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Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.

Introdução.

DINIZ, Debora. Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.


Ciência & Saúde coletiva [online]. 2008. p. 2. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n2/a17v13n2.pdf

Apresenta as modificações nos Estados Unidos, na década de 1980, como as


mudanças nas áreas de estudos da Sociologia e Antropologia, o surgimento de
novos tópicos de pesquisa e as novas leis de ética em pesquisa com seres
humanos, e suas controvérsias.

Retrata reações e debates semelhantes nos Estados Unidos e Brasil em relação


às novas regulamentações na ética de pesquisas em Ciências Humanas, além das
relações destas novas regulamentações com as da biomédica.

Esclarece a discussão brasileira sobre a revisão ética nas pesquisas em Ciências


Humanas. Evidencia a situação dos sistemas de revisão ética em relação ao diálogo
com os pesquisadores, e conclui como ocorre, no Brasil, as novas questões éticas
nas pesquisas em Ciências Humanas.

Expõe o objetivo principal desta obra, e apresenta a produção etnográfica “Uma


História Severina” como a base para a discussão deste artigo.
Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.

Documentário etnográfico.

DINIZ, Debora. Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.


Ciência & Saúde coletiva [online]. 2008. p. 2-3. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n2/a17v13n2.pdf

Insere-se no campo das Ciências Humanas. A autora utiliza-se de fontes


secundárias por meio de artigos e livros. Emprega uma abordagem qualitativa.

Apresenta a relação entre os registros fílmicos etnográficos e história da


Antropologia. Além disso, evidencia os dois objetivos principais iniciais do registro
fílmico etnográfico.

Exemplifica metodologias e estilos compartilhados pelas produções etnográficas,


e complementa apontando a importância das edições na produção etnográfica,
sendo ela escrita ou fílmica.

Expõe os comprometimentos das produções etnográficas, e diferencia a


etnografia dos documentários.

Apresenta uma breve análise sobre neutralidade nas produções etnográficas, e


uso como exemplo a produção de “Uma História Severina”.

Retrata a dinamicidade das direções que as produções etnográficas tomam a


partir das imagens obtidas, diferenciando, assim, a etnografia de outras narrativas
visuais. Desta forma, apresenta a razão pela qual os etnógrafos resistem ao modelo
ético biomédico.
Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.

Uma História Severina.

DINIZ, Debora. Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.


Ciência & Saúde coletiva [online]. 2008. p. 3-5. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n2/a17v13n2.pdf

Apresenta como se iniciou a produção de “Uma História Severina”, e explica uma


das questões principais da obra, a “liminar do aborto”.

Esclarece o objetivo inicial do documentário etnográfico “Uma História Severina”,


e mostra os métodos utilizados na produção.

Evidencia como ocorreu o intermédio entre as produtoras da etnografia e as


entrevistadas.

Aponta a questão ética na produção etnográfica de “Uma História Severina”.

Apresenta como ocorre o extenso debate ético sobre possíveis implicações


emocionais de pesquisas qualitativas com métodos em pesquisas abertas,
demonstrando pontos de vista em relação ao estímulo emocional exercido nas
entrevistadas.

Mostra como as entrevistas podem ser observadas pelas mulheres, e relaciona


as opções de relato ou não relato das mulheres com o aborto ilícito e lícito.

Retrata como ocorreu a mudança da produção etnográfica de relatos de


mulheres que abortaram, para a história de Severina.
Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.

Principais desafios éticos.

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Ciência & Saúde coletiva [online]. 2008. p. 5-7. Disponível em:
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É observado a semelhança de alguns termos entre Ciências Humanas e Ciências


Biomédicas, porém divergem quanto a seu conteúdo.

Com isso, o desafio principal ao analisar eticamente um projeto enquadrado nas


Ciências Humanas é entender que cada metodologia utilizada pressupõe uma
sensibilidade ética.

O filme construído obrigou um processo de análise de conceitos da ética na


pesquisa e formas de adequação às entrevistas abertas e filmagens, tendo como
exemplo a leitura do consentimento aos entrevistados em todos os encontros,
mostrando a constante produção do esquema entre os participantes do projeto em
geral, equipe de filmagem, Severina e Rosivaldo.

Nota-se a importância na preservação da moral e da dignidade dos envolvidos


durante o processo de construção do filme, tendo em vista a vulnerabilidade do
assunto abordado.

É ressaltado a experiência em pesquisas biomédicas como auxílio na construção


do processo de consentimento aos entrevistados, visto que toda imagem, áudio e
edição tinha que ter participação de Severina e seu marido. Isso é representado na
exibição do filho natimorto do casal.

Outro assunto abordado é quanto a remuneração aos participantes em pesquisas


qualitativas, sendo alvo de diversas discussões no campo da Antropologia e da ética
em pesquisa.

“Uma História Severina” tem caráter peculiar devido a relação de reciprocidade


entre diretor e informantes.

Devido às ausências de exigências requeridas em pesquisa de Ciências


Humanas para avaliação do comitê de ética, os próprios envolvidos (diretoras,
pesquisadoras e membros do comitê que avaliaram) assumiram a construção de
passos éticos desenhados à metodologia do projeto.
Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.

Novos desafios éticos.

DINIZ, Debora. Ética na pesquisa em ciências humanas – novos desafios.


Ciência & Saúde coletiva [online]. 2008. p. 7-8. Disponível em:
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Observa-se a importância na ampliação dos horizontes de debate sobre ética em


pesquisa, analisando as particularidades de cada caso, não se limitando apenas aos
saberes biomédicos.

É abordado a necessidade de avaliação por comitês colegiados dos projetos de


pesquisa, uma vez que “Uma História Severina” tinha a presença de imagens e
domínio do delicado cenário político brasileiro sobre o aborto.

O projeto do filme se caracteriza como expedited review, pois há uso de técnicas


de entrevista ou observação, levando o avaliador do comitê a analisar aspectos
éticos e emitir um resultado sem a necessidade de maiores discussões.

Conclui-se que para a ética e a pesquisa acadêmica sejam campos próximos, é


necessário que os comitês sejam atentos às particularidades epistemológicas e
metodológicas das Ciências Humanas.

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