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MICROMOBILIDADE
OS DESAFIOS DA SEGURANÇA VIÁRIA EM TEMPOS
DE NOVOS MODAIS NO TRÂNSITO
O
s números alarmantes de acidentes e mortes destino, até o meio de transporte mais próximo.
provocadas por colisões, atropelamentos, Um exemplo comum é caminhar 800 metros até
perda de controle do veículo etc., motivaram a estação de metrô, ou da estação de metrô até
a ONU a estabelecer uma Década de Ação pela seu local de trabalho ou casa – a micromobilidade
Segurança no Trânsito, com a meta de reduzir essas veio para preencher essa lacuna.
ocorrências no mundo todo – uma iniciativa que De acordo com um estudo do McKinsey Center
pede atualização constante dos esforços de combate for Future Mobility, cerca de 60% das viagens de
a essa tragédia mundial. E a atualização passa, carro em todo o mundo têm menos de
também, por criar novas abordagens de acordo com 8 km. Assim, a micromobilidade pode ter papel
as tecnologias que vão sendo agregadas às vias. fundamental na resposta a alguns dos desafios
Nos últimos anos, os serviços de micromobilidade em pelo menos duas vertentes: questões
compartilhada proliferaram rapidamente em cidades ambientais e otimização de tempo. Mas isso
de todo o mundo, transformando o panorama de precisa de regulação.
mobilidade principalmente nos grandes centros. O ritmo acelerado com que as novas tecnologias de
Bicicletas, e-bikes, patinetes, hoverboards, transporte estão sendo introduzidas e integradas
monociclos, patins, skates, entre outros, reforça a necessidade de criar estruturas
oferecem uma riqueza de benefícios potenciais regulatórias flexíveis, que possam ser aplicadas
para o ecossistema urbano. Porém, precisam ser aos novos modelos de mobilidade à medida que
cuidadosamente gerenciados para garantir que se desenvolvem. As cidades precisarão criar
essas facilidades sejam usufruídas da melhor forma processos adaptativos, porém consistentes, que
durante uma locomoção. as ajudem a integrar essas novas tecnologias
Mas afinal, o que significa a palavra no design urbano e contribuam para que seus
micromobilidade? resultados sejam positivos a longo prazo.
O termo é muito novo. A primeira menção foi em Diante dos inúmeros modais de micromobilidade
2017, durante o Tech Festival em Copenhagen. A existentes, o que temos visto em massa pelo
palavra descreve veículos de transporte que pesam Brasil são as bicicletas e patinetes – em sua
menos de 500 quilos e que funcionam com motores maioria no formato dockless, ou seja, sem
elétricos, apresentando-se como soluções para estações de travamento. Se você ainda não
trajetos de curta distância – geralmente, o primeiro cruzou com uma patinete ou uma bicicleta em sua
ou o último quilômetro de uma viagem nas grandes cidade, tenha certeza de que isso vai acontecer a
cidades. Ou seja, trechos pequenos da origem ao qualquer momento.
O texto contido neste arquivo PDF é a reprodução na íntegra da matéria de capa da Revista "CESVI BRASIL" (Edição 115).
CESVI é o Centro de Experimentação e Segurança Viária. Este arquivo tem como objetivo fins didáticos para a disciplina de
Engenharia de Tráfego Urbano da Universidade de Mogi das Cruzes
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O QUE É UM PONTO CEGO
As zonas em que elementos na parte exterior do nas manobras de marcha à ré, quando há risco de
veículo (no caso desse estudo, uma patinete ou graves acidentes com patinetes e bicicletas que estejam
bicicleta) são ocultados por uma obstrução ou passando por trás do veículo.
limitação da visibilidade são chamadas de pontos Aqui vale uma observação: já existem tecnologias que
cegos. Esta obstrução pode ser causada pelas auxiliam na redução dos pontos cegos, como sensores
colunas de sustentação do teto, sendo ampliada e câmera de ré. No entanto, nesse estudo, o CESVI
conforme aumenta a distância entre o veículo e o não levou esses sistemas em conta por se tratar de
objeto observado. No sentido vertical, os pontos cegos medições realizadas na pior situação, com veículos que
nascem da própria dimensão do veículo, principalmente não possuem essas novas tecnologias (a maioria ainda).
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8,76 m² 6,88 m²
11,88 m² 9,60 m²
7,92 m² 8,04 m²
8,96 m² 12,2 m²
12 m²* 13,5m²*
*área de ponto cego no retrovisor interno, mas há visibilidade pelo retrovisor externo LE.
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retrovisor interno. No caso da picape compacta, há
possibilidade de visualizar a bicicleta na traseira com
o espelho externo do lado esquerdo.
Nos testes com a van, além dos retrovisores laterais
possuírem a maior área de ponto cego em metro
quadrado desse estudo, a visibilidade na traseira
é quase nula: o motorista da van não consegue
enxergar uma bicicleta a até pelo menos 15 metros
de distância do automóvel.
A visibilidade frontal não foi afetada pela “coluna A”.
Em todos os casos estudados, houve a possibilidade
de enxergar patinetes e bicicletas.
8,76 m² 5,4 m²
9,04 m²
11,56 m² 3 m²
7,92 m² 8,04 m²
8,96 m² 12,2 m²
23,26 m²
12 m²*
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COMO O CONDUTOR DE AUTOMÓVEL DEVE SE PORTAR
Para os veículos de passeio, há áreas de ponto cego mas os elementos de micromobilidade podem
nas laterais do veículo, o que pode prejudicar a ser vistos pelo retrovisor externo. Vale lembrar a
visibilidade do condutor. Atente-se principalmente ao importância de utilizar todos os recursos visuais
realizar a troca de faixas. ao realizar manobras com o veículo, tanto os
Na região traseira, também há possibilidade de retrovisores internos quanto os externos.
pequenos pontos cegos. É importante atentar-se em Já nas vans, além de maiores áreas de pontos
manobras de ré. cegos nas laterais, a visibilidade na traseira é
Em todos os casos, o lado direito do condutor do quase nula. E isso implica maior atenção em
veículo tem maior dificuldade em visualizar patinetes manobras de ré.
e bicicletas. Portanto, as manobras do lado direito O CTB prevê que o condutor do veículo mantenha
precisam de uma atenção maior. uma distância lateral de 1,5 metro de uma
Para os veículos de carga, picape compacta, há bicicleta, ou será multado e terá quatro pontos
possibilidade de pontos cegos na traseira do veículo, em sua CNH.
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