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CARDIOVASCULAR

RENAL
ENDÓCRINO

BERNE & LEVY, MARGARIDA, GUYTON (6ª edição), HISTOLOGIA BÁSICA JUNQUEIRA
& CARNEIRO (12ª edição).

Vitória G. Formaggine

2018
FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR Vitória G. Formaggine
BERNE & LEVY, MARGARIDA, GUYTON, HISTOLOGIA BÁSICA JUNQUEIRA & CARNEIRO.

O sistema cardiovascular é um sistema fechado composto por vasos(artérias, veias e capilares) que
distribuem o sangue para os tecidos e pela bomba propulsora deste sangue, o coração.
Sua principal função é levar oxigênio para todo o corpo e retornar com CO2.
- Levar oxigênio e nutrientes ao corpo
- Coração + vasos(artérias, veias e capilares)
- Pericárdio: é a membrana que reveste e protege o coração, restringe o coração à sua posição no
mediastino, embora permita suficiente liberdade de movimentação para contrações vigorosas e rápidas. O
pericárdio consiste em duas partes principais: pericárdio fibroso e pericárdio seroso.
- Miocárdio: é a camada média e a mais espessa do coração, composto de músculo estriado cardíaco.
- Endocárdio: é a camada mais interna do coração. É uma fina camada de tecido liso que permite que o
sangue corra facilmente sobre ela. O endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o
revestimento dos vasos sanguíneos.

CÂMARAS DO CORAÇÃO
O coração é composto por quatro câmaras: átrio direito, ventrículo direito, átrio esquerdo e ventrículo
esquerdo.
Os átrios são câmaras superiores, de baixa pressão e de paredes finas que recebem sangue de fora do
coração e os ventrículos são câmaras inferiores de alta pressão e de parede mais grossa que bombeam
sangue para fora do coração.
O lado direito do coração recebe sangue venoso pobre em oxigênio pelas grandes veias, as veias cava, que
desembocam no átrio direito. O lado esquerdo,recebe sangue arterial rico em oxigênio, vindo dos
pulmões.
- a parede dos átrios é mais fina pois não bombeam o sangue com alta pressão, funcionam mais como
grandes reservatórios condutores de sangue, para seus respectivos ventrículos, que como bombas
importantes para a propulsão de sangue.
- existe diferença entre a parede ventricular direita e esquerda. No lado direito a parede ventricular é
pouco mais fina se comparado com a parede ventricular esquerda.
- septo interatrial e septo interventricular ficam entre os átrios e os ventrículos, respectivamente. Fazem a
divisão dessas câmaras.

VALVAS CARDÍACAS
Valvas atrioventriculares(AV): ficam entre átrios e ventrículos. São elas: valva tricúspide no lado direito e
valva bicúspide ou mitral no lado esquerdo.
Valvas semilunares: ficam entre ventrículos e artérias. São elas: valva pulmonar no lado direito e valva
aórtica no lado esquerdo.
Músculos papilares e cordas tendíneas: promovem o mecanismo de abertura e fechamento dessas valvas.
Os músculos papilares ficam nas paredes venticulares e ligados a eles as cordas tendíneas. Quando o MP
está contraído, as CT ficam tensas e a valva está fechada. Quando o MP está relaxado, as CT ficam frouxas
e a valva está aberta.
- artéria pulmonar - carregam sangue pobre em oxigênio para os pulmões
- artéria aorta
- artérias coronárias - irrigação do coração
- veias cava superior e inferior
- veias pulmonares(superior e inferior direita e superior e inferior esquerda) - carregam sangue rico em
oxigênio vindo dos pulmões para o coração e desembocam no átrio esquerdo
VASOS E ESTRUTURA
Túnica adventícia(TC+fibras elásticas), túnica média(ML) e túnica íntima(endotélio+TC).
Artérias: responsáveis por conduzir sangue pra fora do coração, com grande pressão.
- TI: lâmina elástica interna bem definida
- TM: paredes espessas, podendo ser musculares ou elásticas
- TA: mais fina que a túnica média
- Lúmen: estreito
Veias: responsáveis por conduzir sangue de volta para o coração.
- TI: sem lâmina elástica, contém válvulas(válvulas venosas)
- TM: paredes mais finas comparada as artérias
- TA: mais espessa que a túnica média
- Lúmen: amplo
Capilares: união de artérias e veias, vasos de pequeno calibre. Constituem a rede de distribuição e
recolhimento do sangue nas células.
- TI: endotélio e membrana basal
- Lúmen: muito estreito

CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA


A circulação pulmonar ou pequena circulação é a que envolve coração e pulmão. A circulação sistêmica ou
grande circulação é a que envolve coração e todo o corpo.

- circulação pulmonar ou pequena circulação: átrio direito -> ventrículo direito -> artéria pulmonar ->
pulmões -> hematose pulmonar -> veias pulmonares -> átrio esquerdo
Coração - pulmão - coração
A circulação começa no átrio direito, onde desembocam as veias cava superior e inferior trazendo com
sangue venoso pobre em O2. A valva tricúspide abre e o sangue passa para o ventrículo direito, a a valva
pulmonar se abre permitindo a passagem desse sangue para a artéria pulmonar, que carrega sangue pobre
em oxig~enio para os pulmões. Nos pulmões ocorre a troca gasosa e o sangue volta para o coração como
sangue arterial rico em O2 pelas veias pulmonares que desembocam no átrio esquerdo.

- circulação sistêmica ou grande circulação: átrio esquerdo -> ventrículo esquerdo -> árteria aorta ->
corpo
Coração - corpo
No átrio esquerdo o sangue arterial rico em O2 passa para o ventrículo esquerdo a partir da abertura da
valva biscúspide. No ventrículo esquerdo, a valva aórtica se abre permitindo a passagem desse sangue para
artéria aorta, que vai mandar o sangue arterial rico em O2 para todo o corpo a partir de suas ramificações.
Depois de irrigar todo o corpo, o sangue volta para o coração como sangue venoso pobre em O2 pelas
veias cavas superior e inferior, e o processo se repete.
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POTENCIAL DE AÇÃO CARDÍACO
POTENCIAL DE AÇÃO CARDÍACO RÁPIDO
5 fases:
4 - repouso: fase de estabilidade do potencial de repouso da membrana, no qual tem efetivamente o
interior negativo e o exterior positivo. Podendo ser estimulada por um potencial de ação.
0 - despolarização: inversão da polaridade. Abertura dos canais de Na+ dependentes de voltagem, que
atingindo um determinado limiar, muitos desses canais são ativados, se abrem e mandam Na+ pra dentro
da célula, despolarizando-a.
- nesse momento outros canais são estimulados a serão ativados, como os canais de K+ e de Ca2+
- canal de Na+ é aberto e fechado em seguida
1 - repolarização inicial: causada pelo efluxo de K+(potássio saindo da célula).
2 - platô: com K+ indo p/fora(maior concentração dentro da célula) e Ca2+ entrando(maior concentração
fora da célula), os dois tendo a mesma polaridade e indo em caminhos oposto, tendência é que se anulem.
Ou seja, o platô representa o balanço entre o influxo de Ca2+ e o efluxo de K+.
3 - repolarização final: fase de retorno ao potencial de repouso da membrana. Principalmente dado pelo
fechamento dos canais de Ca2+ e pela manutenção dos canais de K+.

- Os potenciais de ação de resposta rápida são registrados nas fibras miocárdicas atriais e ventriculares e
nas fibras ventriculares especiais condutoras(Purkinje).
- O potencial de ação é caracterizado por sua grande amplitude, rápida despolarização e platô
relativamente longo.
- O período refratário efetivo das fibras de resposta rápida começa na fase de despolarização do potencial
de ação e persiste até a metade da fase 3. A fibra é relativamente refratária durante o restante da fase 3, e
recobra sua excitabilidade completa assim que fica totalmente repolarizada (fase 4).

*Os canais de Ca+ demoram um tempo p/ abrir e p/ fechar


*Os canais de K+ se abrem em velocidades diferentes dos de Ca+
*Os canais de Na+ possuem três estágios: aberto ou ativado, inativado e fechado.

POTENCIAL DE AÇÃO CARDÍACO LENTO


- Os potenciais de ação de resposta lenta são registrados nas células nodais SA e AV e em células
miocárdicas anormais que foram parcialmente despolarizadas.
- Essas células tem a capacidade de serem ativadas espontaneamente(células com característica
marca-passo)
- Poucos canais de Na+ dependentes de voltagem, sendo somente suficientes para ativar os canais de Ca2+
dependentes de voltagem, os quais efetivamente participam da despolarização.
- Ca2+ entra e provoca a despolarização. Depois abrem-se os canais de K+ e sua saída da célula,
provocando o retorno ao potencial normal - repolarização.
- As fibras de resposta lenta ficam totalmente refratárias no começo da despolarização e sua excitabilidade
parcial não é recuperada até tardiamente na fase 3, ou até que a fibra esteja completamente repolarizada.

O rápido percorre uma distância elétrica maior +/- no mesmo tempo que o lento. O lento percorre uma
distância menor e no mesmo tempo que o rápido.

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SISTEMA GERADOR E CONDUTOR DO IMPULSO CARDÍACO
O coração apresenta um sistema próprio para gerar um estimulo rítmico que é espalhado por todo o
miocárdio. Este sistema é constituído por dois nodos localizados no átrio, o nodo sinoatrial e o nodo
atrioventricular, e pelo feixe atrioventricular.
As células do sistema gerador e condutor do impulso do coração estão funcionalmente conectadas por
junções do tipo comunicante.
O Nodo SA é o local de gênese da atividade elétrica cardíaca espontânea, considerado o marcapasso
cardíaco. Quem dita o ritmo são as células do nodo sinoatrial, despolarizando e gerando potencial de ação,
com frequência um pouco mais rápida que do nodo atrioventricular.
O nodo atrioventricular é semelhante ao nodo sinoatrial, suas células, porém, ramificam-se e emitem
projeções citoplasmáticas em várias direções, formando uma rede.
O feixe atrioventricular(feixe de His) parte do NAV e se estende para a musculatura ventricular, é formado
por células semelhantes às do nodo que se ramificam para ambos os ventrículos. Elas são chamadas de
células de Purkinje e contêm um ou dois núcleos centrais e citoplasma rico em mitocôndrias e glicogênio e
que são especializadas na condução do estímulo elétrico.
Os ramos do feixe atrioventricular se subdividem e penetram na espessura do ventrículo, tornando-se
intramiocárdicos. Este arranjo é importante porque torna possível que o estímulo penetre as camadas mais
internas da musculatura do ventrículo.

-> nodo SA serve de marca-passo cardíaco para iniciar o impulso cardíaco. Esse impulso se propaga do
nodo SA aos átrios e atinge o nodo AV. Após retardo no nódulo AV, o impulso cardíaco é propagado pelos
ventrículos. Foci ectópicos no átrio, no nódulo AV ou no sistema His-Purkinje, podem
iniciar impulsos cardíacos propagáveis se as células marca-passo normais no nódulo SA estão suprimidas
ou se a ritmicidade das células automáticas ectópicas está anormalmente aumentada.
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O MÚSCULO CARDÍACO
Músculo estriado cardíaco
Miocárdio - sincício funcional
- as células m. cardíacas conectam-se entre si para formar um sincício elétrico, com fortes conexões
mecânicas e elétricas entre as células musculares cardíacas adjacentes
- um potencial de ação iniciado em região especializada(nodo SA) é capaz de passar rapidamente por todo
o coração, buscando facilitar a contração sincronizada das células musculares cardíacas, o que é
importante para a ação de bombeamento
Cardiomiócitos:
- células contráteis - sarcômeros
- unicelulares
- rico em mitocôndrias: o grande número de mitocôndrias que contêm as enzimas necessárias para a
fosforilação oxidativa permite a rápida oxidação de nutrientes e síntese de ATP, e, por conseguinte,
sustenta as necessidades energéticas do miocárdio.
- discos intercalares - junções que unem as células cardíacas adjacentes - ligados por desmossomos
- incluem a combinação de junções mecânicas e conexões elétricas
- junções de aderência e os desmossomos reforçam a aderência celular e a transmissão do impulso -
conexões mecânicas
- as junções comunicantes (gap) ligam as células eletricamente, permitindo a propagação do potencial de
ação por todo o coração - conexões elétricas
- contração muscular: interação entre actina e miosina. Envolve a interação, dependente de Ca++, dos
filamentos de actina e miosina e é necessário o influxo de Ca++ extracelular. Especificamente, o influxo de
Ca++, durante um potencial de ação, produz a liberação de Ca++ pelo RS, que, então, promove a interação
actina-miosina e a contração.
- Linha Z: ponto de aderência entre os filamentos finos.
- a região entre duas linhas Z representa o sarcômero.
Filamentos finos são compostos por actina, troponina e tropomiosina.
- cada filamento fino recebe ligações das pontes cruzadas de três filamentos grossos
troponina: complexo de três proteínas que participam do processo de contração muscular esquelético e
cardíaco. Troponina C liga-se fortemente aos íons de Ca.
tropomiosina: se liga a actina durante o processo de contração muscular.
*troponina C e tropomiosina ficam entrelaçadas e envoltas no filamento de actina.

Filamentos grossos são compostos por miosina. - são rodeados por 6 filamentos finos.
Titina: proteína ligada a linha Z e ao filamento grosso. Tem principal função de ancorar a miosina as linhas
Z. Tem uma importante característica elástica e auxilia durante o processo de contração, facilitando o
deslizamento e retorno ao local inicial e, dependendo do estiramento que o sarcômero tiver, vai facilitar
fazendo com que a força da contração seja maior.

Secção de uma fibra muscular, mostrando os filamentos de uma miofibrila


- banda A: toda a extensão dos filamentos grossos desde a banda M, com sobreposição entre filamentos
finos e grossos.
- banda M: meio da banda A
- banda I: filamento fino
- banda H: filamento grosso

*a disposição complexa de filamentos grossos e finos é característica dos músculos e ajuda a estabilizar
os filamentos durante a contração muscular

Retículo sarcoplasmático: rede interna de membranas que funciona como tubos contendo Ca, importante
para a contração muscular.
- túbulos T: invaginações que estão posicionados nas linhas Z
-a entrada de Ca durante a fase de platô é importante para desencadear a contração dos sarcômeros nos
cardiomiócitos, pois essa célula não possui grande reserva interna de cálcio.
- Ca se liga a troponina C, sendo ativada e a tivando a tropomiosina.
- muito Ca -> maior força de contração
- pouco Ca -> menor força de contração
- quanto maior o estiramento(sarcômero), maior a força de contração
- o estiramento do coração aumenta a força de contração e é um mecanismo intrínseco para a regulação
da força contrátil
- a lei de coração de Frank-Starling refere-se à capacidade do coração de elevar sua força de contração,
quando estirado, o que ocorre nas situações de aumento do retorno venoso
- o estiramento reduz o espaço entre os filamentos grossos e finos (espaçamento interfilamentoso) o que
associa-se à capacidade de mais moléculas de miosina interagirem com a actina.

ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO: processo pelo qual o potencial de ação do miócito


cardíaco leva à contração.
- O músculo cardíaco é excitado quando uma onda de excitação se espalha
rapidamente ao longo do sarcolema miocárdico de célula a célula, via junções comunicantes;
- A excitação também se espalha para o interior das células via túbulos T, que se invaginam na fibra
cardíaca nas linhas Z.
Na excitação, canais de Ca++ dependentes de voltagem se abrem, permitindo a entrada desse íon na célula.
O influxo de Ca++ provoca a liberação de Ca++ pelo retículo sarcoplasmático. A [Ca++]i elevada produz a
contração dos miofilamentos. O relaxamento é obtido via restauração da [Ca++] citosólica por meio do
bombeamento desse íon de volta para o retículo sarcoplasmático, e pela troca por Na+ extracelular através
do sarcolema.

CONTRAÇÃO MUSCULAR
Eletrocardiograma: O ECG, que é registrado na superfície do corpo, traça a condução do impulso cardíaco pelo
coração. O ECG pode ser usado para detectar e analisar certas arritmias cardíacas, tais como ritmos sino-atriais
alterados, bloqueios de condução AV, despolarização prematuras, taquicardias ectópicas e fibrilação atrial e
ventricular.
P: sístole atrial / Q, R, S: sístole ventricular / T: repolarização dos ventrículos (diástole)

CICLO CARDÍACO
Conjunto de eventos que ocorrem entre o início de um batimento e o início do próximo.
- Sístole: contração (ventricular) - início com o fechamento das valvas AV, o fim da sístole corresponde ao
fechamento das valvas semilunares.
- Diástole: relaxamento(ventricular) - corresponde desde o fechamento das valvas semilunares até o
fechamento das valvas AV.
Volume ventricular:
Com a abertura das valvas AV os ventrículos começam a encher até ter a contração atrial, o que enche
mais um pouco, até o início da contração ventricular.
O volume ventricular antes da abertura da valva aórtica está enchendo, ou seja, está em
diástole(relaxamento), recebendo sangue vindo dos átrios - aumentando o volume ventricular.
Com esse aumento, ocorre a despolarização, que chega aos ventículos a partir do estímulo do nodo SA,
estimulando o processo de contração.
Com a abertura da valva aórtica o volume ventricular e a pressão ventricular diminui (até o momento em
que volta ao estado de relaxamento).
- no intervalo entre o fechamento da valva aórtica e a abertura das valvas AV não há alteração de volume-
A pressão ventricular aumenta durante a diástole, onde vem a onda P(átrios) que vão jogar volume de
sangue para os ventrículos, aumentando mais sua pressão, que continua alta até o fechamento das valvas
AV, onde acontece o início da contração - sístole ventricular.

Contração isovolumétrica -> contração sem alteração de volume.

HEMODINÂMICA
Física do fluxo de fluidos/sangue.
O sistema arterial, que leva o sangue do coração e o distribui para os tecidos; o sistema venoso, que
retorna o sangue dos tecidos para o coração; e a microcirculação, que separa os sistemas arterial e venoso
e é o local onde os nutrientes e os produtos do metabolismo celular são trocados entre o sangue e os
tecidos.

Velocidade da corrente sanguínea: é a distância percorrida por partícula do fluido em relação ao


tempo(distância/tempo).
Fluxo: é a intensidade do deslocamento de um volume do fluido(volume/tempo).
Em um tubo rígido, a velocidade (v) e o fluxo (Q) são relacionados entre si pela área de secção transversal
(A) do tubo, ou seja, pelo diâmetro.
- a velocidade do fluido variará inversamente com a área da secção transversa
- a velocidade de fluxo do fluido é maior em tubos de menor diâmetro e em tubos de maior diâmetro a
velocidade de fluxo do fluido é menor.

Relação entre Velocidade e Pressão:


A energia total em um sistema hidráulico consiste em três componentes: pressão, gravidade e velocidade.
Obs.: A velocidade do fluxo sanguíneo pode ter efeito importante
sobre a pressão dentro do tubo . Em secções estreitas o componente dinâmico aumenta significamente,
porque a velocidade do fluxo é associada a uma grande energia cinética.

Relação entre Pressão e Fluxo:


Lei de Poiseuille: a lei de Poiseuille se aplica ao fluxo laminar estável dos fluidos newtonianos por tubos
cilíndricos rígidos.
- um fluido newtoniano é aquele cuja viscosidade permanece constante
- fluxo laminar - série de tubos concêntricos que deslizam um sobre os outros
A lei de Poiseuille descreve o fluxo dos fluidos por tubos cilíndricos, em termos de fluxo, pressão,
dimensões do tubo e viscosidade do líquido, onde:
Q = fluxo
(Pi – Po) = gradiente de pressão de entrada (i) do tubo e
saída (o)
r = raio do tubo
l = comprimento do tubo
η = viscosidade do fluido
Assim, o fluxo pelo tubo aumentará quando o gradiente de pressão aumentar, e diminuirá quando a
viscosidade do fluido ou o comprimento do tubo aumentarem. O raio do tubo é crítico, é o maior
determinante da resitência ao fluxo.

Resistência ao fluxo:
A resistência hidráulica na mecânica dos fluxos pode ser definida como a proporção do gradiente de
pressão Pi-Po / para o fluxo Q.
R=Pi-Po/Q
Quando a lei de Poiseuille é aplicada, a resistência ao fluxo depende, apenas, das dimensões do tubo e das
características do fluido.
- o determinante principal da resistência ao fluxo de sangue por qualquer vaso é o calibre do vaso, porque
a resistência varia inversamente em relação à quarta potência do raio do tubo
- a resistência é mais alta nos capilares (diâmetro de 7μm), e diminui quando os vasos aumentam de
diâmetro nos lados arterial e venoso dos capilares
- ocorrem variações da resistência vascular quando o calibre dos vasos muda. O fator mais importante que
leva à variação do calibre do vaso é a contração das células do músculo liso circular na parede do vaso
- as variações da pressão interna também alteram o calibre dos vasos sanguíneos e, assim, alteram a
resistência ao fluxo sanguíneo por esses vasos
- os vasos sanguíneos são tubos elásticos, portanto, quanto maior a pressão
transmural (diferença entre pressão interna e externa) através da parede de um vaso maior o calibre do
vaso e menor sua resistência hidráulica
Resistências em série x em paralelo: quando as resistências estão dispostas em série, a variação de
pressão do sistema inteiro será resultado da soma das variações de pressão em cada resistência
individualmente. Contudo, quando dispostas em paralelo, a pressão do fluxo de entrada e de saída é a
mesma para todos os tubos.
Obs.: se as resistências dos tubos em paralelo forem iguais, a resistência total do sistema será menor que
as resistências individuais.
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O SISTEMA ARTERIAL
- capacidade elástica devido a elastina presente nas células que compõem esses vasos
- a aorta, a artéria pulmonar e seus ramos maiores têm grande quantidade de elastina em suas paredes, o
que faz esses vasos serem muito distensíveis
- essa distensibilidade serve para diminuir a natureza pulsátil do fluxo sanguíneo que resulta do
bombeamento intermitente de sangue pelo coração
- quando o sangue é ejetado pelos ventrículos durante a sístole esses vasos se distendem, e durante a
diástole eles se retraem e propelem o sangue para a frente
- o débito intermitente do coração é convertido em fluxo contínuo pelos vasos arteriais
- as arteríolas são os vasos de alta resistência desse sistema e regulam a distribuição do fluxo para os vários
leitos capilares
- a natureza elástica das grandes artérias também reduz o trabalho do coração

Pressão arterial: pode ser definida como PA média (que é a média da pressão em função do tempo), e
como PA sistólica (máxima) e diastólica (mínima) no ciclo cardíaco. A diferença entre pressão sistólica e
diastólica é chamada de pressão de pulso.
Os determinantes da PA são divididos em fatores físicos e fisiológicos.
- físicos: volume do fluido (o volume de sangue) no sistema arterial e as características elásticas estáticas
(complacência do sistema) do sistema.
- fisiológicos: débito cardíaco(volume de sangue sendo jogado no sistema) e resistência periférica(fluido
fora do sistema arterial).

- A pressão arterial de pulso é a pressão sistólica menos a pressão diastólica. Ela é principalmente função
de apenas um fator fisiológico, o débito sistólico, que determina a variação do volume sanguíneo arterial
(um fator físico) durante a sístole ventricular. Esse fator físico, seguido um segundo fator físico
(complacência arterial),
determina a pressão arterial de pulso.
- débito sistólico: volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo para a circulação sistêmica, ou seja,
o volume de sangue que sai do coração em uma sístole ventricular.
- complacência arterial: capacidade da artéria de se deformar pela aplicação de grande pressão.

SISTEMA VENOSO
- as veias são elementos do sistema circulatório que levam o sangue para o coração desde os tecidos
- as veias representam um reservatório muito grande, contêm mais de 70% do sangue na
circulação(capacitância venosa), isto as torna capazes de ajustar o volume de sangue que retorna ao
coração (pré-carga), de tal modo que as necessidades corporais podem ser atendidas quando o débito
cardíaco é alterado
- as veias são muito distensíveis e têm resistência muito baixa ao fluxo sanguíneo, o que permite o
movimento do sangue das veias periféricas para o coração com apenas pequenas reduções da pressão
venosa central.
- as veias controlam a filtração e a absorção pelo ajuste da resistência pós-capilar ,
e ajudam nos ajustes cardiovasculares que acompanham as alterações da posição corporal.
- a capacidade das veias para participar dessas várias funções depende de sua distensibilidade, ou
complacência
- o sistema venoso é capaz de mobilizar grande volume de sangue
para a circulação, variando o grau de distensibilidade de suas paredes, sem alterações apreciáveis na
pressão venosa
- complacência venosa varia com a posição do corpo na qual as veias, nos membros inferiores, são menos
complacentes que as que estão acima do nível do coração
- variações no retorno venoso são realizadas pelos ajustes do tônus venomotor, da atividade respiratória e
pelo estresse ortostático ou gravidade
- as válvulas venosas impedem o refluxo de sangue venoso causado pela gravidade ou pressão interna.
Quando o músculo esquelético se contrai, seu comprimento diminui mas a circuferência aumenta

MICROCIRCULAÇÃO: é definida como a circulação do sangue pelos menores vasos do corpo — arteríolas,
capilares e vênulas.
- capilares, cujas paredes consistem em camada única de células endoteliais, permitem rápidas trocas de
gases, água e solutos com o fluido intersticial
- arteríolas musculares, que são os principais vasos de resistência, regulam o fluxo sanguíneo regional para
os leitos capilares; drenam diretamente para capilares e regulam o fluxo por esses capilares por constrição
ou dilatação
- as vênulas e veias servem primariamente como canais coletores e vasos de armazenamento
- metarteríolas: é uma ramificação direta da arteríola. Esse tipo de vaso capilar é envolto por ML, podendo
se contrair regulando a circulação nesses vasos
- fluxo sanguíneo pelos capilares pode ser chamado de fluxo nutricional, porque permite a troca de gases e
solutos entre o sangue e os tecidos. Inversamente, o fluxo sanguíneo que passa ao largo dos capilares
quando passa do lado arterial para o venoso da circulação tem sido chamado de não-nutricional ou de
fluxo desviado
- devido aos seus lumens estreitos, os capilares com paredes delgadas podem suportar pressões internas
elevadas sem rupturas
- papel passivo do endotélio capilar -> troca transcapilar solvente e soluto se movem através da parede
capilar por três processos: difusão, filtração, pinocitose.
- os capilares linfáticos diferem dos sanguíneos por não possuírem junções fechadas entre as células
endoteliais, além disso, filamentos muito delgados ancoram os vasos linfáticos no TC ao seu redor
- os capilares linfáticos drenam para o interior de vasos maiores que “deságuam” nas veias subclávias,
onde se conectam com as respectivas veias jugulares internas
- além da devolução de fluido e de proteína para o leito vascular, o sistema linfático filtra a linfa nos nodos
linfáticos e remove partículas estranhas, como bactérias
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REGULAÇÃO DA P.A
- esforços do corpo para manter a homeostase da pressão sanguínea
- manutenção da pressão em um nível estável-normal - o organismo se modula para subir ou abaixar a
pressão a nível saudável
- essa manutenção é dada por meio de mecanismos que envolvem o sistema nervoso, os rins diversos
mecanismos hormonais
- a pressão sangüínea no sistema arterial é gerada e mantida pela interação entre a força propulsora
cardíaca, a capacidade de dilatação elástica da aorta e a resistência ao fluxo de sangue exercida
- a pressão oscila entre um nível máximo e um nível minimo, sendo, portanto, de natureza pulsátil
- o nível máximo de pressão é alcançado durante a sístole, e o nível mínimo durante a diástole

Deve-se ter presente que os mecanismos que regulam a PA o fazem através de alterações instantâneas da
CV e RV, do DC (FC X VS) e da RP, ou de alterações a longo prazo da volemia.
A PA é regulada por mecanismos redundantes e extensos, parte deles são responsáveis pelo controle
instantâneo, regulação momento a momento, enquanto que outros exercem a regulação a longo prazo,
que determina o nível operante da PA, e seu controle numa escala de tempo maior.

São muitos os mecanismos que contribuem para manter a PA constante ao longo da vida que são
agrupados em duas grandes classes:
• os de ação imediata, envolvendo mecanismos plenamente ativos em questão de segundos e/ou minutos.
Englobam os mecanismos de ação local, bem como mecanismos neurais e hormonais comandados pelos
receptores cardiovasculares (mecanorreceptores e quimiorreceptores), cardiopulmonares e outros, cuja
ativação determina alterações reflexas imediatas da CV e RV, do DC e da RP, promovendo a translocação
de sangue de um compartimento para outro. Esta grande classe engloba os mecanismos de regulação
momento a momento da PA.
• os de ação mais prolongada e duradoura (responsáveis pela regulação a longo prazo), envolvendo
mecanismos de regulação da volemia e do leito vascular, que são, em última análise, os responsáveis pela
dimensão física da PA.

- colinérgicos(acetilcolina) e adrenérgicos(adrenalina)
- aumento da frequência dos batimentos cardíacos e também da força de contração do coração
- vasoconstrição das arteríolas e artérias de pequeno calibre -> ↑ resistência periférica total -> ↑ pressão
arterial
- contração dos reservatórios venosos -> ↑débito cardíaco -> ↑ pressão arterial

- colinérgicos(acetilcolina): vão reduzir a velocidade de despolarização, ou seja, reduzir a FC e DC e,


consequentemente, diminuição da PA
- inibição
- efeitos opostos simpático
- diminui a atividade cardíaca
- exceto por esses efeitos, o parassimpático não tem qualquer participação no controle da circulação

REGULAÇÃO MOMENTO A MOMENTO


A regulação momento a momento da PA é efetuada por mecanismos neurais e hormonais que corrigem
prontamente os desvios dos níveis basais da PA, para mais ou para menos.
A resposta neural é imediata (em questão de segundos) mas seu efeito pode prolongar-se por minutos ou
horas pela interveniência de mecanismos hormonais.
Alterações apropriadas do DC, da RP, da CV e do RV são possibilitadas pela mediação do sistema nervoso
central (SNC) que, integrando as informações provenientes de diferentes sensores do sistema
cardiovascular, modula a atividade cardíaca e vascular por nervos autonômicos periféricos e liberação de
diferentes hormônios.
A regulação neuro-hormonal da PA funciona como um arcoreflexo: envolve receptores, aferências, centros
de integração, eferências e efetores cardiovasculares, além das alças hormonais.

Efetores: coração, vasos de resistência(artérias e arteríolas) e os vasos de capacitância(veias e vênulas)


responsáveis, respectivamente, pela frequência cardíaca FC e volume sistólico VS, pela resistência
periférica RP, capacitância CV e retorno venoso RV.
Eferentes: o sistema nervoso autônomo controla a atividade cardíaca e vascular através de seus
componentes parassimpático e simpático.

Regulação hormonal:
Os mecanorreceptores ou barorreceptores arteriais(inibição do simpático) são os principais responsáveis
pela regulação momento a momento da PA.
Medula da adrenal é também considerada uma eferência e um efetor simpático cardiovascular.
- é constituída por neurônios simpáticos pós-ganglionares modificados (diretamente inervados pelos SPNs),
que perderam seus axônios mas guardaram a capacidade de sintetizar adrenalina e noradrenalina,
liberadas para a circulação sanguínea
- catecolaminas adrenais são sintetizadas pela medula adrenal, em resposta à estimulação simpática
durante quedas mantidas da PA
- a adrenalina age aumentando o DC e melhorando o fluxo sanguíneo coronário, muscular e esplâncnico,
mas reduzindo os fluxos renal e cutâneo
- a noradrenalina plasmática determina aumento da RP total sem alterar significantemente o DC
- frente a elevações mantidas da PA, há inibição prolongada do simpático e redução acentuada dos níveis
plasmáticos de adrenalina e noradrenalina, os quais são fundamentais para facilitar e prolongar a redução
da PA desencadeada neuralmente

Receptores e aferências:
Quimiorreceptores arteriais: estimulação do simpático.
- receptores que conseguem perceber o ph sanguíneo, a pressão parcial de oxigênio que vão influenciar no
aumento ou na diminuição da PA
- emitidos através de trocas gasosas, influenciados de maneira direta por trocas gasosas
- primariamente, os quimiorreceptores estimulam os centros respiratórios, determinando alterações
apropriadas da ventilação mas também se projetam a centros cardiovasculares, determinando alterações
da PA
- aumento da frequência respiratória -> capacidade de troca aumentada, porque vai ser colocado uma
maior quantidade de ar numa pressão de oxigênio maior
- troca gasosa depende de componentes respiratórios e circulatórios
- aumento da pressão arterial -> capacidade de troca gasosa fica aumentada (aumento da velocidade da
célula de voltar pra uma nova troca)
REGULAÇÃO A LONGO PRAZO
Mecanismos responsáveis pela regulação a longo prazo da PA abrangem fatores dependentes da estrutura
vascular e o sistema de feedback rim/fluidos corporais, envolvido na regulação da volemia, os quais
condicionam a dimensão física da PA, como também do próprio sistema nervoso central.

Mecanismos de feedback rim/fluidos corporais:


A homeostase do volume dos fluidos corporais e a regulação a longo prazo da PA estão intimamente
relacionadas via mecanismo de feedback rim/fluidos corporais. O componente central deste mecanismo é
o efeito da PA na excreção renal de sódio e água, o chamado “mecanismo de pressão/natriurese/diurese”.
Este mecanismo permite que a manutenção da PA a longo prazo seja alcançada via controle da excreção
renal de sódio e água.
- quando a pressão aumenta acima do normal, a pressão excessiva nas artérias renais faz com que o rim
filtre quantidades aumentadas de líquido e, portanto, que também excrete quantidades de água e sódio. A
perda desses componentes diminui o volume sanguíneo, o que faz com que a pressão retorne aos valores
normais
- quando a pressão cai abaixo do valor normal, os rins retêm água e sódio até que a pressão retorne ao
normal

Sistema renina-angiotensina-aldosterona(SRA)
- também participa ativamente da regulação neuro-hormonal da PA comandada pelos barorreceptores
- o passo-chave que determina a maior ou menor ativação do SRA plasmático é a liberação de renina, a
enzima limitante da reação, pelas células justaglomerulares da arteríola aferente renal
- três estímulos efetivos para a secreção de renina: estimulação simpática, diminuição da tensão vascular
na arteríola aferente renal e redução da carga filtrada de sódio que alcança a mácula densa
- a renina liberada para a circulação age sobre o angiotensinogênio -> angiotensina II -> hormônio
responsável pelas ações do SRA na PA
- os efeitos da Ang II na regulação cardiovascular são múltiplos e de grande abrangência, os principais são:
1)tem ação vasoconstritora direta; 2)potencializa a nível dos vasos de resistência os efeitos da
noradrenalina liberada pelas terminações nervosas; 3) potencializa a transmissão ganglionar; 4)facilita a
liberação de catecolaminas adrenais; 5)estimula a liberação de vasopressina pela neuro-hipófise,
determinando retenção hídrica; 6)estimula a síntese e a liberação de aldosterona pelo córtex adrenal -
hormônio importante na regulação da volemia (por estimular diretamente a reabsorção de sódio pelos
túbulos renais, aumentando conseqüentemente a retenção hídrica).
- todos os efeitos da Ang II se fazem no sentido de aumentar a RP e a volemia, os quais determinam
aumento marcante da PA. Por todas estas ações, a Ang II é um hormônio extremamente eficaz na proteção
contra quedas acentuadas e mantidas da PA.

Regulação a longo prazo:


Não se adapta - componente renal- se a pressão tiver elevada vai favorecer a excreção de sódio e água, se
estiver diminuída, retenção de sódio e água.
X
Regulação momento a momento:
Em determinadas épocas pode estar ajustada, com um parâmetro um pouco mais elevado ou mais
diminuído.

Exemplo
O que ocorre com a pressão arterial de um paciente sádio se ingerir uma grande quantidade de
refrigerante, rico em sódio. Como seria revertida essa situação?
Grande ingestão de sódio e líquido, o que causa aumento do volume extracelular, consequentemente
aumento do volume sanguíneo e diminuição da pressão arterial.

FISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL Vitória G. Formaggine


BERNE & LEVY, MARGARIDA AIRES.

Regulam a osmolalidade e os volumes dos líquidos corporais(importante para a manutenção do volume


celular normal de todos os tecidos do organismo, necessário para que a função do sistema cardiovascular
se mantenha normal), o balanço eletrolítico(essenciais na regulação das quantidades de diversos íons
inorgânicos importantes para o organismo) e o balanço ácido-básico(o pH dos líquidos corporais deve ser
mantido dentro de limites estreitos. O pH é mantido por tampões, existentes nos líquidos corporais, e pela
ação coordenada dos pulmões, do fígado e dos rins).
Além disso, excretam produtos do metabolismo e substâncias externas(ureia, ácido úrico, creatinina,
produtos terminais do metabolismo da hemoglobina e metabólitos de hormônios), bem como produzem e
secretam hormônios(são importantes órgãos endócrinos que produzem e secretam renina, calcitriol e
eritropoietina).

-> A renina ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que participa da regulação da pressão arterial
e o balanço do Na+ e K+.
-> Os rins são órgãos pareados situados na parede posterior do abdome, atrás do peritôneo, em cada lado
da coluna vertebral.
-> A angiotensina II é produzida localmente nos rins e também de forma sistêmica. Ela contrai as arteríolas
aferente e eferente* e reduz a IFG e o FSR

Anatomia renal:
- córtex: região externa
- medula: região interna que se divide em massas cônicas chamadas de pirâmides renais.
*Na medula tem um meio mais hipertônico, mais concentrado em soluto e isso vai ser mais importante
para os processos de reabsorção de água pra filtração e produção da urina.
- cálices menores: coletam a urina de cada papila e, então, se expandem, formando duas ou três bolsas
abertas, os cálices maiores
- cálices maiores: drenam para a pelve, que representa a região superior e expandida do ureter, que leva a
urina da pelve para a bexiga urinária
- córtex e medula são compostos por néfrons(unidades funcionais dos rins), vasos sanguíneos e linfáticos e
nervos

ESTRUTURA DO NÉFRON
- estrutura de microtúbulos enrolados por capilares.
- corpúsculo renal, túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal e o sistema do ducto coletor.
- os néfrons podem ser de dois tipos: cortical(superficial) e justaglomerular

CORPÚSCULO RENAL: é formado por capilares glomerulares e pela cápsula de Bowman


- glomérulo
- a formação de urina se inicia com a passagem do ultrafiltrado plasmático dos capilares glomerulares para
o espaço de bowman(forças hidrostáticas e oncóticas reagem a tal movimento)
Aparelho justaglomerular: é composto por mácula densa, por células mesangiais extraglomerulares e por
células granulares da arteríola aferente(produtoras de renina e angiotensina II). Importante no mecanismo
de feedback túbuloglomerular, envolvido na autorregulação do fluxo sanguíneo renal(FSR) e no ritmo de
filtração glomerular(RFG)
-> depuração renal: intensidade de remoção de determinada substância da corrente sanguínea.
-> artéria renal(aferente) é a única forma de entrada no rim, a veia renal e o ureter são as únicas vias de
saída do rim.
-> a quantidade de substância que entra nos rins é igual a que sai deles pela urina mais o que volta pela
circulação venosa
- Ritmo de filtração glomerular: o ritmo de filtração glomerular é igual a soma das intensidades de
filtração de todos os néfrons funcionantes(função renal).
- primeira etapa da formação da urina pelos rins
-> creatinina: utilizada para medida da função renal, pois é livremente filtrada, não é reabsorvida e nem
secretada e tão pouco metabolizada pelos rins. Assim, a quantidade de creatinina excreta é igual a
quantidade que foi filtrada pelo glomérulo a cada minuto.

FILTRAÇÃO GLOMERULAR:
- primeira etapa de formação da urina pelos rins
- filtração impulsionada por forças de Starling
- as forças de Starling impulsionam o líquido do capilar para o espaço de bowman
- o ultrafiltrado plasmático é desprovido de elementos celulares e, praticamente livre de proteínas. A
concentração de sais e moléculas orgânicas é semelhante no plasma e no ultrafiltrado
- a formação da urina envolve 3 processos: ultrafiltração, reabsorção e secreção

FlUXO SANGUÍNEO RENAL:


- determina indiretamente o RFG, modifica a intensidade de reabsorção de solutos e água pelo túbulo
proximal, participação da concentração/diluição da urina, fornece nutrientes e remove os metabólitos,
transporta substratos que serão excretados pela urina.
- o fluxo sanguíneo é determinado pela diferença de pressão sanguínea(entrada-saída) dividida pela
resistência vascular do órgão
- os rins regulam seu fluxo sanguíneo ajustando a resistência vascular em resposta as variações de pressão

TÚBULO PROXIMAL:
- primeiro segmento dos túbulos renais, originando logo após o corpúsculo renal
- formado por um epitélio cúbico simples com inúmeras mitocôndrias, numerosos microvilos na superfície
das suas células formando uma orla em escova
- a presença de microvilos em redor da escova, prolongamentos laterais e muitas mitocôndrias, são
características típicas de células transportadoras de íons
- o túbulo proximal é dividido em 2 partes: a porção inicial é uma estrutura tubular retorcida e por isso
denominada de de parte convoluta. A segunda parte tem a estrutura tubular mais retificada, portanto,
denominada parte reta
- reabsorve aproximadamente 70% da água, Na, K, Cl e outros solutos filtrados nos glomérulos
- também é responsável por reabsorver quase toda a glicose
- o elemento chave da reabsorção no túbulo proximal é a sódio-potássio- ATPase
- o sódio é reabsorvido de maneira diferente na primeira e na segunda metades do túbulo proximal
- na primeira metade é reabsorvido em sua maior parte com o bicarbonato e outros solutos
- na segunda metade, o sódio é reabsorvido em maior parte com o Cl- -> via paracelular

REABSORÇÃO TUBULAR:
A reabsorção tubular permite que os rins retenham substâncias que são essenciais e regulam seus
níveis no plasma, alterando o grau em que eles são reabsorvidos. A reabsorção de Na+, Cl–, outros
ânions e ânions e cátions orgânicos, juntos com a água, constituem a maior função do néfron.
Os segmentos distais do néfron (sistema do túbulo distal e ducto coletor) têm capacidade
reabsortiva mais limitada. Entretanto, os ajustes finais na composição e no volume da urina, bem
como a maioria da regulação pelos hormônios e outros fatores, ocorrem nos segmentos distais.

Secreção de substâncias para o fluido tubular é o meio para a excreção de vários produtos do metabolismo
e também serve para eliminar ânions e cátions orgânicos exógenos (p. ex., fármacos) e poluentes do corpo.
Muitos ânions e cátions orgânicos se ligam às proteínas plasmáticas e, portanto, não fi cam disponíveis
para a ultrafi ltração. Assim, a secreção é sua via principal para excreção na urina.

ALÇA DE HENLE:
- possui três ramos: fino descendente, fino ascendente e grosso ascendente
- reabsorve cerca de 25% do NaCl e 15% do H2O filtrados
- o NaCl é reabsorvido tanto no segmento ascendente fino quanto no ascendente espesso
- o ramo descendente fino não reabsorve cloreto de sódio
- a água é reabsorvida exclusivamente no ramo descendente fino
- os demais segmentos da alça de henle são impermeáveis a água
- os néfrons corticais têm alças relativamente curtas e podem ficar inteiramente dentro do córtex;
possuem ou não segmentos finos e, em alguns, a porção fina limita-se apenas ao ramo descendente
- os néfrons justamedulares têm alças finas relativamente longas, podendo atingir a extremidade da papila
- no ramo espesso ascendente distinguem-se dois segmentos, o medular e o cortical
- a configuração em forma de alça deste segmento tubular e dos vasos retos que o envolvem possibilita a
progressiva concentração do fluido tubular, sangue capilar e interstício em direção à papila, fator de capital
importância para a concentração do fluido tubular nos duetos coletores

Ramo descendente fino:


• altamente permeável à água, que é reabsorvida passivamente a favor do gradiente osmótico existente
entre o fluido tubular e o interstício hipertônico que o envolve;
• em virtude de estar envolto por um interstício hipertônico, e de sua permeabilidade a sais e uréia ser
elevada, a concentração do fluido intraluminal aumenta em direção à papila, tanto por saída de água como
por entrada passiva de solutos.

Ramo ascendente fino e grosso:


• baixa permeabilidade à água;
• elevada reabsorção de sais, gerada pela alta atividade da Na+/K+-ATPase, localizada na membrana
peritubular;
• as duas características anteriores constituem o efeito unitário, responsável pela concentração do
interstício medular;
• o fluido no interior desses ramos se dilui à medida que sobe para a região cortical, donde lhes vem o
nome de segmentos diluidores;
• elevada reabsorção de magnésio (cerca de 70% da carga filtrada)
• o elemento chave para a reabsorção de soluto no ramo ascendente espesso é a sódio-potássio ATPase

TÚBULO DISTAL e DUCTO COLETOR:


- esses dois segmentos são responsáveis por cerca de 8% do total de NaCl filtrado, de 8-17% de água, além
de secretar quantidades variáveis de K e H.
TÚBULO CONVOLUTO DISTAL:
- reabsorve NaCI, bicarbonato e cálcio; secreta hidrogênio e amônia e tanto reabsorve como secreta
potássio
- reabsorção de sódio e a secreção de potássio e hidrogênio são estimuladas pela aldosterona, sendo que
esse segmento apresenta cerca de 10 vezes mais receptores para esse hormônio que o túbulo proximal
- porção inicial do túbulo distal convoluto é relativamente impermeável à água
- porção final responde ao hormônio antidiurético; a permeabilidade de seu epitélio à uréia é baixa, e a
reabsorção de água que ocorre na vigência do hormônio antidiurético, apesar de pequena, faz com que se
eleve a concentração intratubular desse soluto nessa porção tubular
- a condutância iônica do túbulo distal convoluto é baixa, desfavorecendo o transporte passivo de Íons
- classificado como: segmento de baixa capacidade de transporte e de alto gradiente de
concentração
DUCTO COLETOR:
- dois tipos de células: células principais e células intercaladas
- células principais: responsáveis pela reabsorção de sódio e secreção de potássio
- células intercaladas: secretam H e HCO3 e desta forma, são importantes para o balanço ácido-básico;
além disso, reabsorvem K pela H, K-ATPase (membrana apical)
- o hormônio antidiurético(ADH) age no dueto coletor, aumentando a reabsorção de água, permitindo pois
que o fluido tubular entre em equilíbrio com o interstício hipertônico
- na ausência de hormônio antidiurético, não ocorre reabsorção de água no coletor e o fluido intratubular
pode tornar-se hipotônico por reabsorção de soluto
- de um modo geral, podemos dizer que o ducto coletor reabsorve sódio e cloreto e secreta amónia,
podendo tanto secretar como reabsorver potássio, hidrogênio e bicarbonato
- a reabsorção de sódio e a secreção de potássio e hidrogênio são estimuladas pela aldosterona
- dueto coletor cortical e o medular externo são impermeáveis à uréia

REGULAÇÃO DO VOLUME E TONICIDADE DO LEC


SISTEMA ENDÓCRINO Vitória G Formaggine
MARGARIDA.

Sistemas integradores:

Funções:
O sistema endócrino tem a função de garantir o fluxo de informações entre diferentes células, permitindo
a integração funcional de todo o organismo.
- Homeostase (substratos energéticos, Ca+2 e PO)
- Crescimento e desenvolvimento
- Reprodução

No sistema endócrino, o fluxo de informações ocorre a partir dos efeitos biológicos determinados por
moléculas, que são chamadas de hormônios. Neste fluxo de informação intercelular, que define uma ação
endócrina, participam a célula secretora e a célula alvo:
1) a célula secretora é a responsável pela síntese e secreção do hormônio que vai levar a informação;
2) a célula alvo é aquela que vai reconhecer o hormônio e modificar alguma função celular em resposta a
esse hormônio.

Hormônio: substância química não-nutriente capaz de conduzir determinada informação entre uma ou
mais células.

Glândulas endócrinas:
CLASSIFICAÇÃO DOS HORMÔNIOS
De natureza química:

TRANSPORTE PLASMÁTICO DOS HORMÔNIOS

SISTEMAS HORMONAIS
Sistemas hormonais clássicos:
São três os clássicos sistemas (ou ações) hormonais:
1) sistema endócrino (o hormônio age em uma célula alvo distante, na qual ele chega através do sangue);
2) sistema parácrino (o hormônio difunde-se no interstício agindo em células vizinhas da célula secretora);
3) sistema autócrino (o hormônio, uma vez secretado, volta a agir na própria célula secretora).
Sistemas hormonais não-clássicos:
Esses sistemas são operados por hormônios freqüentemente sintetizados em múltiplos sítios e que podem
agir localmente. São características desses sistemas: grande repertório de ações, intercruzamento de suas
ações e, ocasionalmente, ações contrárias. Esses hormônios são em geral fatores de crescimento, sendo
que alguns têm ações opostas. Entre os sistemas hormonais não-clássicos, em mamíferos, destacam-se
três:
1) criptócrino - a secreção e ação do hormônio ocorrem em um sistema fechado, que envolve diferentes
células, intimamente relacionadas. Como exemplo, há as interações da célula de Sertoli e as espermátides,
em que a membrana basal do túbulo seminífero impede que os hormônios se difundam para o interstício
testicular.
2) justácrino - o hormônio sintetizado passa a integrar a membrana plasmática (com parte da proteína
localizada no meio extracelular) e, embora possa ser clivado gerando um peptídeo solúvel que se distancia
da célula secretora, em geral permanece aderido à membrana plasmática da célula secretora, mantendo
sua capacidade de ação restrita às células vizinhas, cujo alcance depende do tamanho de sua haste de
sustentação. Agem desta maneira fatores de crescimento como EGF, TGF-a, TNF-a, entre outros.
3) intrácrino - a síntese do hormônio e a ligação ao seu receptor específico ocorrem dentro da mesma
célula. O principal exemplo é o receptor Ah (hidrocarbonos aromáticos). Entretanto, uma variante deste
tipo de sistema inclui a geração de metabólitos ativos dentro da célula alvo, como a
síntese do T3 (a partir do precursor T4) dentro da célula alvo, onde vai agir sem ao menos sair da célula.
Um outro exemplo é a síntese de estrógeno a partir da testosterona na célula alvo. A ação intrácrina
diferencia-se da autócrina pelo fato de que o hormônio não sai da célula secretora, sendo, portanto,
restrito a hormônios que tenham receptores intracelulares, conforme será descrito adiante.

CLASSIFICAÇÃO DOS HORMÔNIOS QUANTO A SUA NATUREZA QUÍMICA


Alguns princípios físico-químicos são fundamentais para se compreender a classificação dos hormônios
quanto à sua natureza química. Assim, embora estruturalmente os hormônios possam ser bastante
diversos, didaticamente é conveniente classificá-los em dois grandes grupos: os hidrossolúveis e os
lipossolúveis.
Hidrossolúveis: são conhecidos como grupo dos hormônios protéicos, por incluírem todos os hormônios
que são proteínas. Devido ao caráter hidrossolúvel da molécula, a membrana plasmática é impermeável
aos hormônios hidrossolúveis. Portanto, todos os hormônios hidrossolúveis utilizam-se do mesmo
mecanismo de secreção, que envolve o empacotamento das moléculas em vesículas (chamadas
vesículas ou grânulos secretórios). Devido à sua característica polar, os hormônios hidrossolúveis
solubilizam-se facilmente tanto no interstício como no sangue, de forma que podem circular livres (como
moléculas isoladas, solúveis no meio aquoso).
Em relação ao mecanismo de ação desses hormônios, é importante que se destaque que, em conseqüência
do caráter hidrossolúvel da molécula, ela não poderá entrar na célula alvo, pois não pode atravessar a
membrana celular lipoprotéica. Portanto, é característico dos hormônios hidrossolúveis possuírem
receptor localizado na membrana plasmática da célula alvo, com o sítio de reconhecimento (ou ligação) ao
hormônio exposto ao meio extracelular.

Lipossolúveis: a característica básica dos hormônios lipossolúveis é possuírem uma molécula precursora
lipídica, cujo caráter lipofílico está preservado na forma ativa do hormônio.
Os lipossolúveis não são armazenados em grânulos, sendo secretados por difusão na membrana
plasmática, à medida que vão sendo sintetizados. O mecanismo de ação dos hormônios lipossolúveis será
desencadeado a partir da sua ligação a receptores intracelulares.
SISTEMA DE RETROALIMENTAÇÃO
A produção hormonal baseia-se no equilíbrio entre estímulo e inibição da síntese e secreção do hormônio.
Este padrão de equilíbrio tem uma importante base funcional: o mecanismo de feedback (ou
retroalimentação), negativo na grande maioria dos sistemas hormonais.
Normalmente, uma vez que a concentração do hormônio aumente, são ativados mecanismos inibidores da
sua produção (síntese e secreção); e, uma vez que a concentração do hormônio diminua, são ativados
mecanismos estimuladores da sua produção. Dessa maneira, ao longo do tempo, a concentração do
hormônio se mantém oscilando em torno de um valor constante, o que chamamos de manutenção do
equilíbrio de secreção.

Entretanto, para alguns hormônios a manutenção do equilíbrio de secreção hormonal pode variar,
determinando o que chamamos de ritmo de secreção. Este pode variar tanto ao longo de um dia (a
secreção de cortisol é maior pela manhã, diminuindo à noite; a isto chamamos de ritmo circadiano de
secreção), como pode variar ao longo de vários dias (a secreção de gonadotrofinas hipofisárias na mulher
eleva-se durante cerca de 24 horas a cada 28 dias; a isto chamamos de ritmo infradiano de secreção). Além
disso, mesmo a chamada secreção constante de hormônio, em geral, é obtida a partir de pulsos
secretórios, de intervalos curtos (20 a 30 minutos), e que proporcionam ao longo do tempo (dia ou meses)
uma concentração média constante de hormônio.

Os mecanismos de retroalimentação podem ser regulados tanto por hormônios como por substratos
metabólicos, podendo envolver vários níveis de regulação.
Algumas funções endócrinas estão sob um controle que chamamos eixo hipotálamo/hipófise/glândula
periférica (incluem-se aqui as gônadas, a tireóide e o córtex adrenal).
Além disso, a produção hormonal no hipotálamo é freqüentemente modulada por sinais oriundos do
sistema nervoso central (SNC).
Por outro lado, mecanismos de retroalimentação podem implicar apenas a secreção de um hormônio e um
substrato metabólico diretamente envolvido na sua ação.

HIPOTÁLAMO
O hipotálamo é uma estrutura do sistema nervoso central que está envolvida em uma série de processos
fisiológicos e apresenta também grupamentos neuronais que se relacionam ao controle da função
endócrina, os quais, em conjunto, constituem o chamado hipotálamo endócrino, que representa,
funcionalmente, uma interface entre os sistemas nervoso e endócrino.

O hipotálamo e a hipófise formam uma unidade que exerce controle sobre a função de várias glândulas
endócrinas(tireóide, adrenais e gônadas), e sobre uma série de funções orgânicas. O controle que o
sistema nervoso exerce sobre o sistema endócrino e a modulação que este efetua sobre a atividade do
sistema nervoso central constituem os principais mecanismos reguladores de basicamente todos os
processos fisiológicos.

A eminência mediana hipotalâmica é a estrutura que representa a interface entre o sistema nervoso
e a adeno-hipófise, sendo o ponto de convergência de informações que partem do SNC em direção ao
sistema endócrino.

No hipotálamo, além dos elementos neurais característicos, encontramos neurônios especializados em


secretar hormônios peptídicos. Os produtos de secreção dos neurônios peptidérgicos são peptídeos
liberadores ou inibidores dos vários hormônios da hipófise anterior, e os peptídeos neuro-hipofisários
vasopressina (AVP) ou hormônio antidiurético (ADH) e ocitocina, que são sintetizados por neurônios
hipotalâmicos e armazenados em terminações axonais presentes no interior da hipófise posterior.

SISTEMA PORTA-HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO
O sistema vascular porta-hipotálamo-hipofísário (ou sistema porta-hipofisário) é responsável pelo
transporte de hormônios do hipotálamo para a adeno-hipófise. Duas redes capilares estão interligadas:
vasos portais longos e vasos portais curtos.
→ Por meio dessa via, altas concentrações dos hormônios neurohipofisários (o ADH e a ocitocina)
alcançam a adeno-hipófise, podendo influenciar a secreção local dos hormônios.
HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS:
No hipotálamo podemos distinguir basicamente duas classes de neurônios:
1) os que secretam seus hormônios na circulação porta-hipofisária: são responsáveis pela regulação da
síntese e liberação dos hormônios da adeno-hipófise.
2) os que secretam hormônios diretamente na circulação geral, mais especificamente nos capilares
sinusóides da neuro-hipófise.

TRH(hormônio liberador de TSH), que estimula a síntese e a liberação de hormônio tireotrófico (TSH) e
prolactina (Pr)).
GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), que estimula a síntese e a liberação dos hormônios
gonadotróficos folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH);
Somatostatina ou GHRIH, que inibe a síntese e liberação tanto de hormônio de crescimento (GH) quanto
de TSH.
CRH (hormônio liberador de ACTH), que estimula a síntese e liberação de corticotrofina (ACTH);
GHRH(hormônio liberador de GH), que estimula a síntese e liberação de GH(hormônio do crescimento ou
somatotropina).
Dopamina, também conhecido como hormônio inibidor da liberação de prolactina (Prl), importante
neurotransmissor, aqui chamado de hormônio por ser liberado na circulação porta-hipofisária.

HIPÓFISE

A glândula pituitária (também chamada de hipófise) é uma estrutura endócrina pequena porém complexa,
situada na base do prosencéfalo. Em humanos, pode ser dividida em: adeno-hipófise, componente
epitelial, e uma estrutura neural chamada de neuro-hipófise.
A adeno-hipófise é composta de cinco tipos de células que secretam seis hormônios e a neuro-hipófise
libera vários neuro-hormônios.
Todas as funções endócrinas da glândula pituitária são reguladas pelo hipotálamo e por alças de
retroalimentação positiva e negativa.

ADENO-HIPÓFISE
É constituída de tipos celulares fenotipicamente distintos que, durante o desenvolvimento, surgem na
seguinte ordem temporal: corticotrofos, tireotrofos, gonadotrofos, somatotrofos e lactotrofos. Essas
células são responsáveis pela síntese e secreção, respectivamente, de: hormónio adrenocorticotrófico
(ACTH), hormónio tireotrófico (TSH), gonadotrofinas (hormônio luteinizante ou LH e hormónio
folículo-estimulante ou FSH), hormônio do crescimento (GH) e prolactina (Prl).
Algumas células hipofisárias, reconhecidas como somatomamotrofos, têm a capacidade de secretar tanto
OH quanto Prl.

HORMÔNIOS ADENO-HIPOFISÁRIOS:
Os hormônios adeno-hipofisários são classificados em:
Glicoprotéicos (TSH, LH e FSH):
- TSH(hormônio tireotrófico): A função primária do TSH consiste em induzir alterações morfológicas e
funcionais nas células foliculares tireoidianas, que se caracterizam por: hipertrofia e hiperplasia das
mesmas, estímulo da síntese de tireoglobulina e estímulo da síntese de proteínas-chave envolvidas na
síntese e secreção dos hormônios tireoidianos - tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).
- Gonadotrofinas(LH e FSH): hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) ou
hormônio estimulante das células intersticiais(ICSU), são glicoproteínas produzidas nos gonadotrofos.
Esses hormônios agem fundamentalmente sobre as gônadas, estimulando o seu crescimento e
diferenciação, tornando-as aptas para sua função reprodutiva e endócrina.

Protéicos (os hormônios somatomamotróficos):


- GH(hormônio do crescimento): as ações do GH sobre o crescimento do esqueleto se devem à
proliferação celular e ao estímulo da síntese de colágeno, principal componente da matriz orgânica, na
placa epifisária.
- PrI(Prolactina): é sintetizada nos lactotrofos, e tem como principal função estimular a produção de leite
pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas.

Peptídicos (os peptídeos relacionados à POMC -ACTH e as melanocortinas (MSH, lipotrofina e opiáceos
endógenos):
- ACTH(corticotrofina): produzido pelas células corticotróficas da adeno-hipófise como um dos derivados
do propiomelanocortina (POMC). O ACTH atua principalmente sobre o córtex suprarrenal que estimula seu
crescimento e a síntese de secreção de corticosteroides.
- β Lipotrofina: esse peptídeo apresenta pequena atividade corticotrófica e melanotrófica.A beta LPH tem
sido apenas considerada como o precursor do β MSH, da met-encefalina e da β-endorfina.
- MSH: o hormônio melanotrófico, estimula a pigmentação da pele (aceleram a síntese natural de
melanina) e a síntese de hormônios esteróides pelas glândulas adrenal e gonadal.
- Opiáceos endógenos: os opiáceos são substâncias derivadas do ópio e, portanto, estão incluídos na classe
dos opioides - grupo de fármacos que atuam nos receptores opioides neuronais, que são importantes na
regulação normal da sensação da dor. A sua modulação é feita pelos opioides endógenos (fisiológicos),
como as endorfinas e as encefalinas, que são neurotransmissores.

NEURO-HIPÓFISE
É uma estrutura neurovascular e corresponde ao local de liberação de neuro-hormônios, adjacente a um
rico leito de capilares fenestrados. Os hormônios peptídicos liberados são o hormônio antidiurético (ADH,
ou arginina vasopressina) e a oxitocina.
A neuro-hipófise pode ser dividida em três porções: 1) lobo neural, pars nervosa ou lobo posterior; 2) haste
hipofisária ou infundibular e 3) eminência mediana do tuber cinéreo (ou infundíbulo).

HORMÔNIOS NEURO-HIPOFISÁRIOS:
O ADH e a ocitocina apresentam alta homologia estrutural, o que explica algumas ações fisiológicas em
comum.
A secreção desses hormônios envolve a fusão da membrana granular com a neuronal, processo conhecido
como exocitose, o qual é dependente do influxo de íons cálcio. No interior dos grânulos de secreção, o
ADH e a ocitocina encontram-se associados às neurofisinas, às quais se atribuiu, inicialmente, o papel de
proteínas carreadoras destes hormônios.
Desse processamento enzimático resulta a liberação do ADH, bem como de ocitocina de suas moléculas
precursoras.

- Hormônio antidiurético(ADH): Esse neuropeptídeo age nos túbulos renais estimulando o processo de
reabsorção de água do filtrado glomerular, diminuindo, dessa forma, as perdas de água do organismo.
Os efeitos biológicos do ADH podem ser divididos em: ações renais, que levam à reabsorção de água do
filtrado glomerular e ações na musculatura lisa dos vasos. O transporte de cloreto de sódio na porção
espessa ascendente da alça de Henle também é ativado pelo ADH, através de mecanismos.

- Ocitocina: As ações fisiológicas da ocitocina são exercidas principalmente sobre a musculatura lisa uterina
e da que reveste os alvéolos da mama. Através desses mecanismos a ocitocina participa, respectivamente,
do mecanismo do parto e da ejeção de leite durante a lactação. Também deve-se ressaltar que a ocitocina
exerce ações fisiológicas diversas das classicamente descritas.
EIXOS ENDÓCRINOS
TIREÓIDE

A glândula tireóide sintetiza os hormônios tireoidianos (HT) tiroxina (T4) e 3,5,3' -L-triiodotironina (T 3),
únicos compostos biologicamente ativos que contêm molécula de iodo em sua estrutura.
A função da glândula tireóide está sob o controle hipotalâmico/hipofisário-tireóide, no modelo clássico de
feedback negativo. Além da regulação neuroendócrina, os efeitos fisiológicos dos hormônios tireoidianos
são regulados por complexo mecanismo extratireoidiano, resultante do metabolismo periférico dos
hormônios exercido pela ação enzimática das selenioproteínas desiodases e da disponibilidade de iodo no
organismo.

HT: exerce papel importante no desenvolvimento, crescimento e metabolismo. O HT atua na função


normal de quase todos os tecidos, sendo essencial no consumo do oxigênio e no metabolismo celular. O
mecanismo molecular do HT ocorre pela ligação de T3 aos receptores nucleares de HT, cuja interação
modifica a expressão gênica de diferentes genes positiva- ou negativamente nas células alvos, ou ainda
pela atuação direta de T3 e T4 em vias de sinalização intracelular.
O iodo é um elemento essencial para a síntese de HT.

A ingestão de iodo é indispensável para a síntese dos hormônios tireoidianos T3 e T4,


compostos biologicamente ativos que possuem iodo em sua molécula.
REGULAÇÃO DA FUNÇÃO TIREÓIDE
A tireóide é regulada por mecanismos extratireoidianos, exercidos pelo TSH hipofisário, e por mecanismo
intratireoidiano, denominado efeito auto-regulatório, que controlam a síntese, a secreção do HT e a
proliferação da célula folicular tireoidiana.
O TSH hipofisário é O principal modulador da função tireoidiana. Os efeitos do TSH incluem a estimulação
nos processos de síntese e secreção do HT e também no crescimento e proliferação celular.
Adicionalmente, promove o efluxo do iodo, a iodação da TG e a secreção de HT, estimulando a formação
de pseudópodes.

GLÂNDULA ADRENAL

As glândulas adrenais estão localizadas acima dos rins, assim sua denominação, também, de glândulas
supra-renais.
O córtex adrenal deriva de células mesenquimais ligadas à cavidade celômica.
Córtex: zona glomerulosa(mais externa) e fasciculada (intermediária), enquanto a zona reticular (mais
interna).
As três zonas do córtex adrenal secretam diferentes hormônios esteroidais e estão sob diferente regulação.
A zona glomerulosa da glândula adrenal é a camada mais externa e constitui cerca de
15% do córtex, sendo responsável pela síntese de mineralocorticóides.
A fasciculada é a intermediária, abrange aproximadamente 75% do córtex e produz os glicocorticóides.
A reticular é a camada mais interna, representando 10% do córtex, responsável pela síntese de esteróides
C19, chamados andrógenos adrenais.
ESTEROIDOGÊNESE
O precursor para todos os hormônios adrenocorticais é o colesterol, que pode ser sintetizado a partir da
acetil-coenzima A; mas a maior fonte do colesterol para a esteroidogênese é o colesterol transportado no
plasma pelas lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Estas lipoproteínas são captadas pelas células
adrenocorticais por meio de receptores específicos de LDL presentes na membrana celular. Após sua
entrada na célula, o colesterol é esterificado e estocado em vacúolos citoplasmáticos.
O ACTH regula a hidrólise dos ésteres de colesterol pela ativação da colesterol esterase e inibindo a
colesterol aciltransferase.

GH - HORMÔNIO DO CRESCIMENTO
SOMATOTROFINA

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