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Regina Vater. Tina América. Catálogo exposição Histórias da Sexualidade, 2017.

Informação em Saúde na perspectiva das


políticas de equidade em saúde

Daniel Canavese
Jaqueline Oliveira
!
A determinação social da saúde: !

Buss, P. & Filho, A.P. A saúde e os seus determinantes sociais. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 17(1):77-93, 2007
raça Compreende-se raça como uma construção social resultado da produção
Bairros, L. III Conferência Mundial contra o Racismo. Estudos histórica de discursos e práticas que perpetuam a exclusão material e
Feministas – Dossiê, 10(2): 169-170, 2002.
simbólica de determinados grupos sociais e indivíduos. Trata-se de uma
Fanon, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDFUBA, 2008.
prática sancionada pelo Estado e operada, simultaneamente, de forma
Gilmore, R. W. Fatal couplings of power and difference: Notes on
racism and geography.  The Professional Geographer. Vol. 54, n.1, p. extralegal através da exploração e despossessão de grupos, diferenciados
15-24. 2002
pela cor da pele e atributos físicos.
Schwarcz, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e a
questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Cia das Letras, 1993.

gênero
Butler, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da
Conceito analítico empregado para denotar as diferenças de papéis
identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

sociais atribuídos ao homem e à mulher na rotina de vida na sociedade.
Fleury-Teixeira, E & Meneghel, S.. Dicionário Feminino da Infâmia.
Rio de Janeiro: Fiocruz, 2015.
Ultrapassa a identificação pelo sexo porque incorpora a dimensão

Scott, J. Gênero: uma categoria útil para a análise histórica.
enquanto ser social.
Recife: SOS Corpo e Cidadania, 1993.

orientação sexual
Foucault, M. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Contrapõe-se à noção de opção sexual, compreendida como escolha
Janeiro: Graal, 1993.
deliberada do indivíduo, que, consequentemente poderia ser tratada,
Fleury-Teixeira, E & Meneghel, S.. Dicionário Feminino da Infâmia.
Rio de Janeiro: Fiocruz, 2015. punida e alterada. Conceito associado a discussão dos direitos humanos,

na perspectiva da construção de identidades e individuação dos direitos,
justificando a legitimidade do reconhecimento das diferenças.


Quais os dados sobre a população LGBT estão hoje disponíveis no SUS?

1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais,


realizada em 2008 com o tema “Direitos Humanos e Políticas Públicas: o Caminho
para Garantir a Cidadania de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais”,
propôs:

[...] 9. Incluir e garantir a implantação/implementação dos quesitos cor, etnia e raça,


portador de deficiência, orientação sexual e identidade de gênero, bem como o uso
do nome social em todos os formulários e sistemas de informação do SUS,
capacitando os profissionais para o correto preenchimento. [...]

Fonte: Anais da Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais


– GLBT. Brasil. 2008.
Quais os dados sobre os marcadores estão hoje disponíveis no SUS?
Quesitos de raça/cor, orientação sexual, identidade de gênero e nome social

Sistema de Informação Instrumento Variável coletada


Sistema de Informação sobre
Declaração de óbito Sexo e raça/cor
Mortalidade (SIM)
Sistema de Informações sobre
Declaração de nascido vivo Sexo e raça/cor
Nascidos Vivos (SINASC)
Sistema de Informações Hospitalares
Autorização de Internação Hospitalar Sexo e raça/cor
do SUS (SIH-SUS)
Sistema de Informações Ambulatoriais Autorização de Procedimento de Alta
Sexo e raça/cor
do SUS (SIA-SUS) Complexidade
Sexo, raça/cor, nome
Sistema de Informação de Agravos de Ficha de Notificação de Violência
social, identidade de
Notificação (SINAN) Interpessoal/Autoprovocada
gênero e orientação sexual
Sexo, raça/cor e nome
E-SUS Atenção Básica Cadastro Individual
social

Elaborado pelo autor


Em virtude da falta ou qualidade da informação sobre o quesito raça/cor/
etnia, identidade de gênero e orientação sexual provocam uma exclusão
sistemática dessas questões nas políticas públicas, o que reflete que nós e
as diversas comunidades somos apagadas, mal compreendidas ou
simplesmente analisadas à luz de um paradigma hegemônico (biomédico e
patológico).

Inclusão limitada ou
regulada pela
Invisibilidade! heteronormatividade,
cisgenereidade e
supremacia branca !

Exclusão
social !

Adaptado de Taylor et al. Rethinking LGBTQ Health. Atlantic Centre of Execellence for Women’s health. Canada, 2013.

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