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Indice

1. Introdução..............................................................................................................................1

1.1. Problematização..................................................................................................................2

1.2. Justificativa.........................................................................................................................2

1.3. Objetivos.............................................................................................................................2

1.3.1. Objetivo Geral..................................................................................................................2

1.3.2. Objetivos Específicos.......................................................................................................2

1.4. Metodologia........................................................................................................................3

1.4.1. Pesquisa exploratória.......................................................................................................3

1.4.2. Pesquisa bibliográfica......................................................................................................3

2. Contextualização....................................................................................................................4

2.1. Definição de efluentes.........................................................................................................4

2.2. Efluentes..............................................................................................................................4

2.3. Efluentes domésticos...........................................................................................................5


2.4. Gestão de tratamentos.........................................................................................................5

2.5. Caracterização dos efluentes...............................................................................................6

2.5.1. Características Físicas......................................................................................................6

2.5.2. Caracterização da Cidade da Beira..................................................................................6

2.6. Saneamento da Cidade da Beira..........................................................................................7

2.7. Rede de drenagem de águas pluviais da Cidade da Beira...................................................8

2.8. Estação de Tratamento de Águas Residuais da Cidade da Beira........................................8

2.8.1. Gestão e níveis de tratamento..........................................................................................8

2.8.2. Sistemas de lagunagem....................................................................................................9

2.8.3. Tratamento de águas residuais no solo...........................................................................10

2.9. Importância de Gestão e tratamento de efluentes domésticos..........................................10

2.10. Consequência ambiental e de saúde publica resultantes da falta de tratamento de.........11

2.11. O impacto de efluentes sem tratamento no meio ambiente.............................................11

2.12. As doenças provocadas pelo não tratamento de efluentes..............................................12

3. Conclusão.............................................................................................................................12

4. Referencias Bibliograficas...................................................................................................13
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1. Introdução

A questão ambiental tornou-se de suma importância nos dias atuais. O conceito de


sustentabilidade, que pode ser definido como sendo a capacidade de atender as necessidades
atuais sem comprometer a capacidade de gerações futuras atenderem suas próprias
necessidades, vem sendo citado e debatido na comunidade, tanto acadêmica quanto pública.
Aliado à sustentabilidade, tem-se o conceito de educação ambiental. Para Leonardi (1997), a
definição de educação ambiental é influenciada pelas diversas formas de compreensão do
próprio ambiente (questão biológica, econômica, política e cultural). O despejo de efluentes,
principalmente industriais e domésticos, em recursos hídricos, está diretamente ligado à
definição de sustentabilidade. Dentre os principais fatores de degradação da qualidade da água
fluvial, pode-se destacar a poluição ocasionada pelo lançamento de esgotos oriundos dos mais
diversos meios em corpos receptores.

A necessidade do saneamento é muito relevante a nível mundial, para a saúde e o bem-estar


da humanidade. A explosão demográfica, assim como o êxodo rural e a procura de mais
oportunidades para os jovens, que se tem observado ao longo das últimas décadas á nível dos
países em desenvolvimento, tal como Moçambique, faz com que o acréscimo da procura dos
sistemas de saneamento melhorados potencie a necessidade de desenvolver novas
infraestruturas. É desejável que sejam instalados novos sistemas de tratamento de águas
residuais, bem como promover uma gestão adequada das lamas fecais no caso do saneamento
a seco, no sentido de promover um melhoramento do sistema de saneamento, tendo em
atenção os sistemas sanitários já existentes.

A poluição ambiental ocasionada pelo esgoto não tratado dos resíduos domésticos e não
domésticos, resulta e grandes consequências negativas ao meio ambiente como, por exemplo,
contaminação de aquíferos e cursos d’água, comprometendo a biodiversidade aquática,
abastecimento de água potável para a população, balneabilidade e irrigação, além de provocar
doenças como diarreia e cólera.

Referente aos resíduos sólidos, a geração dos mesmos é a face mais evidente das questões
ambientais e normalmente é o portal de acesso para abordagens sustentáveis mais sistêmicas
(SELBACH et al., 2014). O Ministério do Meio Ambiente afirma que as implicações da
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gestão inadequada dos resíduos sólidos no meio ambiente são refletidas na degradação do
solo, comprometimento de mananciais, poluição do ar e na saúde pública (BRASIL, 2000). A
educação ambiental é essencial no processo de gerenciamento de resíduos (ROCHA et al.,
2012).

1.1. Problematização

A falta de uma rede de coleta de esgoto e sua disposição inadequada juntamente com a
utilização de fossas negras acarreta na contaminação do lençol freático e das águas
superficiais, fazendo com que haja um aumento nas doenças infecto parasitárias, sendo
transmitidas através do contato direto das pessoas com as águas contaminadas/poluídas.

Os sistemas convencionais de tratamento de esgoto, além de provocarem impactos no meio


ambiente, também provocam efeitos negativos na saúde da população. Muitas vezes a
destinação final dos efluentes não obedece aos padrões de emissão tecnicamente aplicados no
lançamento de águas residuais, seguindo a Resolução CONAMA 430/2011 que dispõe sobre
as condições e padrões de lançamento de efluentes. A qualidade da água é um fator
fundamental para vida e está ligada diretamente à saúde da população.

1.2. Justificativa

Os grandes desafios que se têm colocado em Moçambique em termos de gestão dos recursos
hídricos resultam da falta de educação das comunidades sobre a importância dos sistemas de
saneamento e da ausência do ordenamento territorial que salvaguarde as comunidades mais
vulneráveis da cidade. A ausência de gestão dos resíduos sólidos e saneamento estão
relacionados, por um lado, com falta da disponibilidade financeira do Estado e por outro com
a falta de recursos no caso das famílias mais carenciadas.

O aumento crescente do consumo da energia, da água, dos recursos não renováveis e outros
recursos naturais, conduzem a desafios adicionais tendo em atenção a limitada capacidade em
termos de recursos humanos qualificados e a disponibilidade financeira do país.
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1.3. Objetivos

1.3.1. Objetivo Geral

 Descrever sistemas de tratamento de efluentes domésticos como proposta de


saneamento ecológico na cidade da Beira, na zona da Manga.

1.3.2. Objetivos Específicos

 Compreender a percepção ambiental dos moradores com relação a questões


ambientais e sociais devidos á falta de saneamento básico local;
 Dimensionar o tamanho dos sistemas de acordo com a necessidade do Bairro;
 Construir os sistemas de tratamento de esgoto doméstico, na zona da manga cidade da
Beira.

1.4. Metodologia

1.4.1. Pesquisa exploratória

De forma semelhante, Gil (1999) considera que a pesquisa exploratória tem como objetivo
principal desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação
de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Segundo o
autor, estes tipos de pesquisas são os que apresentam menor rigidez no planejamento, pois são
planejadas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de
determinado fato.

1.4.2. Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica, considerada uma fonte de coleta de dados secundária, pode ser
definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um
determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado (LAKATOS & MARCONI,
2001; CERVO & BERVIAN, 2002).
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Para Lakatos e Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica,

“[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais
cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o
que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]”.

Em suma, todo trabalho científico, toda pesquisa, deve ter o apoio e o embasamento na
pesquisa bibliográfica, para que não se desperdice tempo com um problema que já foi
solucionado e possa chegar a conclusões inovadoras (LAKATOS & MARCONI 2001).
Segundo Vergara (2000), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científicos e é importante para o
levantamento de informações básicas sobre os aspectos direta e indiretamente ligados à nossa
temática. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de fornecer ao
investigador um instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também
pode esgotar-se em si mesma.
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2. Contextualização

2.1. Definição de efluentes

Efluentes são resíduos produzidos por indústrias, atividades agrícolas ou ambientes


domésticos e descartados no meio ambiente na forma de líquidos ou gases. Quando
despejados na natureza de forma inadequada, eles alteram a qualidade dos corpos receptores
(água e ar) causando sua degradação.

2.2. Efluentes

Quanto a sua classificação Hoag, (2008, p.25) indica que as águas residuárias podem ser de
três tipos:

 Rejeições de origem doméstica (as águas que provêm das cozinhas, as rejeições que
resultam das atividades de lavanderia e para higiene dos pacientes e funcionários);
 Rejeições industriais (as águas que provêm das garagens e locais de manutenção, que
contêm geralmente um volume importante de óleos e de detergentes);
 Efluentes gerados pelas atividades hospitalares, de análise e de investigação, que são
muito específicas aos hospitais. Estas rejeições podem conter produtos químicos e
radioativos, líquidos biológicos, excreções contagiosas de resíduos de medicamentos
eliminados nos excrementos dos pacientes.

A geração de efluentes deve ser controlada, porém se a mesma não pode ser evitada, tem-se
que proporcionar um tratamento adequado dos mesmos. Há diversos tipos de efluentes, os
quais são gerados nos mais diversos tipos de indústrias. O conhecimento da natureza do
efluente é essencial tanto para o projeto e análise de instalações de tratamento como para a
tomada de decisão em relação a uma fonte considerada poluidora. Os principais parâmetros
físico-químicos e/ou biológicos normalmente analisados conforme as características da fonte
são: sólidos totais, fixos, voláteis, em suspensão, dissolvidos e sedimentáveis; temperatura;
cor; odor; turbidez; demanda bioquímica de oxigênio (DBO); demanda química de oxigênio
(DQO); carbono orgânico total (COT); PH; oxigênio dissolvido (OD); metais pesados –
chumbo, cromo, cádmio, zinco, ferro, mercúrio, etc; gás sulfídrico; metano; nitrogênio;
fósforo; óleos e graxas (O & G); cloretos; sulfatos; compostos tóxicos (cianetos e cromatos);
fenóis; agentes tenso activos ABS, LAS; micro-organismos coliformes fecais e totais, em
geral; vazão do efluente. Normalmente um subconjunto destes parâmetros é utilizado para
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caracterizar o efluente de determinada empresa ou setor. As análises necessárias para


conhecer cada parâmetro são realizadas em laboratórios especializados, normalmente
utilizando procedimentos padronizados segundo o Standard Methodos (AWFAWWA-WEF,
1998).

2.3. Efluentes domésticos

Efluentes domésticos ou esgoto sanitário são os resíduos líquidos provenientes das diversas
modalidades do uso da agua em qualquer edificação residencial ou industrial que tenha
banheiro, cozinha e lavandaria (residencial). Os efluentes domésticos são compostos em
grande de agua e junto a ela mistura-se materiais sólidos suspensos ou sólidos dissolvidos,
matéria orgânica, gordura e organismo patogênicos como bactérias, vírus parasitas e
protozoários, como também nutrientes como o nitrogênio e o fosforo.

2.4. Gestão de tratamentos

Com relação aos tratamentos de efluentes, os mesmos podem ser: tratamento primário,
secundário e terciário. No tratamento primário separa-se a água dos materiais poluentes a
partir da sedimentação nos equipamentos, através de ação física. Pode, em alguns casos, ser
ajudado pela adição de agentes químicos que através de coagulantes e floculantes possibilitam
a obtenção de flocos de matéria poluente de maiores dimensões e assim mais facilmente
decantáveis.

Após o tratamento primário, a matéria poluente que permanece na água é de reduzidas


dimensões, normalmente constituída por coloides, devido à digestão do lodo, não sendo por
isso passível de ser removida por processo exclusivamente físicos químicos (SILVA, 2004).
Já o tratamento secundário é geralmente consistindo num processo biológico, do tipo lodo
ativado ou do tipo filtro biológico, onde a matéria orgânica coloidal é consumida por micro-
organismos nos chamados reatores biológicos. Estes reatores são normalmente constituídos
por tanques com grande quantidade de micro-organismos aeróbios, havendo por isso a
necessidade de promover o seu arejamento.

Terminado o tratamento secundário, as águas residuais tratadas apresentam um reduzido nível


de poluição por matéria orgânica, podendo na maioria dos casos, serem admitidas no meio
ambiente receptor (NEVES, 1974).
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O tratamento terciário tem como objetivo a remoção de poluentes específicos, ou ainda,


remoção complementar de poluentes não suficientemente removidos no tratamento
secundário.

2.5. Caracterização dos efluentes

Os efluentes são resíduos oriundos do processo produtivo (efluentes indústrias) ou do


consumo humano (efluentes domésticos). Caso esses efluentes sejam despejados sem o
devido tratamento, acabam contaminados os recursos naturais, a exemplo de córregos,
ribeirões, rios e lagos. Investir em tratamento de efluentes e, consequentemente, na
preservação do meio ambiente, gera valor para a empresa, mantem o atendimento das
obrigações legais juntos as agencias reguladoras e ao governo, consolida uma imagem
positiva diante de clientes que prezam por produtos com responsabilidades ambiental além de
não afectar a capacidade de produção.

Richter & Netto (2005), cometam que a agua possui características físicas, químicas e
bacteriológicas, determinadas por uma serie de parâmetros. Antes de analisar e identificar os
parâmetros, e preciso saber para qual fim será utilizado esta agua.

Ao se realizar a analise da agua é preciso associar aos requisitos mínimos exigidos para cada
tipo de aplicação. Os Padrões de qualidades devem ser embasados em suporte legal, através
de legislação que definem os requisitos para o uso desta água (Telles & Costa, 2007).

2.5.1. Características Físicas

A temperatura possui uma grande influencia sobre outras propriedades. por ser uma medida
de intensidade de calor, acelera reações químicas, reduz a solubilidade de gases e ainda
acentua a sensação de saber e odor (Richer & Neto 2005).

2.5.2. Caracterização da Cidade da Beira

A Cidade da Beira é a capital de Província de Sofala, Moçambique (Figura 5.1). É o segundo


centro urbano do país a seguir à Cidade de Maputo, tendo como limites geográficos o Distrito
do Dondo a norte, o Oceano Índico a leste, o estuário do rio Pùngué a sul e o distrito de Buzi a
oeste. Tem uma área superficial de cerca de 630 Km2 (INE, 2013).
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A cidade é caraterizada por ter uma geografia plana com uma altitude muito baixa, onde na
zona sul da cidade (com uma altitude média de 5 metros), desenvolveu-se a maior parte das
infra-estruturas e habitações urbanas e na zona norte da Cidade (zona periurbana) a altitude
média é de cerca de 10 metros acima do nível do mar (MAE, 2008). Devido à característica
morfológica da Cidade, sempre que ocorrem precipitações ou durante o período da maré alta,
o escoamento superficial torna-se deficiente devido ao baixo declive do terreno, o que faz
com que grande parte da cidade fique inundada nestes períodos do ano. Na época chuvosa a
água não tem como escorrer para o mar devido à geografia plana da cidade; o sistema de
drenagem é composto de estações elevatórias, que bombeiam as águas pluviais de forma a
reduzir a possibilidade de ocorrência de inundações.

A hidrogeologia da cidade é caracterizada por ter uma cobertura aluvionar arenosa, que pode
conter água subterrânea a pequena profundidade; ao longo dos vales principais e na faixa
costeira existem numerosos lagos e lagoas temporárias que ocupam leitos argilosos locais, o
que revela que o lençol freático encontra-se muito próximo da superfície do terreno. Porém os
furos (poços) que servem a população em água potável têm condições da recarga naturais
pouco favoráveis e a sua produtividade é muito limitada, mesmo quando o nível hidrostático é
superficial (-3 m a -5 m) (AIAS, MAE e MPD, 2013).

2.6. Saneamento da Cidade da Beira

A maior parte da cidade encontra-se menos de 10 metros acima do nível médio do mar. A
natureza plana do terreno implica que a maior parte da cidade fique inundada durante os
períodos chuvosos. Este problema de inundações é mais acentuado nas zonas de ocupação
desordenada, que geralmente coincide com as zonas mais baixas da cidade.

O sistema de saneamento na cidade é típico de uma cidade plana, no que diz respeito á
drenagem pluvial; foram as obras de enxugo que tornaram possível a formação da cidade. A
cidade no seu todo é uma região totalmente plana, portanto para o funcionamento do sistema
foi necessário construir postos de bombagem, embora haja cotas dos solos que conjugadas
com as marés tornaram possível à construção de um sistema de canais desaguadores dotados
de comportas, que permitem a drenagem sem recorrer a bombagem. No que diz respeito ao
sistema de drenagem de águas residuais, já não foi possível evitar as bombagens e elas
existem em número apreciável, exatamente 11 postos de bombagem. Encontramse ainda em
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construção 3 novos postos de bombagem (posto 12, posto 13, é o posto do bairro dos
Caminhos de Ferro, e o posto 14 na zona oeste de Macurungo.

2.7. Rede de drenagem de águas pluviais da Cidade da Beira

Quanto à drenagem das águas pluviais, a zona urbana ou estruturada da cidade (de que fazem
parte, os Bairros dos Pioneiros, do Esturro, da Mananga, de Matacuane, de Chaimite, Ponta-
Gêa, Chipangara, Macurungo e Macuti), é a única que é servida por uma rede de drenagem
clássica de colectores enterrados, totalizando cerca de 57 km de coletores inteirados, com
saídas ou pontos de descarga independentes para o Oceano Indico através do Estuário de
Púngué.

2.8. Estação de Tratamento de Águas Residuais da Cidade da Beira

A estação de tratamento de águas residuais da Cidade da Beira encontra-se localizado no


bairro da Munhava, à beira do estuário do Rio Púngué, tal como mostra a Figura 5.6.
Atualmente é considerada a maior ETAR do país. A ETAR foi constituída ao abrigo do
projeto de reabilitação geral do sistema de saneamento, realizado pelo Governo de
Moçambique no início de 2000 com o apoio financeiro da União Europeia. As obras da
ETAR iniciaram em 2010 e o seu funcionamento teve início desde Junho de 2012. A gestão
da ETAR está sobre tutela do Concelho Municipal da Cidade da Beira. As obras de
construção estavam orçadas em cerca de 62,65 milhões de euros, dos quais 52,95 milhões de
euros foram financiados pela União Europeia e os 9,7 milhões de euros saíram do Orçamento
de Estado Moçambicano (Serviços do Saneamento da Beira). O projeto foi executado pelo
consórcio CMC/Conduril e fiscalizado pelo grupo Louis Berger/Royal Haskoning, e
consistiram na inspeção e limpeza da rede por condutas de esgotos e águas pluviais,
revestimento e substituição de condutas danificadas e reparação de postos de bombagem,
estações elevatórias e saídas para o mar. Tendo como dono de obra o Ministério das Obras
Públicas e Habitação (MOPH), a Direção Nacional de Águas (DNA) e o Departamento do
Saneamento da cidade.

2.8.1. Gestão e níveis de tratamento

Com relação aos tratamentos de efluentes, os mesmos podem ser: tratamento primário,
secundário e terciário. No tratamento primário separa-se a água dos materiais poluentes a
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partir da sedimentação nos equipamentos, através de ação física. Pode, em alguns casos, ser
ajudado pela adição de agentes químicos que através de coagulantes e floculantes possibilitam
a obtenção de flocos de matéria poluente de maiores dimensões e assim mais facilmente
decantáveis. Após o tratamento primário, a matéria poluente que permanece na água é de
reduzidas dimensões, normalmente constituída por coloides, devido à digestão do lodo, não
sendo por isso passível de ser removida por processo exclusivamente físicos químicos
(SILVA, 2004).

Já o tratamento secundário é geralmente consistindo num processo biológico, do tipo lodo


ativado ou do tipo filtro biológico, onde a matéria orgânica coloidal é consumida por micro-
organismos nos chamados reatores biológicos. Estes reatores são normalmente constituídos
por tanques com grande quantidade de micro-organismos aeróbios, havendo por isso a
necessidade de promover o seu arejamento. Terminado o tratamento secundário, as águas
residuais tratadas apresentam um reduzido nível de poluição por matéria orgânica, podendo na
maioria dos casos, serem admitidas no meio ambiente receptor (NEVES, 1974). O tratamento
terciário tem como objetivo a remoção de poluentes específicos, ou ainda, remoção
complementar de poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário.

Porém, para que seja possível a realização da reciclagem, o solo deve ser estudado (por meio
da identificação de características como cor, granulometria, acidez, composição e capacidade
de troca de íons) a fim de evitarem-se erosões, por exemplo. Sabe-se que a erosão é um
processo de deslocamento de terra ou de rochas de uma superfície. A erosão pode ocorrer por
ação de fenômenos da natureza (vento, chuva, mudanças de temperatura) ou ação do ser
humano.

2.8.2. Sistemas de lagunagem

Os sistemas de lagunagem (lagoas de estabilização) consistem no tratamento em lagoas, sem


necessidade de intervenção de meios mecânicos.

As lagoas classificam-se em aeróbias, anaeróbias, maturação e facultativas, consoante as


características de degradação da matéria orgânica; quanto à natureza do efluente, os sistemas
podem ser primários ou secundários (Sousa, 1981).
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É dos sistemas de tratamento mais utilizados nos países em via de desenvolvimento, por ser
uma das técnicas que exige menos custos de investimento e manutenção. Esta técnica baseia-
se na simbiose de algas e bactérias que têm a capacidade de estabilizar a matéria orgânica.

Na presença da energia solar, as algas produzem oxigénio que vai permitir às bactérias
efectuarem à degradação da matéria orgânica existente no meio, em condições aeróbias
(Sperling, 2002).

2.8.3. Tratamento de águas residuais no solo

O tratamento no solo consiste no tratamento das águas residuais pelo próprio solo, ou por
plantas através dos processos físicos, químicos e biológicos. Comparando com as outras
técnicas de tratamento convencionais, esta depende muito mais das características locais
(clima, geologia, topografia, físico-químicas, hidráulicas do solo e qualitativas e quantitativas
das águas superficiais e aquíferos subjacentes) e da área onde se pretende realizar o
tratamento (Matos, 1985a). Os sistemas de tratamento são, usualmente, implantados a jusante
das instalações de pré-tratamento, incluindo especialmente uma extracção por gradagem dos
objectos volumosos ou resíduos que viajam com as águas residuais. De seguida descrevem-se
os três tipos de sistemas mais aplicados neste tipo de tratamento. Sistema de infiltração lenta
no solo. Consiste na aplicação das águas residuais na superfície do solo com vegetação; à
medida que circula na matriz do solo e através das raízes das plantas, vai adquirindo
tratamento significativo.

2.9. Importância de Gestão e tratamento de efluentes domésticos

A importância e a necessidade de tratamento do esgoto doméstico levou a necessidade de


adotar em bairros não servidos pelo sistema de esgotamento sanitário, o sistema de tanque
séptico, associado a unidades complementares de tratamento ou disposição final de efluentes e
lodo.

A poluição dos recursos hídricos pelo lançamento de esgoto domestica pode impactar os
indicadores de agravo ao bem estar humano, aumentando a demanda por serviços de saúde e
absentismo da forca de trabalho, os custos dos sistemas de tratamento de aguas para o
abastecimento com fins residenciais e industriais, e ainda conforme o grau de poluição
inviabiliza o uso para fins de agricultura e processos industriais, com reflexos negativos para
o desenvolvimento da região (Philippi Jr, 2005).
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2.10. Consequência ambiental e de saúde publica resultantes da falta de tratamento de


efluentes domésticos

A presença de odores é umas das principais consequências da ausência de manutenção, sendo


a que apresenta a maior ocorrência, nos sistemas de tratamento de esgoto. Conforme Corrêa
Vieira, Moya e Souza (2015), o mau cheiro geralmente é resultado de aberturas existentes
entre tampas e caixas de inspeção e de gordura, em desacordo com a NBR 8160:1999,
provenientes em sua maioria, de fraturas nas peças decorrentes das operações de abertura
delas, gerando uma degradação contínua. O entupimento do sistema é outra consequência
comum da ausência de manutenção. A inspeção do sistema tem que ser periódica, analisando
as caixas de passagem e caixas de gordura, efetuando a limpeza dessas nos intervalos
determinados. Uma consequência decorrente do entupimento do sistema é o retorno dos
efluentes por ralos ou vasos sanitários, expondo os usuários a contaminação. Em sistemas que
funcionam com fossa filtro anaeróbio ou DAFA a manutenção do filtro anaeróbio é de suma
importância, pois caso ele não esteja funcionando devidamente permitirá a contaminação do
corpo receptor que não conseguira efetuar a depuração e retornar ao equilíbrio inicial.

2.11. O impacto de efluentes sem tratamento no meio ambiente

O lançamento de efluentes líquidos não tratados, provenientes das indústrias e esgotos


sanitários, em rios, lagos e córregos provocam um sério desequilíbrio no ecossistema
aquático. O esgoto doméstico, por exemplo, consome oxigênio em seu processo de
decomposição, causando a mortalidade de peixes. Os nutrientes (fósforo e nitrogênio)
presentes nesses despejos, quando em altas concentrações, ainda causam a proliferação
excessiva de algas, o que também desequilibra o ecossistema local.
Segundo pesquisa da ONG SOS Mata Atlântica, apenas 11% dos rios mapeados foram
considerados de boa qualidade, 49% dos rios são considerados em estado regular, no entanto,
35% estão em estado ruim e 5% em estado crítico. Números como esse demonstram a
necessidade de políticas em prol do meio ambiente, que visem a preservação conjunta da
sociedade, governo e indústria.
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2.12. As doenças provocadas pelo não tratamento de efluentes

Com o lançamento do esgoto ou efluente doméstico não tratado nos rios, há um aumento da
matéria orgânica na água, o que faz com que o equilíbrio local seja afetado, ocorrendo o
aumento de determinados microrganismos e a dificuldade de desenvolvimento de outros.
Esse processo, conhecido como eutrofização, pode levar ao surgimento de microalgas e ao
sufocamento de peixes e outras espécies, além da transmissão de doenças presentes nas fezes
humanas para outros consumidores da água. Sem citar o fato de que o esgoto doméstico pode
estar contaminado com substâncias tóxicas não orgânicas.
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3. Conclusão

O aumento da densidade populacional, sobretudo nas zonas urbanas e periurbanas dos países
em desenvolvimento, tem contribuído significativamente para a degradação acentuada da
qualidade das águas. A distribuição desigual dos recursos hídricos e o aumento da escassez de
água, ao nível global, são também o reflexo de alterações climáticas.
Portanto, os sistemas de tratamento ecológico mostraram-se bastantes eficientes e viáveis para
locais que não dispõem de redes coletoras de esgoto. Eles têm baixo custo em sua construção,
e são de fácil manutenção, diminuindo a poluição difusa originada por esgotos domésticos e
consequentemente contribuindo com a melhoria da qualidade da água do rio, auxiliando na
redução de doenças ocasionadas por falta de saneamento, na produção de alimentos e no
reaproveitamento de entulhos e pneus que são materiais de difícil decomposição e seriam
descartados de forma inadequada no meio ambiente, sendo desta forma é uma tecnologia de
baixo impacto e fácil disseminação.
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4. Referencias Bibliograficas

Associação brasileira de normas técnicas. . NBR 9648: Estudo de concepção de sistemas de


esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986.

Borges, A & Souza, L.(2004. 279 p). O cultivo da bananeira. Cruz das Almas: Embrapa.

Costa, A.P.(2014). Estudo de tecnologias sociais visando o tratamento do esgoto doméstico de


unidade familiar – Assentamento Nova São Carlos – São Carlos/SP. 71 f. Monografia
(Graduação em Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo.

Colin, J, (2002). Programa Nacional de Saneamento em Moçambique: Pioneiros no


Saneamento Suburbano. Soluções Africanas para água, saneamento e higiene.

Conselho de Ministros, (2004). Padrões de emissão de efluentes líquidos domésticos.


Moçambique.

Jordão, E. P.& Pessoa, C. A.(2005). Tratamento de esgotos domésticos. 4 ed. Rio de


Janeiro:ABES.

Von S. M. (1996). Introdução à qualidade das águas e o tratamento de esgotos. 2ª ed. Belo
Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de
Minas Gerais.

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