vide figura 4.8
abaixo)

Ilustração 1 - Reator UASB + filtro biológico

Ilustração 2 - Reator UASB + biofiltro aerado submerso

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Ilustração 3 -Reator UASB + lodos ativados

4. Estação Tratamento de Esgoto (ETE)

Nas estações de tratamento de esgotos ETE, acontece todo processo de


despoluição da água, o tratamento é divido em 2 etapas:

 Fase Líquida: Se inicia desde a coleta até o Decantador


Secundário, a partir deste ponto, a fase liquida se desvia para os
efluentes onde durante o percurso passa por mais etapas antes
que seja devolvida ao ambiente.
 Fase Sólida: se inicia no Decantador Secundário, seu término é
com o transporte do fertilizante extraído a partir do tratamento.

Fluxograma

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Funcionamento

Com a presença do material na Estação de Tratamento de Esgoto, o


resíduo líquido resultante do esgoto doméstico passa pelo gradeamento
grosseiro, onde sofre o primeiro impacto impedindo que o poluente grosseiro
siga em frente.

Este setor pode ser montado de várias maneiras. A mais simples é uma
grade primária onde retêm os materiais de maior tamanho como garrafas,
panos, madeira.

Seguindo depois se necessário de uma segunda tela agora secundária


com os vãos menores retendo os poluentes pequenos.

Após completo a etapa, o efluente segue para a estação elevatória de


esgoto bruto, a qual é similar a uma fossa, composta por bombas com o
objetivo de elevar o esgoto para o nível superior. Ainda neste setor existe a
possibilidade de haver um extrator inferior e um superior com o objetivo de
retirar excesso de poluente de certa forma grosso existente no esgoto.

A figura ao lado demonstra o lodo


sedimentado no 1° estágio, onde pode
haver uma extração inferior. N o 2º
estágio, caso haja o poluente óleo, com
um nível considerável garante que o
mesmo não avance para o 3º estágio,
pode haver uma extração superior
neste estágio. O setor garante que no
3º estágio o esgoto esteja menos
poluente.

Em seguida, o esgoto encontra o gradeamento fino e os desarenadores.


No Degradamento é feito a retenção de tecidos menores e papeis.

Ao chegar ao tanque de areia, o processo passa pelo sedimentador, os


grãos de areia mais densos permanecem no fundo, o restante do material
segue para o próximo nível.

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Reatores

Dentro dos reatores, a matéria orgânica sofre decomposição por bactéria


anaeróbia, resultante da formação de sólidos.

Dentro deste nível, há uma separação sólida, liquida e gasosa, a parte


líquida segue para o próximo setor, a parte sólida é extraída e enviada para o
tanque de lodo, a parte gasosa é encaminhada para os queimadores de gás
metano. Lembrando que este gás pode ser reaproveitado como combustível.

Tanque de Aeração

Através da adição de ar, microrganismos aeróbios são estimulados a se


alimentar da matéria orgânica do esgoto, dando inicio a formação do lodo,
reduzindo por sua vez a carga poluidora da mistura.

Decantador secundário

Dentro do decantador secundário, o lodo formado na etapa anterior,


sedimenta e o efluente segue p/ a próxima etapa, onde a parte líquida está
90% livre de impurezas.

A última etapa da fase líquida é a desinfecção ultravioleta, o efluente é


exposto a raios ultravioletas, onde ao entrar em contato com a luz, as bactérias
presente no esgoto sofrem mudanças em seu DNA, deixando-as estéreis e
inofensivas ao meio ambiente.

Após essa etapa, o material agora completamente tratado está pronto


para ser devolvido ao ambiente.

Lembrando que o efluente pode ser reutilizado em alguns setores ao


invés de descartados.

25
Fase sólida

Após passar pelo tanque de lodo os efluentes são levados aos


adensadores na casa de desidratação, onde há um processo de decantação,
parte da água do lodo é removida o material reduzido passa por processo de
secagem reduzindo seu volume dando formatos mais consistentes facilitando o
transporte até o destino do material, geralmente utilizados como fertilizante.

5. Tratamento de Efluentes com Plantas

Tratamento de Efluentes por zona de raízes, a utilização de plantas no


Brasil é algo novo, porem no mundo isso já existe há muito tempo,
principalmente na Europa, destacando-se França e Alemanha, e na verdade a
natureza já faz isso, é o que ocorre nos nossos brejos.

A estação de tratamento de efluentes utilizando plantas, conhecida como


"Wetlands ou Zona de Raízes" é largamente utilizada em países Europeus,
com desempenho e tecnologia altamente consagrada, baseando-se em um
fenômeno natural, é um sistema que imita a natureza comum aos filtros de leito
granular, que ocorre nos alagados ou brejos.

O sistema é simples e de baixo custo onde as plantas através das raízes


tratam o efluente, de uma forma que ele pode ser lançado ou reutilizado na
agricultura, lavagem de pisos, em vasos sanitários e também em alguns
processos Industriais, é um sistema natural e eficiente

As plantas utilizadas no sistema são específicas e adaptadas para locais


alagados, com alta performance em tratamento de efluentes , conhecidas
como macrófitas que são resistentes há baixo teor de oxigênio, realizam a
aeração da rizosfera fornecendo oxigênio à flora bacteriana, absorvem
nutrientes e formam uma rede de raízes que filtram e retêm resíduos do
efluente, tornando-o límpido e de boa qualidade.

26
Não é necessário o uso de produtos químicos,

Os sistemas de Tratamento por zona de Raízes podem ser aplicados


em:

Sistemas Residenciais

Em residências utilizamos sistemas de Zona de Raízes para tratamento


de águas cinzas - chuveiros, lavabo, máquina de lavar roupa - para posterior
reuso da água em irrigação, lavagem de pisos e descargas em vasos
sanitários.

Para águas Sujas - pia de cozinha e vaso sanitário - com o sistema de


zona de raízes para residências é possível aproveitar o efluente para o plantio
de bananeiras, além de plantas ornamentais.

Não é necessário o uso de produtos químicos

As principais vantagens dos sistemas de tratamento por Zona de Raízes


são:

 Baixo custo de implantação, manutenção e operação;


 Praticamente é um jardim, onde as plantas trabalham fazendo a
purificação comparado a sistemas simples como Fossa/Filtro;
 Eficiência na eliminação de coliformes chegando a 99,99%;
 Estética visual do sistema, podendo ser incorporado ao
paisagismo, consistindo-se em um jardim, fácil de implantar e de
construir e vida útil de até 40 anos.

Os sistemas podem ser com lâmina d’água

27
Ou com sistemas subsuperficiais que tem a vantagem de
possibilitar a utilização da área, pois o esgoto percola sob o solo.
(Capacidade do líquido de atravessar um determinado meio; fluir; passar um
líquido lentamente, sob pressão, através de um meio sólido para o filtrar ou
para fazer a extração de substâncias desse meio.)

Fotos: sistema subsuperficial

Geralmente utilizam-se sistemas subsuperficiais, onde o efluente


percola sob o solo.

Sistemas condominiais

O conceito de "esgoto condominial" parte da ideia do condomínio vertical


adaptada ao plano horizontal. Um traçado de rede flexível, passando os canos
de coleta no fundo dos lotes, na frente das casas, nos becos ou vielas
dependendo da necessidade local, em vez de passá-los pelas vias públicas
como no sistema convencional.

Esta disposição de rede permite adequação à topografia do terreno e o


assentamento superficial da tubulação, com 30 ou 40 cm de recobrimento do
terreno.

28
Algumas Plantas utilizadas no sistema de Zona de Raízes

Zantedeschia aethiopica - "Copo de Leite"

Papirus

Typha - " Junco"

Vetiveria zizanioides - Capim Vetiver

29
Tratamento de Esgotos em solo vegetado com bambu

Em sistemas onde há área disponível poderão ser implantados sistemas


de disposição controlada do efluente em solo vegetado com bambu após um
pré-tratamento em tanques sépticos ou digestores anaeróbicos, sem uso de
oxigênio. A grande vantagem deste sistema é o aproveitamento da biomassa
(bambu) que ficará disponível para utilização, deste modo, gerando receita com
a comercialização e por sua vez zerando os custos de manutenção do sistema.

6. Estação de Tratamento de Água (ETA)

Como ficam os rios sem o tratamento de efluentes

30
O principio do Tratamento

É importante destacar que o tratamento dos efluentes pode variar muito


dependendo do tipo de efluente tratado e da classificação do corpo de água
que irá receber esse efluente, de acordo com a Resolução CONAMA 20/86.

Quanto ao tipo, o esgoto industrial costuma ser mais difícil e caro de


tratar devido à grande quantidade de produtos químicos presentes.

Quanto à classificação, o efluente deve ser devolvido ao rio tão limpo ou


mais limpo do ele próprio, de forma que não altere suas características físicas,
químicas e biológicas.

Em alguns casos, como por exemplo, quando a bacia hidrográfica está


classificada como sendo de classe especial, nenhum tipo de efluente pode ser
jogado ali, mesmo que tratado. Isso porque esse tipo de classe se refere aos
corpos de água usados para abastecimento.

Tratamento

Cada resíduo possui características específicas, que levam á


necessidade de diferentes formas de coleta, tratamento e disposição, são elas:

 Classes dos contaminantes;

 Níveis de tratamento;

 Processos de tratamento;

Os efluentes industriais não podem ser caracterizados de uma única


forma, pois dependem das características próprias de cada indústria, dos
produtos fabricados, dos processamentos, das matérias primas empregados.

31
O grau de tratamento de um determinado efluente sempre será função da:

 Qualidade do corpo receptor e das características necessárias para o


uso da água a jusante do ponto de lançamento.

 Da capacidade de autodepuração e diluição do corpo d’ água.

 Da legislação ambiental.

 Consequências dos lançamentos destes efluentes.

De acordo com o grau de poluição, teremos o grau de tratamento, que pode


ser:

 Tratamento preliminar.

 Tratamento primário.

 Tratamento secundário.

 Tratamento terciário.

32
Processo de Tratamento para efluentes industriais

Devido à complexidade da composição dos efluentes industriais, são


necessárias as associações de diversos níveis de tratamento para obtenção de
efluentes com as qualidades requeridas pelos padrões de lançamento.

Fluxograma do processo de tratamento de efluentes

No geral o sistema de tratamento de efluentes, segue o seguinte


processo.

 Preliminar (visto no fluxograma ETE)


 Gradeamento (visto no fluxograma ETE)
 Desarenação (visto no fluxograma ETE)
 Tratamento Primário (visto no fluxograma ETE)
 Floculação (visto no fluxograma ETE)
 Decantação Primária (visto no fluxograma ETE)
 Peneira Rotativa (visto no fluxograma ETE)

 Processos Químicos (Homogeneização/Neutralização)

A neutralização tem por finalidade ajustar o pH da solução já


homogeneizada, permitindo assim a precipitação dos metais, e reduzir a
temperatura para valores inferiores a 40°C, uniformizando-se os efluentes com
características físico-químicas diferentes. O pH deve ficar necessariamente
entre 8,0 e 9,0, garantindo desta maneira a precipitação de todos os metais
contidos nos efluentes.

33
Os efluentes contendo Cromo (depois de tratados) e os efluentes que
continham Cianetos (depois de tratados) serão misturados aos efluentes
diversos no Tanque de Homogeneização.

O controle do pH será efetuado mediante a adição de Hidróxido de


Sódio (Soda Líquida em solução à 50%) ou Ácido Muriático (descarte das
soluções de decapagem exauridas).

Como agente de precipitação adiciona-se Cal, o qual proporcionará além


da precipitação dos metais pesados, também a correção do pH.

Como agente coagulante/floculante iremos empregar o Sulfato de


Alumínio (25 ppm).

Toda a operação de Homogeneização e Neutralização será efetuada


sob agitação e só terminará quando o pH se estabilizar entre 8,0 e 9,0. Após
a neutralização, deverá ser desligado o agitador mecânico e deve-se deixar o
banho em repouso para se processar a Sedimentação/Decantação, onde
ocorrerá a separação dos Metais (na forma de Hidróxidos Metálicos), os quais
se depositam no fundo do tanque na forma de lodo, que será periodicamente
descartado e transferido para os Leitos de Secagem. A parte sobrenadante é o
"efluente tratado" e pode ser lançado no Meio Ambiente (Rede Pluvial),sem
maiores problemas.

Secundário

Etapa na qual ocorre a remoção da matéria orgânica, por meio de


reações bioquímicas. Os processos podem ser Aeróbios ou Anaeróbios. Os
processos Aeróbios simulam o processo natural de decomposição, com
eficiência no tratamento de partículas finas em suspensão. O oxigênio é obtido
por aeração mecânica (agitação) ou por insuflação de ar. Já os Anaeróbios
consistem na estabilização de resíduos feita pela ação de microrganismos, na
ausência de ar ou oxigênio elementar. O tratamento pode ser referido como
fermentação mecânica. Maiores detalhes sobre estes tratamentos podem ser
encontrados no artigo técnico “Tratamento Biológico de Efluentes”. Como
exemplo, cita-se o processo aeróbio lodo ativado.

34
Tanque de Aeração

Tanque no qual a remoção da matéria orgânica é efetuada por reações


bioquímicas, realizadas por microrganismos aeróbios (bactérias, protozoários,
fungos etc.). A base de todo o processo biológico é o contato efetivo entre
esses organismos e o material orgânico contido nos efluentes, de tal forma que
esse possa ser utilizado como alimento pelos microrganismos.

Os microrganismos convertem a matéria orgânica em gás carbônico,


água e material celular (crescimento e reprodução dos microrganismos).

 Decantação Secundária e Retorno do Lodo (visto no fluxograma


ETE)
 Elevatória do Lodo Excedente - Descarte do Lodo (visto no
fluxograma ETE)
 Tratamento do Lodo (visto no fluxograma ETE)
 Adensamento do Lodo (visto no fluxograma ETE)

Condicionamento Químico do Lodo

Etapa na qual ocorre a estabilização do lodo pelo uso de produtos


químicos tais como: cloreto férrico, cal, sulfato de alumínio e polímeros
orgânicos. O condicionamento químico, usado antes dos sistemas de
desidratação mecânica, tais como filtração, centrifugação, resulta na
coagulação de sólidos e liberação da água adsorvida.

 Desidratação do Lodo (visto no fluxograma ETE)


 Secagem do Lodo (visto no fluxograma ETE)
 Tratamento do Lodo (visto no fluxograma ETE)

Tratamento Terciário

O tratamento terciário pode ser empregado com a finalidade de se


conseguir remoções adicionais despoluentes em águas residuárias, antes de
sua descarga no corpo receptor e/ ou para recirculação em sistema fechado.
Essa operação é também chamada de “polimento”. Em função das
necessidades de cada indústria, os processos de tratamento terciário são muito

35
diversificados; no entanto podem-se citar as seguintes etapas: filtração,
cloração ou ozonização para a remoção de bactérias, absorção por carvão
ativado, e outros processos de absorção química para a remoção de cor,
redução de espuma e de sólidos inorgânicos tais como: eletrodiálise, osmose
reversa e troca iônica.

Filtração por carvão ativado

O carvão ativado tem a capacidade de coletar seletivamente gases,


líquidos e impurezas no interior dos seus poros, sendo por isso vastamente
utilizado em sistemas de filtragem.

Ele retém em seus poros certos tipos de impurezas: partículas grandes


que causam coloração, sabor ou odor indesejável na água. Essas partículas
permanecem fixadas ao carvão ativado por forças físicas (aderência).
Tratamento de efluentes: neste caso o carvão é usado para clarificação,
desodorização e purificação de líquidos efluentes (esgotos).
Adsorção de gases: o carvão ativado é usado para filtrar gases
tóxicos resultantes de processos industriais.

Cloração

A cloração consiste na adição de cloro na água clarificada. Este produto


é usado para destruição de microrganismos presentes na água, que não foram
retidos na etapa anterior.

Aplica-se em forma de gás ou em soluções de hipoclorito, numa


proporção que varia de acordo com a qualidade da água e de acordo com o
cloro residual que se deseja manter na rede de abastecimento. O cloro é
utilizado para desinfecção, para reduzir gosto, odor e coloração da água, e é
considerado indispensável para a potabilização da água.

O cloro é um produto perigoso e exige cuidado no seu manuseio. A


associação do cloro com algumas substâncias orgânicas, os chamados
trialometanos, ou compostos orgânicos clorados, podem afetar o sistema
nervoso central, o fígado e os rins, e também é conhecido como um composto
cancerígeno, teratogênico e abortivo.
36
Ozonização

O principal interesse no uso do ozônio para tratamento de


efluentes deve-se ao seu alto potencial de oxidação. Além disso, ele possui
pressão parcial bastante inferior à do oxigênio diatômico (O2, ou seja, o gás
oxigênio), sendo facilmente absorvido pela água numa interface de bolhas. O
ozônio é utilizado no tratamento de efluente industrial para reduzir a
concentração de DQO (Demanda Química de Oxigênio) e destruir alguns
compostos químicos como fenóis e cianetos. Seu uso visa, principalmente à
oxidação e dissociação de compostos orgânicos não biodegradáveis. É
considerado eficiente na remoção de cor por oxidar a matéria orgânica
dissolvida e formas coloidais presentes nos corantes, restabelecendo a
coloração natural do efluente.

Por ser altamente reativo e instável, não pode ser transportado ou


armazenado, sendo produzido no local da aplicação. A transferência do ozônio
para água inicia com a dispersão do gás na fase liquida, em forma de
pequenas bolhas. Posteriormente o Ozônio é incorporado à massa
liquida através da interface gás-líquido. A resistência na transferência de
massa durante a fase gasosa pode ser considerada praticamente desprezível.

Exemplos de tratamento de efluentes de algumas industrias

Indústria alimentícia

O processo mais usual de tratamento desse efluente é constituído de


três etapas:

 Preliminar (remoção da areia, separação da água e óleo e


peneiramento);

 Primário (correção de PH);

 Secundário (reator anaeróbio seguido de lodos ativados).

37
Bebidas cervejas

 Preliminar (remoção de areia, separação de água e óleo, peneiramento


e correção do PH);

 Secundário (por processo misto anaeróbio e aeróbio. A etapa anaeróbia


é composta de biodigestão, em duas etapas, sendo a primeira
constituída por hidrólise acida e a segunda pela etapa metanogêncica.

 A eficiência complementar é obtida por processos aeróbios compostos


por lagoa aerada ou lodos ativados.

 Secundário simples (pode ser composto somente de processo aeróbio,


no caso os lodos ativados).

Farmacêuticas

Os processos são normalmente compostos das seguintes etapas:

 Primário (Correção de PH)

 Secundário (Lodo ativado)

Indústrias Químicas (Tintas)

 Preliminar (Equalização)

 Primário (Clarificação física – química por adição de coagulantes


químicos ou eletrocoagulação e sedimentação/flotação)

 Secundário (Lodos ativados)

7. Custos

Para falar de custos analisaremos a implementação de dois sistemas de


tratamentos diferentes em duas cidades de Goiás, Quirinópolis e Silvânia.

Em Quirinópolis o sistema de tratamento utilizado foi reator seguido de


lagoa que considera uma área menor porém o custo de implantação pode ser
mais elevado. Já em Silvânia o sistema foi concebido por lagoas de

38
estabilização que requer uma área considerável, porém é um sistema cuja
operação é simples, sem equipamentos, não necessitando de mão de obra
especializada, com custo baixo de funcionamento.

De acordo com Von Sperling (1996), um dos elementos fundamentais


para os estudos preliminares dos projetos é o custo:

Custos de implantação

 Custos de construção (incluindo equipamentos e instalação);


 Compra ou desapropriação do terreno;
 Custos de projeto e supervisão, taxas legais;
 Juros dos empréstimos durante o período de construção.

Custos anuais

 Juros dos empréstimos;


 Amortização dos empréstimos;
 Depreciação da estação;
 Seguro da estação;
 Custos de operação e manutenção da estação.

O custo do sistema de tratamento está vinculado principalmente ao custo de


construção. A obra de se transformar uma área bruta em uma lagoa constitui o
custo principal, e seu valor depende fortemente das condições topográficas e
geotécnicas do local.

Para as condições da Paraíba, uma estimativa recente do custo de


construção de uma lagoa de polimento foi de R$ 150.000/ha, o que no caso
repercutiria num valor de R$ 1,38 x150.000/10.000 = R$ 20,70 por habitante,
um valor bastante reduzido quando comparado com o custo de uma lagoa para
o tratamento de esgoto bruto.

Considerando-se um custo per capita de R$ 25 a 35 para o reator UASB,


calcula-se um custo de implantação, reator e lagoa de polimento, em torno de
R$ 50,00 o que é um valor bem inferior ao de sistemas convencionais que
produzem a mesma qualidade de efluente (CHERNICHARO, 2001.

39
Um fator relevante para esta diferença de custos é a área de cada
sistema, onde alagoa facultativa de Quirinópolis possui 10.000m² e seus dois
reatores 1.133m².Já Silvânia abrange uma área total de suas lagoas
facultativas e de maturação de 42.500m².

40
8. Estatísticas

COLIFORMES COMO PARÂMETRO DE ANÁLISE DE CORPOS D’ÁGUA E


EFLUENTES

Como a água é um elemento imprescindível à vida, é necessário que se


adotem medidas para garantir, tanto quanto possível, suas características
químicas e biológicas, a fim de que seja própria para o consumo.

A água destinada ao consumo humano e animal deve ser isenta de


contaminantes químicos e biológicos, além de apresentar certos requisitos de
ordem estética.

Entre os contaminantes biológicos são citados os organismos


patogênicos compreendendo bactérias, vírus, protozoários e helmintos, que
veiculados pela água podem ser ingeridos e parasitar o organismo humano ou
animal.

Na verificação das condições sanitárias da potabilidade da água para


consumo humano, dadas as dificuldades de identificação direta de organismos
patogênicos, dá-se preferência aos métodos de avaliação quantitativa de
bactérias similares a estes organismos, que por também habitar no intestino do
homem e dos animais de sangue quente ( animais que mantém a temperatura
do corpo constante quando sujeitos a uma variação de temperatura externa),
indicam o contato desta água com uma poluição fecal, sendo provável a
presença de organismos patogênicos.

Portanto, as bactérias do grupo coliformes têm sido úteis para medir a


ocorrência e grau de poluição fecal em águas há mais de 70 anos. Durante
este tempo, acumulou-se um grande número de dados que permitem a
avaliação da sensibilidade e especificidade de tais bactérias, sendo um
importante indicador de poluição de origem fecal. Por outro lado, os coliformes
termotolerantes são um subgrupo destas bactérias que permite uma
correlação direta de contaminação fecal.

Neste sentido, pode-se relacionar a eficiência do tratamento de esgoto


pelas ETE’s com os resultados das análises dos coliformes termo tolerantes
41
dos seus efluentes, podendo sua concentração ser maior, ou menor, em função
da redução da presença deste grupo de bactérias, que é um importante
indicador de contaminação de organismos patogênicos, sendo de vital
importância para não transmissão de doenças de veiculação hídrica, enfim,
para saúde.

Historicamente, a maioria das nossas preocupações sobre a pureza das


águas tem sido relacionada com a transmissão de doenças. Portanto, foram
desenvolvidos testes para determinar a potabilidade da água para o consumo
humano, sendo estes testes regidos e controlados pelo disposto na portaria nº
518 do Ministério da Saúde.

Atualmente, para avaliar a potabilidade da água quanto suas


características biológicas, podemos fazer uso de inúmeras técnicas de ensaio,
procurando detectar a presença de organismos patogênicos. O parâmetro mais
empregado para tal é o número mais provável de coliformes, que é um
importante indicador de comprovação do contato desta água com os micro-
organismos presentes nas fezes humanas, de forma que sua detecção seja
uma boa indicação de que resíduos humanos estão sendo despejados na
água.

Desta forma, o termo microrganismo indicador refere-se a um tipo de


microrganismo cuja presença na água é uma evidência de que esta esteja
poluída com material fecal de origem humana ou de outros animais de sangue
quente.

Para se indicar a poluição de origem humana e mensurar a grandeza


desta contribuição, adota-se as bactérias do grupo “coliforme termotolerante”
como seu indicador. Estas bactérias são típicas do intestino do homem e de
outros animais de sangue quente (mamíferos em geral), e justamente por
estarem sempre presentes em grande número no excremento humano, da
ordem de 100 a 400 bilhões de coliformes/hab.dia, são de simples detecção.
Este grupo de bactérias é usualmente adotado como referência para indicar e
medir a grandeza da poluição de origem humana.

42
A razão da escolha do grupo de bactérias coliformes como indicador de
contaminação da água deve-se aos seguintes fatores: estão presentes nas
fezes de animais de sangue quente, inclusive os seres humanos; sua presença
na água possui uma relação direta com o grau de contaminação fecal; são
facilmente detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e economicamente
viáveis, em qualquer tipo de água; possuem maior tempo de vida na água que
as bactérias patogênicas intestinais, por serem menos exigentes em termos
nutricionais, além de ser incapazes de se multiplicarem no ambiente aquático;
são mais resistentes à ação dos agentes desinfetantes do que os germes
patogênicos.

Vale destacar que a bactéria coliforme, sozinha, não transmite qualquer


tipo de doença, porém se for excretada por um indivíduo doente, portador de
um organismo patogênico, esta bactéria virá acompanhada deste organismo
patogênico capaz de promover a contaminação dos outros seres humanos
pelas conhecidas doenças de vinculação hídrica, como por exemplo: Febre
Tifóide e Paratifóide, Disenteria Bacilar, Cólera, Gastroenterias Agudas e
Diarreias.

Entretanto, seria por demais trabalhoso e antieconômico se realizar


análise para a exata determinação da presença de tais patógenos na água ou
no esgoto.

Neste sentido, as bactérias do grupo “coliforme termo tolerante” são


consideradas os principais indicadores de contaminação fecal.

A detecção dos agentes patogênicos, principalmente bactérias,


protozoários e vírus, em uma amostra d’água é extremamente difícil, em razão
das suas baixas concentrações.

As razões de tal devem-se aos seguintes fatos: em uma população


apenas uma determinada faixa apresenta doenças de veiculação hídrica; nas
fezes destes habitantes a presença de patogênicos pode não ocorrer em
elevada proporção; após o lançamento no corpo receptor ou no sistema de
esgotos há ainda uma grande diluição do despejo contaminado.

43
Coleta e Tratamento de Esgotos no Estado de São Paulo

O lançamento de esgotos domésticos in natura, ou parcialmente


tratados, ainda é uma das principais causas da poluição das águas no Estado
de São Paulo. A redução da qualidade das águas dos rios, reservatórios,
estuários e regiões costeiras restringem seus múltiplos usos e contribui para o
aumento da ocorrência de doenças de veiculação hídrica, causadas pelo
contato primário ou pela ingestão de água contaminada.

Um dos principais indicadores do lançamento de esgotos domésticos


sem tratamento é o aumento da presença de Coliformes Termotolerantes na
água.

O consequente aumento da concentração da matéria orgânica e a sua


decomposição pelos microrganismos determinam a redução nos níveis de
Oxigênio Dissolvido no meio aquático, que pode chegar a anoxia, dependendo
das características do lançamento e do rio.

Alguns dados referente a tratamento e coleta de esgoto no estado de São


Paulo

Fonte: CETESB

44
EMISSARIOS SUBMARINOS

Na cidade do Rio de Janeiro temos uma estimativa de produção de,


aproximadamente, 80 a 160 litros de esgoto por pessoa, por dia. Em uma
cidade grande, com a população crescendo a cada ano, esse número torna-se
um problema ainda maior! O que fazer com o esgoto em uma grande cidade?
Afinal, o tratamento e a destinação final do esgoto devem atender a demanda
do presente e prever o crescimento da população no futuro.

O emissário submarino foi uma solução criada para nos “livrarmos” do


esgoto produzido na cidade. Muitos acham que ele nada mais é que o
lançamento de dejetos no fundo do mar e que polui cada vez mais as praias
cariocas. Porém, autoridades da cidade do Rio de Janeiro acham que o

45
emissário submarino é muito eficiente, desde que seja bem dimensionado e
acompanhado de um pré-tratamento da matéria orgânica. No caso dos bairros
de Ipanema e da Barra da Tijuca, por exemplo, são jogados 900 litros/segundo
de esgoto no mar.

Após superficialmente tratado, o emissário submarino lança o esgoto no


mar a uma grande distância da costa. A diferença entre a velocidade do esgoto
e das correntes no local promove uma mistura da água do mar com o esgoto,
diluindo-o. Como o esgoto é menos denso que a água do mar, ele fica na
superfície. Dessa forma, algumas bactérias presentes no esgoto morrem na
presença de raios ultravioletas e de água salgada. Visto desta forma o
emissário pode ser considerado um eficiente método de tratamento de esgotos,
mas será verdade?

Ambientalistas afirmam que emissários necessitam de monitoramento


constante, pois há possíveis impactos causados à qualidade da água e ao meio
ambiente, como: contaminações microbiológicas que causam aumento de
matéria orgânica no mar, acúmulo de sedimentos que afetam a ecologia local,
aumento dos níveis de toxicidade e, consequentemente, prejuízos para a
indústria pesqueira e a saúde da população.

EXIGENCIA LEGAIS REFERENTE AOS EMISSÁRIOS SUBMARINOS

RESOLUÇÃO No

430, DE 13 DE MAIO DE 2011

Art. 22. O lançamento de esgotos sanitários por meio de emissários


submarinos deve atender aos padrões da classe do corpo receptor, após o
limite da zona de mistura e ao padrão de balneabilidade, de acordo com as
normas e legislação vigentes.

Parágrafo único. Este lançamento deve ser precedido de tratamento que


garanta o atendimento das seguintes condições e padrões específicos, sem
prejuízo de outras exigências cabíveis:

I - pH entre 5 e 9;

II - temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a variação de temperatura do corpo


receptor

não deverá exceder a 3ºC no limite da zona de mistura;

III - após desarenação;

IV - sólidos grosseiros e materiais flutuantes: virtualmente ausentes; e

46
V - sólidos em suspensão totais: eficiência mínima de remoção de 20%, após
desarenação.

PADRÕES DE BALNEABILIDADE DE PRAIAS

9. Conclusão

A crescente consciência de que a qualidade de vida humana depende


criticamente do controle ambiental, além da pressão social pelas soluções
“ecologicamente corretas”, mais do que as penalidades financeiras, são a
principal motivação das empresas para iniciar seus projetos de tratamento de
seus efluentes e, em especial o reuso da agua.

As sanções financeiras para as empresas que desobedecem a


legislação são multas de valores considerados pouco significativos pelos
especialistas, principalmente aquelas por órgãos estaduais. As decisões das
indústrias, portanto, não decorrem do temor das multas, mas da pressão do
mercado consumidor de seus produtos e dos custos da agua como insumo
industrial.

10. Bibliografia

www.pucgoias.edu.br

www.cetesb.sp.gov.br

http://www.google.com.br/images?q=tratamento+preliminar+de+efluentes&hl=p
t&gbv=2&rlz=1R2GGIE_pt-
BRBR513&tbm=isch&ei=s4VfUtqOMIj09gSHu4CAAQ&start=80&sa=N

47
http://soueco.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html

http://www.dern.ufes.br/limnol/main.html

http://www.sanepar.com.br

http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/1976/lei%20n.997,%20de%203
1.05.1976.htm (Acessado dia 23/10/2013 - 00h13).

http://pt.scribd.com/doc/51613605/NBR-9800-NB-1032-Criterios-para-
lancamento-de-efluentes (Acessado dia 23/10/2013 - 00h14).

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6803.htm(Acessado dia 23/10/2013 -


00h21).

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