Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GOVERNADOR VALADARES
2009
LEANDRO DOS SANTOS SIRIO
GOVERNADOR VALADARES
2009
Dedico primeiramente a Deus pela força nessa longa
caminhada que me foi concedido para superar os mais
diversos obstáculos, à meus pais, familiares e amigos
pelo incentivo, apoio e credibilidade na realização desse
sonho.
AGRADECIMENTOS
Aos meus professores que ao decorrer deste curso colaboraram para meu
crescimento tanto profissional quanto pessoal.
Aos meus tios, Helio José dos Santos e Alzira Rocha Santos, pela confiança e
oportunidade que me propuseram.
A todos que, de alguma forma contribuíram para que este trabalho fosse possível.
Se o que você está percorrendo é o caminho dos seus
sonhos, comprometa-se com ele. Não deixe a porta de
saída aberta, com a desculpa: "ainda não é bem isto que
eu queria." Esta frase, tão utilizada, guarda dentro dela a
semente da derrota. Assuma o seu caminho.
(Paulo Coelho)
MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
BACHAREL EM DIREITO
RESUMO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................7
1.2 DA MENORIDADE...............................................................................................13
CONCLUSÃO............................................................................................................40
REFERÊNCIAS..........................................................................................................41
INTRODUÇÃO
1.2 DA MENORIDADE
Nos termos do que dispõe o art. 26, caput do CP, são inimputáveis os
portadores de “desenvolvimento mental incompleto", expressão que abrange os
menores.
Para José Frederico Marques, menor é a pessoa que não atingiu a idade legal
para a maioridade, sendo assim, considerada incapaz ou isenta de responsabilidade
para praticar atos regulados pela idade legal.
São inimputáveis penalmente os menores de 18 anos por expressa
disposição do art. 228 da Constituição Federal: “São penalmente inimputáveis os
menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.”
Adotou-se no dispositivo constitucional um critério meramente biológico não
levando em conta o desenvolvimento mental do menor, onde mesmo tendo
capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com
esse entendimento não está sujeito às sanções penais.
Inicialmente, o Direito só atendeu nesse fato ao que dele se impunha a
observações rudimentares, isto é, ao desenvolvimento incompleto do corpo humano
com as suas correlativas implicações psicológicas e mais chocantes conseqüências
sociais.
Contudo, a estreiteza dessa compreensão inicial admitiu com o tempo, uma
extensão que quase deixa a perder de vista o seu ponto de partida. Sobre aquele
primitivo fundamento repousam agora muitas superestruturas jurídicas, que, não
obstante, se identificam como autênticas analogias de conceito originário da
menoridade biológica.
Segundo o Código Penal vigente, menor é toda pessoa com menos de 18
anos, incapaz de responder por seus atos ilícitos cometidos antes de alcançar a
maioridade penal. Em resumo, menor é a pessoa que a responsabilidade não é
imputada face à delitos cometidos antes dos 18 anos de idade, ou seja, devido o
menor ser considerado incapaz de entender o caráter ilícito ou delituoso do ato
pretérito à idade legal.
Menoridade, segundo o ECA é toda pessoa que à época de um ato ilícito
possuir menos de 18 anos de idade. Entretanto, para o Estatuto da Criança e do
Adolescente, inimputabilidade não é sinônimo de impunidade, é sim, meio de se
regular as responsabilidades do adolescente.
A prova da menoridade deve ser feita em principio pela certidão do termo do
registro civil, já que se impõe a restrição à prova estabelecida na lei civil quanto ao
estado das pessoas.
Salienta Damásio:
Crime pode ser definido como todo fato humano que, propositada ou
descuidadamente, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos
considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz
social (CAPEZ, 2004, p.105).
Munir Cury salienta em sua ultima obra a respeito da delinqüência juvenil que
a conduta da criança ou do adolescente, quando revestida de ilicitude, repercute
obrigatoriamente no contexto social em que vive. E, a despeito de sua maior
incidência nos dias atuais, sobretudo nos países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento, tal fato não constitui ocorrência apenas deste século, mas é nesta
quadra da história da Humanidade que o mesmo assume proporções alarmantes,
principalmente nos grandes centros urbanos, não só pelas dificuldades de
sobrevivência como, também, pela ausência do Estado nas áreas da educação, da
saúde, da habitação e, enfim, da assistência social.
Por outra parte, a falta de uma política séria em termos de ocupação racional
dos espaços geográficos, a ensejar migração desordenada, produtora de favelas
periféricas nas capitais dos Estados, ou até mesmo nas médias cidades, está
permitindo e vai permitir, mais ainda, pela precariedade de vida de seus habitantes,
o aumento, também, da delinqüência infanto-juvenil.
O Código de Menores
Entretanto, como sabido, este código, teve o início da vigência protelado por
várias vezes e acabou por não ter tido a oportunidade de entrar em vigor. Com isso,
a maioridade penal permaneceu nos moldes do estabelecido pelo de 1940, ou seja,
18 anos de idade, sujeitando os menores à legislação especial.
A Lei n. 7.209/84
Até mesmo crianças pequenas sabem que não pode matar, que
machucar o outro é “feio” ou que não é permitido tomar para si o
objeto do outro. O velho Catecismo Romano já considerava os sete
anos como a “idade da razão”, a partir da qual é possível “cometer um
pecado mortal” (VOLPI, 1998, p.169).
Do mesmo modo como existe uma corrente ideológica que apóia a queda de
limite da inimputabilidade penal, existe a outra corrente ideológica pacifista, que
rebate tal mudança, afirmando que de nada adiantará tal ato inconstitucional,
alegando que dezoito anos é uma idade razoável para a tolerância da
inimputabilidade.
De acordo com Mirabete, essa corrente favorável à permanência da
menoridade penal em dezoito anos busca suporte na superlotação dos presídios,
fatores biológicos como o desenvolvimento mental incompleto, além da possibilidade
de uma influencia na convivência com bandidos de alta periculosidade e
conseqüentemente uma impossível ressocialização desses menores infratores.
Discorre Mirabete:
Dizer-se que o jovem de 16 anos pode votar e por isso pode ir para a
cadeia é uma meia-verdade (ou uma inverdade completa). O voto aos
16 anos é facultativo, enquanto a imputabilidade é compulsória. De
resto, a maioria esmagadora dos infratores nesta faixa de idade nem
sequer sabem de sua potencial condição de eleitores (VOLPI, 1998,
p.165).
Salienta Mirabete:
A redução do limite de idade no direito penal comum representaria um
retrocesso na política penal e penitenciário brasileiro e criaria a
promiscuidade dos jovens com delinqüentes contumazes. O ECA
prevê, aliás, instrumentos eficazes para impedir a pratica reiterada de
atos ilícitos por pessoas com menos de 18 anos, sem os
inconvenientes mencionados (MIRABETE, 2007, p.220).
Há ainda de se ressaltar que o sistema carcerário brasileiro iria somente
piorar a situação dos menores, uma vez que, como todos sabem, as penitenciárias
do país não são nenhum exemplo de reeducação.
Remeter para a prisão o jovem que ainda tem condições de modificar o seu
comportamento, por meio de medidas pedagógicas, é retirar do mesmo qualquer
condição de se ressocializar.
O jovem de 16 (dezesseis) anos que for condenado a passar um ano dentro
de uma prisão sai de lá, sem dúvida alguma, muito mais perigoso que entrou, pelo
contato com criminosos de alta periculosidade, aumentando, ai sim, o seu potencial
agressivo. E, o que é pior, a redução irá alcançar basicamente os carentes e
abandonados, pois são eles que sofrem com a causa social. Raros serão os casos
de adolescentes abastados nas prisões, com acontece com os adultos.
Dr. Kahn resume que, além de imorais numa sociedade excludente como a
brasileira, os argumentos da universalidade do rebaixamento e de que a medida
contribuiria para reduzir a criminalidade ou o crime organizado são equivocados.
Responsabilizar diferentemente um jovem de 17 e outro de 18 anos por atos
idênticos é uma opção de política criminal adotada na maioria dos países
desenvolvidos, que procuram oferecer oportunidades diferenciadas para que o
jovem supere o envolvimento com o crime. Baixar a idade penal é baixar um degrau
no processo civilizatório. Ao invés disso, propomos aumentar as oportunidades que
a sociedade brasileira raramente concede aos seus jovens, principalmente de um
esforço preventivo que é a educação de qualidade.
CONCLUSÃO
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 7ª ed., ver. e atual. São Paulo: editora
Saraiva, 2004.
E Silva, Plácido. Vocabulário Jurídico. 15ª ed., Rio de Janeiro: editora Forense,
1999.
GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral. 9ª ed., rev., ampl. e atual.
Rio de Janeiro: editora Impetus, 2007.
JESUS, Damasio E. de. Direito Penal: parte geral. 21ª ed., ver. e atual. São Paulo:
editora Saraiva, 1998.
REVISTA VEJA. JOLY, Heloisa. A tribo dos meninos perdidos. 1990ª ed. São
Paulo: editora Abril, 2007.