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Florianópolis
2018
RODRIGO CONRADI ANTUNES
Florianópolis
2018
RODRIGO CONRADI ANTUNES
______________________________________________________
Professor e Orientador José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
A minha esposa e meus pais, por acreditarem e
me incentivarem em todos os momentos da
minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus, por nos dar a vida, a sabedoria para viver e
fazer as melhores escolhas, a coragem para enfrentar os obstáculos e a oportunidade de, com
nosso próprio esforço, construir uma carreira profissional com dignidade e merecimento.
Meu carinhoso agradecimento a minha esposa Stela que, esteve todo tempo ao
meu lado dando amor, carinho e amizade. Agradeço aos meus pais, Ivan e Ivone, meus
maiores exemplos. Obrigado por todo amor e carinho, pelas orações em meu favor, pela
preocupação para que estivesse sempre andando pelo caminho correto. Este trabalho é parte
de vocês.
Aos professores que passaram por nossas vidas deixando ensinamentos e
conhecimentos, colaborando diretamente com a nossa formação, não apenas como
profissionais, mas como pessoas que me fizeram entender que é possível tornar nossos
anseios realidade.
A todos os meus familiares e amigos, pela torcida na superação e conquista de
mais este desafio.
À Empresa e a todos os envolvidos na pesquisa. Agradecimento especial a
Gerente de RH e a Supervisora de Segurança, Meio Ambiente e Saúde que abriram as portas
da empresa, permitindo, assim, a realização desta pesquisa.
Enfim, agradeço a todos aqueles que direta e indiretamente me apoiaram e
contribuíram para a realização deste trabalho.
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém
ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” (Arthur Schopenhauer).
RESUMO
Work-related accident bring financial and emotional damage to companies, government and
workers. The constant pursuit of effective strategies for reducing and even eliminating all the
risks has become a priority goal to be achieved by all. The problems arising from injured
people, labor claims and stationary machines, compromise the competitiveness and generate a
negative image of the company toward the customers and the community. This monograph
seeks to present and develop a work safety management system aimed to improve the safety
culture. In this method, leaders work actively in the application of safety tools that aim to
improve the risk perception of all workers. The application of behavioral tools such as daily
safety dialogue, safety instructions, safety inspection and incident recording reinforces the
awareness of the hazards and the risks in which the employee is exposed. A worker who
develops appropriate prevention habits helps to create a safety culture and contributes to the
creation of a healthy and productive environment. Through the implementation of safety tools,
it was noticed that the participation and involvement of the employees themselves increased
significantly, eliminating and identifying risk conditions that could lead to an accident. As a
consequence, this leads to a reduction of costs by not having detached employees, reducing on
medicines buying, reducing stationary machines, etc.
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO................................................................................................. 14
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................................ 14
1.3 JUSTIFICATIVA............................................................................................................... 15
1.4 OBJETIVOS....................................................................................................................... 15
1.4.1 Objetivo Geral................................................................................................................ 15
1.4.2 Objetivos Específicos..................................................................................................... 15
1.5 METODOLOGIA............................................................................................................... 16
1.5.1. Abordagem da pesquisa............................................................................................... 16
1.5.2. Tipo de pesquisa............................................................................................................ 16
1.5.3. Método da pesquisa.......................................................................................................16
1.5.4. Coleta de dados............................................................................................................. 17
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO....................................................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................18
2.1 HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO............................................................ 18
2.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO............................. 22
2.3 SEGURANÇA DO TRABALHO.......................................................................................23
2.4 SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO..................... 25
2.5 GERENCIAMENTO DE RISCO....................................................................................... 26
2.6 CULTURA DE SEGURANÇA.......................................................................................... 28
2.7 VISÃO COMPORTAMENTAL........................................................................................ 31
2.8 SEGURANÇA COMPORTAMENTAL............................................................................ 32
2.9 PERCEPÇÃO DE RISCO.................................................................................................. 36
2.10 FERRAMENTAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO................................................ 37
3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................... 41
3.1 ANÁLISE DOS PERIGOS E RISCOS.............................................................................. 41
3.2 INSTRUÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO........................................................ 45
3.3 TREINAMENTO................................................................................................................47
3.4 FERRAMENTAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO.................................................. 48
3.5 MONITORAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE INDICADORES.......................... 53
3.6 INDICADORES DE SEGURANÇA DO TRABALHO.................................................... 55
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................................ 56
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................. 58
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 60
APÊNDICES........................................................................................................................... 63
Apêndice A - MANUAL DE FERRAMENTAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO... 64
13
1 INTRODUÇÃO
importância, para sua própria conscientização e desenvolvimento, conseguindo assim ter mais
facilidades em praticar comportamentos corretos, sabendo identificar os perigos e os riscos
que está exposto em um determinado ambiente de trabalho, propondo também melhorias e
soluções para eliminar ou neutralizar os mesmos. O Engenheiro de Segurança do Trabalho
também deverá saber cuidar de pessoas, sabendo identificar situações que possam gerar
acidentes e apresentar soluções para eliminação, neutralização ou minimização dos riscos.
Para obter melhores resultados na Segurança do Trabalho é necessária à mudança
de uma abordagem pontual para uma sistémica, desta maneira busca-se ter uma visão macro
da organização associando todos os níveis da empresa com objetivo da busca pelo “Zero
Acidente”. Além de buscar a melhoria nos resultados de segurança as ações através de
comportamentos corretos e seguros, também contribuem para qualidade, produtividade,
redução de custos e a própria satisfação dos colaboradores.
Neste trabalho serão apresentados alguns programas e ferramentas de segurança
do trabalho com o objetivo de melhorar a percepção dos perigos e riscos que o colaborador
está exposto, consequentemente o seu comprometimento e a cultura de segurança da empresa
acabam se desenvolvendo e melhorando a cada dia.
Espera-se que estas informações possam ser utilizadas por empresas
comprometidas com a segurança dos seus colaboradores de maneira que as medidas de
prevenção sejam adotadas e que as ocorrências e os riscos sejam eliminados, neutralizados ou
pelo menos identificados e minimizados gradativamente. Que as empresas não somente
baseiem-se em Normas Regulamentadoras ou legislações, mas sim em meios de evitar
qualquer tipo de ocorrência indesejada.
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 OBJETIVOS
1.5 METODOLOGIA
Com base no objetivo geral o presente trabalho se caracteriza por uma pesquisa
quantitativa que avaliará os índices de acidentes de trabalho.
A pesquisa quantitativa enfatiza os indicadores numéricos e os percentuais sobre
determinado fenômeno pesquisado. Conforme Fonseca (2002, p. 20):
A forma da pesquisa é a exploratória, que visa o acesso mais próximo com o tema
estudado e oferece informações mais detalhadas sobre o mesmo, facilitando a delimitação do
assunto para o estudo e contribuindo para aprofundar os conceitos preliminares. Seu objetivo
é o aprimoramento das ideias, o seu planejamento permite considerar a variedade de aspectos
identificados em relação ao fato estudado (GIL, 2002).
Com o melhor conhecimento das ferramentas conseguimos melhorar sua eficácia
e consequentemente atingindo os resultados esperados.
reconhecer situações que possam gerar acidentes de trabalho, agindo de forma preventiva com
ações para identificar, neutralizar ou eliminar os perigos e riscos.
Esta pesquisa não visou somente levantar e comparar dados quantitativos, mas
principalmente, fornecer informações e sugestões para promover o interesse dos
colaboradores e empregadores no intuito de prevenir ocorrências indesejáveis.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com o passar dos anos a segurança do trabalho foi sendo objeto de estudo para
encontrar as causas das ocorrências e propor medidas preventivas que evitasse o acidente. A
preocupação com a segurança existe muito antes de Cristo, onde grandes obras foram
realizadas anteriormente ao seu nascimento, como as Pirâmides, por exemplo. No livro
“Antiguidades Judaicas”, o historiador judeu Flávio Josefo relata que a causa da morte de José,
o “pai” de Jesus, foi acidente de trabalho, uma vez que havia sido designado, como
encarregado de obra, a reconstruir uma cidade, quando caiu de um andaime e faleceu três dias
depois, em função da gravidade do acidente (OLIVEIRA, 2012).
Estudos relacionados à segurança do trabalho e saúde ocupacional relatam que no
ano 1556, o estudioso Georgii Agricolae publicou o livro “De Re Metalica”, que discute os
aspectos de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional relacionados com a extração de
minerais na Alemanha. Ele destaca que devido ao índice de acidentes fatais e doenças
ocupacionais que levavam a morte os trabalhadores em algumas regiões, as mulheres
chegavam a casar-se sete vezes, dada a precocidade da morte dos maridos (G.ARRA, 2018).
Em 1700 o médico Bernardino Ramazzini (considerado o pai da Medicina
Ocupacional) publicou o livro “De Morbis Artificum Diatriba”, onde ele descreve cerca de
100 profissões diferentes e os riscos específicos de cada uma delas. Essa relação é a
percursora da lista atual de doenças ocupacionais reconhecidas pela OIT (Organização
Internacional do Trabalho) e adotada por muitos países, inclusive o Brasil (MENDES, 1995).
Outro fato marcante ocorreu entre 1760 e 1830 (séc. XVIII e XIX), na Inglaterra:
a Revolução Industrial, cuja origem foi à invenção da máquina de fiação. Quando, até então, a
fiação e a tecelagem eram desenvolvidas para atender as necessidades domésticas, sendo seu
excedente vendido a preço elevado, em regiões onde essas atividades não existiam.
Com o surgimento das primeiras máquinas o artesão perdeu o domínio dos meios
de produção. As máquinas já começavam a substituir o artesão e a mão de obra necessária
para a manipulação das máquinas era facilmente garantida pelas famílias pobres, sendo
aceitos como trabalhadores homens, mulheres e crianças. Neste período houve uma
intensificação dos estudos de acidentes do trabalho, pois, esses países produziam legiões de
incapacitados. Isto levou ao questionamento da população sobre os benefícios da revolução.
Este quadro mostrou situações graves que seria intolerável continuar desprotegido do próprio
19
A partir de 1954, também nos Estados Unidos da América, Frank Bird Jr.,
estudioso da área de seguros, realizou um estudo sobre probabilidade de ocorrência de
acidentes e incidentes a partir de uma análise envolvendo 297 empresas, 1.750.000
trabalhadores e 1.753.498 eventos, chegando a classificação dos tipos de acidentes por nível
de severidade, concluindo que os mesmos tinham uma relação quase piramidal, partindo da
severidade menor para a maior (G.ARRA, 2018).
Em 1996 a ISO se reuniu com seus membros para ratificação da ISO 18.000 como
sendo a norma padrão para as áreas de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, utilizando-se dos
requisitos da norma BS 8800. No entanto, houve veto dos Estados unidos da América sob a
alegação de que regulamentações referentes às áreas de Segurança e Saúde Ocupacional
deveriam ser tratadas pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), pois elas tratam dos
problemas referentes às relações capitais e trabalho (G.ARRA, 2018).
No entanto, diante da demanda de organizações que buscavam um modelo de
gestão em Segurança e Saúde Ocupacional, as empresas certificadoras criaram as normas
série OHSAS 18.000 (Occpational Health and Safty Analysis).
Já no Brasil, em 15 de janeiro de 1919, surgiu a Lei n. 3.725, contendo 30 artigos
sobre o conceito de acidente do trabalho, a declaração de acidentes, a ação judicial, além de
outras disposições gerais sobre a atividade laboral (OLIVEIRA, 2012).
Quatro anos depois da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, foi
promulgada a terceira Constituição do País. Com pouquíssima participação popular, a Carta
Magna adotou medidas de proteção ao trabalhador. Regulamentou-se o trabalho da mulher, do
menor e a jornada diária de 8 horas, institui-se o salário mínimo, foram reconhecidos os
sindicatos e centralizados os serviços médicos de saúde. O acidente de trabalho, não foi
contemplado com grandes avanços. Em junho de 1934, o Decreto n. 24.637 apenas
classificava as indenizações por tipo de acidente (OLIVEIRA, 2012).
Em 1° de maio de 1943, foi baixado o Decreto-Lei n° 5.452, aprovando a criação
da Consolidação de Leis do Trabalho (CLT). Em seguida, em 10 de novembro de 1944, foi
baixado o Decreto-Lei n° 7.036, o qual, em seu art.82, obrigava as empresas a organizarem
comissões internas, com representação dos empregados, para “estimular o interesse pelas
questões de prevenção de acidentes”. Contudo, somente após a Portaria n° 155, de 27 de
novembro de 1953, no segundo Governo de Vargas, é que se regulamentou a organização e o
funcionamento das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, a CIPA (OLIVEIRA,
2012).
Em 14 de setembro de 1967, na ditadura militar, criou-se a Lei n. 5.316, íntegra
do seguro de acidente na previdência. Com a Portaria n. 3.237, de julho de 1972, se estabelece
a obrigatoriedade dos serviços especializados em segurança, higiene e medicina do trabalho
nas empresas, levando em consideração o número de empregados e o grau de risco. Já com a
Portaria n. 3.460, de 31 de dezembro de 1975, instituíram-se, obrigatoriamente, os serviços de
medicina e segurança nas empresas. Em 8 de junho de 1978, com a Portaria n. 3.214, foram
aprovadas as primeiras Normas Regulamentadoras (NR) do Capítulo V da CLT relativas à
22
Segurança e Medicina do Trabalho. Estas NRs vêm sendo atualizadas e ampliadas e, hoje em
dia, já existem 36 delas (OLIVEIRA, 2012).
diferente do esperado estado normal, em outras palavras são situações não conformes com os
processos de segurança do trabalho, mas que não causaram nenhum tipo de perda
(CARDELLA, 1999).
Acidente do Trabalho (SAT). O disposto prevê que as alíquotas de 1%, 2% ou 3% poderão ser
reduzidas à metade ou duplicadas, em razão do desempenho da empresa referente aos
números de afastamentos devido aos acidentes de trabalho.
Com essa legislação, profissionais da área de segurança e saúde ocupacional
passaram a observar um maior interesse das empresas em implantar modelos de gestão, pois,
além dos resultados já conhecidos como bem-estar e aumento da produtividade, passou-se a
ter a possibilidade de ganhos que podem favorecer os esforços de melhoria, com a diminuição
da alíquota a ser paga (MENTE, 2007).
Os resultados da segurança do trabalho são analisados e definidos através da taxa
de frequência e gravidade conforme fórmulas abaixo que segue a recomendação e orientação
da NBR 14280.
Taxa de Frequência (F): é o número de acidentes multiplicado por um milhão,
dividido pelo número de horas trabalhadas.
Calculada pela fórmula: F = N x 1.000.000
H
Onde: N = número de acidentes;
H = homens-hora de exposição ao risco;
1.000.000 = um milhão de horas de exposição ao risco.
imediata está nos fatores humanos e/ou em algum tipo de problema técnico, mas, grande parte
de tais eventos é decorrente de falhas na gestão. Assim, é importante que os gestores
responsáveis da organização deem atenção ao fator humano e a tecnologia utilizada
(PALASIO, 2003).
A padronização de processo é algo adotado para manter um nível de produção,
qualidade e confiabilidade, mas, além disso, a padronização é de extrema importância para a
segurança. As pessoas conhecem a maneira padronizada de desempenhar suas atividades, mas
podem se desviar delas quando o padrão não é efetivamente a melhor forma de fazer tal
atividade. Por este motivo é necessário que os padrões sejam os mais produtivos e seguros,
para o operador desempenhar a sua atividade, porque somente assim ele não tentará mudar o
sistema por conta própria (CARDELLA, 1999).
Um dos maiores erros é ignorar as pessoas que estão diretamente ligadas à
produção. Se fosse levado em consideração o conhecimento daqueles que conhecem a cultura,
os valores e princípios, muito dinheiro seria economizado e muitos problemas evitados
(PALASIO, 2003).
A figura 3 mostra como os estados podem causar erros que fazem com que riscos
se tornem maiores, aumentando assim a possibilidade de acontecer um acidente.
resolução dos problemas de ordem técnica, econômica e social que envolve a formação de
uma cultura prevencionista no cotidiano organizacional.
A figura 4 mostra alguns valores que a organização deve aplicar para alcançar o
resultado desejado.
Uma das frases mais marcantes na história da segurança da Du Pont foi: Se não
pudermos operar de forma segura, não o faremos (Eleuthère Irénée Du Pont 1817).
Estatísticas globais mostram que 90% dos acidentes são gerados por
Comportamentos decorrentes dos fatores pessoais como: Autoconfiança ou a falta dela, não
avaliar o risco antes de executar a atividade, ter pressa, com a mente e olhos longe da tarefa,
cansaço físico ou mental, etc. Os outros 10% são devidos a Condições Inseguras, entre elas:
equipamentos ruins, ferramentas inadequadas, layout desorganizado, entre outros (WILSON,
2013).
33
Para a Dupont (2011) são três as fontes de eventos inesperados que causam aos
acidentes.
Aprender a observar os riscos significa que você começa a perceber pistas que
podem lhe dizer se uma situação é segura ou insegura, ou seja, você está alerta o tempo todo
para riscos (DUPONT, 2010).
A observação tem foco no ambiente de trabalho para responder duas perguntas:
• O que pode causar um acidente neste ambiente de trabalho?
• Se o acidente acontecer, como ele vai ocorrer?
se a atuação for inadequada o risco será grande. Em outras palavras, se tivermos uma gestão
de segurança, com controles apropriados e contínuos o risco de ocorrer um acidente será
pequeno.
O desafio das empresas é atingir um estágio onde as pessoas adotem uma postura
pro-ativa, de forma a influenciar o comportamento coletivo e a reduzir a ilusão da
invulnerabilidade, aumentando a cultura de segurança. A seguir algumas ações importantes
que podem colaborar para esta situação desejável (ARAÚJO, 2005):
b) Análise Preliminar de Risco e/ou Permissão de Trabalho: Tem como foco antecipar
acontecimentos e situações que possam gerar um acidente, analisando as condições do
ambiente de trabalho utilizando um check-list para verificação dos riscos existentes, propondo
medidas para a execução do trabalho com segurança (CARDELLA, 1999). As principais
atividades analisadas por essa metodologia são os trabalhos em altura, espaço confinado,
trabalhos com solda ou maçarico, eletricidade, movimentação de cargas, etc.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Com o estudo bibliográfico foi possível relacionar o trabalho com o tema proposto,
pois, a maioria dos colaboradores se envolve em algum tipo de incidente ou acidente por não
conseguirem perceber os riscos que estão expostos no ambiente de trabalho. O foco do
levantamento dos perigos e riscos do ambiente de trabalho, seguindo um dos requisitos da
norma OHSAS 18001:2007, onde as empresas que buscam esta certificação devem
estabelecer e manter procedimentos para a identificação de perigos, avaliação de riscos e a
implantação de medidas de controles necessárias que evitem as ocorrências.
Para a coleta de dados criou-se uma planilha conforme a figura 11, que além de
indicar os perigos e riscos ela também classifica sua aceitabilidade ou grau de severidade.
Dentro deste levantamento também já é possível verificar ações que minimizem, neutralizem
ou eliminem o risco. Esta planilha também auxilia na verificação de requisitos legais através
de legislações ou normas especificas. É de fundamental importância à participação da
supervisão e colaboradores da área para o levantamento e reconhecimentos dos perigos e
riscos, pois, podem auxiliar tanto na identificação como na correção de possíveis aspectos que
levem a ocorrência de um acidente.
Para iniciar a elaboração das análises e levantamento dos perigos e riscos, é
necessário conhecer e avaliar os postos de trabalho, acompanhar as atividades realizadas e
conhecer a classificação dos Riscos Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e de
Acidentes.
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Esta avaliação deve ser considerada um documento vivo, ou seja, deve ser
utilizada e revisada sempre que existir uma mudança de layout, processo, etc. Em caso de
acidentes automaticamente deve ser revisada verificando a existência da condição causadora
do mesmo. Esta planilha deve ser de conhecimento também da gerência e diretoria para que
possam destinar esforços e recursos para situações mais críticas. É de fundamental
importância o envolvimento dos colaboradores da área para que os mesmos sintam que a
empresa está preocupada com a segurança de todos os envolvidos.
Para elaboração da Instrução de Segurança conforme figura 12, deve ter como
fonte de consulta e referência à análise de perigos e riscos do setor ou local específico,
também podem ser consultados outros materiais de treinamento, mapa de risco e campanhas
específicas relacionadas com o tema. A sua elaboração deve ser simples para fácil
entendimento dos colaboradores. A Instrução serve como ensino, orientação e consulta dos
colaboradores e conta com imagens ilustrativas que indicam os equipamentos de proteção
individual que o colaborador deve utilizar e imagens reais de máquinas que identifiquem os
equipamentos de proteção existentes. Mas o item principal é a coluna do controle, onde o
colaborador deve seguir e/ou utilizar as recomendações evitando que um possível acidente
possa acontecer.
Revisões de Documentos: deve ser realizada imediatamente sempre que ser
identificada ou informada alguma alteração de layout, processo, atividade, instalações ou
quando for necessária em função de novos conhecimentos advindos de experiências anteriores
ou investigação de acidente.
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3.3 TREINAMENTO
Esta é uma das etapas mais importantes para qualquer implantação que envolva a
melhoria ou desenvolvimento de programas relacionados com o trabalhador, a capacitação é
fundamental para que os objetivos sejam conhecidos e os resultados esperados sejam
alcançados. Antes de iniciar o trabalho primeiro o colaborador passa pelo treinamento
realizado pelo líder ou supervisor do respectivo setor de trabalho.
A figura 14 mostra o roteiro de treinamento que está em fase de implantação, onde
o responsável por ministrar o treinamento deverá segui-la, para que nenhum item seja
esquecido de ser citado e explicado, objetivo é repassar todas as orientações e informações
necessárias para o colaborador trabalhar com segurança.
Este formulário fará parte do manual de treinamento da empresa que também
contemplará outros assuntos como qualidade, sistema de manufatura, entre outros. Os Líderes
e Supervisores também devem passar por treinamento de capacitação onde devem saber e
conhecer os itens necessários para repassar as informações aos seus subordinados. Geralmente
por terem uma vasta experiência conseguem assimilar os conceitos mais facilmente ajudando
até no desenvolvimento dos programas e ferramentas de Segurança do Trabalho. O conteúdo
do treinamento depende do setor, perigo e risco relacionados com o ambiente de trabalho e
também deve envolver procedimentos e normas existentes na empresa.
Figura 14: Roteiro de Treinamento
Outra iniciativa importante adotada dentro da empresa foi à busca pela melhoria
(implantação e reestruturação) dos programas e/ou ferramentas de segurança do trabalho, para
que as mesmas se tornem mais eficazes na prevenção de acidentes, melhorando também a
visão dos colaboradores quanto à percepção dos riscos e das suas responsabilidades quando se
trata de segurança do trabalho, conseguindo relacionar a teoria com a prática.
Diálogo Diário de Segurança – DDS: O Dialogo Diário de Segurança tem por objetivo
consolidar a cultura de segurança do trabalho, fazendo com que os colaboradores assimilem,
reflitam, conversem sobre o tema e aplique às informações repassadas, este encontro dura em
média 5 minutos e é realizado no início do turno de trabalho. Os assuntos são elaborados pela
área de segurança do trabalho. Este momento também auxilia no reforço da cultura de
segurança, pois todos os dias ele fala e aprende sobre segurança no trabalho. A figura 16 traz
um exemplo de DDS aplicado.
Registro de Incidente: ferramenta que tem o objetivo de identificar e tratar possíveis causas
de acidentes por condições ou comportamentos inseguros, é de extrema importância para sua
própria evolução no reconhecimento destas condições. Fazendo com que o colaborador tome
ações necessárias para evitar o acidente (figura 9). O incidente são sinais de alerta de que um
possível acidente pode acontecer, então deve ser dado total atenção e ser analisado e
investigado, adotando medidas preventivas para que ele de fato não aconteça. É uma
ferramenta que faz o colaborador se sentir responsável nas questões que envolvam a
segurança dentro da organização.
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Cruz de Segurança do Trabalho: tem por objetivo levar ao conhecimento dos colaboradores
a quantidade de acidente e incidente que acontecem na organização. Todos os dias o
colaborador deve preencher os campos pertinentes conforme as legendas, cada setor ou célula
de trabalho deve designar um responsável pelo preenchimento. Esta ferramenta faz com que o
colaborador pense na questão de segurança e reflita sobre ela e seus números, é uma forma de
monitoramento e acompanhamento dia a dia (figura 10).
A figura 19 mostra o quadro de gestão à vista das áreas produtivas onde estão
armazenados os Registros de Incidente e a Cruz de Segurança, fazendo com que a segurança
seja parte integrante das atividades do dia-a-dia.
Cruz de Segurança
Registro de
Incidentes
Taxa de frequência e
Cruz de Segurança
gravidade
4 RESULTADOS E ANÁLISES
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Renata Pereira de; SANTOS, Neri dos; MAFRA, Wilson José; Gestão da
Segurança e Saúde do trabalho. III SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e
Tecnologia, Rio de Janeiro, 2006.
BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho & gestão ambiental. 2. Ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
BLEY, J.Z; TURBAY, J.C.F; JUNIOR, O.C. Comportamento seguro: ciência e senso comum
na gestão dos aspectos humanos em saúde e segurança do trabalho. Revista CIPA, São Paulo,
v. 26, n. 311, p. 84-94, out. 2005.
CHIAVENATO, I. Recursos humanos: Edição Compacta, 3 ed.- São Paulo: Atlas 1999.
GIL, A.C., Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
PASTORE, José. País gasta R$ 72 bilhões por ano com acidente de trabalho. O Estado de
São Paulo, São Paulo, 21 de janeiro de 2012. Economia. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,pais-gasta-r-72-bilhoes-por-ano-com-acidente-
de-trabalho-imp-,825342> Acesso em 13 de janeiro de 2018.
APÊNDICES
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Abaixo estão presentes imagens do manual que podem ser impressa em modo
livreto e que servirá como instrumento de auxilio para empresas e profissionais da área de
segurança do trabalho. Este manual tem como objetivo disponibilizar ferramentas que ajudem
empresas e colaboradores na identificação de perigos e riscos presentes nos ambientes de
trabalho e principalmente evitando os acidentes que provocam lesões e danos para o
trabalhador e também custos desnecessários para a empresa.
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