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os efeitos sociais do
encarceramento1
Rafael Godoi
Rafael Godoi é mestre e doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, e especialista em Pesquisa Etnográfica, Teoria Antropológica e
rafael.godoi@usp.br
Resumo
O artigo discute os efeitos sociais mais amplos do encarceramento, principalmente para as famílias e comunidades
de origem dos presos. Diferentes perspectivas teóricas sobre a prisão e seus efeitos são exploradas em seus
fundamentos, potencialidades e limites, com o objetivo de contribuir na construção de uma abordagem crítica sobre
o tema na atualidade.
Palavras-Chave
Prisão. Efeitos sociais. Perspectivas teóricas. Prisionização.
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O presente artigo objetiva pautar o pro-
blema dos efeitos sociais mais amplos
do encarceramento, que vem ganhando centra-
Depois de problematizar alguns dos limites des-
sas formulações, serão exploradas outras matri-
zes analíticas que possam contribuir para a for-
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de idade, cresceu numa cidade satélite de Nesses ambientes familiares tão diversos é
Barcelona, tendo o pai dentro de uma prisão possível perceber a prisão agindo fora dela, pro-
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muito distante. Ela comemorou aniversários, duzindo vínculos, práticas e significados. Estu-
brincou e fez amizades dentro de uma uni- dando as trajetórias de vida e as estratégias de
dade prisional desde sempre. Por mais que o sobrevivência de familiares, amigos e vizinhos
pai estivesse preso e distante, a relação fami- de pessoas presas, parece ser possível interpelar
liar era forte e, na medida do possível, sau- o problema do extravasamento da prisão e dos
dável; ele sabia de tudo que se passava com efeitos sociais mais amplos do encarceramento.
ela, trocavam cartas e lembranças, viam-se E para dar conta de melhor compreender essas
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dades de indivíduos, famílias e comunidades como os de Nina e Aisa levam a crer que a
desestruturados pelo encarceramento. Com prisão impõe efeitos que podem ser doloro-
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uma abordagem menos programática, Mauer sos, desagradáveis, mas que não são absolu-
e Chesney-Lind (2002) organizaram um livro tamente destruidores, podendo ser também
no qual, entre tantas questões sobre os efeitos reestruturantes, produtivos, e num sentido
colaterais do recente incremento do encarce- muito preciso. O vínculo entre Nina e Katia
ramento, aparecem trabalhos que repõem a foi produzido na prisão sem que nenhuma
questão da desestruturação que o cárcere pro- delas cruzasse os limites da lei, o cotidiano
move na organização familiar e comunitária. delas de manufatura de “jumbo” e visita se-
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nem de fatores contextuais gerais, mas está cal- dades fundamentais não podem ser satisfeitas
cada numa importante gama de estudos sociais no devido ambiente; e desejo de conseguir
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sobre a prisão, que, no decorrer do século XX, um bom trabalho no interior do presídio.
consolidaram um determinado olhar sobre os Na medida em que se verificam esses fato-
efeitos do encarceramento. res gerais nas atitudes de um preso, é possível
identificá-lo como um membro assimilado à
“comunidade prisional”, como alguém que
Um olhar sobre os efeitos do encarce- foi socializado na cultura da prisão. Clemmer
ramento sustenta ainda que existam graus de prisioni-
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Goffman, por sua vez, formulou contri- vida na instituição, de forma que se possa con-
buições basilares para o entendimento dos servar um mínimo de domínio sobre o meio.
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efeitos socializadores de “instituições totais”, Sistemas informais de comunicação, estratégias
como a prisão, o manicômio, o convento. para obtenção de satisfações proibidas, ou mo-
Assumindo o risco de negligenciar muito bilização de meios proibidos para a obtenção
da complexidade e fecundidade dos estudos de satisfações permitidas são alguns elementos
desse autor, para os fins que se propõe nes- que caracterizam esse sistema de ajustes.
se trabalho, é possível destacar um elemento
específico – mas não menos importante – de Diferentemente de Clemmer, que diferen-
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cificidades desse tipo de trabalho sobre seres efeitos da prisão, que privilegia seus efeitos de-
humanos. Zimbardo et. al. (1973), a partir gradantes e destrutivos. Nesse plano, a prisão
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tantos diagnósticos negativos e denúncias? determinada época possa ser analisada com
Como um número cada vez maior de famí- referência às relações positivas que mantém
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lias e cada vez mais amplas comunidades não com as estruturas sociais e econômicas nas
só sobrevivem a essa destruição toda, mas quais se insere. Ou seja, em vez de indagar
convivem com ela? sobre o que a prisão busca reprimir – sobre
sua relação negativa com o delito –, deve-se
questionar sobre o que a prisão busca ope-
A hipótese produtiva7 rar – sua relação positiva com o sistema pro-
Para responder a essas questões, é possível dutivo. A forma específica da punição num
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tores formulam a hipótese da prisão dissuasi- tíveis a uma função unívoca e totalizante.
va e identificam o princípio de less eligibility Enquanto Rusche e Kirchheimer privilegiam
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– período de preeminência do poder sobera- de programas para sua reforma são processos
no –, existia uma ampla tolerância entre os sincrônicos e articulados.
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ilegalismos das elites e das classes populares.
Os delitos que acionavam os mecanismos A formulação das mesmas críticas8 e dos
punitivos do suplício eram aqueles que aten- mesmos princípios reformadores9 é peça que
tavam direta ou simbolicamente contra o compõe e fundamenta a implantação e ex-
corpo do rei, contra o poder soberano. Mas, tensão da pena de prisão, porque a eficácia
com o avanço da industrialização, a conse- da prisão não seria exatamente a de reprimir
quente proliferação das mercadorias em cir- ou prevenir os ilegalismos populares, mas sim
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Para os objetivos desse trabalho, seria in- Reconfigurações
teressante ressaltar que essas constribuições Uma primeira demarcação de distância
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reservam um lugar de destaque para os efei- entre o que Foucault analisou e o momento
tos mais amplos do encareramento. Tanto presente é que já não se entende que a prisão
Rusche e Kirchheimer quanto Foucault con- continuamente fracassa em seus objetivos de-
cebem um jogo de relações mais complexo clarados. Novos objetivos se estabeleceram, de
entre o que acontece dentro e fora da prisão – modo que se faz possível afirmar o anterior-
um jogo que não se reduz à repetição no meio mente impensável: a prisão funciona! Foi so-
externo do que se sabe acontecer do lado de bre essa significativa guinada no pensar e no
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dentro. Portanto, esse autores realizam, cada exercer o poder de punir que Garland (2001,
um a seu modo, uma problematização so- 2005) focou boa parte de seu trabalho nos úl-
bre a prisão que abarca, desde o princípio, o timos anos. De acordo com o autor, até mea-
questionamento dos efeitos externos e que os dos da década de 1970, os sistemas punitivos
mobilizam inclusive para mais bem qualificar ocidentais funcionavam sob uma configuração
o que se passa dentro da prisão. Para Rusche que ele chama de “penal-walfare”, na qual o
e Kichheimer, não é possível compreender as objetivo declarado era o de reabilitar o de-
condições de funcionamento de uma insti- linquente para o convívio social. A partir de
tuição penal sem conhecer as transformações então, a impossibilidade de se atingir esse pro-
no mercado de trabalho e as condições de pósito deixa de impor sofisticações ao progra-
vida das camadas mais pobres de uma popu- ma punitivo-reformador; o próprio objetivo é
lação. Para Foucault, a gestão diferencial dos reformado, passando a ser concebido como a
ilegalismos em ambiente aberto é o que con- incapacitação, a anulação, a exclusão, a elimi-
fere sentido à produção de uma delinquência nação de indivíduos delinquentes em nome da
no meio interno. Trata-se, portanto, de con- segurança da sociedade. Mas, se o declínio do
tribuições que ajudam a pensar os sentidos ideal de reabilitação é a marca atual da pena de
estratégicos e produtivos da desestruturação prisão, segundo o autor, ele se insere num con-
que os outros autores denunciam. junto mais amplo de reconfigurações. E são
essas reconfigurações que recolocam na ordem
De todo modo, entre o momento em que do dia o problema de se repensarem as fun-
autores como Rusche e Kirchheimer e Foucault cionalidades estratégicas da prisão e os efeitos
publicaram seus trabalhos e a atualidade, um mais amplos do encarceramento.
importante conjunto de transformações teve
lugar na sociedade em geral e, particularmente, Para abordar essas reconfigurações, Garland
nas instituições penitenciárias. A prisão que se também reserva um lugar destacado ao que se
faz presente em círculos familiares e comunitá- passa no ambiente externo à prisão, situando-
rios, como os de Aisa e Nina, no começo do as no que chama de “campo do controle do de-
século XXI, é uma instituição profundamente lito e justiça penal”, uma ampla rede de agen-
alterada e que adquire um renovado lugar na tes, instituições, práticas e discursos que se es-
sociedade mais ampla. truturam ao redor do crime e de sua punição,
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extravasando em muito os limites dos sistemas cadas no real, no imediato, no evidente, sem
punitivos e até mesmo do próprio Estado. maiores problematizações. Esses agentes são
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No escopo desse trabalho, bastará apresentar proclamadores fundamentais de afirmações
esquematicamente algumas das principais re- como: A prisão funciona! Ela incapacita o
configurações nesse amplo campo para se fazer criminoso perigoso! Ela vinga a vítima ino-
uma ideia dos desafios teóricos e analíticos que cente! Ela protege a sociedade!
se apresentam na atualidade.
Ao mesmo tempo, os saberes técnicos são
Em primeiro lugar, Garland sugere que a mobilizados para dar sustentação às novas po-
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do “Estado” se diluem e seu monopólio sobre importância de que a pesquisa social se volte
o controle da violência é substituído por uma para os vínculos, práticas e significados so-
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economia mista de produção da segurança. ciais que são produzidos em função de uma
prisão que se pretende segregadora, anulado-
Nesse novo “mercado aberto” da segurança, ra, incapacitante. É possível que, conhecen-
forças policiais e empresas de segurança priva- do as trajetórias, estratégias de sobrevivência
da, instituições estatais e organizações da so- e redes de sociabilidade de pessoas afetadas –
ciedade civil compartilham uma mesma racio- direta e indiretamente – pela prisão, consiga-
nalidade empresarial de prestação de serviços, se desenvolver uma nova forma de descrever
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pesquisador interessado em compreender o – e, de outro, pela replicação no ambiente
renovado lugar das instituições prisionais na externo de um modelo analítico-descritivo
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sociedade atual. formulado para dar conta do que aconte-
ce no meio prisional interno. Diante disso,
Finalmente, também é pertinente ressaltar propôs-se desenvolver uma perspectiva de
que, mais do que resenhar uma bibliografia análise que incorpore, desde o princípio, as
de referência, esse trabalho encerra críticas e dinâmicas sociais externas à prisão, buscando
propostas. Nele, procurou-se apontar para as uma abordagem mais sistêmica, que conside-
insuficiências da “hipótese da desestrutura- re os conflitos de classe e as relações de poder,
1 O artigo adapta questões trabalhadas na dissertação de mestrado intitulada Ao redor e através da prisão: cartografias do dispositivo carcerário contemporâneo,
defendida em 2010, no Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Vera da Silva Telles.
4 Para uma reflexão sobre o sistema penitenciário catalão a partir da trajetória de vida de Aisa, ver Godoi (2008).
5 Experimento de simulação de uma prisão, com voluntários desempenhando os papéis de presos e vigilantes.
6 Os resultados do experimento estão disponíveis em: <http://www.prisonexp.org/>. Consulta feita em maio de 2010.
7 Mais do que designar uma necessária superioridade analítica diante da hipótese da desestruturação, o adjetivo “produtivo” quer enfatizar a heterogeneidade
de outro campo de problematização, que confere pertinência a outros elementos empíricos e teóricos.
8 A prisão não reduz a criminalidade, provoca a reincidência, fabrica delinquentes, permite sua organização coletiva, etc.
9 O objetivo da prisão é transformar os indivíduos; os presos devem ser separados segundo suas especificidades; a duração da pena deve variar segundo os
progressos do indivíduo; o preso deve trabalhar e se educar; os profissionais da prisão devem ser especializados; e o egresso da prisão deve ser assistido
para não reincidir.
10 Para uma discussão acerca dos recentes deslocamentos nas práticas policiais, ver: O´MALLEY, P; HUTCHINSON, S. (2007). Sobre o crescente envolvimento da
comunidade local nas políticas de segurança, ver: ROSE (1996).
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Resumen Abstract
Para uma reflexão sobre os efeitos sociais do encarceramento
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Para una reflexión sobre los efectos sociales del A reflection on the social effects of imprisonment
encarcelamiento This article discusses the broader social effects of
El artículo discute los efectos sociales más amplios del imprisonment, especially for the families of prisoners and
encarcelamiento, principalmente para las familias y their communities. Different theoretical perspectives on
comunidades de origen de los presos. Se exploran en sus imprisonment and its effects are explored, including their
fundamentos diferentes perspectivas teóricas sobre la prisión foundations, potentials and limits. The goal is to provide a
y sus efectos, potencialidades y límites, con el objetivo de contribution to the construction of a critical approach on this
contribuir a la construcción de un abordaje crítico sobre el topic for the present time.
tema en la actualidad.
Keywords: Prison. Social effects. Theoretical perspectives.
Prisonization.
Palabras clave: Prisión. Efectos sociales. Perspectivas
teóricas. Encarcelamiento.
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