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GÊMEOS

E
TERATOLOGIA

Profa Dra Andréa Luiza Cunha Laura


Fecundação normal
1º glóbulo polar
2º glóbulo
polar

Óvulo
fecundação
Fecundação Trompa de falópio

Ovário
Ovulação Útero
Zona pelúcida
Cervix
Células foliculares Vagina
Grânulos

Fusão dos núcleos


Zigoto
Depois da Fecundação
Trompa de falópio
Fecundação

1º dia
Implantação
Endométrio
2º dia

3º dia
Trofoblasto
Parede uterina

Estadio de Botão
Estadio de
4º dia Mórula embrionário
Blastocisto
Massa celular
interna
Cavidade do
5º dia blastocisto
Cavidade uterina

Camada superficial de células


Gêmeos Dizigóticos (DZ)
 No momento da ovulação são expelidos dois ovócitos, ao
invés de um, e ambos são fecundados;

 são oriundos de pares de zigotos distintos;

 Gêmeos fraternos (do latim, frater = irmão);

 Por terem origem biovular, podem ter o mesmo sexo ou ser


discordantes quanto ao sexo (MF);

 A comunicação vascular entre as duas circulações não


ocorre.
Desenvolvimento de gêmeos
dizigóticos (ou bivitelínicos ou
fraternos).
► Originam-se a partir de dois
óvulos fecundados por dois
espermatozóides.
► Normalmente, cada embrião
possui âmnio, córion e placenta
próprios (A).
► Podem ocorrer placentas
fundidas.
► Geralmente cada embrião
recebe volume apropriado de
sangue, mas, eventualmente,
grandes anastomoses desviam
mais sangue para um dos
embriões que para outro.

(Langman, 2001)
Gêmeos Monozigóticos (MZ)
 Um único zigoto sofre desenvolvimento irregular,
dando origem a 2 indivíduos que são considerados
idênticos do ponto de vista genético;

 São oriundos de uma única célula-ovo ou zigoto;

 É formado no período entre 1 e 14 dias depois da


Fecundação .
E as digitais são iguais?
Os gêmeos univitelinos possuem as
marcas dos pés e das mãos similares,
embora as digitais sejam diferentes.

No entanto, os pesquisadores ainda não foram capazes de provar que


fatores que influenciam a formação de gêmeos idênticos, porque a
formação de cada indivíduo não depende só dos genes, como os
gêmeos idênticos que possuem a mesma composição genética mas
têm condutas diferentes, e sim de uma interação complexa entre
genes, cultura, experiências e chances.
 A divisão precoce resulta em gêmeos dicoriônicos;

 A divisão mais tardia dá origem a placentação


monocoriônica, porém diamniótica (tipo mais
comumente visto de gêmeos monozigóticos);

 A divisão um pouco mais tardia resulta em


gêmeos monocoriônicos e monoamnióticos;

 Uma divisão ainda mais tardia resulta em gêmeos


unidos por alguma parte do corpo.
Desenvolvimento de gêmeos homozigóticos (ou
monozigóticos ou monovitelínicos idênticos).
► Originam-se a partir de um
único óvulo fecundado por um
único espermatozóide.
► A separação pode ocorrer
durante o estágio de duas células
e cada embrião possuirá âmnio,
córion e placenta próprios (A).
► A separação pode ocorrer
durante o estágio blástula, com
subdivisão do embrioblasto em
dois grupos de células. Os dois
embriões formam placenta e sa-
co coriônico comum, mas cavi-
dades amnióticas separadas (B).
► Se a separação ocorre em
blástula mais tardia, a separação
do trofoblasto pode ser
incompleta, originando dois
embriões que compartilham
cavidades amnióticas e
coriônicas (C).
(Langman, 2001)
► 65% dos gêmeos monozigóticos se desenvolvem a partir de um zigoto (MZ), já
em estágio de blástula, pela divisão do embrioblasto.

► Esses gêmeos
sempre possuem
cavidade amniótica
separada, mas sa-
co coriônico e
placenta comuns.
► A foto em
detalhe mostra gê-
meos monozigó-
ticos de 17 se-
manas onde ocor-
reu anastomose de
vasos placentários,
levando a distribui-
ção desigual de
sangue entre os
dois.
► 35% dos gêmeos monozigóticos se desenvolvem a partir de um zigoto (MZ)
ocorrendo a separação dos blastômeros em qualquer ponto, desde o estágio de
duas células até o de mórula, originando dois blastocistos idênticos.
► Destes, 10% formam-se duas placentas, podendo estes serem confundidos, ao
nascimento, com gêmeos dizigóticos.
► Nos outros 25% dos casos há uma placenta única.
A. Fotografias de trigêmeos.
Através de exames das
placentas e membranas
fetais, constatou-se que os
dois fetos da esquerda eram
idênticos e o da direita era
único.
B. Fotografia das placentas:
A placenta da esquerda é
diamniótica/monocoriônica,
e a da direita é única.
Sendo assim, este fetos se
formaram a partir de dois
zigotos.
C

Três exemplos de gêmeos dizigóticos (fraternos) discordantes com síndrome da


transfusão entre gêmeos (fluxo sangüíneo desigual). A. Ultrassom com 24
semanas de desenvolvimento; B. e C. Recém nascidos.
Feto papiráceo: designação
atribuída ao feto menor que não
se desenvolveu porque foi
comprido pelo outro e se
mumificou.
Gêmeos dizigóticos (fraternos) discordantes quanto à Síndrome de Down
(trissomia do 21). O da esquerda originou-se de gametas normais, enquanto o da
direita recebeu um dos gametas com um cromossomo 21 a mais.
Esquema ilustrando eventos muito raros, onde há
formação de gêmeos monozigóticos após formada a
cavidade amniótica: A. originando gêmeos
monozigóticos normais (separados); B. e C.
possibilidades de formação de gêmeos conjugados.
GÊMEOS SIAMESES

 Em cada 100 mil nascimentos, um é de gêmeos


siameses;

 Sugeriu-se que eram filhos de mães que tinham


tido pensamentos impuros;

 Eram sinal de má sorte para a comunidade em


que surgiam.
 Termo ̋siameses ̋ foi criado para os famosos
gêmeos Chang e Eng, que nasceram em 1811
no Sião (atual Tailândia) e tinham o mesmo
umbigo e fígado;

 Residiam em Carolina do Norte, onde


casaram com as irmãs Adelaide e Sarah
Yates, filhas de um padre local;

 Passavam metade do tempo na casa de cada


esposa e tiveram 22 filhos entre eles.
Chang e Eng (1811-1874)
Eng era calmo e Chang bebia muito;

Estavam quase sempre zangados um com o


outro e chegaram aos 63 anos;

Em 17 de Janeiro de 1874, Chang morreu


de bronquite e Eng faleceu duas horas
depois.
Gêmeos unidos ou xifópagos: se desenvolvem de acordo com a orientação dos
discos embrionários em etapas iniciais do desenvolvimento (Gr. Xifos =
"apêndice em forma de espada“; pago = "unido", "ligado".

1. Toracópagos: unidos pelo tórax.


2. Isquiópagos: unidos pela parte inferior do tronco até a pelve.
3. Parápagos: unidos por um dos lados da pelve (abaixo).
4. Craniópagos: unidos pelo crânio.
5. Pigópagos: unidos pela região perineal, sacrococcígea e às vezes pela
medula espinhal.
Gêmeas toracópagas:
A. ao nascimento;
B. aos 4 anos de
idades, após cirurgia de
Gêmeos toracópagos separação.
de 12 semanas de
desenvolvimento.
Gêmeas craniópagas nascidos na
Guatemala em 2002 – Separados em
com sucesso na Califórnia (22 horas).

Gêmeas craniópagas iranianas,


Gêmeos craniópagos nascidos no
que viveram de 1984 a 2003.
Egito em 2003 – Separados no Texas,
Morreram na cirurgia de tentativa
( 27 horas).
de separação.
A. visão externa de embrião com duas
cabeças, tórax largo, duas colunas vertebrais, Bebê de duas cabeças
dois corações parcialmente fundidos, quatro nascido na Indonésia em
pulmões e um intestino duplicado até o íleo. agosto de 2006.
B. visão interna de embrião corado com
alizarina, mostrando ossos em vermelho e
cartilagens em azul. Nota-se as duas
clavículas apoiando um terceiro braço duas
colunas vertebrais paralelas.
Gêmeos parasitas: são assim denominados corpos malformados de gêmeos que
se desenvolveram aderidos ao corpo de outro embrião, normal ou não.

Gêmeos parasitas em vista anterior. O


hospedeiro é bem desenvolvido, mas Feto parasita com
apresenta a bexiga exposta. O gêmeo membros inferiores bem
parasita, apresenta um membro totalmente desenvolvidos e pelve
formado, bexiga e alças intestinais unida ao tórax de uma
expostas. outra criança de sexo
masculino.
http://www.scielo.cl/fbpe/img/rchog/v67n5/img12-08.gif
http://www.lasegunda.com/ediciononline/especiales/fotos_historicas/fotos/siame
ses.jpg
http://www.editorialbitacora.com/bitacora/galeria/mutantes03/mon47.jpg
tratamento
Vai depender da extensão da área unida e,
especialmente, dos órgãos compartilhados;

Tem suscitado grandes debates entre


médicos e teólogos de diversas religiões.
Dois gêmeos siameses que foram separados em uma operação que
durou 36 horas ficaram frente a frente pela primeira vez em suas vidas.
Os garotos egípcios de dois anos de idade eram ligados pelo topo do
crânio e, portanto, não podiam ver os rostos um do outro.
www.picarelli.com.br/fotolegendas/fotolegenda102003l.htm
Conclusões
Gêmeos têm alta taxa de mortalidade
peri-natal, prematuridade, baixo peso ao
nascimento e malformações congênitas;

Gêmeos monozigóticos apresentam menor


peso ao nascer e maiores taxas de
malformações congênitas do que os
dizigóticos;
Conclusões

Gêmeos monocoriônicos apresentam maior


taxa de mortalidade peri-natal,
discrepância de peso ao nascimento do
que gêmeos dicoriônicos.
Complicações da gemelaridade
Mortalidade perinatal;

Prematuridade;

Baixo peso;

Síndrome de transfusão fetal;

Malformações congénitas;
Mortalidade perinatal

É 4 vezes maior do que em produtos de


gestação única;

Em gêmeos monocoriônicos, é


aproximadamente 2 a 3 vezes maior que
em dicoriônicos.
Prematuridade

Aproximadamente 40 – 50% dos partos


gemelares ocorrem antes de 37 semanas.
Baixo peso
Sua incidência entre gêmeos é da ordem
de 50 – 60%;

5 a 7 vezes maior que a incidência de


baixo peso em gestações únicas;

Mortalidade perinatal é 2,5 vezes maior


em gêmeos cuja diferença de peso ao
nascimento é > 25%, do maior para o
menor.
Síndrome de Transfusão Fetal

Em consequência de anastomoses


placentárias artério-venosas, que podem
permitir o estabelecimento de um fluxo
sanguíneo preferencial de um gêmeo para
outro;

A anastomose vascular é responsável


pelas altas taxas de morbilidade e
mortalidade associadas a gêmeos
monocoriônicos.
Síndrome de Transfusão Fetal
Síndrome de Transfusão Fetal

É diagnosticada quando existe uma


diferença de hemoglobina > 5g/100 ml
entre os gêmeos;

Pode ser suspeitada quando um dos


gêmeos parece pletórico e o outro pálido
ao nascimento;

Pode existir também discordância entre


os PN, sendo o gêmeo receptor bem
maior.
TERATOLOGIA (do grego teratos = "monstro" + logos = "estudo") é a
especialidade médica que se dedica ao estudo das anomalias e das
malformações ligadas a uma perturbação do desenvolvimento embrionário ou
fetal.
Vemos aqui uma criança que,
durante a organogênese, Feto diencéfalo , ou seja com dois
desenvolveu um segundo feto em encéfalos. Devido ao nascimento
seu abdômen. Esse de aberrações como esta é que
fenômeno é decorrente de surgiu a disciplina Teratologia
agentes teratogênicos. (teratos = monstro; logia = estudo).

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