POLITICAS PUBLICAS DIRECIONADAS AO SANEAMENTO BÁSICO
O que são Políticas Públicas? Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico. As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento e a expansão da democracia, as responsabilidades do representante popular se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é promover o bem-estar da sociedade. E é a partir desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios em diferentes áreas, os governos (federal, estaduais ou municipais) se utilizam das políticas públicas.
Exemplos de Políticas Públicas:
A educação e a saúde no Brasil são direitos universais de todos os brasileiros. Assim, para assegurá-los e promovê-los estão instituídas pela própria Constituição Federal as políticas públicas de educação e saúde. O meio ambiente é também reconhecido como um direito de todos e a ele corresponde a Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei Federal n.º 6.938. A água é concebida na Carta da República como bem de uso comum. Para proteger este bem e regulamentar seu uso múltiplo foi instituída a Política Nacional de Recursos Hídrico mediante a Lei Federal nº 9.433.
Como são formuladas as Políticas Públicas?
As políticas públicas podem ser formuladas principalmente por iniciativa dos poderes executivo, ou legislativo, separada ou conjuntamente, a partir de demandas e propostas da sociedade, em seus diversos seguimentos. A participação da sociedade na formulação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas em alguns casos é assegurada na própria lei que as institui. Assim, no caso da Educação e da Saúde, a sociedade participa ativamente mediante os Conselhos em nível municipal, estadual e nacional. Audiências públicas, encontros e conferências setoriais são também instrumentos que vem se afirmando nos últimos anos como forma de envolver os diversos seguimentos da sociedade em processo de participação e controle social. A Lei Complementa n.º 131 (Lei da Transparência), de 27 de maio de 2009, quanto à participação da sociedade, assim determina: “I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;” “II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;” Assim, de acordo com esta Lei, todos os poderes públicos em todas as esferas e níveis da administração pública, estão obrigados a assegurar a participação popular. Esta, portanto, não é mais uma preferência política do gestor, mas uma obrigação do Estado e um direito da população. Quais os instrumentos que compõem as Políticas Públicas? As políticas públicas normalmente estão constituídas por instrumentos de planejamento, execução, monitoramento e avaliação, encadeados de forma integrada e lógica, da seguinte forma: Planos Os planos estabelecem diretrizes, prioridades e objetivos gerais a serem alcançados em períodos relativamente longos. Programas Os programas estabelecem, por sua vez, objetivos gerais e específicos focados em determinado tema, público, conjunto institucional ou área geográfica. Ações Ações visam o alcance de determinado objetivo estabelecido pelo Programa. Atividades. Atividade, por sua vez, visa dar concretude à ação. Politicas públicas voltadas ao saneamento básico: Um estudo do Instituto Trata Brasil alertou que entre 89 cidades analisadas, seria necessário fazer 3.068.827 novas ligações de água e esgoto para conectar as casas de áreas irregulares às redes oficiais. Outros levantamentos do Trata Brasil apontam que os benefícios econômicos e sociais envolvidos na universalização do saneamento básico girariam em torno de R$ 537,4 bilhões em 20 anos. A expansão dos serviços de esgoto, por consequência, representa mais ganhos do que custos ao ser sistematizada dentro do país. Como maiores beneficiários estão os setores de saúde, educação, turismo, empregos e imobiliário. Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que os países em geral não estão aumentando seus gastos com saneamento básico. A OMS ainda alerta que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo usam água potável contaminada com fezes, colocando-as constantemente em risco de contração de doenças como cólera, disenteria, febre tifoide e poliomielite. Estimou-se, em 2017, que a taxa média mundial em uma escala anual de aumento do orçamento para água, saneamento e higiene seja de 4,9%. Em contraponto a isso, o mesmo relatório que foi responsável pelo levantamento (UN-Water Global Analysis and Assessment of Sanitation and Drinking-Water (GLAAS) 2017) indica que 80% dos países consultados compreendem que o financiamento direcionado para este segmento ainda é insuficiente. Estas são algumas das políticas públicas realizadas no país para resolver a questão do saneamento nos municípios brasileiros: Programa Avançar Cidades Saneamento (Nível nacional) Iniciado em 2017, o programa Avançar Cidades Saneamento é uma vertente do programa Avançar Cidades, que possui dois focos diferentes: a mobilidade e o saneamento. O programa do Governo Federal visa melhorar as condições de saúde e qualidade de vida da população urbana e rural do país. Segundo informações oficiais, serão contemplados três grupos diferentes: municípios com menos de 50 mil habitantes, municípios de até 250 mil habitantes e municípios com mais de 250 mil habitantes. O orçamento previsto é de R$ 2,2 bilhões e será destinado, sobretudo, a obras de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais, manejo de resíduos sólidos, redução e controle de perdas, estudos e projetos, plano municipal de saneamento básico.
Programa Caça Esgoto (Nível regional: Litoral de São Paulo)
O Programa Caça Esgoto, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente (Semam), em parceria com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), tem como objetivo prioritário a eliminação de esgotos clandestinos que contaminam as águas do litoral de São Paulo. Segundo o Governo de São Paulo, o programa visualiza, sobretudo, orientar os cidadãos a respeito da utilização adequada da rede coletora de esgotos, frisando a ideia de que a rede de águas pluviais não deve, sob nenhuma hipótese, receber dejetos. A SABESP divulgou em 2015 que através do programa, o litoral norte de São Paulo obteve melhora em 28 praias de quatro municípios da região. Já na Baixada Santista, 34 praias de oito municípios apresentaram melhora na qualidade da água. O percentual de praias classificadas como ótimas passou de 3% para 11%, enquanto as avaliadas como péssimas diminuíram de 30% para 10%.
Programa Integrado Socioambiental (Nível municipal: Porto Alegre)
O Pisa, Programa Integrado Socioambiental, foi uma iniciativa da Prefeitura de Porto Alegre inaugurada em 2014. Os investimentos fizeram com que 76,5 bilhões de litros de esgoto deixassem de ser lançados no Lago Guaíba, importante bacia de sedimentação da capital gaúcha. A iniciativa tomou forma 30 anos depois do início de suas discussões por conta da falta de viabilidade de contrair empréstimos, consequência de problemas de caixa do município. O financiamento do programa acabou sendo feito através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e viabilizou o tratamento de 66% do esgoto da cidade. Antes do programa ser implementado, Porto Alegre tratava apenas 18% de seu esgoto. De quem é a responsabilidade de criação de Políticas públicas voltadas ao saneamento básico? Hoje em dia os brasileiros estão bem mais informados sobre os impactos da falta de saneamento adequado para a população. Mesmo com toda informação, muitas cidades ainda sofrem com doenças e problemas sociais. A Lei n. 11.445 trouxe novas diretrizes nacionais e definiu o planejamento dos serviços básicos como instrumento fundamental para se alcançar o acesso universal do saneamento básico. Todas as cidades devem formular as suas políticas públicas visando a universalização, sendo o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) o instrumento de estratégia e diretrizes. Os componentes do saneamento básico são abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Ainda que hoje tenhamos uma lei que rege o saneamento básico, é o direito e dever de cada cidadão se atentar a boas práticas e formas de garantir avanço do desenvolvimento de uma vida saudável e que abranja não só uma parte da população, mas um todo. Infelizmente são poucas as autoridades que dedicam uma atenção especial às ações de saneamento em suas cidades. Por tratar-se de baixa visibilidade do ponto de vista eleitoral, os investimentos em infraestrutura de saneamento costumam ficar sempre no final da fila dos investimentos definidos pelos governantes. É essencial estabelecer planos e metas para que a universalização seja efetiva, os governos, prefeituras e a população em geral devem discutir exigências e elaborar planos municipais para que tenhamos melhorias efetivas no setor do saneamento. REFERENCIAS http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/O_que_sao_PoliticasPublicas. pdf https://www.politize.com.br/politicas-publicas/ https://wiki.redejuntos.org.br/busca/politicas-publicas-de-saneamento-no-brasil-sobre-o- avancar-cidades-saneamento-programa http://www.tratabrasil.org.br/blog/2016/06/06/a-importancia-da-politica-de-saneamento- basico/