Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Construção Civil
Material Teórico
Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
• Introdução;
• Normalizações;
• Características dos Aços.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Identificar, classificar e caracterizar os tipos de aços utilizados na cons-
trução, de acordo com as normalizações brasileiras e internacionais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
Introdução
Utilizadas na construção civil, o aço representa uma das principais matérias-
-primas para elementos estruturais com inúmeras aplicações, tais como armaduras
de concreto, fundações, pontes, viadutos, estruturas metálicas. Este setor é um
grande consumidor dos produtos derivados das usinas siderúrgicas.
Chiaverini, (1982), define o aço como sendo:
Um produto siderúrgico obtido por via líquida através da fusão do ferro
como componente básico e acrescentado o carbono com um teor em
até 2%, resultando em uma liga Ferro-Carbono. São encontrados nessa
liga também níquel, volfrâmio, manganês, cromo, fósforo, enxofre entre
outros elementos e resíduos resultantes do processo de fabricação.
Normalizações
A ABNT NBR 7480:2007 - Aço destinado a armaduras para estruturas de
concreto armado – Especificação, estabelece os requisitos exigidos para encomenda,
fabricação e fornecimento de barras e fios de aço destinados a armaduras para
estruturas de concreto armado, com ou sem revestimento superficial. Para aplicação
desta norma, torna-se necessário outras normas conforme citado a seguir:
• ABNT NBR ISO 7438:2016 - Materiais metálicos — Ensaio de dobramento.
• ABNT NBR 6215:2011 - Produtos siderúrgicos — Terminologia.
8
• ABNT NBR 7477:1982 - Determinação do coeficiente de conformação
superficial de barras e fios de aço destinados a armaduras de concreto armado.
• ABNT NBR 7478:1982 - Método de ensaio de fadiga de barras de aço para
concreto armado.
• ABNT NBR ISO 6892-1:2013 - Materiais metálicos — Ensaio de Tração
» Parte 1: Método de ensaio à temperatura ambiente.
• ISO 15630-1:2010 - Steel for the reinforcement and prestressing of concrete
-- Test methods-- Part 1: Reinforcing bars, wire rod and wire.
• ABNT NBR 6118:2014 - Projeto de estruturas de concreto — Procedimento.
• ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas
de aço e concreto de edifícios.
9
9
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
Corrosão do Aço
As características essenciais do aço, como resistência mecânica, elasticidade, duc-
tilidade, entre outras, conforme prescreve Teobaldo, (2004), podem ser reduzidas,
além da redução da seção resistente, devido a corrosão definida como sendo uma:
• Alteração físico-química sofrida devido à sua reação com o meio, estas alterações
transformam o aço em compostos químicos semelhantes ao minério de ferro.
Nos metais, a corrosão se dá:
• por corrosão química;
• ou eletrolítica, sendo esta mais frequente.
Fadiga do Aço
De acordo com TEOBALDO (2004), outro aspecto a ser considerado na classi-
ficação do aço, é a sua fadiga, e é influenciada principalmente:
• Pela amplitude de variação de tensões;
• Pela frequência de aplicação das cargas;
• Pelo chamado número de ciclos de carregamento e concentração de tensões
na seção.
Segundo o autor, a ruptura por fadiga no aço ocorre sem deformações, não
indicando a iminência do colapso.
10
Ductilidade:
É a capacidade do material de se deformar plasticamente sem se romper e é
definida pela extensão do patamar de escoamento.
Além disso, a ductilidade é uma propriedade que torna o aço resistente a cho-
ques bruscos.
Tenacidade:
É a capacidade do material de absorver energia quando submetido à carga de
impacto. É a energia total, elástica e plástica, absorvida pelo material por unida-
de de volume até a sua ruptura, representando a área total do diagrama tensão
de formação. Logo, um material dúctil com a mesma resistência de um material
frágil possui uma maior tenacidade, já que requer maior quantidade de energia
para ser rompido.
Elasticidade:
É a capacidade do material de voltar à forma original após sucessivos ciclos de
carregamento e descarregamento.
Plasticidade:
É uma deformação definitiva provocada pelo efeito de tensões iguais ou superio-
res ao limite de escoamento do aço.
Microestrutura
A microestrutura dos materiais depende fundamentalmente da composição quí-
mica e dos tratamentos térmicos e mecânicos aos quais o metal foi submetido. Infe-
lizmente só podemos determinar (com precisão crescente) a composição química,
11
11
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
mas não quais foram os tratamentos que produziram uma determinada microestru-
tura (CHIAVERINI, 1982).
Figura 1 – Fases do ferro desde a temperatura ambiente até o ponto de fusão, Heck (S.D.)
Fonte: ufrgs.br
12
Figura 2 – Fases da liga Fe-C em função da temperatura e da composição, Heck (S.D.)
Fonte: ufrgs.br
13
13
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
1º) Preparação
Antes de serem levados ao alto forno, o minério e o carvão são previamente
preparados para melhoria do rendimento e economia do processo. O minério é
transformado em pelotas e o carvão é destilado para obtenção do coque, dele se
obtém ainda subprodutos carboquímicos.
2º) Redução:
Neste processo, o ferro se liquefaz e é chamado de ferro gusa ou ferro de primeira
fusão. Impurezas como calcário, sílica etc. formam a escória, que é matéria-prima
para a fabricação de cimento.
3º) Refino:
Nesta etapa, o ferro gusa é levado para a aciaria, ainda em estado líquido, para
ser transformado em aço, mediante queima de impurezas e adições. O refino do
aço se faz em fornos a oxigênio ou elétricos.
4º) Laminação:
Nesta etapa, o aço, em processo de solidificação, é deformado mecanicamente e
transformado em produtos siderúrgicos utilizados pela indústria de transformação,
como chapas grossas e finas, bobinas, vergalhões, arames, perfilados, barras etc.
14
Classificação dos Aços
De acordo com Pannoni e Silva (2010), a ANBT NBR 8800:2008 e a NBR
6118:2014, os aços podem ser classificados conforme uma distinção entre os aços
carbono comuns e os aços ligados.
• O aço carbono: E uma liga de Ferro-Carbono contendo geralmente de 0,008%
até 2,11% de carbono, além de certos elementos residuais resultantes dos
processos de fabricação.
15
15
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
• Os aços são ligas ferro-carbono que podem ter até dois por cento de teor de
carbono em sua composição, embora este valor no mercado não ultrapasse
um por cento, a fim de evitar a alta dureza e possibilitar sua aplicação.
• Os outros elementos constituintes do material são o manganês (Mn), o silício
(Si), o fósforo (P) e o enxofre (S), elementos estes residuais resultantes do pro-
cesso de fabricação.
Os aços comuns, como, por exemplo, aqueles utilizados nas armaduras de con-
creto armado, diferem-se dos especiais pela proporção de seus elementos e adição
de novos elementos de acordo com sua finalidade.
O aço inoxidável.
Que além dos elementos residuais, contém o cromo e, às vezes, níquel, tornan-
do-o resistente à corrosão.
16
Muitas vezes, para peças de aço serem transformadas em elementos estruturais,
são utilizados processos de soldagem, especificado pela ABNT NBR 6118:2014,
sendo assim, de acordo com Teobaldo (2004):
• A soldabilidade é uma propriedade de extrema importância para o material e
sua execução é necessária para que o aço seja composto por elementos químicos
em percentuais ideais. Caso isso não aconteça, precauções especiais devem ser
consideradas, acarretando, muitas vezes, no aumento do custo do produto final.
Tabela 1 - Características dos aços usados indicados para concreto armado, ABNT NBR 7480:2007
Limite de
Limite de tensão de
Tipo de aço resistência à Alongamento (%) %C % Mn %P %S
escoamento (MPa)
tração (MPa)
Aço CA-25 250 300 18 0,12 0,82 0,02 0,04
Aço CA-50 500 540 8 0,26 0,91 0,03 0,026
Aço CA- 60 600 660 5 0,12 0,78 0,02 0,031
Fonte: ABNT NBR 7480:2007
17
17
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
De acordo com Peinaldo et al. (2013), pode-se trabalhar o aço em uma obra de
duas maneiras:
• Cortando, dobrando e montando na obra
»» Dessa forma, adquire-se o aço em barras retas de 12m de comprimento e nos
diâmetros especificados, realiza-se todo o serviço de corte, dobra e monta-
gem no canteiro de obras. Sua desvantagem é que há a necessidade de mais
mão de obra (armador e ajudante).
• Adquirindo cortado e dobrado apenas montado na obra
»» É a maneira ideal para grandes obras, onde se consome grandes quantidades
de aço. É mais prático comprar cortado e dobrado de acordo com o seu pro-
jeto se o fornecedor também disponibiliza essa opção. A desvantagem é que
o projeto da armação deve estar perfeito para não ocorrer desvios.
18
Pannoni e Silva (2010) prescreve as grande vantagem dos aços de alta resistência
e baixa liga:
• dispensam a pintura em certos ambientes,
• possuem uma resistência mecânica maior do que a dos aços carbono;
• Em ambientes extremamente agressivos, como regiões que apresentam gran-
de poluição por dióxido de enxofre ou aquelas próximas da orla marítima, a
pintura lhes confere um desempenho superior àquele conferido aos aços car-
bono (CCBA, 2014).
19
19
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
De acordo com Pinho e Bellei (2007), a maioria das pontes e viadutos constru-
ídos no Brasil utiliza-se aço de alta resistência e baixa liga. São utilizados na sua
composição diversos elementos de liga adicionados ao carbono para que possam
atingir resistências mecânicas maiores
20
Tabela 2 – Aços de uso frequente especificados pela ASTM para uso estrutural, ABNT NBR 8800:208
Grupo de perfilaD ou faixa
Classificação Denominação Produto Grau fy MPa fu MPa
de espessura disponível
Perfis 1, 2 e 3
A36 Chapas e - 250 400 a 550
t ≤ 200 mm
Aços-carbono barrasc
A 230 310
A500 Perfis 4
B 290 400
42 290 415
1, 2 e 3 50 345 450
Perfis 55 380 485
60 415 520
1e2
65 450 550
Aços de baixa liga e alta A572
t ≤ 150 mm 42 290 415
resistência mecânica
t ≤ 100 mm 50 345 450
Chapas e
t ≤ 50 mm 55 380 485
barras c)
60 415 520
t ≤ 31,5 mm
65 450 550
A992 d
Pefis 1, 2 e 3 - 345 a 450 450
1 - 345 485
Pefis 2 - 315 460
3 - 290 435
A242
t ≤ 19 mm - 345 480
Aços de baixa liga e alta Chapas e
resistência mecânica 19 mm < t ≤ 37,5 mm - 315 460
barras c)
resistentes à corrosão 37,5 mm < t ≤ 100 mm - 290 435
atmosférica
Pefis 1e2 - 345 485
t ≤ 100 mm - 345 480
A588 Chapas e
100 mm < t ≤ 125 mm - 315 460
barras C
125 mm < t ≤ 200 mm - 290 435
50 345 450
Aços de baixa liga
temperados e auto- A913 1e2 60 415 520
revenidos 65 450 550
Fonte: ABNT NBR 8800:208
21
21
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Ensino a Distância de Estruturas de Aço
PALATNIK, Sidnei. Ensino a distância de Estruturas de Aço. 2011. 194 f. Disser-
tação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade São Judas Tadeu, São
Paulo, 2011.
Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução
CALLISTER, Willian D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução. 5 ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2002. 589p.
Leitura
O Aço na Construção Civil
INABA, Roberto. O aço na construção civil. São Paulo. 2014. Ciências exatas e
tecnológicas. Alagoas. v. 4. n. 2. p. 217-228. Novembro 2017.
https://goo.gl/fTr84o
Revista Concreto
https://goo.gl/oRJ5X3
Revista Ibracon
https://goo.gl/rYutZT
22
Referências
Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração. Os anos 50, a época
das consolidações. Disponível em: http://abmbrasilkbrtec.hospedagemdesites.
ws/quem-somos/historico/. Acesso em: 25/08/2018.
23
23
UNIDADE Tecnologia do Aço e as suas Aplicações
FERRAZ, Henrique. O aço na construção civil. CDCC USP, núm. 22, out./nov./
dez./ 2003.
PEINADO, Hugo Sefrian; MORI, Luci Mercedes de; MIOTTO, José Luiz. Aço
cortado e dobrado de fábrica para estruturas de concreto armado. Téchne
(online), ed. 195, jun. 2013.
PINHO, Fernando Ottoboni; BELLEI, Ildony Hélio. Pontes e viadutos em vigas mis-
tas. Rio de Janeiro: IBS/CBCA, 2007. São Carlos: Universidade de São Paulo, 2007.
24