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03 de Dezembro de 2010
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Introdução
A apneia obstrutiva do sono (AOS) é definida por episódios
recorrentes de eventos respiratórios constituídos de
interrupções totais (apneias) ou reduções substanciais
(hipopneias) da respiração. Estas interrupções da respiração
ocorrem devido ao colapso repetitivo da orofaringe. Quando
associadas à sonolência excessiva diurna ou a doenças
cardiovasculares, recebe o nome de síndrome da apneia
obstrutiva do sono (SAOS).
Os fatores que predispõem as oclusões da orofaringe incluem
obesidade, história familiar, fumo, consumo de álcool, etnia,
menopausa, estrutura facial, altealterações do tônus de
músculos faríngeos, entre outros.
As consequências da síndrome da apneia obstrutiva do sono não
tratada são múltiplas e muitas vezes devastadoras. As apneia e
hipopneia estão associadas a quedas da saturação arterial de
oxigênio que só terminam com despertares. Os múltiplos
despertares estão associados a um sono fragmentado e de baixa
qualidade, gerando excessiva sonolência diurna e prejuízo
cognitivo. A sonolência excessiva diurna resulta em queda
importante da qualidade de vida destes pacientes, de sua
produtividade, graves prejuízos laborais e sociais, assim como
também aumenta as chances de envolvimentos em acidentes de
trânsito. O sono superficial, fragmentado e de má qualidade,
contribui para a perda de memória e é importante fator de
risco para depressão. Em alguns pacientes (particularmente
crianças) a principal manifestação diurna da AOS é a
irritabilidade e dificuldade de concentração (Quadro 1).
Os problemas cardiovasculares são sérios e provavelmente
contribuem para a mortalidade nesse grupo de pacientes. As
paradas respiratórias sucessivas determinam quedas cíclicas da
oxigenação e são acompanhadas de grandes oscilações da
frequência cardíaca e pressão arterial. Os eventos
respiratórios com quedas do O2, subidas do CO2 e
microdespertares são todos fatores que contribuem para aumento
da atividade simpática. A atividade simpática aumentada não
ocorre somente durante a noite, mas também se perpetua durante
o dia. Inúmeros outros mecanismos são ativados durante o sono
em pacientes com apneia do sono e incluem ativação da cascata
inflamatória e da coagulação associada a alterações
endoteliais. Os pacientes com a síndrome da apneia obstrutiva
do sono têm risco aumentado de desenvolver hipertensão
arterial sistêmica, isquemia coronariana, insuficiência
cardíaca congestiva e acidente vascular cerebral (Quadro 2).
A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) é uma doença
crônica, muito prevalente. Apesar da alta prevalência na
população geral (pelo menos 4% dos homens e 2% entre as
mulheres), a SAOS permanece, infelizmente, pouco reconhecida.
A grande maioria dos casos (70% a 80%) não é diagnosticada.
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