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Plano Tecnológico, Agenda Digital na

Europa e em Portugal
MESG | Multimédia e Novos Serviços

Monografia 2

ELABORADO POR:
Cecília Santos (meg10013)
29/10/2010
Índice de Conteúdos

1 Sumário Executivo................................................................................................................4
2 Plano Tecnológico................................................................................................................4
2.1 Enquadramento............................................................................................................4
2.2 Medidas do Plano.........................................................................................................5
2.3 Desafios e Soluções......................................................................................................6
2.4 Avaliação......................................................................................................................8
3 Agenda Digital para a Europa (EDA)...................................................................................10
3.1 Enquadramento..........................................................................................................10
3.2 Caracterização Panorama actual................................................................................11
3.3 Domínios de acção da EDA.........................................................................................12
3.3.1 Um mercado único digital dinâmico...................................................................12
3.3.2 Interoperabilidade e normas..............................................................................14
3.3.3 Confiança e Segurança........................................................................................15
3.3.4 Acesso rápido e ultra-rápido à Internet..............................................................15
3.3.5 Investigação e inovação......................................................................................16
3.3.6 Melhorar a literacia digital, as qualificações nesse domínio e a inclusão na
sociedade digital.................................................................................................................17
3.3.7 Benefícios proporcionados pelas TIC à sociedade, na UE...................................18
3.3.8 Aspectos internacionais da Agenda Digital.........................................................19
3.4 Execução e Governação..............................................................................................19
4 Agenda Digital em Portugal................................................................................................20
4.1 Enquadramento..........................................................................................................20
4.2 Descrição....................................................................................................................20
4.2.1 Redes de Nova Geração......................................................................................20
4.2.2 Melhor Governação............................................................................................21
4.2.3 Educação de Excelência......................................................................................21
4.2.4 Saúde de Proximidade........................................................................................22
4.2.5 Mobilidade Inteligente.......................................................................................22
5 Outras Iniciativas................................................................................................................22
5.1 Millenium Development Goals e Project....................................................................22
5.2 Broadband Commission for Digital Development......................................................23

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6 Conclusão...........................................................................................................................24
7 Bibliografia.........................................................................................................................25

Índice de Figuras
Figura 1 – Taxa Média de crescimento do Produto Interno Bruto per capita 1960-2002.............4
Figura 2 – Indicadores “Conhecimento”.......................................................................................8
Figura 3 – Indicadores “Tecnologia”.............................................................................................9
Figura 4 – Indicadores “Inovação”..............................................................................................10
Figura 5 – Descarregamentos de títulos musicais por trimestre (em milhões)..........................13
Figura 6 – Penetração do FTTH em Junho de 2009....................................................................15
Figura 7 – Despesa Total de I&D nas TIC em milhares de milhões de euros (2007)...................16

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1 Sumário Executivo

Neste documento pretende descrever as principais iniciativas e roadmap associado tanto a


nível Europeu como em Portugal, no que se refere à definição de medidas estratégicas de
forma a melhorar a qualidade de vida e economia de toda uma sociedade e Organizações com
o suporte das plataformas tecnológicas.

Neste contexto iremos abordar o Plano tecnológico definido em Portugal, a iniciativa da


Agenda Digital na Europa aprovada pela Comissão Europeia e mais concretamente a sua
adopção em Portugal e respectivo enquadramento nas iniciativas já existentes do Plano
tecnológico.

2 Plano Tecnológico
2.1 Enquadramento
No período entre 1960 e 2002, e segundo dados do World Development Indicators (2005) do
Banco Mundial, Portugal foi a 12ª economia que mais cresceu em todo o mundo, a uma taxa
de 3.8% ao ano. Portugal pode crescer. Contudo, nos últimos anos assistiu-se a uma
desaceleração do ritmo de crescimento económico, reflexo do ciclo económico mundial e a
necessidade inadiável de restaurar equilíbrios macroeconómicos fundamentais assim como de
condicionantes de carácter estrutural, nomeadamente ao nível da qualidade do capital
humano e das Organizações, que limitam o potencial de inovação e a adaptabilidade da
economia aos choques a que inevitavelmente está exposta. É necessária uma estratégia e um
forte compromisso para que a economia portuguesa volte a crescer.

Taxa de Crescimento
Portugal
Malaysia
Japan
Ireland
St. Vincent and the Grenadines
Thailand
Hong Kong, China
Malta
Singapore
China
Korea, Rep.
Botswana
0 1 2 3 4 5 6 7

Figura 1 – Taxa Média de crescimento do Produto Interno Bruto per capita 1960-2002

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Uma das apostas estratégicas do XVII Governo Constitucional para promover o
desenvolvimento sustentado em Portugal é o Plano Tecnológico, aprovado em 24 de
Novembro de 2005 pelo Conselho de Ministros. O Plano Tecnológico não é mais um
diagnóstico. É um plano de acção para levar à prática um conjunto articulado de políticas que
visam estimular a criação, difusão, absorção e uso do conhecimento, como alavanca para
transformar Portugal numa economia dinâmica e capaz de se afirmar na economia global.

O Plano Tecnológico parte do pressuposto de que o mercado tem um papel fundamental como
mecanismo dinamizador das actividades económicas. A maioria das inovações é fruto de trocas
complexas de ideias, de produtos e de experiências, de projectos que dão frutos no tempo, de
interacções entre agentes, num ambiente de concorrência que leva cada um a procurar a sua
própria superação. A inovação envolve agentes variados, mas importa que chegue ao mercado
e favoreça a modernização administrativa.

No Plano Tecnológico, reconhece-se a necessidade de qualificar os portugueses e estimular a


inovação e a modernização tecnológica, colocando no terreno políticas que acelerem o actual
processo de mudança do padrão de especialização da economia portuguesa, no sentido da
produção de bens e serviços diferenciados, apoiados em actividades de investigação e
desenvolvimento e cada vez mais vocacionados para os mercados externos.

Esta é uma oportunidade para Portugal, que têm a ambição de recuperar atrasos estruturais e
voltar à primeira linha do progresso e do desenvolvimento, tendo uma população com um
perfil adaptativo forte (entre a rotura e a rotina).

2.2 Medidas do Plano


O Plano Tecnológico indica uma estratégia de desenvolvimento e competitividade assente em
três eixos:


Conhecimento (38 medidas): pretende-se qualificar os portugueses para a sociedade
do conhecimento, fomentando medidas estruturais vocacionadas para elevar os níveis
educativos médios da população, criando um sistema abrangente e diversificado de
aprendizagem ao longo da vida e mobilizando os portugueses para a Sociedade de
Informação.
Tecnologia (25 medidas): Vencer o atraso científico e tecnológico, apostando no
reforço das competências científicas e tecnológicas nacionais, públicas e privadas,
reconhecendo o papel das empresas na criação de emprego qualificado e nas
actividades de investigação e desenvolvimento (I & D).

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C
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T
I
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 Inovação (50 medidas): Imprimir um novo impulso à inovação, facilitando a adaptação
do tecido produtivo aos desafios impostos pela globalização através da difusão,
adaptação e uso de novos processos, formas de organização, serviços e produtos.

As medidas definidas apostam em cinco focos transversais de acção, implicando reformas e


alterações estruturantes:

 Uma base científica e tecnológica reforçada: Promovendo a cooperação e o


desenvolvimento de redes nacionais e internacionais e apostando no aumento do
investimento público e privado em I&D:
 Um ordenamento da base competitiva: Promovendo pólos de competitividade e
tecnologia que reforcem a ligação universidade empresa numa perspectiva de
afirmação internacional.
 Uma administração pública moderna: Usando as novas tecnologias para tornar os
serviços mais eficientes, mais próximos e mais acessíveis aos utilizadores.
 Um ambiente favorável aos negócios: Desburocratizando e adaptando os
instrumentos de política pública às necessidades das empresas e dos
empreendedores.
 Uma população qualificada: Apostando na requalificação de activos e na melhoria do
sistema de formação inicial.

2.3 Desafios e Soluções


Segue descrição dos principais desafios e soluções identificadas nestas medidas.

1. Colocar Portugal na primeira linha da cobertura de banda larga:


 Assegurando a cobertura integral do território nacional com tecnologias de acesso
à Internet em banda larga (Concluído a 26 de Junho de 2006).
 Ligando todas as escolas públicas à Internet em banda larga (Concluído a 31 de
Janeiro de 2006).

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 Utilizando acessos em banda larga nos serviços públicos (77% dos organismos da
administração pública ligados em banda larga).
2. Contribuir para que as famílias beneficiem do acesso à sociedade da informação:
 Garantindo condições para o mercado da banda larga crescer (em Portugal, 69%
dos lares com PC já têm uma ligação de banda larga - 4ºna Europa).
 Criando condições para cada família poder comprar um computador (Benefício
fiscal até250€ em vigor desde Dezembro de 2005).
 Disponibilizando a todos os cidadãos uma caixa postal electrónica (Caixa Postal
Universal Via CTT disponível desde 27 de Junho).
3. Reforçar a internacionalização do Sistema Científico:
 Estabelecendo parcerias entre instituições de excelência estrangeiras e
universidades portuguesas (Foram celebrados protocolos com o MIT (25/2/06), a
CarnegieMellonUniversity(10/3/06) e a Universidade do Texas (22/3/06).
 Lançamento oficial doPrograma MIT (11/10/06).
 Desenvolvendo parcerias ibéricas em áreas de ponta (está em instalação o
Instituto de I&D Portugal Espanha, tendo-se realizado a 8/2 a primeira reunião da
comissão técnica).
4. Tornar mais eficiente o mercado de emprego:
 Criando um portal para facilitar a procurar e a oferta de emprego (O portal
NetEmprego foi lançado dia 28 de Junho de 2006).
5. Facilitar a relação dos cidadãos com a administração pública:
 Lançando novos serviços públicos on-line e melhorando os existentes. Portugal foi
o quinto país europeu que mais progrediu nos últimos dois anos no
desenvolvimento dos serviços públicos on-line que disponibiliza aos seus cidadãos
(ex: Segurança Social directa, Passaporte Electrónico Português, Documento Único
Automóvel e Cartão do Cidadão).
6. Facilitar a relação das empresas com a administração pública:
 Simplificando os procedimentos burocráticos de criação de empresas (Portugal é
hoje o país europeu onde é mais rápido constituir empresas, graças à Empresa na
Hora, já disponível também como serviço online);
 Simplificar os procedimentos para o registo de marcas (Iniciativa Marca na Hora
lançada a 14 de Julho de 2006).
7. Apoiar empresas inovadoras:
 Realinhando as prioridades dos sistemas de incentivos às empresas para estimular
a inovação.
8. Dotar as empresas de quadros jovens e qualificados:
 Integrados 3482 jovens licenciados nas empresas através do Programa InovJovem
 Proporcionando a jovens licenciados uma experiência profissional no estrangeiro.
9. Preparar os jovens para a sociedade do conhecimento
 Generalizando o ensino do inglês no 1.ºciclo do ensino básico, como língua
estrangeira indispensável (Este ano lectivo, 99% das escolas e 86% dos alunos do
3ºe 4ºanos tiveram aulas de inglês);
 Promovendo a literacia tecnológica (Já foram atribuídos 284,841 certificados de
competências básicas em 2005/2006)

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 Combatendo o insucesso escolar –A formação contínua em matemática envolve
cada vez mais professores.
10. Requalificar os activos para melhorar o nosso nível de qualificações
 Garantindo ofertas de formação de adultos com a dimensão adequada. A Iniciativa
Novas Oportunidades tem ganho expressão desde o seu lançamento, garantindo a
oferta de cursos de educação e formação de adulto, cursos de dupla certificação e
o reconhecimento, validação e certificação de competências em cada vez mais
centro.

2.4 Avaliação
Foram definidos indicadores para medir a evolução das medidas, através dos três eixos
principais: conhecimento, tecnologia, e inovação.

Com estes indicadores, pretende-se caracterizar a posição de Portugal nestas áreas, perceber a
tendência verificada e quantificar os objectivos e as metas que permitam, por um lado, aferir a
dinâmica da inovação e a sensibilidade ao contexto e, por outro, avaliar os efeitos das políticas
num horizonte de médio prazo.

Estes indicadores constituem uma avaliação contínua das metas identificadas.

Figura 2 – Indicadores “Conhecimento”

Como se pode observar, no que se refere ao Conhecimento, Portugal têm vindo a melhorar a
em alguns casos já ultrapassou o objectivo, sendo que se encontra melhor classificado
relativamente à média Europeia em “Diplomados em ciência e tecnologia por 1000 habitantes”
com 20,7% para 13,9% da Europa e “Percentagem de Serviços Públicos disponíveis online” com
100% para 71% da Europa.

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Figura 3 – Indicadores “Tecnologia”

Relativamente à Tecnologia, mantém a tendência de melhorar face ao valor inicial dos


indicadores, sendo que se encontra melhor classificado relativamente à média Europeia na
componente de “Reforçar as Competências Cientificas e Tecnológicas” em “Investigadores por
1000 empregados” com 7,9 para 6,4; “Investigadores (ETI) por permilagem de população
activa” com 7,2 em 5,6 da Europa e finalmente “Despesa Pública em I&D” com 0,76% para
0,69% da Europa.

Nesta componente apenas 2 dos indicadores não atingiu ainda os objectivos propostos
nomeadamente “Despesa das empresas em I&D” com 0,76% para 0,80% e “Despesa Pública
em I&D” com 0,76% para 1%.

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Figura 4 – Indicadores “Inovação”

No que se refere à performance de Portugal na componente de Inovação, os únicos


indicadores onde atingiu os objectivos propostos foram “Emprego nos serviços de alta
tecnologia” e “Marcas comunitárias registadas”.

3 Agenda Digital para a Europa (EDA)


Passaremos a apresentar a Agenda Digital Europeia para contextualizar uma das iniciativas do
Plano Tecnológico Português, nomeadamente a Agenda Digital em Portugal.

3.1 Enquadramento
A agenda digital surge em 19/05/2010 pela Comissão Europeia:

“O objectivo geral da Agenda Digital é extrair benefícios económicos e sociais sustentáveis de


um mercado único digital, com base na Internet rápida e ultra-rápida e em aplicações
interoperáveis.”

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Com a crise surgiram as evidências das principais fraquezas da economia europeia, e por isso a
Europa está preocupada em ultrapassá-la da forma mais eficiente e ao mesmo tempo
preparar-se para o futuro. Nesse sentido são propostas um conjunto de acções a serem
aplicadas em toda a Europa, de forma a evoluir para o próximo século de forma sustentada,
inteligente e inclusivo.

A Agenda Digital para a Europa constitui uma das sete iniciativas emblemáticas da estratégia
Europa 2020 e visa definir o importante papel que a utilização das TIC terá de desempenhar se
a Europa quiser ver as suas ambições para 2020 coroadas de sucesso.

O sector das TIC contribui com números significativos para o aumento geral da produtividade,
com 20% directamente do sector das TIC e 30% dos investimentos nestas tecnologias. Isto
acontece devido aos níveis elevados de dinamismo e inovação inerentes ao sector e no
impacto que este tem nos outros.

No âmbito social, o facto de existirem 250 milhões de utilizadores de Internet na Europa e


grande parte da população possuir telemóvel mudou a vida de todos. No que se refere às
Organizações, está a obrigar a alterações do modo
de funcionamento tradicionais, dando origem à
partilha da informação, conhecimento e
consequentemente partilha de serviços acessíveis
em qualquer lugar a qualquer momento por via de
plataformas digitais. Essa circunstância estimula a
procura de maiores débitos e mais capacidade, o
que, por sua vez, justifica comercialmente os
investimentos em redes mais rápidas. A
implantação e a adesão a redes mais rápidas, por
sua vez, abre caminho a serviços inovadores que
tiram partido das velocidades, entrando assim
num ciclo vicioso.

3.2 Caracterização Panorama actual


Como se pode ver pela imagem anterior, foram identificados 7 entraves principais que
condicionam a visão desta iniciativa:

1) Mercados Digitais compartimentados: A Europa digital é constituída por uma manta de


retalhos representativa das soluções digitais distintas de cada país. É necessário
estabelecer regulamentos transversais e simplificar os pagamentos e facturação
electrónica de forma unificada para aumentar a confiança dos clientes, e ao mesmo tempo
assegurar o livre trânsito de conteúdos e serviços através das fronteiras com o objectivo de
se estabelecer um mercado digital único.
2) Falta de interoperabilidade: Necessário assegurar que os diferentes componentes e
aplicações são interoperáveis e baseadas em plataformas abertas.
3) Cibercriminalidade crescente e risco de desconfiança nas redes: São muitos os crimes que
se conhecem no meio digital, desde abuso de crianças até roubo de identidades, pelo que
os europeus não irão usufruir da tecnologia digital enquanto não sentirem confiança nas
redes. Ao mesmo tempo, devido à diversidade de informação na Internet, levantam-se
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ainda questões de protecção de dados pessoais e privacidade que necessitam ser
assegurados.
4) Falta de investimento em redes: Necessário garantir o correcto investimento privado,
complementado por investimentos públicos, sem monopolizar as nossas redes, assim
como concentrar-nos na melhoria da atribuição das radiofrequências.
5) Esforços insuficientes a nível de investigação: Precisamos tirar partido da criatividade das
PME e converter a vantagem intelectual da investigação em vantagem competitiva,
resumidamente aproveitar melhor os recursos existentes e ao mesmo tempo mobilizar
maior investimento privado fomentando o desenvolvimento das investigações.
6) Falta de literacia e de qualificações em matéria digital: Toda a Europa tem um défice
elevado tanto a nível de qualificações profissionais como de literacia digital, sendo por isso
um grande entrave no crescimento da produtividade.
7) Oportunidades perdidas de resposta aos desafios societais: Através do uso efectivo das
TIC será mais fácil responder aos desafios societais mais relevantes: alterações climáticas,
população envelhecida etc.

A Agenda Digital para a Europa define as suas principais acções em torno destes sete domínios,
sendo necessário um compromisso e acção concertada de todos os países membros.

3.3 Domínios de acção da EDA


3.3.1 Um mercado único digital dinâmico

“Está na altura de tirar partido da era digital através de um novo mercado único”.

Neste âmbito foram identificadas acções nos seguintes áreas:

 Abrir acesso aos conteúdos: de forma a garantir igual eficácia em compras de


conteúdos em linha e mundo físico. O foco deverá ser melhorar o regime e
transparência da gestão colectiva dos direitos, assim como licenciamento
transfronteiras e pan-europeu. Ao mesmo tempo, as autoridades públicas deverão
promover as informações do sector público disponibilizadas numa base de
transparência.

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Figura 5 – Descarregamentos de títulos musicais por trimestre (em milhões)

Como se pode ver a Europa está bastante atrasada no que se refere às outras
Potencias Mundiais, neste caso nos EUA fazem-se quatro vezes mais
descarregamentos do que na EU.

Principais Acções:

o Simplificar o pagamento dos direitos de autor, a sua gestão e o seu


licenciamento através de várias medidas.

 Simplificar as transacções em linha e transfronteiras: O mercado dos


pagamentos electrónicos e de facturação electrónica encontra-se dividido pelas
fronteiras nacionais devido a regulamentos existentes em cada país. Neste
momento é mais fácil efectuar uma transacção electrónico com uma empresa
americana do que com países da Europa.

Principais Acções:
o Implementar o Espaço Único de Pagamentos em Euros (SEPA)
o Propor uma revisão da Directiva relativa às assinaturas electrónicas para
criar um quadro legal dos sistemas seguros de autenticação electrónica.

 Criar confiança na tecnologia digital: Necessário clarificar os direitos dos


compradores e garantir protecção da informação disponibilizada. Neste momento
as principais razões para não se comprar em linha prendem-se com a Segurança
do pagamento; receio da privacidade e problemas de confiança o que representa
uma entrave para o desenvolvimento digital.

Principais Acções:
o Rever o quadro regulamentar da EU relativo à protecção de dados, de
forma a aumentar a confiança dos indivíduos e reforçar os seus direitos.

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 Reforçar o mercado único dos serviços de telecomunicações: A concorrência
mundial e pela Internet vêm ameaçar as estruturas nacionais existentes, sendo
que estas estão divididas por regimes de numeração, licenciamento e atribuição
de radiofrequências de âmbito nacionais. Torna-se assim necessário a revisão e
aplicação do quadro regulamentar, e ao mesmo tempo uma maior coordenação
da utilização do espectro.

Principais Acções:
o Propor medidas que visem a harmonização dos recursos de numeração
para o fornecimento de serviços comerciais na Europa.
o Coordenar as condições técnicas e regulamentares aplicáveis à utilização
do espectro e harmonizar as faixas do espectro para criar economias de
escala no mercado dos equipamentos, garantindo que os consumidores
utilizam os mesmos equipamentos e acedam aos mesmos serviços em toda
a UE.
o Efectuar um estudo do custo da ausência de uma dimensão europeia nos
mercados das telecomunicações, para reforçar os benefícios de um
mercado único.

3.3.2 Interoperabilidade e normas


Para maximizar os benefícios da implantação das TIC deverá ser melhorada a
interoperabilidade entre vários equipamentos, aplicações, repositórios de dados, serviços e
redes.

Neste âmbito foram identificadas acções nos seguintes áreas:

 Melhorar a normalização no domínio das TIC: A Comissão irá prosseguir com a


revisão da política de normalização europeia, de forma a apoiar a legislação e
contratos públicos. Ao mesmo tempo, com a publicação de orientações sobre
direitos de propriedade intelectual essenciais e os termos e condições de
licenciamento, poderá contribuir para reduzir os custos cobrados pela utilização
de normas.

 Promover uma melhor utilização das normas: Para permitir uma maior
concorrência.

 Melhorar a interoperabilidade através da coordenação: Principalmente através


da adopção de uma estratégia europeia para a interoperabilidade e do Quadro
Europeu para a Interoperabilidade a ser elaborado no programa ISA
(Interoperability Solutions for European Public Administration).

Principais Acções:
o Propor medidas de carácter jurídico no domínio da interoperabilidade das
TIC para reformar as regras sobre a aplicação das normas TIC na Europa.

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3.3.3 Confiança e Segurança
“Os europeus não adoptarão tecnologias nas quais não confiam – a era digital não é nem
o «big brother» nem o «ciber-oeste selvagem”.

Tal como já referido, os utilizadores das plataformas TIC precisam de sentir confiança na
utilização dos serviços, assim como segurança acerca dos dados disponibilizados nestas
plataformas.

Principais Acções:

o Apresentar medidas que visem por em prática uma política reforçada e de alto
nível em matéria de segurança das redes e da informação.
o Apresentar iniciativas legislativas que visem combater os ciberataques contra
sistemas informáticos, assim como regras em matéria de jurisdição do
ciberespaço aos níveis europeu e internacional.

3.3.4 Acesso rápido e ultra-rápido à Internet


O futuro da economia assenta em conhecimento baseado em redes onde o seu centro será a
Internet. Dessa forma é necessário garantir acessos cada vez mais rápidos, com preços
competitivos e acessíveis para a generalidade da população. A estratégia europeia contempla a
disponibilização de Internet de banda larga (básica com e sem fios) a todos os europeus até
2013 e que até 2020 todos os europeus terão acesso a débitos de Internet mais elevados (>30
Mbps) e ainda 50% ou mais dos agregados familiares europeus sejam assinantes de ligações
com débitos superiores a 100 Mbps.

Figura 6 – Penetração do FTTH em Junho de 2009

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Como se pode ver nesta figura, a Europa ainda está atrasada em relação a alguns dos seus
principais congéneres internacionais. A penetração da fibra óptica até casa é muito baixo na
Europa e bastante inferior ao de algumas das principais nações presentes no G20.

Principais Acções:

o Definir um quadro comum de acções a realizar a nível da EU e dos estados


membros para que se cumpram os objectivos da Estratégia Europa 2020 neste
âmbito, nomeadamente: reforço e racionalização do financiamento da banda
larga de elevado débito; implementação de um programa no âmbito da política
europeia do espectro que crie uma política coordenada e estratégica de forma a
maximizar os benefícios para os consumidores e empresas; incentivar o
investimento em redes APG competitivas através de medidas regulatórias claras e
eficazes.

3.3.5 Investigação e inovação


A Europa continua a investir muito pouco em Investigação e desenvolvimento no domínio das
TIC, como se pode constatar na figura seguinte:

Figura 7 – Despesa Total de I&D nas TIC em milhares de milhões de euros (2007)

Este tema torna-se crítico quando se identifica o peso das TIC em sectores que são pontos
fortes da Europa, como indústria automóvel, aparelhos de consumo e até saúde, e por isso
constitui uma ameaça para a globalidade da industria e dos serviços na Europa.

Nesse sentido foram identificadas as seguintes acções:

 Aumentar os esforços e a eficiência: A Europa deve intensificar, focalizar e


agregar os seus investimentos de forma a aumentar a vantagem competitiva
neste domínio, além de continuar a investir na investigação fundamental
pluridisciplinar. Necessário ainda investir na nebulosa computacional mais
concretamente no que se refere à administração pública e da ciência.

 Impulsionar a inovação nas TIC tirando partido do mercado único: Deverá existir
um investimento da despesa pública no sentido de promoção da inovação, assim

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como na óptica pública as entidades europeias deverão unir-se para alinhar a
regulamentação, a certificação, os contratos públicos e a normalização em favor
da inovação. Dever-se-á ainda fomentar as parcerias público privadas para alinhar
o roadmap estratégico com o comercial, a fim de orientar a inovação para as
necessidades sociais. Na óptica da sociedade de conhecimento, aconselha-se
ainda a publicação em livre acesso de dados e documentos científicos, resultantes
de investigações financiadas com dinheiro público.

 Iniciativas do sector para uma inovação aberta: Cada vez mais as empresas
necessitam de soluções abertas e interoperáveis para explorarem o máximo
potencial das TIC, pelo que será fomentado todas as iniciativas que visem o
estabelecimento de normas e plataformas abertas para novos produtos e
serviços.

Principais Acções:
o Induzir mais investimento privado através da utilização estratégica dos
contractos públicos e parcerias público-privadas, através de fundos
estruturais para IID.

3.3.6 Melhorar a literacia digital, as qualificações nesse domínio e a inclusão na


sociedade digital.
“A era digital deve ser sinónimo de responsabilização e de emancipação; a origem social
ou as qualificações não devem constituir um obstáculo ao acesso a este potencial. ”

A Internet veio revolucionar o mercado e a forma como acedemos aos serviços


disponibilizados, estando em alguns casos definidos modelos exclusivos em linha. No entanto,
cerca de 30% dos europeus nunca utilizaram a Internet, o que logo à partida exclui uma grande
dimensão do mercado. As razões para tal prendem-se maioritariamente devido à faixa etária
onde se enquadram, baixos rendimentos, desempregados ou baixos níveis de escolaridade.

Nesse sentido foram identificadas as seguintes acções:

 Literacia e qualificações digitais: Essencial ensinar a todos os cidadão europeus como


utilizar as TIC e os meios de comunicação digitais, com especial ênfase em atrair os
jovens para cursos nesta área. Pretende-se assim aumentar e melhorar a oferta de
profissionais das TIC e as qualificações no domínio dos negócios electrónicos. Neste
âmbito, a Comissão apoiará actividades nacionais e europeias que visem promover a
formação, as carreiras e os empregos em TIC.

 Serviços Digitais inclusivos: Necessário garantir que os benefícios da sociedade digital


se estendem a toda a gente.

Principais Acções:
o Definir como prioridade para o regulamento relativo ao Fundo Social
Europeu a literacia e as competências em matéria digital.

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o Desenvolver ferramentas que permitam identificar e reconhecer as
competências dos profissionais e dos utilizadores das TIC.

3.3.7 Benefícios proporcionados pelas TIC à sociedade, na UE


A sociedade digital deve ser encarada como uma sociedade que oferece vantagens a todos. No
caso da consecução objectivos políticos, está a tornar-se crítico no que se refere a questões
societais como por exemplo: envelhecimento da população, combate às alterações climáticas,
redução de consumo de energia etc.

Nesse sentido foram identificadas as seguintes acções:

 As TIC e a protecção do ambiente: A EU comprometeu-se a reduzir no mínimo em


20% as emissões de gases de estufa até 2020 (comparativamente a 1990) e a melhorar
a eficiência energética em 20%. As TIC irão assumir um papel essencial no
desempenho deste desafio pelo que a cooperação com outros sectores e autoridades
públicas deverá aumentar. Neste âmbito o sector das TIC deverá ainda dar o exemplo
para ser possível medir o seu próprio desempenho ambiental.

Principais Acções:
o Verificar se o sector das TIC cumpriu o calendário de adopção de métodos
comuns de medição do desempenho energético.
o Apoiar o estabelecimento de parcerias entre o sector das TIC e os sectores
que mais produzem emissões.

 Cuidados de saúde sustentáveis e apoio, assente nas TIC, a uma vida digna e
autónoma: As TIC podem aumentar consideravelmente a qualidade dos cuidados de
saúde, reduzir os custos e promover uma vida autónoma. Portanto, torna-se
necessário as plataformas actuais interagirem de forma a assegurar que os dados
pessoais de saúde estejam guardados em linha e sejam acessíveis por quem necessite.

Principais Acções:
o Realizar acções piloto para dotar os cidadãos europeus de um acesso em linha
seguro, assim como implementação generalizada dos serviços de
telemedicina.
o Recomendar um conjunto mínimo comum de dados dos doentes para facilitar
o acesso e intercâmbio dos registos entre Estados-Membros.

 Promover a diversidade cultural e os conteúdos criativos: A convenção da UNESCO


sobre a diversidade cultural prevê a promoção e a protecção da diversidade cultural
em todo o mundo e aplica-se igualmente aos direitos digitais. Como referência
podemos elencar os seguintes vectores: media digitais, cinemas, Internet. No entanto,
continua a sobressair dificuldades do sistema de licenciamento, assim como
dificuldades de transferência/adaptação das Organizações para fornecer serviços
nestes meios.

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Principais Acções:
o Propor modelo sustentável de financiamento da Europeana, biblioteca digital
da EU, e a digitalização de conteúdos.

 Administração Pública em linha: Esta iniciativa tem como objectivo aumentar a


eficácia de meio e eficaz dos serviços de administração pública. Uma vez que apenas
38% (2009) dos cidadãos da EU utilizaram a Internet para acederem aos serviços de
administração pública em linha, os governos europeus estão empenhados em
disponibilizar generalizadamente serviços de administração pública pelo que terão que
resolver os constrangimentos técnicos existentes (ex: aplicações que só funcionam em
determinados ambientes técnicos ou com determinados dispositivos).

Principais Acções:
o Apresentar uma proposta de decisão do Conselho e do Parlamento que
assegura o reconhecimento mútuo da identificação e autenticação electrónica
em toda a EU com base em serviços de autenticação em linha, a oferecer a
todos os Estados-Membros.

 Sistemas de Transporte Inteligentes para um transporte eficiente e uma maior


mobilidade: Os sistemas de transporte inteligentes tornam o transporte mais barato,
mais fiável e mais fácil. Assim, é necessário encontrar soluções sustentáveis para os
estrangulamentos nas infra-estruturas que afectam rodovias, ferrovias e vias aéreas,
marítimas e de navegação interior.

3.3.8 Aspectos internacionais da Agenda Digital


A dimensão internacional da agenda digital, tendo em vista a realização das acções acima
referidas, sendo dada especial ênfase à Internet. Assim é necessário continuar a assegurar a
promoção da Internet tão aberta e inclusiva quanto possível.

Principais Acções:
o Promover a internacionalização da governação da Internet e a cooperação à
escala mundial.
o Trabalhar em conjunto com países terceiros para melhorar as condições do
comércio internacional de bens e serviços digitais, mais concretamente nos
direitos de propriedade intelectual.

3.4 Execução e Governação


“O desafio mais difícil consiste em assegurar a rápida adopção e execução destas medidas,
necessárias para a realização dos nossos objectivos. Necessitamos de uma determinação e de
uma visão comuns para conseguirmos esta grande mudança para a Europa.”

Neste sentido, a comissão irá:

o Criar mecanismo interno de coordenação.


o Cooperar estreitamente com os Estados-Membros, o Parlamento Europeu e todas as
partes interessadas.

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o Apresentar os processos realizados na execução da Agenda Digital.
o Organizar debates com as partes interessadas sobre os progressos registados no
âmbito de uma assembleia anual.
o Apresentar os resultados destas actividades ao Conselho Europeu.

4 Agenda Digital em Portugal


4.1 Enquadramento
Para todas as acções identificadas na EDA, os Estados-Membros deverão elaborador e colocar
em prática plano nacionais para a concretização dos seus objectivos individuais alinhados com
a EDA. Em Portugal, a EDA foi enquadrada criando-se uma Agenda Digital própria em
Setembro de 2010, denominada Agenda Digital 2015, como uma iniciativa do Plano
Tecnológico já a decorrer.

O foco do Plano Tecnológico na Agenda Digital 2015 visa criar valor e oportunidades de
internacionalização a partir das competências adquiridas e das redes desenvolvidas, tendo em
conta os novos desafios da economia internacional e o forte investimento em curso nas Redes
de Nova Geração para disponibilizar uma cobertura nacional de banda larga de nova geração.

4.2 Descrição
A Agenda Digital 2015 foca-se em cinco áreas de intervenção prioritárias.

4.2.1 Redes de Nova Geração

o Âmbito:

Instalação de uma rede de telecomunicações de âmbito nacional, com elevadas


capacidades de transmissão e de largura de banda disponível para o utilizador (RNG),
para redes fixas e móveis.

Criar condições para o desenvolvimento de empresas de serviços e produtos


avançados na área das Tecnologias da Informação Comunicações e Electrónica (TICE),
com capacidade de internacionalização.

o Algumas medidas:
 Banda larga de nova geração de acesso generalizado.
 Disponibilização de serviços baseados nas RNG.
 Plataforma de suporte às empresas.
 Desenvolvimento de competências industriais TIC e RNG em rede para a
internacionalização.

o Principais resultados esperados:


 Cobertura 100% da rede fixa RNG (>=50Mbps)
 Oferta generalizada de serviços residenciais RNG.
 Disponibilidade generalizada de serviços RNG multi-terminal.
 10% do PIB gerado pelo sector.

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4.2.2 Melhor Governação

o Âmbito:

Garantir o acesso dos cidadãos e das empresas a melhores serviços públicos, em


complemento do elevado patamar de disponibilização online já alcançado.
Identificação e promoção de soluções com impacto na sociedade portuguesa e com
elevado potencial de exportação.

o Algumas medidas:
 Serviços públicos multicanal.
 Empresa na internet.
 Licenciamento Zero.
 Administração aberta.

o Principais resultados esperados:


 Lançamento do projecto “Telefone do Cidadão”.
 Implementação do “licenciamento zero”.
 Disponibilização de serviços Web e modos de pagamentos através do Portal da
Empresa.
 Disponibilização de dados da administração úteis para os cidadãos e as empresas
desenvolveram soluções de valor acrescentado.

4.2.3 Educação de Excelência

o Âmbito:

Criar plataformas que potenciem a utilização de ferramentas TIC em contexto de


ensino e aprendizagem e dinamizem o mercado de conteúdos no contexto do espaço
de língua oficial portuguesa.

o Algumas medidas:
 Espaços do aluno, do docente e do encarregado de educação.
 Plataforma virtual de aprendizagem.
 Caderno de exercícios virtuais.
 Matrículos e certificados online.

o Principais resultados esperados:


 Disponibilização de uma plataforma virtual de apoio ao ensino e à aprendizagem
da matemática.
 Definição do portal de educação com espaço para alunas, docentes e
encarregados de educação.

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 Disponibilização online de conteúdos educativos.
 Matrículas certificados disponibilizados online.

4.2.4 Saúde de Proximidade

o Âmbito:

Disponibilizar plataformas que optimizem a prestação de cuidados de saúde, gerando


soluções exportáveis para outros mercados. Assegurar que a informação de saúde do
cidadão está disponível, para o cidadão e para o profissional de saúde que lhe preste
serviços, de forma adequada e segura, no local e no instante em que é necessária.

o Algumas medidas:
 Rede de Nova Geração da Saúde.
 Acesso online aos serviços de saúde.
 Serviços de tele-saúde para o cidadão idoso e/ou com doença crónica.

o Principais resultados esperados:


 Registo electrónico de saúde para os cidadãos.
 Hospitais com Banda Larga 1Gpds.
 Portal para marcação de consultas e acesso a documentos pessoais de saúde.

4.2.5 Mobilidade Inteligente

o Âmbito:

Desenvolver soluções tecnológicas de mobilidade e suporte à mobilidade inteligente e


à optimização energética, com forte incorporação tecnológica nacional, tendo por base
as competências nacionais nas tecnologias de informação.

o Algumas medidas:
 Passe Portugal Total.
 Plataforma Mobi.E para utilização nos veículos eléctricos.
 Serviços de tele-saúde para o cidadão idoso e/ou com doença crónica.

o Principais resultados esperados:


 Disponibilização dum sistema de pagamento integral.
 Disponibilização do acesso a sistemas de gestão de tráfego e car sharing.
 Exportar pelo menos 800 milhões de euros de bens e serviços deste sub-sector.

5 Outras Iniciativas
5.1 Millenium Development Goals e Project
Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (MDG) constituem um modelo acordado por
todos os países do mundo e todas as instituições líderes de desenvolvimento mundiais, que

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concentra todos os esforços sem precedentes para satisfazer as necessidades dos mais pobres
do mundo.

Os 8 objectivos definidos são os seguintes:

 Erradicar a pobreza e forme extrema.


 Assegurar universalmente educação primária.
 Promover igualdade de Géneros e potenciar as mulheres.
 Reduzir mortalidade infantil.
 Melhorar saúde materna.
 Combater HIV/Sida, malária e outras doenças.
 Assegurar ambiente sustentável
 Estabelecer parcerias globais para desenvolvimento.

O Projecto do Milénio foi encomendado pelo Secretário-Geral em 2002 para desenvolver um


plano de acção concreto para o mundo alcançar os Objectivos do Milénio e para reverter a
pobreza extrema, fome e doença que afecta milhões de pessoas. Na figura em baixo estão
representados os principais desafios para este projecto.

5.2 Broadband Commission for Digital Development


A Broadband Commission surge em 2010, 5 anos após o World Summit on the Information
Socieaty, e 10 anos após o lançamento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Esta vem reforçar as iniciativas apresentadas em cima, tanto na Europa como em Portugal, na
medida em que defende que as altas velocidades e conexões de alta capacidade na Internet
são elementos essenciais para uma sociedade moderna, contribuindo de forma significativa a
nível económico e social. Nesse sentido, a sua missão é promover a adopção de práticas e
políticas de RNG simples e eficazes para que toda a população mundial possa usufruir das
vantagens associadas a estas redes.

De forma resumida, esta Comissão defende que as RNG:

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 Têm a mesma importância que as redes eléctricas e rodoviária, e por isso deverão
fazer parte das infra-estruturas básicas de uma sociedade moderna.
 São ferramentas poderosas para atingirmos os objectivos definidos no Millenium
Development Goals (MDGs).
 Oferecem um ROI elevadíssimo para as economias em desenvolvimento ou já
desenvolvidas.
 São um suporte essencial para todos os sectores das indústrias, assim como para os
serviços públicos e progresso social.
 Devem ser coordenadas pelos Governos a nível nacional em conjunto com a Indústria,
de forma a se explorar ao máximo o benefício destas redes.

6 Conclusão
Como pudemos comprovar existem várias iniciativas a decorrer, umas mais orientadas para a
vertente de melhoria de vida das populações com o suporte das TIC (Agenda Europeia) e
outras mais orientadas para o factor social/humano, no entanto no essencial todas estão
alinhadas no que se refere á importância das RNG.
Até 2012 Portugal vai investir cerca de 2,5 mil milhões de euros no desenvolvimento de
serviços de valor acrescentado e na criação duma infra-estrutura com cobertura nacional para
oferta de aumento da largura de banda. Cerca de 1100 milhões serão investidos pelos
operadores em infra-estruturas de fibra instaladas no mercado, 600 milhões serão investidos
pelos diversos agentes do mercado no desenvolvimento de serviços e conteúdos e 750
milhões em desenvolvimento e modernização de redes.
Existirá ainda um programa de redes rurais, com comparticipação directa de fundos públicos
mobilizará 200 milhões de euros, para garantir a universalidade e a equidade do acesso
inclusive em zonas com menor interesse comercial.
Estudos independentes estimam que a concretização deste investimento gerará anualmente
1,8% do PIB considerando o impacto directo e o efeito multiplicador noutros sectores, criando
15 a 20 000 empregos qualificados e reduzindo 1,4 milhões de toneladas de emissões de CO2
(Estudo BCG: The Economic and Social Impact of Next Generation High Speed Broadband).
Este investimento, a ser bem sucedido, posicionará Portugal entre os seus parceiros mais
evoluídos a nível destas infra-estruturas (ex: Holanda, a Dinamarca, a Suécia…), sendo uma
oportunidade para disponibilizar mais e melhores serviços desenvolvidos de e para Portugal.
Convém no entanto referir o risco de estas iniciativas não serem implementadas devido ao
panorama geral económico. Os operadores Portugueses assumiram recentemente o
compromisso de investimento, no entanto isso não é suficiente. Por exemplo, como melhorar
a literacia quando os alunos em zonas rurais não têm acesso garantido nem para as aulas,
devido à política de centralização das mesmas? As iniciativas definidas em Portugal serão as
mais adequadas? Se pensarmos no combate ao desemprego como referido no plano
tecnológico, na essência o site NetEmprego já existia pelo que não terá grande impacto na
resolução destas questões. A crise económica irá obviamente também condicionar os
investimentos necessários para assegurar o sucesso destas iniciativas: a Europa continua a
investir muito pouco em Investigação e desenvolvimento no domínio das TIC, sendo que em
Portugal mais concretamente como podemos constatar nos indicados do Plano tecnológico
ainda nos encontramos muito longo do objectivo. Deverá assim ter-se em conta uma revisão
destas iniciativas de acordo com o mercado financeiro mundial.

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7 Bibliografia

http://www.planotecnologico.pt/

http://ec.europa.eu/

www.ibm.com

http://www.millennium-project.org/millennium/challenges.html

http://www.un.org/millenniumgoals/bkgd.shtml

http://ec.europa.eu/information_society/digital-agenda/index_en.htm

www.umic.pt

www.portal.gov.pt

http://www.escola.gov.pt/pte/PT/

http://www.anacom.pt

http://www.ligarportugal.pt/

www.ama.pt

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