Você está na página 1de 15

NOTAS TECNICAS

JULHO DE 2018 – Nº05

A n á l i s e d o Í n d i c e F I R JA N d e
D e s e n vo l v i m e n t o M u n i c i p a l
de São Luís de 2016
ELABORADORES:
MARLANA PORTILHO RODRIGUES
ANA LUIZA DOS SANTOS PESTANA
SAMUEL PRADO
TIAGO PIMENTEL GARCÊS
LAURA REGINA CARNEIRO

SEPLAN
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS
EDIVALDO HOLANDA BRAGA JÚNIOR - PREFEITO

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO


(SEPLAN)
JOSÉ CURSINO RAPOSO MOREIRA - SECRETÁRIO

DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE)


LAURA REGINA CARNEIRO – COORDENADORA-GERAL
MARLANA PORTILHO RODRIGUES – ASSISTENTE TÉCNICA
ANA LUIZA DOS SANTOS PESTANA – ESTAGIÁRIA
SAMUEL PRADO – ESTAGIÁRIO
TIAGO PIMENTEL GARCÊS – ESTAGIÁRIO

DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE)

End.: SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO -


SEPLAN

RUA DAS ANDIROBAS, Nº 26–RENASCENÇA-SÃO LUÍS/MA - CEP.: 65.075-180

diie@diie.com.br

Esta publicação tem por objetivo a divulgação de estudos


desenvolvidos por pesquisadores do Departamento da
Informação e Inteligência Econômica (DIIE), da Secretaria
Municipal de Planejamento e Desenvolvimento
(SEPLAN). Seu conteúdo é de inteira responsabilidade do(s)
autor(es), não expressando, necessariamente, o
posicionamento da Prefeitura Municipal de São Luís
(PMSL).

2
1. INTRODUÇÃO

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um indicador que


consolida em um único número o nível de desenvolvimento socioeconômico, por meio da
média simples dos resultados obtidos na área do Emprego e Renda, Educação e Saúde
O IFDM foi criado em 2008 e acompanhou o desenvolvimento de cada um dos
5.565 municípios brasileiros. Para 2018, o IFDM analisa os dados relativos a 2016 e faz
comparações com anos anteriores, a partir de 2005.
Assim, o presente trabalho está dividido em mais três seções, além desta breve
introdução. A seção 2 aborda os aspectos metodológicos utilizados pela Firjan, com base
em estatísticas oficiais de órgãos governamentais referentes, sobretudo, ao ano de 2016.
A seção 3 analisa os resultados obtidos pelo IFDM para a cidade de São Luís, nas três
dimensões que compõem o índice (emprego e renda; educação e saúde) para o período
de 2005 a 2016. E, por fim, as considerações finais.

2. METODOLOGIA

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), referência para o


acompanhamento do desenvolvimento socioeconômico brasileiro, monitora três áreas –
Emprego e Renda; Educação e Saúde. A Figura 11 apresenta as variáveis que compõem o
Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal.
Figura 1 - Resumo do Componentes do IFDM - por Área de Desenvolvimento

Fonte: Firjan, 2018.

3
O índice varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da
localidade. Assim, são convencionados quatro conceitos para o IFDM:

a) Municípios com IFDM entre 0,0 e 0,4 ► baixo estágio de desenvolvimento;


b) Municípios com IFDM entre 0,4 e 0,6 ► desenvolvimento regular;
c) Municípios com IFDM entre 0,6 e 0,8 ► desenvolvimento moderado;
d) Municípios com IFDM entre 0,8 e 1,0 ► alto estágio de desenvolvimento.

É importante ressaltar que o IFDM possui defasagem temporal, em média, de


dois anos. Isso ocorre por causa das publicações do Ministério do Trabalho, da Educação
e da Saúde, divulgadas em diferentes períodos e defasagens. Na edição de 2018 do IFDM,
por conta dos atrasos da divulgação dos dados do DataSus, contará com os dados
preliminares de 2016 para a construção do cálculo do IFDM-Saúde.

A Edição 2018 do IFDM aborda os dados referentes a 2016 e faz comparações


com anos anteriores, a partir de 2005. Nesta versão, traz a análise dos resultados de 5.471
cidades brasileiras, onde vive 99,5% da população brasileira, contudo, não fazem parte
desta análise os novos municípios para os quais ainda não existem dados, assim como 94
municípios, em que foram constatados ausência, insuficiência ou inconsistência de dados.

2.1 EMPREGO e RENDA


O IFDM–Emprego e Renda tem como medida a análise de duas temáticas
importantes para o desenvolvimento municipal, a formação e estruturação do emprego e
a alocação, geração e distribuição da renda oriunda do aumento do nível de Emprego. Na
composição do índice, é computado ao Emprego e à Renda o mesmo peso,
correspondendo cada um a 50% do valor do índice completo. Os dados são oriundos da
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Emprego e
Desemprego (CAGED), ambos do Ministério do Trabalho, e projeções oficias de população
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

2.2 EDUCAÇÃO

A componente Educação é fundamental para IFDM – Consolidado, pois


impactará na aprendizagem futura e no mercado de trabalho. O IFDM – Educação contêm
6 variáveis que são avaliadas: atendimento à educação infantil, abandono no ensino
fundamental, distorção idade-série do ensino fundamental, docentes com ensino superior
no ensino fundamental, média de horas-aula diária no ensino fundamental e nota do
índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB) do ensino fundamental. Os dados

4
são obtidos através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP) do Ministério da Educação.

2.3 SAÚDE

O IFDM - Saúde abrange indicadores cujo foco é a Saúde Básica, bem como outros
indicadores a cargo do município, tais como: proporção de atendimento adequado de pré-
natal, óbitos por causas mal definidas, óbitos infantis por causas evitáveis e internações
sensíveis à atenção básica.
Os indicadores são oriundos dos bancos de dados do Sistema de Informação
sobre Mortalidade (SIM), do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e o
Sistema Internações Hospitalares (SIH), todos do DataSus – Ministério da Saúde.
Nas variáveis da dimensão de saúde, segundo a Firjan (2018b), os valores
equivalem às médias do último triênio em relação ao ano de referência. O objetivo disso
foi minimizar a volatilidade dos dados de saúde, de modo a evitar variações expressivas
de um ano para outro.

3. ANÁLISE DOS RESULTADOS

3.1 IFDM Geral de São Luís


No topo do ranking nacional do IFDM, está a cidade de Louveira, em São Paulo,
com o IFDM consolidado de 0,9006 pontos (alto desenvolvimento), como pode ser visto
no Gráfico 1. Em 2016, a cidade de São Luís, com índice de 0,7625 apresentou
desenvolvimento moderado e está acima da mediana do país (0,6743 pontos).

Gráfico 1- IFDM – Consolidado dos municípios: máximo, mediana, mínimo e resultado de


São Luís, por faixa de classificação - 2016

5
Fonte: FIRJAN

Entre 2005 e 2016, o IFDM consolidado da cidade de São Luís saiu de 0,6488
pontos em 2005 para 0,7625 pontos em 2016, um crescimento de 17,5% no índice. Na
comparação com 2015 (0,7497 pontos), o IFDM de São Luís cresceu 1,7% em 2016.
Apesar da expansão desse índice, o IFDM continua abaixo do patamar histórico da série,
verificada em 2012, quando atingiu o pico de 0,7928 pontos. (Gráfico 2)

Gráfico 2 – IFDM consolidado de São Luís – 2005 a 2016

0,7926

0,7928

0,7788
0,7760
0,7747

0,7738

0,7726
0,9000

0,7625
0,7497
0,7472
0,7130

0,8000
0,6488

0,7000

0,6000

0,5000

0,4000

0,3000

0,2000

0,1000

0,0000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: FIRJAN

No período de 2005 a 2016, o IFDM consolidado de São Luís melhorou: saiu da


1.576ª posição no ranking nacional em 2005 para 932ª posição em 2016, subiu 644
posições. Contudo, este resultado está abaixo do melhor posicionamento de São Luís no
ranking nacional de 2008, quando esteve na 447ª posição. No âmbito estadual, São Luís
manteve-se na 1ª posição, o melhor município maranhense para viver. (Tabela 1)

Tabela 1 – IFDM consolidado de São Luís: ranking no âmbito nacional e estadual – 2005
– 2016
Ranking 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Posição
Nacional 1.576º 916º 610º 447º 565º 492º 807º 653º 990º 823º 896º 932º
Posição
Estadual 1º 1º 1º 1º 1º 1º 1º 2º 2º 1º 1º 1º
Fonte: FIRJAN

3.2 IFDM Emprego & Renda

6
No consolidado entre 2005 e 2016, a evolução do IFDM Emprego & Renda obteve
uma variação positiva de 18,8%, passando de 0,61500 em 2005 para 0,7304 em 2016,
como pode ser visto no Erro! Fonte de referência não encontrada.. Esse crescimento
permitiu que São Luís lograsse um desenvolvimento moderado (IFDM entre 0,6 e 0,8)
durante quase todo o período em tela, com exceção dos anos 2007, 2008, 2010 e 2012,
cujo índice atingiu patamar elevado de desenvolvimento (IFDM entre 0,8 e 1,0).

Gráfico 3 – IFDM Emprego & Renda de São Luís – 2005 – 2016


1,0000
0,9000
0,8000
0,7000
0,6000
0,5000
0,4000
0,3000
0,2000
0,1000
0,0000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
IFDM Emprego & Renda 0,61500,79130,82320,86470,82160,86920,79820,84430,79150,77610,70040,7304

Fonte: FIRJAN

A melhora do IFDM Emprego & Renda em 2016, permitiu que o município de São
Luís subisse no ranking nacional, da 108º posição em 2015 para a 104º lugar em 2016,
ante a pior posição em 2005, 1238ª lugar. No cenário estadual, a cidade configura-se na
primeira posição em 2016. (Tabela 2)

Tabela 2 - IFDM Emprego & Renda de São Luís: ranking no âmbito nacional e estadual –
2005 – 2016
Posição 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Posição
1238º 352º 141º 47º 155º 82º 301º 125º 277º 214º 108º 104º
Nacional
Posição
4º 1º 1º 1º 2º 1º 1º 2º 3º 1º 2º 1º
Estadual
Fonte: FIRJAN

Com o resultado de 2016, São Luís pertence à parcela dos 0,5% (intervalo de 0,7
a 0,8 pontos) dos municípios maranhenses com desenvolvimento moderado (IFDM entre
0,6 e 0,8) na área do Emprego & Renda. No âmbito nacional, São Luís está entre os 3,2%
(intervalo de 0,7 a 0,8 pontos) municípios brasileiros que possuem desenvolvimento

7
moderado. Com o resultado de 2016, de 0,7304 pontos, São Luís está acima da mediana
dos municípios brasileiros (0,4553 pontos – desenvolvimento regular). (Gráfico 4)

Gráfico 4 - IFDM – Emprego & Renda dos municípios brasileiros: máximo, mediana,
mínimo e resultado de São Luís, por faixa de classificação - 2016

Fonte: FIRJAN

3.3 IFDM Educação

No consolidado entre 2005 e 2016, a evolução do IFDM Educação obteve uma


variação positiva de 14,6%, passando de 0,6666 em 2005 para 0,7636 em 2016, como
pode ser visto no Erro! Fonte de referência não encontrada.5. Esse crescimento
permitiu que São Luís lograsse um desenvolvimento moderado (IFDM entre 0,6 e 0,8)
durante o período em tela.

Gráfico 5 - Distribuição de São Luís, por faixa de classificação do IFDM – Saúde (2005 e
2016)
0,8

0,75

0,7

0,65

0,6

0,55
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
IFDM EDUCAÇÃO 0,66660,64410,68250,70580,73370,73480,73760,74840,75090,77250,76100,7636

8
Fonte: FIRJAN

No cenário nacional, São Luís perdeu posições quanto ao IFDM Educação: saiu
da 1557º lugar em 2005 para 3073º em 2016. Esse resultado indica o desafio que a gestão
municipal em superar os gargalos que acometem esse indicador. No âmbito estadual, São
Luís também vem perdendo posições, desde 2009, fechando 2016 na sétima posição,
como pode ser visto na Tabela 3.

Tabela 3 - IFDM Educação de São Luís: ranking no âmbito nacional e estadual – 2005 –
2016
Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Posição Nacional 1557º 1888º 2104º 1760º 1809º 2104º 2434º 2436º 2863º 2566º 3025º 3073º
Posição Estadual 1º 3º 1º 1º 1º 2º 2º 2º 4 2º 8º 7º
Fonte: FIRJAN

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP,


por meio do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), um dos indicadores
de qualidade que compõe o IFDM – Educação, realizado a cada dois anos, divide sua
avaliação do ensino fundamental em dois grupos, Anos Iniciais (do 1º ao 5º ano) e Anos
Finais (6º ao 9º ano).
Em 2015, o IDEB de São Luís nos anos iniciais e finais da rede municipal cresceu.
Nos anos iniciais (do 1º ao 5º ano) saiu de 4,1 pontos em 2013 para 4,5 pontos em 2015,
contudo não atingiu a meta (5,0 pontos). Nos anos finais (6º ao 9º ano), saiu de 3,7 pontos
em 2013 para 3,9 pontos em 2015, porém não atingiu a meta de 4,1 pontos.
Nesse aspecto, a gestão municipal de São Luís tem o desafio de garantir mais
alunos aprendendo, já que pelos dados divulgados pelo INEP, por meio da nota da Prova
Brasil de português somente 34% (1.825 alunos, do total de 5.432) dos alunos
aprenderam adequadamente a competência da leitura e da interpretação de textos até o
5º ano, e no 9º ano, é mais emblemático, visto que somente 19% (605 alunos, do total
3.120) aprenderam essa competência.
Quanto ao desempenho da Prova Brasil de matemática, 17% dos alunos (945
alunos, do total de 5.432) aprenderam adequadamente a competência de resolução de
problemas até o 5º ano, e apenas 5% dos alunos (174 alunos, do total de 3.120)
aprenderam adequadamente essa competência1.

1 Com base nas análises da plataforma Qedu, disponível em: https://www.qedu.org.br/

9
Ademais, a gestão municipal também possui o desafio de melhorar o fluxo
escolar já que nos anos iniciais, a cada 100 alunos, 9 não foram aprovados, e nos anos
finais, a cada 100 alunos, 13 não obtiveram aprovação2.
Logo, com o resultado de 2016, São Luís pertence à parcela dos 11,5% (intervalo
de 0,7 a 0,8 pontos) dos municípios maranhenses com desenvolvimento moderado (IFDM
entre 0,6 e 0,8) na área da Educação. No âmbito nacional, São Luís está entre os 29,1%
(intervalo de 0,7 a 0,8 pontos) municípios brasileiros que possuem desenvolvimento
moderado. Com o resultado de 2016, de 0,7636 pontos, São Luís está abaixo da mediana
dos municípios brasileiros (0,7796 pontos – desenvolvimento moderado), como pode ser
visto no Gráfico 6.

Gráfico 6 - IFDM – Educação dos municípios brasileiros: máximo, mediana, mínimo e


resultado de São Luís, por faixa de classificação - 2016

Fonte: FIRJAN

3.4 IFDM Saúde


Com os novos dados divulgados para 2016, o IFDM saúde passou para 0,7936
pontos, em contraposição ao valor de 0,7875 pontos em 2015 e 0,6646 pontos em 2005,
mantendo-se, por conseguinte, durante o período de 2005 a 2016, no nível moderado de
desenvolvimento, como pode ser visto no Gráfico 7.

2 Com base nas análises da plataforma Qedu, disponível em: https://www.qedu.org.br/

10
Gráfico 7 - Distribuição de São Luís, por faixa de classificação do IFDM – Saúde (2005 e
2016)
0,8500

0,8000

0,7500

0,7000

0,6500

0,6000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
IFDM Saúde 0,6646 0,7035 0,7358 0,7537 0,7660 0,7738 0,7819 0,7858 0,7855 0,7877 0,7875 0,7936

Fonte: FIRJAN

A capital maranhense, mesmo com esse crescimento no período avaliado entre


2005 e 2016, apresenta queda em sua posição no cenário nacional e estadual. O município
de São Luís, no ano de 2009, ocupava a 1740º posição no ranking nacional e a 1º no
estadual, já em 2016 passou a ocupar a 2814º e 8º, no nacional e estadual, respectivamente.

Tabela 4 - IFDM Saúde de São Luís: ranking no âmbito nacional e estadual – 2005 – 2016
Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Posição Nacional 2230º 2026º 1828º 1794º 1740º 1797º 1880º 2035º 2249º 2.417º 2.699º 2.814º
Posição Estadual 1º 1º 1º 1º 1º 1º 1º 1º 2º 4º 8º 8º
Fonte: FIRJAN

Por fim, observamos que em 2016 o município de São Luís continua a integrar o
grupo de municípios que se encontram na faixa do índice de desenvolvimento moderado
na área da saúde, contudo está abaixo da mediana dos municípios brasileiros (0,7948
pontos), como pode ser verificado no Gráfico 8.

11
Gráfico 8- IFDM – Saúde dos municípios brasileiros: máximo, mediana, mínimo e
resultado de São Luís, por faixa de classificação - 2016

Fonte: FIRJAN

4. Considerações Finais

Entre 2005 e 2016, São Luís apresentou evolução do IFDM consolidado: saiu
de 0,6488 pontos em 2005 para 0,7625 pontos em 2016, um crescimento de 17,5%,
mantendo-se em patamar moderado de desenvolvimento. A evolução desse indicador foi
influenciado, sobretudo, pela dinâmica de desempenho do indicador de emprego e renda,
que no período em tela, saiu da posição 1238ª no cenário nacional em 2005 para 104º
lugar em 2016, apresentando um crescimento de 18,8% (em 2015, o IFDM emprego e
renda foi 0,6150 pontos e em 2016, foi 0,7304 pontos).

Contudo, apesar do crescimento do IFDM geral da cidade de São Luís, quanto


à Educação e Saúde, esta vem perdendo posições no cenário nacional quanto no estadual.
Esse desempenho indica o quão é desafiador para a gestão municipal manter e direcionar
recursos para implementação de políticas estratégicas que fomentem essas duas áreas.
Os resultados do IFDM Educação e Saúde dão um direcionamento neste sentido, tendo em
vista que as principais demandas da sociedade se concentram nestas duas vertentes.

12
REFERÊNCIAS

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN). IFDM – Índice


FIRJAN de Desenvolvimento Municipal. Disponível em:
http://www.firjan.org.br/ifdm/. Acesso em: Jul. 2018.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA.


Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Disponível em:
http://portal.inep.gov.br/web/guest/dados

QEDU.ORG.BR. Disponível em: <www.qedu.org.br>. Acesso em: Jul. 2018.

13
ANEXO I – DETALHAMENTO DAS VARIÁVEIS QUE COMPÕEM CADA DIMENSÃO DO
IFDM

1. EMPREGO & RENDA


Para o IFDM – Emprego, são utilizadas as seguintes variáveis:

a. Geração de emprego formal: é avaliado por meio da relação da geração de


empregos criados (CAGED) e do estoque total de empregados (RAIS) no
município;
b. Taxa de formalização do mercado de trabalho: dimensiona a capacidade de um
município em absorver a mão de obra local, além de mostrar a proporção de
trabalhadores cuja relação trabalhista respeita a legislação e que estão inseridos
em empresas.

Para o IFDM – Renda, englobam as seguintes variáveis:

c. Geração de renda: mede o crescimento real do salário médio mensal em


comparação ao ano anterior;
d. Massa salarial real no mercado de trabalho formal: este indicador inclui a
discussão do tamanho do município, da relevância de sua contribuição para a
economia e sua capacidade de geração de renda por meio do emprego formal;
e. Índice Gini de desigualdade de renda no trabalho formal: indica o grau de
concentração de renda de um determinado grupo da população.

2. EDUCAÇÃO
Para o IFDM – Educação foram consideradas os seguintes indicadores:

a. Atendimento à educação infantil: O indicador é calculado com base no número


de matrículas em creches e pré-escolas, registradas no Censo Escolar/INEP, e
número de crianças de até cinco anos de idade, estimado pela projeção anual da
população e as proporções populacionais por faixa etária de cada município,
segundo o CENSO 2010;
b. Abandono no ensino fundamental;
c. Distorção idade-série no ensino fundamental: representa a proporção de
alunos com atraso escolar de dois anos ou mais no ensino fundamental3.

3No Brasil, a criança deve ingressar no ensino fundamental aos 6 anos de idade, com a expectativa
de que conclua o ensino fundamental aos 14 anos de idade. (FIRJAN, 2018b, p. 4)

14
d. Docentes com ensino superior no ensino fundamental4.
e. Média de horas-aula diária no ensino fundamental, com base na Lei de
diretrizes e bases determina a carga horária mínima anual de oitocentas horas,
distribuídas por um mínimo de duzentos dias de trabalho educacional. Além disso,
a jornada escolar, no Ensino Fundamental, deve incluir, pelo menos, quatro horas
de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período
de permanência na escola até o tempo integral.
f. Resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB5 no
ensino fundamental: é um indicador que mensura a qualidade da educação,
aliando informações de desempenhos em exames padronizados (Prova Brasil e
SAEB), de rendimento escolar (taxa de aprovação do Censo Escolar). O índice pode
variar entre 0 e 10.

3. SAÚDE
Para o IDFM – Saúde, foram consideradas as seguintes variáveis:

a. Proporção de atendimento adequado de pré-natal: o número mínimo de


consultas são seis consultas de acompanhamento pré-natal, conforme o
Ministério da Saúde. Dessa forma, o percentual de gestantes com sete ou mais
consultas pré-natal representa o grau de cobertura do atendimento pré-natal nos
serviços de saúde do município, permitindo, assim, analisar as condições de
acesso e qualidade da assistência pré-natal.
b. Óbitos por causas mal definidas;
c. Óbitos infantis por causas evitáveis;
d. Internações sensíveis à atenção básica.

4 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional determina o nível superior como formação
mínima necessária para atuar na educação básica, mas faculta aos docentes tal formação para o
exercício do magistério nas quatro primeiras séries do ensino fundamental. (FIRJAN, 2018b, p. 4)
5 O IDEB é divulgado a cada dois anos, onde o ano de referência é ímpar com divulgação no

subsequente. Em razão disso, para o cálculo do IFDM Educação no ano que não tem divulgação do
IDEB, deve-se repetir o resultado do ano anterior. Assim sendo, a atual publicação do IFDM, utiliza-
se dados do IDEB de 2015. (FIRJAN, 2018b, p. 5)

15

Você também pode gostar