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LEITURA MUSICAL

Todo som obtido, seja ele de um instrumento ou qualquer outro meio sonoro, pode ser escrito de forma musical.
Mozart escrevia suas composições baseados nos gritos de sua mulher, quando não, nos sons obtidos no choque das
bolas de sinuca. É, uma maneira meio absurda de criar algo musical, mas isso é realidade.

PENTAGRAMA

Já sabe-se que existem 12 notas, separadas por meio tom cada, sete delas são as chamadas ‘notas naturais’ (C,
D , E, F, G, A, B - leia-se dó, ré, mi, fá, sol, lá , si) e as demais cinco são sustenidos (#) - que elevam a nota meio-tom -,
ou bemóis (b) - que abaixam a nota meio-tom. Assim, entre C e D temos uma nota, que pode ser chamada de C# ou de
Db. Nunca é demais lembrar que entre E e F e entre B e C há apenas meio-tom. Por isso, em geral não se usam E#, Fb,
B# ou Cb. Para representar as 12 notas, a escrita musical utiliza o pentagrama, um sistema de cinco linhas:

As cinco linhas do pentagrama


5
4
3
2
1

E quatro espaços:

4º espaço
3º espaço
2º espaço
1º espaço

Cada linha ou espaço representa uma nota diferente. Quanto mais alto no pentagrama, mais agudo o som. Para
determinar qual nota está representada em cada linha, utiliza-se uma clave. A guitarra utiliza a clave de Sol (G), que
determina que a nota sobre a segunda linha é G (correspondente ao G da terceira corda da guitarra).
Assim, fica mais simples você entender porque as doze notas são representadas, como já vimos, assim (a
alteração, # ou b, vem sempre antes da nota):

Utilizando os sustenidos:

Diferentes instrumentos da orquestra utilizam diferentes claves. O baixo elétrico, por exemplo (seguindo seu
irmão mais velho, o contrabaixo acústico), utiliza a clave de F, que situa as notas do pentagrama numa região mais
grave.
A guitarra também alcança algumas notas graves (não como o baixo), e podemos escrevê-las, porém é
necessário linhas extras, na qual são chamadas linhas (e espaços) suplementares graves ou agudos.

Ex. de notas suplementares graves. Ex. de notas suplementares agudas.


E A D

A B E

Resumindo, vimos pentagrama, linhas, espaços, clave de Sol e linhas suplementares. Na verdade, é tudo muito
simples, e a prática pode tornar a leitura musical tão fluente como a leitura das palavras. Ficando seguro destas
pequenas informações, seu estudo vai começar render cada vez mais. Mas não relaxe achando que tudo será sempre
simples assim: vamos começar a ver coisas mais complexas.

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Se você estiver levando a sério esse estudo, já pode “com certeza” olhar as notas na pauta, saber seus nomes e
como encontrá-las no braço do instrumento. No entanto iremos estudar agora a duração das mesmas.

Por exemplo, imagine uma linha que é o tempo passando:

(direção do tempo)

Agora divida o tempo em intervalos iguais - 4 segundos, por exemplo - marcados pela batida da sua mão:

Fácil, não? Então divida cada intervalo de tempo em dois outros iguais:.

Depois divida novamente:

Teoricamente, o tempo pode ser dividido em dois até o ponto em que nosso cérebro já não consegue distinguir a
separação entre duas batidas, e elas parecem uma única nota contínua (por volta de 20hz, ou 20 batidas por segundo).
Vamos tomar 4 segundos como um padrão e representá-lo por uma figura:

Esta figura (acima) é chamada de semibreve (em inglês whole note). A partir dela, vão aparecer as demais, que
valem sempre a metade da anterior. A mínima (half note) que, no nosso exemplo, valeria 2 segundos (abaixo):

A semínima (quarter note), vale 1 segundo (abaixo):

As demais: colcheia (eight note), semicolcheia (sixteenth), fusa e semifusa (menos que semifusa dificilmente
usamos):
Colcheia semicolcheia fusa

4 colcheias em grupo semicolcheias em grupo fusas em grupo

semifusa coma

semifusas em grupo comas em grupo

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Só o que vai variar é o padrão de tempo escolhido. É por isso que, ao início de qualquer partitura, há uma
indicação de andamento, em geral baseado na semínima. Vamos colocar estes ritmos nos compassos, e você já tem o
necessário para sair lendo umas melôs por aí. Aliás, já vá dando uma olhada no que pintar.

Basicamente se formos analisar os valores que cada figura possui, teremos a seguinte conclusão:

De posse destas figuras, temos que ter uma referência:

(100 semínimas por minuto) Agora, vamos entender a noção de compasso. Marque com a mão seqüências de
dois tempos de mesma duração, um forte (F - bata firme!) e um fraco (f - bata de leve!): F f F f F f etc... Ou então de três
tempos, um forte e dois fracos: F f f F f f F f f etc... A primeira é binária (duas batidas), a segunda, ternária (três batidas).
Em seguida, vamos chamar a nossa semibreve de uma medida inteira, ou 1/1. Assim, a mínima valerá 1/2, a semínima
1/4, a colcheia 1/8 etc. Por isso é que os americanos as chamam whole-note, half-note, quarter-note, eighth-note etc.
Então, quando você encontrar esta medida no início da pauta musical,

... já sabe que 2/4 (diz-se ‘dois por quatro’) não é uma fração, mas uma fórmula de compasso binária, com duas
semínimas por compasso. Uma é o tempo forte, a outra o fraco. Você poderá encontrar também o 3/4 (‘três por quatro’),
com uma forte e duas fracas, ou o super comum 4/4 (‘quatro por quatro’), como uma forte-uma fraca- uma meio forte-
uma fraca:. Os compassos x/4 têm como referência a semínima, mas são comuns os compassos x/8, como o 3/8 (‘três
por oito’)

... ou 6/8 (‘seis por oito’), com referência na colcheia. Os demais aparecem, mas não são tão comuns. Dentro
dos limites de tempo do compasso, as notas podem distribuir suas durações de inúmeras maneiras, e isso que dá
variedade rítmica às melodias baseadas na mesma fórmula de compasso:

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PAUSAS

As famosas pausas são também identificadas por diferentes figuras, abaixo destaco-as.

Preenchendo os Compassos

Este é o nosso capítulo final sobre figuras rítmicas. Como vimos, a duração das notas é definida pelas diferentes
figuras rítmicas e pela fórmula de compasso (2/4, 3/4, 4/4, 6/8, 12/8, etc.). A cada figura corresponde uma pausa de igual
valor. Vimos antes o ponto de aumento, que possibilitava pensar em estruturas ternárias.. Agora, vamos supor uma
estrutura binária, em que queremos inserir três notas de igual duração num espaço onde cabiam apenas duas:

Ex 1ª: Estrutura binária, com dois tempos subdivididos em


dois no segundo compasso.

Ex 2ª: Forçando a barra, com mais notas do que cabem no


compasso (2/4 = dois tempos de semínima por compasso).

Aqui, é hora de utilizarmos as famosas quiálteras: redividir o tempo. Onde cabiam duas colcheias de igual
duração, passam a caber três, também de igual duração. Basta indicar com um arco a nova divisão do tempo:

Ex 3º: Inserindo tercinas: três tempos de igual duração. Usa-se


um número e/ou uma chave para indicar.

Tercina de Tercina de colcheia


semínima

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Quando usamos três notas em lugar de duas, temos a quiáltera mais comum, a tercina. Mas quem fuça livros de
rock e jazz vai encontrar quintinas (cinco notas onde normalmente caberiam quatro), septinas (sete no lugar de seis ou
de oito), onzinas (onze sobre oito), etc...

Ex. 4º: quintinas, cinco notas onde cabiam quatro.

Quintinas de semicolcheia. Quintina de colcheia.

Ex. 5º: septinas de fusa (sete notas em lugar de seis) e onzinas de


semicolcheia (onze semicolcheias em lugar de oito.

Para estudar as quiálteras, retome aquele exercício que apresentamos no início deste curso. Pegue a linha do
tempo, e bata intervalos iguais, estabelecendo um padrão rítmico:
/________/________/_______/________/________/_______/_____ 1 seg. 1 seg. 1 seg. etc... Sem mudar o
padrão (use, se preciso, o metrônomo), toque, dentro de cada tempo, diferentes quantidades, sempre subdividindo cada
tempo em partes iguais: /__1seg__/_1seg.__/_1seg._/_(etc...)_/_______/________/_______/ 1..... 1....2.... 1..2..3
1..2..3..4 1.2.3.4.5 etc... Seria semelhante a escrevermos algo assim:

Para facilitar, marque a cabeça dos compassos (o primeiro tempo)

NOTA PONTUADA (ponto de aumento)

A nota poderá aparecer pontuada quando o compositor quiser aumentar o valor da mesma exatamente a
metade do seu valor original, exemplo:
No andamento 4/4, a mínima vale 2 tempos. Se colocarmos um ponto de aunento, a mesma valerá 3
tempos (metade de 2 é 1, logo 2 + 1 = 3 tempos).

No andamento 4/4, a semínima vale 1 tempo. Se colocarmos um ponto de aumento, a mesma valerá
1, ½ tempo (metade de 1 é ½, logo 1 + ½ = 1, ½ tempo).

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Obs.: Pode-se concluir que o ponto de aumento aumenta a metade dop valor da nota.

Pegue uma partitura e identifique as figuras estudadas.


A seguir coloquei alguns compassos simples com TAB para treinamento.

INSPIRAÇÃO

Etc...

OUTRAS NOTAÇÕES DE ESCRITA VOCÊ PODE BAIXAR NO SITE DO GUITARRISTA OTANIEL

http://www.otanielguitar.hpg.com.br

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