Você está na página 1de 99

MODELO DE PROJETO DE UMA PLANTA FOTOVOLTAICA DE

MICROGERAÇÃO PARA CAPACITAÇÃO EM ENERGIA SOLAR

Anny Elena Gomes

Projeto de Graduação apresentado ao Curso

de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientadores: Luís Guilherme Barbosa Rolim

Robson Francisco da Silva Dias

Rio de Janeiro

Setembro de 2017
MODELO DE PROJETO DE UMA PLANTA FOTOVOLTAICA DE

MICROGERAÇÃO PARA CAPACITAÇÃO EM ENERGIA SOLAR

Anny Elena Gomes

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE

DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO ELETRICISTA.

Examinado por:

Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr.-Ing.

Prof. Robson Francisco da Silva Dias, D.Sc.

Prof. Ricardo Jullian da Silva Graça, M.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ  BRASIL

SETEMBRO DE 2017
Gomes, Anny Elena

Modelo de Projeto de uma Planta Fotovoltaica de

Microgeração para Capacitação em Energia Solar/Anny

Elena Gomes.  Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica,

2017.

XIV, 85 p.: il.; 29, 7cm.


Orientadores: Luís Guilherme Barbosa Rolim

Robson Francisco da Silva Dias

Projeto de Graduação  UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Elétrica, 2017.

Referências Bibliográcas: p. 50  53.

1. Fotovoltaico. 2. Projeto executivo. 3.

Capacitação. I. Barbosa Rolim, Luís Guilherme et al. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,

Curso de Engenharia Elétrica. III. Título.

iii
...

iv
Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter me dado a força e a determinação necessárias para

concluir esta longa jornada.

Agradeço aos meus familiares, pelo constante incentivo e pela formação pessoal.

Agradeço aos meus orientadores, Prof. Luís Guilherme Rolim e Prof. Robson

Dias, pela assistência concedida à realização deste projeto e por todo o conhecimento

que tive a oportunidade de absorver ao longo destes dois anos de trabalho.

Agradeço aos colegas, professores e demais funcionários da UFRJ por terem todos

contribuído de alguma forma para a minha formação.

Agradeço à Fundação Coppetec pelo apoio nanceiro concedido a este projeto.

Agradeço à Pâmela Batista, por ter cedido as imagens do modelo arquitetônico

usadas neste trabalho.

v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

MODELO DE PROJETO DE UMA PLANTA FOTOVOLTAICA DE

MICROGERAÇÃO PARA CAPACITAÇÃO EM ENERGIA SOLAR

Anny Elena Gomes

Setembro/2017

Orientadores: Luís Guilherme Barbosa Rolim

Robson Francisco da Silva Dias

Curso: Engenharia Elétrica

O presente documento consiste do projeto executivo completo de um sistema

fotovoltaico de 12 kW p a ser instalado no campus da Universidade Federal do Rio

de Janeiro, precedido por seu estudo de viabilidade técnica e econômica.

O estudo de viabilidade técnica começa pela avaliação do potencial energético

local, levando em conta os dados solarimétricos e de sombreamento. Por meio desta

análise, será prevista a quantidade de energia elétrica que pode ser gerada em um

ano típico. Feita esta primeira avaliação, é apresentado um estudo comparativo entre

os custos de investimento e a economia proporcionada pelo sistema fotovoltaico em

operação.

Depois de realizado o estudo de viabilidade, é iniciado o projeto executivo em

si. São escolhidos os equipamentos do sistema fotovoltaico e, dadas as restrições

dos mesmos, é denido o layout do arranjo fotovoltaico, cujas características são

usadas como entradas para o dimensionamento dos demais componentes do sistema,

como disjuntores e cabos condutores. Por m, é feita uma proposta simplicada

de aterramento e apresentado o diagrama elétrico para conexão à rede elétrica em

baixa tensão.

Adicionalmente, descreve-se o processo de modelagem do referido sistema na

ferramenta computacional utilizada para o estudo.

Palavras-chave : Fotovoltaico. Projeto executivo. Sistema de compensação de

créditos.

vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulllment

of the requirements for the degree of Engineer.

PROJECT MODEL OF A MICROGENERATION PHOTOVOLTAIC PLANT

FOR SOLAR ENERGY CAPACITATION

Anny Elena Gomes

September/2017

Advisors: Luís Guilherme Barbosa Rolim

Robson Francisco da Silva Dias

Course: Electrical Engineering

The present document consists of the complete executive project of a 12 kWp

photovoltaic system to be installed on the campus of the Federal University of Rio

de Janeiro, preceded by its technical and economical viability study.

The technical viability study starts by the evaluation of the local energetic po-

tential, considering the solarimetric and shading data. Through this analysis, it is

possible to predict the amount of eletrical energy to be generated along a typical

year. Concluded this rst analysis, it is presented an economical study comparing

the investment costs and the nantial savings provided by the operating photovoltaic

system.

After concluding the viability study, the executive project is nally started. The

photovoltaic system equipments are chosen and, given their restrictions, the layout

of the photovoltaic array is dened, whose characteristics are used as inputs for

the dimensioning of other components, such as switches and conductors. Finally,

a simplied grounding suggestion is described and the electrical diagram for the

low-voltage grid connection is presented.

Additionally, it is described the modeling process of the referred system by the

computational tool used for the study.

Keywords : Photovoltaic. Executive project. Capacitation.

vii
Sumário

Lista de Figuras xii

Lista de Tabelas xiv

1 Introdução 1
1.1 Visão Geral e Justicativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.3 Organização do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 Características da Geração Distribuída no Brasil 5


2.1 Tipos de Geração Distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.1.1 Microgeração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.1.2 Minigeração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2.2 Classicação de consumidores de energia elétrica no Brasil . . . . . . 6

2.2.1 Grupo A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.2.2 Grupo B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.3 Postos Tarifários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.4 Tarifas Horo-sazonais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.4.1 Tarifa Azul . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.4.2 Tarifa Verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.4.3 Tarifa Branca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2.5 Modalidades de GD em local diferente do(s) ponto(s) de consumo . . 12

2.5.1 Geração Compartilhada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.5.2 Autoconsumo Remoto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.5.3 Empreendimento com Múltiplas Unidades Consumidoras

(Condomínios) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.6 Contratação e Medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

3 Sistema de Compensação de Créditos 15


3.1 Regras do Sistema de Créditos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.2 Potência Disponibilizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3.3 Faturamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

viii
3.3.1 Geração Instalada no Mesmo Local do Consumo . . . . . . . . 16

3.3.2 Geração Instalada em Local Diferente do Consumo . . . . . . 17

3.4 Incidência de Impostos Federais e Estaduais . . . . . . . . . . . . . . 18

3.4.1 ICMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.4.2 PIS/COFINS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.5 Bandeiras Tarifárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3.6 Taxa de Iluminação Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

4 Metodologia de Cálculo para Estudo de Viabilidade Econômica 20


4.1 Fluxo de Caixa e Tempo de Retorno do Investimento . . . . . . . . . 20

4.2 Valor Presente Líquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

4.3 Custo Nivelado de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

5 Projeto Executivo 25
5.1 Descrição Geral do Sistema Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . 25

5.2 Estudo de Viabilidade Técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

5.2.1 Estudo do Potencial Solar da Região . . . . . . . . . . . . . . 27

5.2.2 Estudo do Sombreamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

5.2.3 Análise da Geração de Energia Elétrica Prevista . . . . . . . . 31

5.3 Estudo de Viabilidade Econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

5.3.1 Custos de Instalação do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

5.3.2 Dados de Consumo de Energia e Demanda de Potência da

Unidade Consumidora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

5.3.3 Previsão de Retorno Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

5.4 Características Técnicas dos Componentes . . . . . . . . . . . . . . . 37

5.4.1 Módulo Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

5.4.2 Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

5.4.3 Características do Arranjo Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . 39

5.4.4 Estruturas de Suporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

5.4.5 Cabos CC de Fileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

5.4.6 Cabeamento CC Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

5.4.7 Cabos CA do Sub-arranjo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

5.4.8 Cabos do Ramal CA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

5.4.9 Disjuntor CC Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

5.4.10 Disjuntor CA na Saída do Inversor . . . . . . . . . . . . . . . 45

5.4.11 Disjuntor do Quadro de Distribuição CA . . . . . . . . . . . . 45

5.5 Restrições de Conguração dos Sub-arranjos . . . . . . . . . . . . . . 46

5.5.1 Número Mínimo e Máximo de Módulos em Série . . . . . . . . 46

5.5.2 Número Máximo de Fileiras em Paralelo . . . . . . . . . . . . 47

5.6 Aterramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

ix
6 Considerações Finais e Sugestões para Trabalhos Futuros 49

Referências Bibliográcas 50

A Modelagem do sistema fotovoltaico no System Advisor Model 54


A.1 Localidade e Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

A.1.1 Carregando um weather le . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

A.1.2 Acessando o conteúdo do weather le . . . . . . . . . . . . . . 55

A.1.3 Metodologia para Cálculo da Irradiância Incidente a partir dos

dados do weather le . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

A.2 Modelagem dos Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

A.2.1 Módulo Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

A.2.2 Inversor Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

A.3 Design do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

A.4 Sombreamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

A.5 Perdas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

A.5.1 Perdas por Redução Constante na Irradiância . . . . . . . . . 65

A.5.2 Perdas CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

A.5.3 Perdas CA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

A.6 Custos do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

A.6.1 Direct Capital Costs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

A.6.2 Indirect Capital Costs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

A.6.3 Total Installed Cost . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

A.6.4 Operation and Maintenence Costs . . . . . . . . . . . . . . . . 70

A.7 Tarifas de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

A.7.1 Glossário do menu Electricity Rates . . . . . . . . . . . . . . . 70

A.7.2 Estrutura de Tarifação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

A.7.3 Rates for Energy Charges . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

A.8 Dados de Carga do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

B Memorial Descritivo 76
B.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

B.2 Descrição do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

B.3 Ponto de Conexão com a Rede de Distribuição . . . . . . . . . . . . . 77

C Diagrama Trilar para Conexão do Microgerador Fotovoltaico à


Rede Elétrica 78

D Diagrama Unilar para Conexão do Microgerador Fotovoltaico à


Rede Elétrica 80

x
I Formulário de Solicitação de Acesso 82

II Formulário de Registro da Central Geradora 84

xi
Lista de Figuras

2.1 Sistema fotovoltaico de 3,18 kWp instalado no Rio de Janeiro. . . . . 5

2.2 Sistema fotovoltaico de 100 kWp instalado na Alemanha. . . . . . . . 6

2.3 Comparativo entre a tarifa branca e a tarifa convencional. . . . . . . 10

2.4 Representação gráca dos pers de consumo residencial e comercial. . 11

5.1 Vista superior do local proposto para instalação do sistema fotovoltaico. 25

5.2 Modelo arquitetônico da estrutura que será montada. . . . . . . . . . 26

5.3 Curva diária de irradiância para um dia típico em cada mês do ano. . 28

5.4 Representação 3D dos principais elementos sombreadores no entorno

do arranjo fotovoltaico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

5.5 Percentuais de sombreamento para a leira 1 do sub-arranjo 1. . . . . 29

5.6 Percentuais de sombreamento para a leira 2 do sub-arranjo 1. . . . . 30

5.7 Percentuais de sombreamento para a leira 1 do sub-arranjo 2. . . . . 30

5.8 Percentuais de sombreamento para a leira 2 do sub-arranjo 2. . . . . 30

5.9 Geração de energia elétrica mensal ao longo do Ano 1. . . . . . . . . 31

5.10 Fluxo de perdas no sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

5.11 Sub-arranjos posicionados nas estruturas de suporte. . . . . . . . . . 40

A.1 Dados de irradiância em grácos sobrepostos. . . . . . . . . . . . . . 56

A.2 Dados de irradiância em grácos separados. . . . . . . . . . . . . . . 57

A.3 Características dos módulos fotovoltaicos. . . . . . . . . . . . . . . . . 59

A.4 Congurações de montagem dos módulos. . . . . . . . . . . . . . . . 60

A.5 Inversor com especicações dadas pelo usuário. . . . . . . . . . . . . . 61

A.6 Sistema dimensionado manualmente pelo usuário. . . . . . . . . . . . 62

A.7 3D Shade Calculator : denição do local de instalação. . . . . . . . . . 63

A.8 Tipos de análise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

A.9 Dados de sombreamento do Time Series Analysis exibidos como heat


map. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

A.10 Resultado da Diuse Analysis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

A.11 Escolha do percentual de perdas anuais por redução da irradiância. . 66

A.12 Perdas CC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

xii
A.13 Perdas CA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

A.14 Custos do Sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

A.15 Base de valores adotados para as tarifas da unidade consumidora. . . 72

A.16 Tabela para entrada das diferentes tarifas. . . . . . . . . . . . . . . . 72

A.17 Tabelas Weekday e Weekend. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

A.18 Input Time Series Load Data. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

A.19 Edição dos dados de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

xiii
Lista de Tabelas

2.1 Classicação dos consumidores de alta tensão. . . . . . . . . . . . . . 7

2.2 Classicação dos consumidores de baixa tensão. . . . . . . . . . . . . 7

2.3 Datas reconhecidas como feriados pela ANEEL. . . . . . . . . . . . . 8

3.1 Tarifas de iluminação pública no Rio de Janeiro. . . . . . . . . . . . . 19

4.1 LCOE e tempo de retorno do investimento fotovoltaico em 2015. . . . 24

5.1 Média mensal de irradiância e irradiação na região de interesse. . . . 27

5.2 Previsão de geração de energia elétrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

5.3 Fator de capacidade para o ano 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

5.4 Emissão de CO2 evitada pelo uso do sistema fotovoltaico. . . . . . . . 33

5.5 Custos de equipamentos e mão-de-obra. . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

5.6 Dados de consumo de energia da unidade consumidora. . . . . . . . . 35

5.7 Dados de demanda de potência da unidade consumidora. . . . . . . . 35

5.8 Parâmetros utilizados na análise nanceira. . . . . . . . . . . . . . . . 36

5.9 Conta de energia prevista para o ano 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

5.10 Resultados da simulação do modelo nanceiro. . . . . . . . . . . . . . 37

5.11 Comparativo de módulos fotovoltaicos de diferentes fabricantes. . . . 38

5.12 Características do módulo fotovoltaico GBR-250P. . . . . . . . . . . . 38

5.13 Comparativo de inversores fotovoltaicos de diferentes fabricantes. . . 39

5.14 Dados do inversor PHB4600SS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

5.15 Dados dos sub-arranjos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

5.16 Componentes das estruturas de suporte. . . . . . . . . . . . . . . . . 41

xiv
Capítulo 1
Introdução

1.1 Visão Geral e Justicativa


O sistema elétrico nacional encontra-se diante de forte diversicação de sua ma-

triz energética. Historicamente baseado em geração hidroelétrica, o país tem ob-

servado crescente penetração das chamadas fontes alternativas de energia, entre as

quais a fonte solar destaca-se por apresentar o maior índice de crescimento. Com a

intensa divulgação nos meios acadêmicos e corporativos, bem como a popularização

em meio aos consumidores de energia elétrica, a quantidade de sistemas fotovoltai-

cos conectados à rede tem apresentado intenso crescimento em território nacional.

Estima-se que, em 2017, a energia solar fotovoltaica terá crescimento superior a

300% no Brasil [1].

A consolidação da geração fotovoltaica tem sido motivada por diversos fatores,

sendo um deles o elevado índice de radiação solar no Brasil. Contudo, pode-se

especular que os principais incentivadores do crescimento vertiginoso dos últimos

anos foram a redução do preço dos módulos fotovoltaicos e a publicação da Resolução


o
Normativa n 482/2012, que estabeleceu novos termos para a geração distribuída

no país. Através dela propagou-se a possibilidade de um consumidor gerar, por

iniciativa própria, energia elétrica de forma limpa e silenciosa em sua residência e

obter créditos para reduzir o valor de sua conta de energia, sem a burocracia causada

pelos grandes empreendimentos de geração. Mais recentemente, foi publicada a


o
Resolução n 687/2015, que atualizou alguns pontos da 482 e assim viabilizou um

cenário ainda mais favorável para a micro e minigeração distribuída.

Por conta da necessidade de expansão do setor energético em sintonia com as

políticas de mudanças climáticas e em conformidade com as diretrizes do Ministério

do Meio Ambiente (MMA) no que concernem as ações relacionadas às diversas

formas de Energias Renováveis no Brasil, propõe-se a realização de um Termo de

Execução Descentralizada com esse Ministério, através da UFRJ/COPPE/Centro

1
Brasil-China de Mudanças Climáticas.

Apoiada nos três pilares que a norteiam - a excelência acadêmica, a dedicação ex-

clusiva de professores e alunos e a aproximação com a sociedade -, a COPPE/UFRJ

destaca-se como centro inovador de conhecimento, de prossionais qualicados e de

métodos de ensino, servindo de modelo para universidades e institutos de pesquisa

em todo o país, e se apresenta como proponente para que os objetivos citados sejam

atingidos.

O Projeto, a ser desenvolvido inicialmente no estado do Rio de Janeiro, tem

por objetivo desenvolver as bases e ações necessárias à elaboração de um Programa

de Educação Prossional para atuação no tema Energia Solar, com vistas à ope-

racionalização de processos de capacitação e de aperfeiçoamento de prossionais

das áreas ans. O Termo de Execução Descentralizada a ser estabelecido junto

ao MMA, em conformidade com as linhas de ações propostas para os Programas

de Mudanças Climáticas, pretende consolidar a parceria e apoio institucional a

UFRJ/COPPE/Centro Brasil-China de Mudanças Climáticas, no tocante ao de-

senvolvimento deste objeto.

O projeto executivo contido neste documento, bem como o seu estudo de via-

bilidade técnico-econômica, fazem parte do material didático do Programa de Ca-

pacitação e Disseminação da Energia Solar, desenvolvido pela UFRJ, CEFET/RJ

e IFRJ. O curso de capacitação mencionado contará com um sistema fotovoltaico

conectado à rede elétrica, exposto no campus da UFRJ para livre acesso e estudo

dos alunos do curso. O documento aqui apresentado encarrega-se da realização do

projeto executivo para instalação do mesmo, bem como a descrição didática das

etapas do seu estudo de viabilidade.

1.2 Objetivos
Como objetivo principal deste trabalho, tem-se o desenvolvimento do projeto

executivo, composto de memorial descritivo e diagrama de conexão elétrica, a ser

entregue para a distribuidora Light como parte dos documentos necessários para

solicitação da conexão do sistema fotovoltaico à rede. Dado o contexto didático no

qual o projeto está inserido, também compete a este trabalho introduzir os alunos

às ferramentas de interesse para a implantação de um projeto real, assim como aos

conceitos econômicos necessários para avaliar o sucesso do investimento.

Espera-se realizar os objetivos propostos através das seguintes metas especícas:

1. Apresentar a metodologia para realizar o estudo de viabilidade técnica, par-

tindo da análise do potencial solar da região, do sombreamento e da geração

de energia elétrica prevista.

2
2. Apresentar a metodologia pra realizar o estudo de viabilidade econômica, pre-

vendo a probabilidade de sucesso do investimento através de parâmetros -

nanceiros indicadores.

3. Escolher os equipamentos da instalação de acordo com os estudos realizados

nos itens 1 e 2, tendo em conta as características técnicas e os custos.

4. Observar as características elétricas do microgerador fotovoltaico e, a partir

delas, dimensionar os componentes da instalação e apresentar uma proposta

de aterramento.

5. Descrever detalhadamente as ferramentas usadas para estudo do projeto, de

maneira a possibilitar a execução de projetos similares.

1.3 Organização do Trabalho


O presente documento encontra-se dividido em 6 capítulos, incluindo este pri-

meiro capítulo introdutório.

O capítulo 2 apresenta uma revisão das atuais resoluções normativas que carac-

terizam a geração distribuída no Brasil, introduzindo os principais conceitos perti-

nentes à compreensão do cenário no qual os consumidores e geradores de energia

encontram-se inseridos atualmente.

O capítulo 3, por outro lado, busca detalhar especicamente o sistema de com-

pensação de créditos de energia, apresentando suas regras e demais conceitos rela-

cionados.

O capítulo 4 tem como proposta apresentar, de maneira breve e introdutória,

conceitos básicos de economia interessantes para estudar o retorno de um investi-

mento nanceiro e necessários para compreender o estudo de viabilidade econômica

posteriormente realizado. É apresentada a metodologia de cálculo adotada no refe-

rido estudo.

O capítulo 5 apresenta o projeto executivo de microgeração fotovoltaica aqui

proposto. As etapas são didaticamente descritas, buscando atender aos objetivos

apresentados para o projeto.

O capítulo 6 faz as considerações nais, observando se os objetivos iniciais foram

atendidos e as conclusões gerais do estudo, bem como as propostas de trabalhos

futuros.

O apêndice A apresenta a descrição detalhada das etapas realizadas na ferra-

menta computacional usada no estudo do projeto. Também são apresentadas as

considerações adotadas na modelagem do sistema fotovoltaico e a metodologia usada

para calcular algumas das grandezas relativas ao estudo do potencial solar.

3
O apêndice B apresenta o memorial descritivo com um resumo dos dados da

instalação.

O diagrama trilar e unilar para conexão do sistema fotovoltaico à rede elétrica

são apresentados nos apêndices C e D, respectivamente.

Os formulários da Light para solicitação de acesso e para cadastro da unidade

geradora são apresentados nos anexos I e II, respectivamente.

4
Capítulo 2
Características da Geração
Distribuída no Brasil

2.1 Tipos de Geração Distribuída


2.1.1 Microgeração

O termo microgeração distribuída caracteriza uma central geradora de energia

elétrica, com potência instalada menor ou igual a 75 kW e que utilize cogeração

qualicada, conforme regulamentação da ANEEL, ou fontes renováveis de energia

elétrica, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades

consumidoras [2]. A Figura 2.1 mostra como exemplo uma central de microgeração.

Figura 2.1: Sistema fotovoltaico de 3,18 kWp instalado no Rio de Janeiro.

5
2.1.2 Minigeração

O termo minigeração distribuída refere-se a uma central geradora de energia

elétrica, com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW para

fontes hídricas ou menor ou igual a 5 MW para cogeração qualicada, conforme

regulamentação da ANEEL, ou para as demais fontes renováveis de energia elétrica,

conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras

[2]. A Figura 2.2 mostra como exemplo uma central de minigeração.

Figura 2.2: Sistema fotovoltaico de 100 kWp instalado na Alemanha. Fonte: [4]

2.2 Classicação de consumidores de energia elé-


trica no Brasil
Os consumidores de energia elétrica no Brasil são classicados de acordo as se-

guintes classes de consumo [5].

• Residencial

• Industrial

• Comercial

• Rural

• Poder Público

• Iluminação Pública

6
• Serviço Público

De acordo com o consumo, cada uma destas classes poderá ser cobrada por tarifas

do tipo A ou do tipo B.

2.2.1 Grupo A

Os consumidores do Grupo A são aqueles atendidos pela rede de alta tensão (2.3

a 230 kV) e estão classicados em subgrupos de acordo com o nível de tensão. A

Tabela 2.1 mostra cada um destes subgrupos.

Tabela 2.1: Classicação dos consumidores de alta tensão.

Subgrupo Tensão de Fornecimento


A1 Igual ou superior a 230 kV

A2 88 kV a 138 kV

A3 69 kV

A3a 30 kV a 44 kV

A4 2.3 kV a 25 kV

Inferior a 2.3 kV, a partir de sistema


AS
subterrâneo de distribuição.

No Grupo A, as tarifas variam de acordo com o tipo de demanda e as variação

de consumo ao longo do dia. Esta última pode ser convencional, horo-sazonal azul

ou horo-sazonal verde.

2.2.2 Grupo B

O Grupo B é composto por consumidores atendidos em tensão inferior a 2.3

kV. Neste caso a classicação em subgrupos é feita baseando-se apenas no perl de

consumo mensal. A Tabela 2.2 mostra as características destes diferentes subgrupos.

Tabela 2.2: Classicação dos consumidores de baixa tensão.

Subgrupo Perl de consumo


B1 Residencial e residencial baixa renda

Rural, cooperativa de eletricação rural


B2
e serviço público de irrigação

B3 Demais classes

B4 Iluminação pública

7
Vale notar que a diferença entre os subgrupos B1 e B3 é exclusivamente de ordem

jurídica, uma vez que para registrar uma unidade consumidora B3 é necessário

possuir um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

2.3 Postos Tarifários


De acordo com [6], posto tarifário é o período de tempo em horas para aplicação

das tarifas de forma diferenciada ao longo do dia. A ANEEL considera a seguinte

divisão:

• Posto tarifário de ponta: período composto por 3 horas diárias consecutivas

denidas pela distribuidora considerando o pico da curva de carga de seu

sistema elétrico, aprovado pela ANEEL para toda a área de concessão ou

permissão com exceção feita aos sábados, domingos, terça-feira de carnaval,

sexta-feira da Paixão, Corpus Christi, e os feriados exibidos na Tabela 2.3.

• Posto tarifário intermediário: período de horas conjugado ao ponto tarifá-

rio de ponta, sendo uma hora imediatamente anterior e outra imediatamente

posterior, aplicado ao Grupo B.

• Posto tarifário fora de ponta: período composto pelo conjunto de horas

diárias consecutivas e complementares àquelas denidas no posto de ponta ou,

para o Grupo B, no posto intermediário.

Tabela 2.3: Datas reconhecidas como feriados pela ANEEL.

1 de janeiro Confraternização Universal

21 de abril Tiradentes

1 de maio Dia do Trabalho

7 de setembro Independência do Brasil

12 de outubro Nossa Senhora Aparecida

2 de novembro Finados

15 de novembro Proclamação da República

25 de dezembro Natal

2.4 Tarifas Horo-sazonais


Tarifa horo-sazonal é o nome dado à cobrança diferenciada da energia elétrica de

acordo com o horário ou dia da utilização [6]. Este tipo de tarifa existe desde 1982

e é aplicada aos consumidores do grupo A. Contudo, a partir do dia 1 de janeiro de

8
2018, será introduzida a Tarifa Branca [7], à qual o consumidor do Grupo B poderá

aderir voluntariamente. As classes de tarifas horo-sazonais atualmente praticadas

no Brasil são explicadas a seguir.

2.4.1 Tarifa Azul

Aplicada obrigatoriamente às unidades consumidoras do grupo A, com tensão

de fornecimento igual ou superior a 69 kV. Caracteriza-se pela cobrança de postos

tarifários tanto na tarifa de demanda de potência quanto na de consumo de ener-

gia. Além dos postos tarifários, a cobrança é diferenciada para períodos úmidos e

secos. Este procedimento é adotado pois, em períodos secos, a menor incidência de

chuvas leva ao menor despacho de usinas hidrelétricas e maior despacho de usinas

termelétricas, o que eleva o preço nal de geração de energia.

A estruturação da tarifa azul é feita da seguinte forma:

• Demanda de potência (R$/kW): é feita a cobrança de tarifa diferenciada entre

o horário de ponta (P) e o horário fora de ponta (FP).

• Consumo de energia (R$/MWh): é feita cobrança diferenciada entre o horário

de ponta em período úmido (PU), horário fora de ponta em período úmido

(FPU), horário de ponta em período seco (PS) e horário fora de ponta em

período seco (FPS).

2.4.2 Tarifa Verde

As unidades consumidoras do grupo A, com tensão de fornecimento inferior a 69

kV e demanda contratada superior a 300 kW podem optar entre a tarifa azul e a

tarifa verde. A tarifa verde realiza cobrança em postos horários para o consumo de

energia, enquanto a cobrança da demanda contratada é feita com valor único.

A estruturação da tarifa verde é feita da seguinte forma:

• Demanda de potência (R$/kW): valor único.

• Consumo de energia (R$/MWh): é feita cobrança diferenciada entre o horário

de ponta em período úmido (PU), horário fora de ponta em período úmido

(FPU), horário de ponta em período seco (PS) e horário fora de ponta em

período seco (FPS).

2.4.3 Tarifa Branca

A Tarifa Branca é uma nova opção que sinaliza aos consumidores a variação do

valor da energia conforme o dia e o horário do consumo. Ela é oferecida para as

9
unidades consumidoras do grupo B. A Figura 2.3 ilustra o valor da tarifa cobrada

ao longo do dia, comparado ao valor da tarifa convencional.

Figura 2.3: Comparativo entre a tarifa branca e a tarifa convencional. Fonte:[8]

Em [7] é descrito que, aderindo a este novo modelo, o consumidor de baixa tensão

pagará uma tarifa mais elevada do que a tarifa convencional pela energia consumida

no horário de pico, correspondente a dias úteis entre 18h e 21h. Entre 17h e 18h e

entre 21h e 22h, no horário intermediário, será aplicada uma tarifa moderada, e no

restante do tempo será cobrada uma tarifa mais barata em relação à convencional.

Nos ns de semana e feriados valerá a tarifa mais barata para todos os horários do

dia. Em outras palavras, a adesão será vantajosa para aqueles consumidores que tem

a possibilidade de deslocar seu consumo para os horários fora do período de ponta.

A mudança nos valores da tarifa de energia também se aplica à energia injetada na

rede.

Neste novo cenário, a adesão à tarifa branca reduz o custo do consumo ao mesmo

tempo que pode prejudicar o retorno do investimento em geração distribuída [9]. O

resultado deste efeito pode ser negativo dependendo da curva de carga de cada

consumidor. A Figura 2.4 ilustra, por exemplo, as diferenças entre os pers de

consumo residencial e comercial.

10
Figura 2.4: Representação gráca dos pers de consumo residencial e comercial.

Adotou-se para a Figura 2.4 os mesmos termos usados em [10]. Segue abaixo um

breve glossário.

• Geração: energia elétrica gerada pelo arranjo fotovoltaico.

• Consumo direto: também chamado de consumo próprio", é a parcela da

energia gerada que foi diretamente usada para alimentar a unidade consumi-

dora.

11
• Injeção na rede: excedente da energia gerada no local da instalação (ou seja,

a diferença entre geração e consumo direto). Ocorre nos momentos em que o

consumo local é inferior à geração e há injeção de energia na rede elétrica.

• Consumo bruto da rede: energia proveniente da rede elétrica em direção

ao sistema fotovoltaico. É fornecida nos momentos em que o consumo local é

superior à geração.

• Consumo total: energia total demandada pela unidade consumidora. Ou

seja, é a soma do consumo direto com o consumo bruto da rede.

• Consumo líquido: diferença entre o consumo bruto e a energia injetada.

Em uma primeira interpretação dos grácos, o consumidor comercial aparenta

maiores chances de beneciar-se com a adesão à tarifa branca, uma vez que boa

parte do consumo normalmente ocorre no mesmo período de geração do sistema

fotovoltaico. Neste caso, o consumo bruto da rede seria cobrado a uma taxa menor,

visto que a maior parte dele se dá no período fora de ponta. Para que isto se

comprove, contudo, é necessário analisar cuidadosamente o perl de cada unidade

consumidora, de maneira a certicar-se dos benefícios de uma possível transição

entre tarifas.

2.5 Modalidades de GD em local diferente do(s)


ponto(s) de consumo
De acordo com [2], é possível instalar geração distribuída em local diferente do(s)

ponto(s) de consumo. Abaixo são exibidas as alternativas para instalação.

2.5.1 Geração Compartilhada

Caracteriza-se por uma união de consumidores, dentro da mesma área de con-

cessão ou permissão, por meio de consórcio ou cooperativa, compostas por pessoa

física ou jurídica, que possua unidade consumidora com microgeração ou minigera-

ção distribuída em local diferente das unidades consumidoras nas quais a energia

excedente será compensada.

2.5.2 Autoconsumo Remoto

Caracteriza-se por unidades consumidoras sob titularidade de uma mesma Pessoa

Jurídica, incluídas matriz e lial, ou Pessoa Física que possua unidade consumidora

12
com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades con-

sumidoras, dentro da mesma área de concessão ou permissão, nas quais a energia

excedente será compensada.

2.5.3 Empreendimento com Múltiplas Unidades Consumido-


ras (Condomínios)

Caracteriza-se pela utilização da energia elétrica de forma independente, na qual

cada fração com uso individualizado constitua uma unidade consumidora distinta,

de responsabilidade do condomínio, da administração ou do proprietário do empre-

endimento, com microgeração ou minigeração distribuída, e desde que as unidades

consumidoras estejam localizadas em uma mesma propriedade ou em propriedades

contíguas, sendo vedada a utilização de vias públicas, de passagem aérea ou subter-

rânea e de propriedades de terceiros não integrantes do empreendimento.

O local onde se encontra a micro ou minigeração distribuída será considerado

uma unidade consumidora, cujo titular deverá ser o consórcio ou a cooperativa,

observada a legislação especíca aplicável a estas duas guras jurídicas. A medição

é feita em uma das unidades consumidoras da cooperativa, normalmente a área

comum, embora o consumo da mesma não precise ser abatido.

Compete ao titular da unidade consumidora onde a medição é realizada denir o

percentual de energia excedente que será destinado a cada unidade participante do

sistema de compensação de energia elétrica. É possível solicitar alteração da divisão

dos créditos junto à distribuidora, desde que efetuada por escrito, com antecedência

mínima de 60 dias de sua aplicação [11].

2.6 Contratação e Medição


É suciente, para os participantes do sistema de compensação de energia elétrica,

a emissão, pela distribuidora, do Relacionamento Operacional para a microgeração,

ou a celebração do Acordo Operativo para minigeração [2]. Não é, portanto, neces-

sária a assinatura de contratos de uso e conexão na qualidade de central geradora.

O Acordo Operativo deverá ser assinado até a data de aprovação do ponto de

conexão, enquanto o Relacionamento Operacional deverá ser encaminhado pela dis-

tribuidora ao acessante em anexo ao Parecer de Acesso.

Em alguns casos, a instalação do sistema fotovoltaico na unidade consumidora

pode provocar necessidade de reforços na rede da distribuidora. Nestes casos, a

execução da obra pela distribuidora deve ser precedida da assinatura de contrato

especíco com o interessado, na qual devem estar discriminados as etapas e o prazo

de implementação das obras, as condições da participação nanceira do consumidor,

13
além de outras condições vinculadas ao atendimento.

Quanto ao sistema de medição, o mesmo deve ser bidirecional, ou seja, deve

efetuar medição de consumo e geração de energia elétrica. É possível efetuar este

procedimento por meio de dois medidores unidirecionais, um para medir a energia

elétrica ativa consumida e outro para a energia elétrica ativa gerada, ou através de

um único medidor bidirecional, que computará somente a diferença entre o consumo

e a geração. Para empreendimentos com múltiplas unidades consumidoras (codomí-

nios) é compulsório o uso de dois medidores unidirecionais, de maneira a possibilitar

a medição separada da injeção à rede para viabilizar a alocação dos créditos entre

os condôminos [12].

No caso da microgeração distribuída, a distribuidora é responsável por adquirir

e instalar o sistema de medição, sem custos para o acessante, assim como pela sua

operação e manutenção, incluindo os custos de eventual substituição. Com exceção

da medição bidirecional, a medição deve atender às mesmas especicações exigidas

para unidades consumidoras conectadas no mesmo nível de tensão da microgeração

ou minigeração distribuída.

14
Capítulo 3
Sistema de Compensação de Créditos

3.1 Regras do Sistema de Créditos


O Sistema de Compensação é denido por [11] como um arranjo no qual a ener-

gia ativa injetada por unidade consumidora com microgeração ou minigeração dis-

tribuída é cedida, por meio de empréstimo gratuito, à distribuidora local e pos-

teriormente compensada com o consumo de energia elétrica ativa. Este sistema é

conhecido pelo termo em inglês net metering.


Nele, um consumidor de energia elétrica instala gerador(es) em sua unidade

consumidora e a energia elétrica gerada é usada para abater o consumo da unidade.

Vale o seguinte algoritmo:

1. É calculado o consumo líquido.

2. Se o consumo líquido for negativo (injeção maior que o consumo), haverá

crédito para compensação que poderá ser usado nos 60 meses subsequentes.

3. Se o consumo líquido for negativo ou inferior ao custo de disponibilidade, este

será cobrado pela concessionária ao consumidor, possivelmente junto com a

taxa de iluminação, se houver.

4. Se o consumo líquido for positivo e maior do que o custo de disponibilidade,

esta diferença é cobrada como base de faturamento e impostos, se houver.

Vale ressaltar que não há obrigatoriedade de instalar carga junto à central gera-

dora, sendo suciente a contratação da potência disponibilizada por esta unidade.

Contudo, a instalação será caracterizada como unidade consumidora e estará sujeita

às mesmas condições de uma instalação com carga. Não há, portanto, contratos de

geração.

15
3.2 Potência Disponibilizada
A potência da micro ou minigeração não está limitada à carga da unidade con-

sumidora onde está instalada, mas à potência disponibilizada para a unidade consu-

midora. Entende-se por potência disponibilizada a potência que o sistema elétrico

da distribuidora deve dispor para atender aos equipamentos elétricos da unidade

consumidora. O cálculo é feito da seguinte forma:

• Grupo A: 1
a potência disponibilizada é a demanda contratada , expressa em

kW .

• Grupo B: a potência disponibilizada é a resultante da multiplicação da ca-

pacidade nominal de condução de corrente elétrica do dispositivo de proteção

geral da unidade consumidora pela tensão nominal, observando o fator pro-

porcional ao número de fases. É expressa em kV A.

3.3 Faturamento
De acordo com a ANEEL [12], os procedimentos adotados para realizar o sistema

de compensação de energia dependem se a geração está ou não instalada no mesmo

local de consumo. A seguir serão listados estes procedimentos para cada caso.

3.3.1 Geração Instalada no Mesmo Local do Consumo

• A energia ativa injetada em determinado posto tarifário, se houver, deve ser

utilizada para compensar a energia ativa consumida neste mesmo posto.

• Se houver excedente, os créditos de energia ativa devem ser utilizados para

compensar o consumo em outro posto horário, se houver, na mesma unidade


2
consumidora e no mesmo ciclo de faturamento . Os créditos, neste caso, serão

corrigidos por um fator de ajuste igual à razão entre as tarifas de energia dos

postos horários em questão.

• O valor a ser faturado é a diferença entre a energia consumida e a injetada,

considerando-se também eventuais créditos de meses anteriores, sendo que caso

este valor seja inferior ao Custo de Disponibilidade, para o caso de consumi-

dores do Grupo B, será cobrado o Custo de Disponibilidade.

1 As normas vigentes não fazem referência ao caso especíco de diferentes valores de demanda
contratada a cada mês ou para diferentes postos tarifários.
2 Intervalo de tempo entre a data da leitura do medidor de energia referente ao consumo do mês
anterior e a data da leitura do mês de referência, conforme denida no calendário de faturamento
da distribuidora.

16
• Para os consumidores do Grupo A, não há valor mínimo a título de energia.

O faturamento da demanda contratada, entretanto, continua sendo realizado

normalmente.

• Os créditos remanescentes podem ser utilizados por até 60 meses após a data

do faturamento.

3.3.2 Geração Instalada em Local Diferente do Consumo

• Após a compensação na mesma unidade consumidora onde está instalada a

micro ou minigeração distribuída, se ainda houver excedente, um percentual

dos créditos poderá ser utilizado para abater o consumo de outras unidades

escolhidas pelo consumidor no mesmo ciclo de faturamento, a observar as

condições apresentadas no item 2.5.

• Para o caso de autoconsumo remoto e geração compartilhada, a energia exce-

dente é a diferença positiva entre a energia injetada e a consumida. Já para

empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras (condomínios), o exce-

dente é igual à energia injetada, com medição feita por medidor unidirecional

em uma unidade consumidora pré-denida, dentre as participantes.

• Compete ao titular da unidade consumidora com micro ou migeração distri-

buída informar à distribuidora o percentual da energia excedente a ser alocada

entre as demais unidades consumidoras caracterizadas como autoconsumo re-

moto, geração compartilhada ou integrante de empreendimentos de múltiplas

unidades consumidoras.

• A alocação de créditos entre diferentes postos tarifários corrigidos por fator de

ajuste segue o mesmo procedimento do item 3.3.1.

• O valor a ser faturado é a diferença entre a energia consumida e os créditos

alocados no mês para a unidade consumidora, considerando também eventuais

créditos de meses anteriores, sendo que, caso este valor seja inferior ao Custo

de Disponibilidade, para o caso de consumidores do Grupo B, será cobrado o

Custo de Disponibilidade.

• Para consumidores do Grupo A, o valor mínimo a ser pago é a demanda

contratada.

• Os créditos podem ser utilizados por até 60 meses após a data do faturamento.

17
3.4 Incidência de Impostos Federais e Estaduais
3.4.1 ICMS

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um tributo

estadual aplicável à energia elétrica. Com respeito à micro e minigeração distribuída,

o CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária) havia aprovado o Convênio

ICMS 6, de 5 abril de 2013, estabelecendo que o ICMS apurado teria como base de

cálculo toda energia que chega à unidade consumidora proveniente da distribuidora,

sem considerar qualquer compensação de energia produzida pelo microgerador. Com

isso, a alíquota aplicável do ICMS incidiria sobre toda a energia consumida no mês

[13], prejudicando intensamente o investimento em geração distribuída [10].

Contudo, o CONFAZ publicou, em 22 de abril de 2015, o Convênio ICMS 16, que

autorizou as unidades federadas a conceder isenção nas operações internas relativas à

circulação de energia elétrica, sujeitas a faturamento sob o sistema de compensação

de energia. Dessa forma, nos Estados que aderiram ao Convênio ICMS 16, o ICMS

incide somente sobre o consumo líquido, já descontados os créditos provenientes de

meses anteriores [14].

Com a publicação de [15], o Distrito Federal e quase todos os Estados brasileiros

estão isentos do ICMS, com exceção de Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Paraná

e Santa Catarina.

3.4.2 PIS/COFINS

Até outubro de 2015 não existia uma legislação ou orientação da Receita Federal

esclarecendo como deveria ser realizada a cobrança de PIS (Programa de Integração

Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) para

os casos de micro e minigeração distribuída.


o
Com a publicação da Lei n 13.169/2015, a incidência de PIS e COFINS passou

a ocorrer apenas sobre a diferença positiva entre a energia consumida e injetada na

rede elétrica pela unidade consumidora com micro ou minigeração distribuída [16].

É importante ressaltar que, como PIS e COFINS são tributos federais, a regra

estabelecida pela lei vale igualmente para todos os Estados do país.

3.5 Bandeiras Tarifárias


Em quase todo o território nacional, estão em vigor as bandeiras tarifárias verde,

amarela e vermelha. O objetivo da existência das bandeiras é cobrir o maior custo

da geração de energia elétrica em períodos de elevado despacho de usinas térmicas

por meio da cobrança de valor adicional na tarifa de energia elétrica [17].

18
A bandeira amarela corresponde a um aumento de R$ 0.020/kWh na tarifa,

enquanto a vermelha a um aumento de R$ 0.030/kWh (patamar 1) ou R$ 0.035/kWh

(patamar 2). A aplicação das bandeiras varia entre as regiões do país, estando

somente o estado de Roraima isento desta cobrança diferenciada, visto que o mesmo

não faz parte do Sistema Interligado Nacional.

Até o presente momento não há correção entre os créditos gerados por micro ou

minigeração distribuída em períodos de diferentes bandeiras tarifárias.

3.6 Taxa de Iluminação Pública


A taxa de iluminação pública é cobrada em muitos Municípios junto com a

conta de energia elétrica, como no caso do Município do Rio de Janeiro, onde ela é

calculada conforme o consumo faturado ao consumidor. Esta taxa é destinada ao

custeio do serviço de iluminação pública, assim como a manutenção de lâmpadas,

postes e demais componentes da iluminação das ruas e locais públicos.

Não existe metodologia única para cobrança da taxa de iluminação pública. Em

alguns Municípios ela é proporcional ao consumo, enquanto em outros criou-se um

valor de referência e as alíquotas variam de acordo com um índice denido pela

prefeitura para cada bairro e/ou rua. Existem também Municípios que realizam a

cobrança de um valor xo a cada consumidor. A taxa de iluminação é adicionada

após o cálculo do valor cobrado pelo consumo líquido e não pode ser abatida pelos

créditos gerados.

Segue, como exemplo, a Tabela 3.1 com os valores estabelecidos para a cidade

do Rio de Janeiro [18].

Tabela 3.1: Tarifas de iluminação pública no Rio de Janeiro.

Classe de consumo Valor


Até 80 kWh Isento

80-100 kWh R$ 2,93

100-140 kWh R$ 4,42

140-200 kWh R$ 6,67

200-300 kWh R$ 9,64

300-400 kWh R$ 14,53

400-500 kWh R$ 19,01

500-1000 kWh R$ 23,78

1000-5000 kWh R$ 44,60

5000-10000 kWh R$ 89,23

Superior a 10000 kWh R$ 133,85

19
Capítulo 4
Metodologia de Cálculo para Estudo
de Viabilidade Econômica

Este capítulo consiste de uma introdução de conceitos básicos de economia, con-

textualizados com a metodologia utilizada pelo modelo nanceiro residencial do

System Advisor Model, software usado no estudo de viabilidade econômica do pro-

jeto fotovoltaico aqui proposto. No apêndice A são apresentadas mais informações

sobre o modelo nanceiro adotado pelo SAM. Para um estudo aprofundado sobre

avaliação econômica de projetos de energia renovável, consultar [19].

4.1 Fluxo de Caixa e Tempo de Retorno do Inves-


timento
A instalação de um projeto fotovoltaico constitui-se de um investimento realizado

pelo proprietário do mesmo. A compensação nanceira obtida através do sistema de

créditos praticado pelas distribuidoras permite retornar o valor investido na compra

dos equipamentos e da instalação, até que nalmente o sistema passa a gerar lucro.

Um dos principais parâmetros considerados pelo indivíduo que deseja realizar um

investimento é o tempo necessário para que este retorno nanceiro seja concluído.

Dentro deste contexto, denomina-se uxo de caixa a dinâmica entre os custos e

compensações do sistema ao longo dos anos do período de análise. O uxo de caixa

é parte fundamental das análises nanceiras e é denido de diferentes formas para

cada tipo de estudo. Resumidamente, o uxo de caixa em cada ano é a diferença

entre as compensações nanceiras e os custos causados pelo sistema. Na metodologia


1
praticada pelo SAM, o uxo de caixa em cada ano de estudo é denido da forma

mostrada nas equações 4.1 e 4.2.

1 Ano 0 é o ano em que foi feito o investimento, antes de o sistema começar a operar.

20
CF0 = IT − CT (4.1)

CFn = Cr + ST S + F T S + P BI − DT (4.2)

Para n ≥ 1.
Em que:

• CFn : uxo de caixa no ano n.

• IT : montante total de incentivos cedidos para o investimento do projeto.

• CT : montante total de gasto no investimento do projeto.

• Cr: Créditos de energia, convertidos em unidades monetárias.

• ST S (State Tax Savings ): entrada líquida de créditos Estaduais.

• F T S (Federal Tax Savings ): entrada líquida de créditos Federais.

• P BI (Performance-Based Incentives ): incentivos cedidos ao projeto, a partir

do ano 1, de acordo com o montante de energia produzido.

• DT : Despesas causadas pelo sistema fotovoltaico.

O tempo de retorno nanceiro do investimento nP B pode ser denido como o

primeiro momento no período de análise em que:

nP B
X
CFn ≥ −CF0 (4.3)
n=1

4.2 Valor Presente Líquido


Ainda usando o uxo de caixa, pode-se calcular o valor presente líquido (VPL)

do sistema fotovoltaico através da equação 4.4.

N
X CFn
V PL = (4.4)
n=0
(1 − d)n

Em que d é a taxa de desconto.

O VPL determina o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma

taxa de juros apropriada, menos o custo do investimento inicial. De maneira geral,

para uma dada taxa de desconto, um valor positivo de VPL indica um projeto

economicamente viável, enquanto um valor negativo de VPL indica que o projeto é

economicamente inviável. O valor presente líquido, assim como o tempo de retorno

nanceiro, é um poderoso método para avaliar a atratividade de um investimento.

21
4.3 Custo Nivelado de Energia
2
O custo nivelado de energia, também conhecido como LCOE , é o valor presente

do custo total de instalação e operação do projeto, expresso por kW h de energia

elétrica gerada pelo sistema ao longo do período total de análise. Em um projeto

fotovoltaico, o LCOE depende dos seguintes fatores:

• Custo total do investimento (compra de equipamentos, mão-de-obra, etc).

• A quantidade de energia elétrica gerada em cada ano do período de análise,

ajustada pela taxa de degradação do sistema fotovoltaico.

• Custos de instalação e operação.

• Incentivos Federais e Estaduais.

• Taxa de desconto e inação.

Existem dois tipos de LCOE: o real e o nominal. O LCOE real é o valor corrigido

pela inação, enquanto o LCOE nominal é expresso com o valor atual da unidade

monetária. A metodologia de cálculo em ambos os casos é a mesma, distinguindo-se

apenas pela taxa de desconto usada (real ou nominal).

Por denição, o custo anual do projeto CFn é o produto do LCOE pela quanti-

dade de energia elétrica gerada naquele ano.

CFn = Qn × LCOE (4.5)

Substituindo CFn na equação 4.4, tem-se:

N
X Qn × LCOE
V PL = (4.6)
n=0
(1 − d)n

Igualando as equações 4.4 e 4.6, os valores real e nominal do LCOE podem ser

calculados pelas expressões abaixo.

PN CFn
n=0 (1−dnom )n
LCOEreal = PN Qn
n=0 (1−dreal )n
PN CFn
n=0 (1−dnom )n
LCOEnom = PN Qn
n=0 (1−dnom )n

Em que:

• Qn (kWh): Energia elétrica gerada pelo sistema no ano n.


2 do inglês Levelized Cost of Energy.

22
• N: número de anos do período de análise.

• dreal : taxa de desconto real.

• dnom : taxa de desconto nominal.

O estudo apresentado em [20] tem por objetivo realizar a avaliação econômico-

nanceira de sistemas fotovoltaicos de geração distribuída sob a ótica do consumidor

residencial. A Tabela 4.1 mostra os valores do LCOE fotovoltaico, da tarifa de

energia elétrica e o tempo de retorno do investimento fotovoltaico em cada uma das

capitais do país em 2015. Para que o investimento seja vantajoso, o LCOE de um

projeto fotovoltaico deve ser igual ou inferior ao custo da tarifa de energia.

23
Tabela 4.1: LCOE e tempo de retorno do investimento fotovoltaico em 2015. Fonte:

[20].

Tempo de
Tarifa com impostos retorno do
Cidade LCOE (R$/kW h)
(R$/kW h) investimento
(anos)
Macapá 0,3987 0,5175 19

Boa Vista 0,3989 0,4440 15

Recife 0,5843 0,6381 15

Manaus 0,4541 0,4950 15

São Paulo 0,5559 0,5811 14

Fortaleza 0,6298 0,6120 12

Salvador 0,6052 0,5808 12

João Pessoa 0,6243 0,5954 12

Vitória 0,7341 0,6990 12

Rio Branco 0,6790 0,6411 12

Belém 0,8072 0,7571 12

Natal 0,5381 0,5009 12

Brasília 0,5526 0,5035 11

Porto Velho 0,6549 0,5767 11

Aracaju 0,6114 0,5390 11

Florianópolis 0,6483 0,5337 10

Curitiba 0,7653 0,6597 10

São Luís 0,6532 0,5550 10

Maceió 0,6733 0,5691 10

Teresina 0,6474 0,5426 10

Rio de Janeiro 0,7725 0,6006 9

Palmas 0,6990 0,5402 9

Goiânia 0,7662 0,5958 9

Campo Grande 0,7143 0,5475 9

Porto Alegre 0,7736 0,5945 9

Cuiabá 0,7268 0,5343 8

Belo Horizonte 0,8487 0,5845 7

Média 0,6488 0,5763 11,3

Pode-se observar que o Rio de Janeiro está entre as cidades com melhor relação

entre LCOE e tarifa de energia.

24
Capítulo 5
Projeto Executivo

5.1 Descrição Geral do Sistema Fotovoltaico


O sistema proposto consiste de um arranjo fotovoltaico de 12 kW p de potência

instalada, a ser situado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na

Ilha do Fundão (Figura 5.1). O arranjo será composto por 48 módulos fotovoltaicos
1
idênticos de potência 250 W p. Os módulos serão dispostos em dois sub-arranjos e

cada um deles será conectado a um inversor de 5,4 kW p. O arranjo ocupará uma

área de aproximadamente 78 m2 . A energia gerada por este sistema será injetada

na rede da LIGHT.

Figura 5.1: Vista superior do local proposto para instalação do sistema fotovoltaico.

1O termo sub-arranjo deve ser entendido como um grupo de módulos fotovoltaicos conectados
em série-paralelo, posicionados com a mesma inclinação e ligados ao mesmo inversor.

25
Para alcançar os objetivos descritos no presente documento, será construída uma

estrutura para abrigar um contâiner cedido pela LIGHT à Universidade, onde carão

os inversores e outros equipamentos de monitoramento do sistema. Será construído

um telhado para a estrutura e acima deste serão posicionados os equipamentos de

suporte dos módulos fotovoltaicos. O telhado também será equipado com uma

estrutura suspensa que cercará toda a sua extensão, permitindo a circulação de

pessoas ao redor dos sub-arranjos e na região entre eles.

Figura 5.2: Modelo arquitetônico da estrutura que será montada.

Neste documento adotaremos como modelo de referência o inversor PHB4600SS,

do fabricante PHB Solar. Devidamente homologado pelo Inmetro, este é o inversor

grid-tie que melhor atende nossas necessidades, possuindo alta eciência e baixa

tensão de partida (125 V), o que acarreta em otimização da geração de energia ao

amanhecer e entardecer. O PHB4600SS conta com um display LCD de 4 com

interface em potuguês, que é adequado ao foco didático do projeto aqui descrito.

O sistema será composto de duas unidades deste inversor, cada um deles conectado

a um sub-arranjo de 5 kWp. O PHB4600SS opera a 220 V em corrente alternada

monofásica e possui uma única entrada MPPT, cuja faixa de operação é 125 V 
550 V.

O arranjo consistirá de 48 módulos fotovoltaicos. O modelo de referência aqui

adotado será o modelo GBR-250P do fabricante GLOBO BRASIL. O referido mo-

delo foi selecionado por possuir boa eciência energética e resistência à maresia e

intempéries, uma vez que estará situado próximo ao mar. O GBR-250P pesa 19 kg

e tem dimensões 1640 x 990 x 40 mm. Suas características físicas são adequadas

26
aos limites de sobrecarga da cobertura do contâiner e suas características elétricas

respeitam os limites de operação do inversor.

5.2 Estudo de Viabilidade Técnica


5.2.1 Estudo do Potencial Solar da Região

A avaliação do recurso solar disponível foi feita através do software System Ad-

visor Model (SAM), utilizando a base de dados SWERA. As informações obtidas

são referentes ao Aeroporto Santos Dummont, localizado sucientemente próximo à

região aqui estudada. Com base histórica, a Tabela 5.1 exibe dados aproximados de

radiação solar na região de interesse para instalação do sistema projetado.

Tabela 5.1: Média mensal de irradiância e irradiação na região de interesse.

Mês Irradiância Global (W/m2 ) Irradiação Global por dia (kW h/m2 )
Janeiro 269.02 6.46

Fevereiro 271.77 6.52

Março 221.76 5.32

Abril 194.83 4.68

Maio 158.06 3.79

Junho 146.41 3.51

Julho 151.09 3.63

Agosto 178.35 4.28

Setembro 195.52 4.69

Outubro 225.09 5.40

Novembro 259.74 6.23

Dezembro 257.91 6.19

A Figura 5.3 mostra os grácos de irradiância diária para um dia típico em cada

mês do ano.

27
Figura 5.3: Curva diária de irradiância para um dia típico em cada mês do ano.

Outras informações interessantes são as médias de temperatura e velocidade do


o
vento na região, que neste caso são respectivamente iguais a 24 C e 2.4 m/s.
A partir das informações expostas nesta seção, concluiu-se que a região de inte-

resse tem potencial solar bastante satisfatório para a instalação do sistema projetado.

5.2.2 Estudo do Sombreamento

O estudo do sombreamento da região foi realizado pelo software System Advisor

Model. Foi feito um esquemático 3D com os principais elementos sombreadores no

entorno do local de instalação, como pode ser visto na Figura 5.4. Foi também

inserido um paralelepípedo com as dimensões da estrutura sobre a qual o arranjo

fotovoltaico será montado. A superfície em azul simboliza o arranjo em si. Ele foi

modelado como 2 sub-arranjos com 2 leiras cada.

28
Figura 5.4: Representação 3D dos principais elementos sombreadores no entorno do

arranjo fotovoltaico.

Com o modelo 3D montado, o software retornou as tabelas de percentuais de

sombreamento para um dia típico de cada um dos meses do ano, para cada leira

de cada sub-arranjo. Estes resultados são exibidos nas Figuras 5.5, 5.6, 5.7 e 5.8.

Figura 5.5: Percentuais de sombreamento para a leira 1 do sub-arranjo 1.

29
Figura 5.6: Percentuais de sombreamento para a leira 2 do sub-arranjo 1.

Figura 5.7: Percentuais de sombreamento para a leira 1 do sub-arranjo 2.

Figura 5.8: Percentuais de sombreamento para a leira 2 do sub-arranjo 2.

Vale ressaltar que no projeto proposto não haverá efeitos de autosombreamento,

uma vez que os módulos serão posicionados no mesmo plano.

30
É possível concluir que a localidade não tem sombreamento excessivo, visto que

os percentuais de sombreamento são baixos ao longo do dia. Além disso, pode-se

notar pelo uxo de perdas da Figura 5.10 que a energia perdida por sombreamento

representa aproximadamente 6.41% da energia total incidente no arranjo.

5.2.3 Análise da Geração de Energia Elétrica Prevista

A partir das entradas de dados de energia solar incidente, informações técnicas

do módulo solar e do inversor, além de estimativas de perdas por diversos fatores,

foi obtido através do SAM (maiores detalhes no apêndice A) o diagrama de geração

de energia elétrica ao longo do primeiro ano de operação (Figura 5.9).

Figura 5.9: Geração de energia elétrica mensal ao longo do Ano 1.

A Figura 5.10 mostra o uxo de perda de energia.

31
Figura 5.10: Fluxo de perdas no sistema.

32
Os dados previstos de geração de energia elétrica e energia incidente foram dis-

postos na Tabela 5.2 para cada mês do primeiro ano de operação do sistema foto-

voltaico.

Tabela 5.2: Previsão de geração de energia elétrica.

Mês Geração de Energia Elétrica (kW h)


Janeiro 1727

Fevereiro 1482

Março 1245

Abril 927

Maio 676

Junho 575

Julho 630

Agosto 836

Setembro 1036

Outubro 1363

Novembro 1608

Dezembro 1694

De acordo com as informações da Tabela 5.2 e a capacidade instalada do sistema,

pode-se calcular o fator de capacidade para o primeiro ano, conforme exibido na

Tabela 5.3.

Tabela 5.3: Fator de capacidade para o ano 1.

Capacidade Instalada (kW) 12 024

Energia Gerada no Ano 1 (kWh) 14 948

Fator de Capacidade (%) 13.1

A partir do fator de CO2 é possível vericar a quantidade do poluente que deixa

de ser emitida ao utilizar-se o sistema fotovoltaico proposto. Comparado a uma

usina termelétrica a carvão gerando a mesma quantidade de energia, o sistema solar

fotovoltaico proporcionará redução anual na emissão de poluentes de acordo com a

Tabela 5.4.

Tabela 5.4: Emissão de CO2 evitada pelo uso do sistema fotovoltaico.

Fator de CO2 0,0817 kg/kW h


Geração Elétrica Total (Ano 1) 14948 kW h
Emissão de CO2 evitada 1221 kg

33
5.3 Estudo de Viabilidade Econômica
5.3.1 Custos de Instalação do Sistema

Consultando preços de mercado para os módulos, inversores e demais acessórios

necessários à instalação do arranjo, além de uma estimativa dos custos de mão-de-

obra para realizar uma instalação deste porte, foi elaborada a Tabela 5.5.

Tabela 5.5: Custos de equipamentos e mão-de-obra.

Módulos R$ 39 679

Inversores R$ 26 092

Acessórios R$ 14 428

Mão-de-Obra R$ 6 493

Total R$ 86 693

Como pode ser visto na Tabela 5.5, o orçamento para compra de equipamentos

e instalação do sistema fotovoltaico cou dentro da faixa de preço esperada para um

sistema de 12 kWp [21].

O custo da mão-de-obra foi estimado a partir do estudo realizado em [22]. De

acordo com um levantamento de dados estatísticos envolvendo 373 empresas do

setor solar fotovoltaico brasileiro, o custo total médio de um sistema com potência

instalada na faixa de 5-30 kW p, incluindo o custo dos equipamentos, é de R$ 6,73

por W p. Deste total, aproximadamente 16% destinam-se ao projeto e à instalação.

Como no caso aqui estudado o projeto executivo está sendo realizado por conta do

proprietário, considera-se que o serviço contratado será apenas referente à instalação.

Neste caso, optou-se por adotar 8% do custo médio total, correspondente à metade

do percentual observado em [22] para a instalação incluindo a elaboração do projeto.

5.3.2 Dados de Consumo de Energia e Demanda de Potência


da Unidade Consumidora

A unidade consumidora onde o sistema fotovoltaico será instalado é do subgrupo

A4 com modalidade tarifária verde. A cobrança, portanto, é feita em duas parcelas:

pelo consumo de energia, em postos tarifários, e pela demanda de potência, sem

postos tarifários. A Tabela 5.6 mostra o consumo de energia mensal no ano de 2016.

A potência computada e cobrada na conta de energia é o valor mais alto deman-

dado ao longo do mês. Para compor a curva de demanda de potência, seria necessário

conhecer o pico de potência para cada hora do mês. Como estes dados não estão

disponíveis, foi estudado o histórico de picos de potência mensais observados para

escolher a melhor aproximação.

34
Tabela 5.6: Dados de consumo de energia da unidade consumidora.

Consumo de Energia
Ponta (kWh) Fora de Ponta (kWh) Faturado (kWh)
Janeiro 1 247 13 687 14 934
Fevereiro 1 464 14 890 16 354
Março 1 260 15 379 166 39
Abril 1 692 18 043 19 735
Maio 1 709 17 093 18 802
Junho 1 772 18 331 20 103
Julho 2 271 21 125 23 396
Agosto 2 006 17 186 19 192
Setembro 1 986 19 526 21 512
Outubro 1 889 17 575 19 464
Novembro 1 518 16 092 17 610
Dezembro 1 313 14 234 15 547

A demanda contratada da unidade consumidora estudada é de 57 kW. Como

pode ser visto na Tabela 5.7, a demanda faturada não costuma ultrapassar este

valor. Sendo assim, foi decidido modelar a parcela da demanda de potência como

um valor xo mensal. Este valor foi então adicionado à tarifa de iluminação, que

também é um valor xo adicionado à cobrança do consumo.

Tabela 5.7: Dados de demanda de potência da unidade consumidora.

Demanda de Potência
Fora de Ponta (kW) Ponta (kW) Faturada (kW)
Janeiro 50.7 28.8 57.0
Fevereiro 54.7 36.0 57.0
Março 52.7 28.8 57.0
Abril 62.5 41.5 62.5
Maio 62.2 45.8 62.2
Junho 49.5 42.9 57.0
Julho 59.3 48.4 59.3
Agosto 47.2 41.5 57.0
Setembro 59.9 55.3 59.9
Outubro 56.4 49.8 57.0
Novembro 51.8 44.9 57.0
Dezembro 54.7 38.3 57.0

O valor mínimo a ser pago mensalmente na conta de energia é igual à demanda

contratada mais a tarifa de iluminação. A taxa de iluminação para esta faixa de

potência no Município do Rio de Janeiro é de, aproximadamente, R$ 135 [18].

35
5.3.3 Previsão de Retorno Financeiro

Entrando com as características da modalidade tarifária da unidade consumidora

e com os custos de equipamentos e mão-de-obra no SAM, somos capazes de obter

uma estimativa da compensação nanceira e do tempo de retorno do investimento no

sistema fotovoltaico. A Tabela 5.8 exibe os demais parâmetros usados na simulação.

Para a tarifa de energia elétrica foi adotado o valor médio observado em 2016 na

unidade consumidora. A taxa de reajuste da tarifa de energia e a inação foram

adotadas de acordo com [23] e [24], respectivamente, também com base nos valores

observados em 2016. Quanto à taxa de desconto nominal, a escolha foi feita com

base na taxa SELIC [25].

Tabela 5.8: Parâmetros utilizados na análise nanceira.

Tarifa de energia elétrica (R$/kWh) 1,1273

Tarifa de energia elétrica (R$/kWh) 0,3708

Custo xo mensal (R$) 950

Custo mínimo mensal (R$) 800

Taxa de degradação do sistema (%/ano) 0,5

Inação (%/ano) 3,66

Taxa de desconto real (%/ano) 5,39

Taxa de desconto nominal (%/ano) 9,25

Taxa de reajuste da tarifa de energia (%/ano) 9,86

A Tabela 5.9 mostra a conta de energia prevista para o primeiro ano após a ins-

talação do sistema fotovoltaico, comparando-a com a conta prevista sem o sistema.

36
Tabela 5.9: Conta de energia prevista para o ano 1.

Sem SF (R$) Com SF (R$) Economia (R$)


Janeiro 8 205 7 563 642

Fevereiro 8 862 8 312 550

Março 9 035 8 572 463

Abril 10 393 10 049 344

Maio 9 954 9 703 251

Junho 10 279 10 065 214

Julho 11 712 11 478 234

Agosto 9 926 9 615 311

Setembro 10 831 10 447 384

Outubro 10 195 9 688 507

Novembro 9 504 8 907 597

Dezembro 8 324 7 696 628

Total 117 220 112 095 5 125

Como mostrado na Tabela 5.9, o sistema proporciona uma economia de 4.4% na

conta de energia anual, o que corresponde a aproximadamente R$ 5125.

Os resultados da simulação são apresentados na Tabela 5.10. Pode-se notar que

os resultados de LCOE e tempo de retorno do investimento são coerentes com a

Tabela 4.1, mostrando um cenário bastante favorável à instalação do projeto foto-

voltaico.

Tabela 5.10: Resultados da simulação do modelo nanceiro.

LCOE nominal (R$/kWh) 0,7007

LCOE real (R$/kWh) 0,5016

Valor presente líquido (R$) 90 240

Tempo de retorno do investimento (anos) 9,7

5.4 Características Técnicas dos Componentes


5.4.1 Módulo Fotovoltaico

A escolha do módulo fotovoltaico foi feita considerando uma série de fatores.

Foram discriminados, primeiramente, os fabricantes que oferecem assistência técnica

no Brasil. Entre as opções selecionadas, foram analisados os módulos que estes

fabricantes possuem disponíveis no mercado.

37
A Tabela 5.11 mostra as principais características que foram levadas em conta

na escolha do módulo.

Tabela 5.11: Comparativo de módulos fotovoltaicos de diferentes fabricantes.

Mod. Ref. 1 Mod. Ref. 2 Mod. Ref. 3


Voc 37,0 V 38,3 V 37,6 V

Isc 8,92 A 9,09 A 8,92 A


o o o
α 0,065 %/ C 0,020 %/ C 0,050 %/ C
o o o
β - 0,34 %/ C - 0,36 %/ C - 0,32 %/ C
o o o
γ - 0,43 %/ C - 0,45 %/ C - 0,42 %/ C
Eciência 15,3% 16% 15,4 %

Garantia 5 anos 10 anos 10 anos

R$/W 3,30 5,78 3,56

Foi então escolhido o modelo de referência 1, correspondente ao módulo GBR-

250P da GLOBO BRASIL. O fator decisivo para escolha deste módulo foi a resis-

tência à maresia e a boa relação custo-benefício.

O módulo fotovoltaico selecionado é composto por 60 células fabricadas com

tecnologia policristalina e tem vida útil estimada de 25 anos. Será adotada taxa de

degradação da produção devido ao tempo de uso de 0,5% ao ano. A Tabela 5.12

mostra suas principais informações elétricas e físicas.

Tabela 5.12: Características do módulo fotovoltaico GBR-250P.

Fabricante Globo Brasil

Modelo GBR-250P

Dimensões 1640 x 990 x 40 mm

Peso 19 kg

Caixa de Junção Weidmüller - 3 diodos - IP67

Conectores Weidmüller - Compatível MC4

Potência Nominal Máxima 250 W

Tensão de Máxima Potência 37,0 V

Corrente de Máxima Potência 8,35 A

Tensão de Circuito Aberto 37,5 V

Corrente de Curto-Circuito 8,92 A

Eciência 15,39%

Coeciente de Temperatura Pmax - 0,43%/


o
C
Coeciente de Temperatura Voc - 0,34%/
o
C
Coeciente de Temperatura Isc 0,065%/
o
C

38
5.4.2 Inversor

Usando os mesmos critérios para escolha dos fabricantes de módulos, foram dis-

criminados os fabricantes de inversor exibidos na Tabela 5.13.

Tabela 5.13: Comparativo de inversores fotovoltaicos de diferentes fabricantes.

Mod. Ref. 1 Mod. Ref. 2 Mod. Ref. 3 Mod. Ref. 4


Imax 12 A 20 A 10 A 10 A

Faixa MPPT 125 V - 400 V 125 V - 550 V 60 V - 180 V 125 V - 320 V

Eciência 97% 97% 92% 95%

Entradas MPPT 1 1 1 1

R$/W 3,33 2,07 2,45 2,10

Estudando as características dos modelos disponíveis, foi escolhido o modelo de

referência 2, correspondente ao inversor PHB4600SS da marca PHB Solar. O princi-

pal diferencial deste inversor é a possibilidade de conectar 2 leiras em paralelo, uma

vez que a corrente máxima CC dos outros inversores considerados é demasiadamente

baixa para suportar o dobro da corrente de curto-circuito dos módulos.

A Tabela 5.14 mostra as principais características do inversor escolhido.

Tabela 5.14: Dados do inversor PHB4600SS.

Fabricante PHB Solar

Modelo PHB4600SS

Potência máxima CC 5400 W

Tensão máxima CC 580 V

Faixa de tensão MPPT 125 - 550 V

Corrente máxima 20 A

Tensão nominal CA 220 V

Frequência na rede elétrica 60 Hz

Harmônicos (THD) <5%

Consumo em standby 5 W

5.4.3 Características do Arranjo Fotovoltaico

O arranjo fotovoltaico proposto para este sistema consiste de 48 módulos foto-

voltaicos dispostos em dois sub-arranjos idênticos de 24 módulos cada. Cada sub-

arranjo será composto por 2 leiras de 12 módulos em série. Suas características

gerais são apresentadas na Tabela 5.15.

39
Tabela 5.15: Dados dos sub-arranjos.

Voc 451,80 V

Isc 17,84 V

Vmp 360,00 V

Imp 16,70 A

5.4.4 Estruturas de Suporte

O arranjo fotovoltaico será posicionado sobre o telhado através de estruturas

de suporte. O componente responsável por realizar a xação do módulo sobre o

telhado é o trilho fotovoltaico. Além dos trilhos, são necessários grampos, emendas,

ganchos, entre outros acessórios. A Figura 5.11 mostra como os sub-arranjos serão
2
posicionados nas estruturas de suporte .

Figura 5.11: Sub-arranjos posicionados nas estruturas de suporte.

2O número de módulos fotovoltaicos na Figura 5.11 é meramente ilustrativo.

40
Na Tabela 5.16 estão detalhados as características e a quantidade de cada um

dos componentes que deverão ser adquiridos para assegurar uma xação adequada

do arranjo fotovoltaico à estrutura.

Tabela 5.16: Componentes das estruturas de suporte.

Quantidade
Componente Função
(unidades)
40
Trilhos fotovoltaicos Fixação dos módulos sobre o telhado.
(2100 mm cada)

Emendas de trilho padrão Interconexão dos trilhos fotovoltaicos. 20

Grampos intermediários Travamento de módulos entre si. 40

Grampos de cabeceira Travamento dos módulos 80

Fixação dos trilhos em telhados com


Ganchos 80
telhas romanas.

Presilhas Travamento dos cabos nos trilhos. 160

As seções dos condutores do sistema fotovoltaico serão dimensionadas observando

a queda de tensão pelo circuito. A mesma deverá ser limitada a 1%. Nesta seção

serão sugeridas algumas características desejáveis para os cabos elétricos a serem

usados na instalação.

5.4.5 Cabos CC de Fileira

De acordo com a norma européia IEC 60364-7-712, o cabo de cada leira deve

ser capaz de suportar 1,25 vezes a corrente de curto-circuito da associação série de

módulos fotovoltaicos, na temperatura máxima de operação (ver seção 5.5.1). Além

disso, deve estar protegido contra falhas de terra e curto-circuitos, incrementando-

se um fator de tolerância de 10%, totalizando 1,35 vezes a corrente de máxima

temperatura. Sendo assim, a corrente Iz suportada pelo cabo da leira é calculada

de acordo com a equação 5.1.

Izcc > 1, 35 × Ifmax


il (5.1)

Ifmax
il = 9.01A

Izcc > 12.15A

Em vista da necessidade de limitar a queda de tensão ao valor de 1%, deve-se

vericar a bitola mínima para tal. Para isto, adota-se como ponto de partida a

equação 5.2.

41
∆V = R × I (5.2)

Dividindo-se os dois lados da equação 5.2 por Vmp e aplicando a condição de

queda de tensão máxima, tem-se:

∆V R×I
>
Vmp Vmp

ρ×2×L×I
∆V % >
A × Vmp

ρ × 2 × L × I × 106
A> [mm2 ] (5.3)
∆V % × Vmp
Em que:

• ρ é a resistividade elétrica do cobre à temperatura de operação. Será suposta


o
a temperatura de 70 C no condutor de cobre carregado, correspondente à
resistividade de 2,2 ×10−8 Ωm. Este coeciente será adotado para o dimensi-
onamento de todos os cabos do projeto.

• L é o comprimento dos cabos do circuito. Será adotado o valor de L = 15m.

• I é a corrente máxima do circuito. Neste caso, I = Ifmax


il .

Entrando com os dados do sistema estudado na equação 5.2:

2, 2 × 10−8 × 30 × 9, 0 × 106
A>
0, 01 × 360
A > 1, 7mm2

O resultado obtido deve ser arredondado para o maior valor disponível de seção

transversal. Em nosso projeto, adotaremos cabos de 2,5 mm2 , que atendem tanto

ao critério de corrente máxima quanto ao critério de queda de tensão máxima.

5.4.6 Cabeamento CC Principal

O cabo CC principal estabelece a conexão entre a caixa de junção de cada sub-

arranjo e seu respectivo inversor. Neste caso, temos como entradas:

• ρ = 2, 2 × 10−8 Ωm.

• L = 5m.
max
• Icc = 18, 0A.

42
• ∆V % = 0, 01

• Vmp = 360.

max
Substituindo os valores acima nas inequações 5.1 e 5.3 (fazendo I = Icc ), são

obtidos os seguintes resultados:

Izcc > 24, 3A

A > 1, 10mm2

Para satisfazer os dois critérios, serão adotados cabos de 4mm2 .

5.4.7 Cabos CA do Sub-arranjo

São os cabos que conectam a saída de cada inversor ao barramento CA. Os cabos

de corrente alternada devem ser dimensionados de acordo com a NBR 5410, voltada

para instalações elétricas de baixa tensão. Os cabos devem ser dimensionados para

uma corrente 1.25 vezes maior que a corrente nominal Ica (supondo potência nominal
em todos os módulos do arranjo), como mostrado na inequação 5.4.

Izca > 1, 25 × Ica (5.4)

ca
Ica = Iinv
ca Pnom 6000
Iinv = ca
= = 27, 3A
Vnom 220
Izca > 34, 1A

A inequação 5.3 também é válida para circuitos de corrente alternada. Neste

caso, contudo, I = Ica e a tensão no denominador é a tensão nominal do circuito


ca
CA Vinv . Neste caso, tem-se que:

ρ × 2 × L × Ica × 106
A= ca
(5.5)
∆V % × Vnom
Temos como entradas:

• ρ = 2, 2 × 10−8 Ωm.

• L = 5m.
ca
• Ica = Iinv = 27, 3A.

• ∆V % = 0, 01
ca
• Vnom = 220V .

43
Substituindo os valores acima na inequação 5.5, tem-se que:

A > 2, 7mm2

Atendendo aos dois critérios, são adotados cabos de 6 mm2 .

5.4.8 Cabos do Ramal CA

São os cabos que conectam o barramento CA ao quadro de distribuição em baixa

tensão. Neste caso, são adotadas as seguintes entradas:

• ρ = 2, 2 × 10−8 Ωm.

• L = 30m.
ca
• Ica = 2 × Iinv = 54, 6A.

• ∆V % = 0, 01
ca
• Vnom = 220V .

Substituindo os valores acima nas inequações 5.4 e 5.5, são obtidos os seguintes

resultados:

Izca > 68, 3A

A > 32, 8mm2

Atendendo aos dois critérios, serão escolhidos cabos de 35 mm2 .

5.4.9 Disjuntor CC Principal

Deve estar presente na instalação para isolar o sistema fotovoltaico do inversor,

durante trabalhos de manutenção ou na ocorrência eventual de alguma falha. Se-

gundo a norma ABNT-NBR 5410, a corrente do disjuntor deve ser dimensionada

como 1,25 vezes maior que a corrente normal de operação do circuito CC e menor

ou igual à corrente máxima admitida pelo cabo condutor.

1, 25 × Iop < Indisj < Iz (5.6)

Para este caso, tem-se que:

Iop = Imp = 16, 7A

Iz = 28A

44
O valor de 28 A é a corrente máxima suportada pelo cabo de 4 mm2 . Substituindo

os valores acima na inequação 5.6, é obtido o seguinte resultado:

1, 25 × 16, 7 < Indisj < 28

20, 9 < Indisj < 28

Adota-se então como modelo de referência um disjuntor CC bipolar de

25A/440Vcc.

5.4.10 Disjuntor CA na Saída do Inversor

Neste caso, tem-se como entradas:

360 × 8, 35
Iop = = 13, 7A
220
Iz = 36A

Substituindo na inequação 5.6, tem-se que:

1, 25 × 13, 7 < Indisj < 36

17, 1 < Indisj < 36

Adota-se um disjuntor CA bipolar 32A/220Vca.

5.4.11 Disjuntor do Quadro de Distribuição CA

Neste caso, as entradas são:

Iop = 2 × 13, 7 = 27, 4A

Iz = 111A

Substituindo na inequação 5.6, tem-se que:

1, 25 × 27, 4 < Indisj < 111

34, 3 < Indisj < 111

Adota-se um disjuntor CA bipolar 80A/220Vca.

45
5.5 Restrições de Conguração dos Sub-arranjos
5.5.1 Número Mínimo e Máximo de Módulos em Série

Para denir o número mínimo e máximo de módulos que podem ser ligados em

série, devemos obter a faixa de temperatura do módulo, que é fornecida pelo fabri-

cante. A folha de dados do módulo indica temperatura máxima de funcionamento


o o
das células de 45 C usando como base temperatura ambiente de 25 C. Visto que

o sistema cará exposto a intensidades de temperatura ambiente mais elevadas do

que a temperatura de teste, é necessário realizar uma correção no valor de tempe-

ratura máxima fornecido. No nosso caso, vamos calcular limites aproximados da

temperatura de operação das células a partir da equação a seguir. Consideraremos


o o
que o Rio de Janeiro possui temperatura máxima de 40 C e mínima de 12 C e
2
irradiância igual à irradiância de teste (1000 W/m ).

Tmax = 40 + (45 − 25)

Tmax = 60o C

Tmin = 12 + (45 − 25)

Tmin = 32o C (5.7)

A partir das temperaturas máxima e mínima, podemos corrigir os dados de

tensão e corrente, de acordo com seus respectivos fatores térmicos. Usa-se a seguinte

equação:

 
∆T1 × β nom
Vmin = 1− × Vmp (5.8)
100
 
∆T2 × β
Vmax = 1− × Vocnom (5.9)
100
Em nosso projeto:

β = -0,34 /o C
nom
Vmp = 37,0 V

Vocnom = 37,5 V
∆T1 = 45-60 = -15 o C
∆T2 = 45-32 = 13 o C

Substituindo os valores na equação apresentada previamente, obtemos Vmin =

35,1 V e Vmax = 39,2 V. O intervalo de tensão em que o inversor opera com MPPT

46
vai de 125 V a 550 V. Logo, o número mínimo e máximo de módulos em série pode

ser calculado por:

125
nmin = =4
31, 8
550
nmax = = 14
39, 2

5.5.2 Número Máximo de Fileiras em Paralelo

O valor máximo de corrente CC suportado pelo inversor é 20 A. Na folha de

dados do painel, vimos que sua corrente de curto circuito é 8.83 A. Deste modo,

podemos concluir que será possível conectar apenas duas leiras em paralelo para

cada inversor, uma vez que o limite da corrente máxima deve ser respeitado.

Por precaução, realizamos também o estudo da variação da corrente com a tem-

peratura, através da equação a seguir. Como já sabemos, a corrente é pouco afetada

pela mudança de temperatura, por isso seu coeciente térmico é baixo.

 
∆T1 × α nom
Icc max = 1 − × Isc (5.10)
100
Em nosso projeto:

α = 0,065 /o C
nom
Isc = 8, 92 A

O resultado encontrado para a corrente máxima de curto-circuito, através da

equação 5.10, é 9,01 A. Como serão duas leiras em paralelo, a corrente máxima

total é 18,2 A. Sendo assim, o limite máximo do inversor será preservado.

5.6 Aterramento
Os corpos condutores da estrutura do sistema fotovoltaico deverão ser devida-

mente aterrados, de maneira a garantir a segurança das pessoas e da instalação.

Neste documento será apresentada uma proposta simplicada de aterramento. Como

o sistema aqui estudado será posicionado em um telhado, a resistividade do solo não

será levada em conta para nossos ns de estudo. A estrutura construída deve,

porém, possuir hastes de aterramento para proteção de sua instalação elétrica, in-

dependente da presença do sistema fotovoltaico. Uma visão mais aprofundada do

tema será deixada em aberto para futuros trabalhos.

O aterramento de um sistema fotovoltaico deve atender a todas as especicações

da norma ABNT NBR 5410:2004 referente a instalações elétricas de baixa tensão.

47
Em sistemas fotovoltaicos conectados à rede, é necessário realizar o aterramento

de proteção dos equipamentos, por meio da conexão da carcaça condutora ao terra

do circuito, e o aterramento funcional do sistema, conectando o lado CA ao terra

através do condutor neutro.

O lado CC deve ser aterrado seguindo as orientações do inversor e do módulo

fotovoltaico. O modelo de referência de inversor adotado neste projeto não possui

transformador de isolamento. Por este motivo, deve-se instalar um ou mais DPSs

no ponto de conexão com a rede elétrica. Os DPSs de proteção do lado CA devem

possuir as características abaixo.

• Classe I

• Iimp ≥ 10kA, para cabos de aterramento não-blindados.

• Iimp ≥ 1kA, para cabos de aterramento blindados.

• Para sistemas de aterramento TN e TT a Uc ≥ 1, 1 × U0 . Para sistemas IT



Uc ≥ 3 × V0 . Em que Uc é a tensão máxima de operação contínua e V0 a

tensão de fase.

A proteção completa do lado CC deve ser feita através da instalação de um DPS

classe II na extremidade da linha mais próxima aos módulos e inversores. De acordo

com [26] e [27], os DPSs utilizados devem apresentar as seguintes congurações

mínimas.

• Classe II, Tipo C.

• In = 1kA/kW p.

• Imax = 5kA (valor mínimo aceitável).

• Uc ≥ 1, 2 × Vca . Em que Vca é a tensão de circuito aberto da leira de módulos

em série.

De acordo com as orientações da norma e as características do sistema aqui

proposto, adota-se como modelos de referência o DPS Finder 7P.02.8.260.1025 para

o lado CA e o DPS Schneider PRD-DC40r 600PV para o lado CC.

Ao m deste documento são apresentados nos apêndices o memorial descritivo

com um resumo dos dados aqui discutidos e os diagramas trilar e unilar das

conexões elétricas. Além disso, os formulários solicitados pela distribuidora Light

são apresentados nos anexos.

48
Capítulo 6
Considerações Finais e Sugestões
para Trabalhos Futuros

Por meio deste trabalho, realizou-se a descrição do projeto executivo de um

sistema fotovoltaico real, após avaliar a viabilidade técnica e econômica do mesmo.

Também foi possível apresentar o atual cenário da mini e microgeração distribuída

no Brasil, além dos conceitos elementares de economia necessários para a análise de

um investimento deste tipo.

Foi visto que a região escolhida possui excelente potencial energético e reduzi-

dos percentuais de sombreamento, indicando a possibilidade de geração de razoável

quantidade de energia elétrica. Constatou-se que os sistemas fotovoltaicos de micro-

geração distribuída encontram atualmente um cenário favorável ao seu investimento

e crescimento, proporcinando economia na conta de energia elétrica compatível com

os custos do investimento, o que resulta em tempo de retorno do investimento acei-

tável na maior parte do Brasil.

Sugere-se para futuros trabalhos:

• Elaboração de projeto detalhado de aterramento e de proteção contra descar-

gas elétricas da estrutura onde o arranjo fotovoltaico será situado, levando em

conta a resistividade do solo da região e efetuando a escolha de cabos pára-

raios e hastes de aterramento, bem como a devida distribuição dos mesmos

em torno da estrutura.

• Avaliação comparativa do impacto econômico causado pela adesão à tarifa

branca por parte de unidades consumidoras de baixa tensão com perl resi-

dencial e comercial, inseridas no sistema de compensação de créditos brasileiro

através de sistemas fotovoltaicos.

49
Referências Bibliográcas

[1] Energia solar fotovoltaica pode crescer mais de 300% até

o m do ano, diz setor. Disponível em: <http://

agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-07/
energia-solar-fotovoltaica-pode-crescer-mais-de-300-ate-o-fim-do-ano-diz>
Acesso em 27/08/2017.

[2] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução ANEEL no 687


de 24 de novembro de 2015. Relatório técnico, 2015. Disponível em:

<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2015687.pdf>.

[3]  Sistema Solarize. Disponível em: <http://www.solarize.com.br/

a-solarize/sistema-solarize>. Acesso em 17/09/2017.

[4]  Wikimedia Commons. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/

wiki/User:OgreBot/Uploads_by_new_users/2013_December_17_12:
00>. Acesso em 17/09/2017.

[5] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução ANEEL no 414


de 9 de setembro de 2010. Relatório técnico, 2010. Disponível em: <http:
//www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf>.

[6] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução ANEEL no 479


de 3 de abril de 2012. Relatório técnico, 2012. Disponível em: <http:

//www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012479.pdf>.

[7] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução ANEEL no 733


de 6 de setembro de 2016. Relatório técnico, 2016. Disponível em: <http:
//www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2016733.pdf>.

[8]  Tarifa Branca. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/

tarifa-branca>. Acesso em 25/08/2017.

[9] SANTOS, L. L. C.  Metodologia para Análise da Tarifa Branca e da Geração

Distribuída de Pequeno Porte nos Consumidores Residenciais de Baixa

Tensão. 2014. Disponível em: <http://cascavel.ufsm.br/tede/

50
/tde_arquivos/7/TDE-2014-10-14T171849Z-5457/Publico/SANTOS,
%20LAURA%20LISIANE%20CALLAI%20DOS.pdf>.

[10] RAUSCHMAYER, H., GALDINO, M. A.  Os Impactos da Regulamentação

ANEEL/482 e da Legislação Tributária no Retorno Financeiro de Sis-

temas Fotovoltaicos Conectados à Rede. In: V Congresso Brasileiro de


Energia Solar, Recife. Disponível em: <http://www.solarize.com.br/

downloads/CBENS_impactos_regulamentacao.pdf>.

[11] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução Normativa no


482 de 17 de abril de 2012. Relatório técnico, 2012. Disponível em:

<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/bren2012482.pdf>.

[12] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Micro e mi-


nigeração distribuída. Relatório técnico, 2016. Disponível em:

<http://www.aneel.gov.br/documents/656877/14913578/Caderno+

tematico+Micro+e+Minigera%C3%A7%C3%A3o+Distribuida+-+2+
edicao/716e8bb2-83b8-48e9-b4c8-a66d7f655161>.

[13] CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA FAZENDÁRIA. Convênio ICMS


6, de 5 de abril de 2013. Relatório técnico, 2013. Disponível

em: <https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/

2013/cv021_13>. Acesso em 27/08/2017.

[14] CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA FAZENDÁRIA. Convênio ICMS


21, de 22 de abril de 2015. Relatório técnico, 2015. Disponível

em: <https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/

2015/cv021_15>. Acesso em 27/08/2017.

[15] CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA FAZENDÁRIA. Convênio ICMS


6, de 24 de março de 2016. Relatório técnico, 2016. Disponível

em: <https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/

2016/cv016_16>. Acesso em 27/08/2017.

o
[16] BRASIL.  Lei n 13.169, de 6 de outubro de 2015. 2015. Disponí-

vel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/

2015/Lei/L13169.htm>.

[17] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA.  Bandeiras Tarifárias. .

Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/bandeiras-tarifarias>.

[18] PORTAL LIGHT.  Iluminação Pública. Disponível em: <http://www.light.

com.br/para-residencias/Informacoes/iluminacao-publica.
aspx>. Acesso em 27/08/2017.

51
[19] SHORT, W., PACKEY, D., HOLT, T.  A Manual for the Economic Evaluation

of Energy Eciency and Renewable Energy Technologies, 1995. Dispo-

nível em: <https://www.nrel.gov/docs/legosti/old/5173.pdf>.

[20] NAKABAYASHI, R. K.  Microgeração Fotovoltaica no Brasil: Condições Atu-

ais e Perspectivas Futuras. 2014. Disponível em: <http://www.abinee.

org.br/informac/arquivos/mifoto.pdf>.

[21]  Quanto a Energia Solar Fotovoltaica. Disponí-

vel em: <http://www.portalsolar.com.br/

quanto-custa-a-energia-solar-fotovoltaica.html>. Acesso

em 14/09/2017.

[22] INSTITUTO IDEAL E AHK-RJ.O Mercado Brasileiro de Ge-


ração Distribuída Fotovoltaica - Edição 2017. Relatório téc-

nico, 2017. Disponível em: <http://institutoideal.org/

o-mercado-brasileiro-de-geracao-distribuida-fotovoltaica-edicao-2017/>.

[23] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA.  ANEEL aprova revisão

tarifária da Light (RJ). . Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/

sala-de-imprensa-exibicao-2/-/asset_publisher/zXQREz8EVlZ6/
content/aneel-aprova-reajuste-tarifario-da-light-rj-/
656877>.

[24] ADVFN BRASIL.  Inação IPCA 2016. Disponível em: <https://br.advfn.

com/indicadores/ipca/2016>.

[25] BANCO CENTRAL DO BRASIL.  Dados diários. Disponível em:

<http://www.bcb.gov.br/htms/selic/selicdiarios.asp>. Acesso

em 27/08/2017.

[26] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 61643-1:


Dispositivos de proteção contra surtos em baixa tensão. Relatório técnico,
Rio de Janeiro, 2007.

[27] INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMISSION. TS 62257-7-1:


Recommendations for small renewable energy and hybrid systems for rural
electrication. Relatório técnico, 2012.
[28] SENGUPTA. Practices Handbook for the Collection and Use of Solar Resource
Data for Solar Energy Applications. Relatório técnico, National Renewa-
ble Energy Laboratory, 2015. Disponível em: <http://www.nrel.gov/

docs/fy15osti/63112.pdf>.

52
[29]  Weather Analytics TMY Anywhere. . Disponível em: <http://

weatheranalytics.com/globaltmy.html>. Acesso em 22/05/2017.

[30]  Energy Plus Data Format Description. . Disponível em:

<http://apps1.eere.energy.gov/buildings/energyplus/pdfs/

weatherdatainformation.pdf>. Acesso em 22/05/2017.

[31]  Weather Data by Region. Disponível em: <https://energyplus.net/

weather-region/south_america_wmo_region_3/BRA%20%20>. Acesso

em 25/08/2017.

[32] REINDL, D.  Diuse Fraction Correlations, Solar Energy, v. 45, n. 1, 1990.


[33] PEREZ, R. The Development and Verication of the Perez Diuse Radiation
Model. Relatório técnico, Sandia National Laboratories, 1988.

[34] MARION, B. Recent and Planned Enhancements for PVWATTS. Relatório

técnico, National Renewable Energy Laboratory, 2005. Disponível em:

<http://www.nrel.gov/docs/fy05osti/37016.pdf>.

[35] SOTO, W. D.  Improvement and Validation of a Model for Photovoltaic Array

Performance, 2004. Disponível em: <http://minds.wisconsin.edu/

handle/1793/7602.>.

[36] CALIFORNIA ENERGY COMMISSION.  New Solar Homes Partnership

Calculator: CECPV Calculator. Disponível em: <http://www.

gosolarcalifornia.ca.gov/nshpcalculator>. Acesso em 27/08/2017.

53
Apêndice A
Modelagem do sistema fotovoltaico
no System Advisor Model

O System Advisor Model (SAM) é um software que busca facilitar o estudo e

a execução de projetos de energia renovável. Por meio dele foi feita a análise de

viabilidade técnica e econômica para implantação, no campus da UFRJ, do projeto

fotovoltaico proposto neste documento. Os itens a seguir explicam como a modela-

gem do sistema foi feita e quais considerações foram adotadas.

A.1 Localidade e Recursos


A primeira informação que deve ser fornecida ao software é um arquivo com

os dados climáticos da região onde a instalação do arranjo será feita. O SAM

chama estes arquivos de weather le [28]. Alguns formatos típicos são TMY [29],
INTL e EPW [30]. O weather le nada mais é do que uma planilha com inúmeras

informações climáticas registradas ao longo dos anos. Ao ser carregado no SAM, o

software acessa estas informações para realizar os cálculos inerentes à simulação do

software, além de projetar o conteúdo da planilha em forma de grácos, que podem

ser visualizados pelo usuário a qualquer instante.

A.1.1 Carregando um weather le


O programa já possui um banco de dados com informações de irradiância das

mais diversas localidades ao redor do mundo. Caso a biblioteca padrão do SAM

não possua dados para a localidade desejada (ou caso o arquivo nativo esteja cor-

rompido/incompleto), o usuário pode obter arquivos de fonte externa. No Brasil, o

SWERA fornece dados solarimétricos que podem ser usados no SAM e foi a base

usada como referência neste projeto [31].

54
A.1.2 Acessando o conteúdo do weather le
Depois de escolhido e carregado no programa, pode-se acessar o conteúdo do

weather le. Pode-se visualizar os seguintes dados:

• Global Irradiance : Irradiância global.

• Beam Irradiance : Irradiância direta e normal à superfície do módulo.

• Diuse Irradiance : Irradiância difusa.

• Plane of Array Irradiance : Irradiância no plano do módulo fotovoltaico.

• Wind Speed/Wind Direction : Velocidade do vento/Direção do vento.

• Dry Bulb Temp : Temperatura do ar medida por um termômetro protegido

contra radiação e umidade.

• Wet Bulb Temp : Temperatura do ar quando resfriada a 100% de umidade

relativa. É a temperatura mais baixa que pode ser alcançada em condições

ambientes.

• Dew Point Temp : Temperatura na qual a água contida no ar atmosférico se

condensará sobre a superfície do módulo.

• Relative Humidity : Umidade relativa.

• Pressure : Pressão.

• Snow Depth : Profundidade de neve.

• Albedo : Albedo.

Observa-se, nas guras A.1 e A.2, que as grandezas podem ser exibidas em

grácos separados ou em um mesmo gráco, para ns de comparação.

Metodologia para Cálculo da Irradiância Difusa


O SAM usa os dados de DNI e DHI para calcular a irradiância incidente em

cada sub-arranjo. Calcular a componente de incidência direta a partir do DNI é

trivial, porém há diversos métodos para estimar a componente difusa a partir do

DHI. O SAM permite que o usuário escolha, dentre as opções a seguir, qual deve

ser o método usado neste último caso.

55
Figura A.1: Dados de irradiância em grácos sobrepostos.

Isotropic
O método isotrópico leva em conta somente a radiação difusa uniformemente

distribuída no céu, chamada radiação difusa isotrópica. Este método tende a su-

bestimar a radiação global em uma superfície inclinada, sendo portanto o mais

conservador entre eles.

HDKR
O método de combinação Hay-Davies-Kluchr-Reindl [32] leva em conta, além da

radiação difusa isotrópica, a radiação difusa de maior intensidade presente na área

ao redor do Sol, chamada de radiação difusa circunsolar.

Perez
O método Perez [33] é o melhor para a maior parte das análises, sendo por este

motivo adotado como padrão. Foi este o método usado no projeto aqui estudado.

Além da radiação isotrópica e circunsolar, este método leva em conta o horizon brigh-
tening, que é suposto como uma fonte linear de radiação vinda do horizonte, cuja

intensidade decresce com a distância do mesmo. O horizon brightening é suposto

56
Figura A.2: Dados de irradiância em grácos separados.

independente do azimute.

A.1.3 Metodologia para Cálculo da Irradiância Incidente a


partir dos dados do weather le
Por padrão, o SAM calcula a irradiância incidente nos sub-arranjos usando os

dados de DNI e DHI. É possível mudar os dados usados para realizar este cálculo,

escolhendo entre as opções a seguir.

DNI e DHI
É a opção padrão e é a mais adequada para a maior parte das análises. Foi esta

a opção adotada para o projeto estudado. O SAM lê a irradiância direta normal

(DNI) e a irradiância difusa horizontal (DHI) do weather le. Para esta opção, a

irradiância direta é calculada usando os dados de DNI e DHI, não sendo necessários

cálculos adicionais.

57
DNI e GHI
O SAM lê a irradiância direta normal (DNI) e a irradiância global horizontal

(GHI) do weather le e calcula a irradiância difusa horizontal (DHI). Por m, são

calculados os valores de irradiância incidente usando os dados de DNI e o resultado

da DHI calculada.

GHI e DHI
O SAM lê a irradiância global horizontal (GHI) e a irradiância difusa horizontal

(DHI) do weather le e calcula a irradiância direta normal (DNI). Por m, são

calculados os valores de irradiância incidente usando os dados de DHI e o resultado

da DNI calculada.

POA from reference cell


O usuário deve marcar esta opção caso seu weather le contenha dados de irradi-
ância medidos no plano do arranjo por uma célula de referência que tenha as mesmas

características das células do arranjo. O SAM supõe que os dados de POA levam em

conta o ângulo de incidência, removendo o cálculo de redução da irradiância direta

normal relativo ao ângulo de incidência feito pelo modelo de performance.

POA from pyranometer


O usuário deve marcar esta opção caso seu weather le contenha dados de irradi-
ância medidos no plano do arranjo por um piranômetro. O SAM usa um modelo de

decomposição POA [34] para calcular as componentes de DNI e DHI relacionadas

com os efeitos do ângulo de incidência.

A.2 Modelagem dos Componentes


A.2.1 Módulo Fotovoltaico

Neste item, deve-se escolher o modelo do módulo fotovoltaico que será utilizado

no projeto. O SAM possui um banco de dados com módulos dos mais diversos

fabricantes. O software, contudo, supõe que o arranjo fotovoltaico é composto por

módulos idênticos.

Neste menu é possivel optar pelo modelo de performance do módulo. A opção

CEC Performance Model with User Entered Specications permite que o usuário

entre com as informações da folha de dados do módulo. Optou-se por este modelo,

uma vez que o módulo fotovoltaico escolhido para o projeto não estava presente na

58
base de dados. Neste caso o usuário deve entrar com o maior número possível de

informações sobre o equipamento (Figura A.3).

Figura A.3: Características dos módulos fotovoltaicos.

O SAM fornece duas alternativas para modelar o efeito da temperatura das

células na performance do módulo fotovoltaico .


1
Optou-se por The Nominal Cell
Temperature (NOCT) method. Este método determina a temperatura da célula

baseando-se na temperatura padrão especicada nos parâmetros do módulo [35].

Foi necessário entrar com os parâmetros explicados a seguir.

No item Mounting Conguration (Figura A.4), deve ser indicado a que altura os
2
módulos estarão do solo . Esta é a mesma abordagem usada em [36].

• Building integrated : integrados diretamente à superfície do edifício (telhado,

laje, etc) da instalação.

• Greater than 3.5 in : posicionados na superfície de instalação com espaçamento

maior que 3.5 polegadas (9 cm).

• 2.5-3.5 in : posicionados na superfície de instalação com espaçamento entre

2.5 e 3.5 polegadas (6 a 9 cm).

• 1.5-2.5 in : posicionados na superfície de instalação com espaçamento entre

1.5 e 2.5 polegadas (4 a 6 cm). Foi o espaçamento adotado no projeto.

1 Ambas utilizam dados presentes no weather le para efetuar os cálculos, entre eles o de velo-
cidade do vento, cujo grau de incerteza costuma ser alto.
2 Para alturas menores que 3.5 polegadas (9 cm), o SAM eleva a magnitude da temperatura
padrão de maneira a compensar o uxo de ar reduzido que poderá circular entre o módulo e a
superfície de instalação.

59
• 0.5-2.5 in : posicionados na superfície de instalação com espaçamento entre

0.5 e 1.5 polegadas (1 a 4 cm).

• Less than 0.5 in : na superfície de instalação com espaçamento menor que 0.5

polegadas (1 cm).

• Ground or rack mounted : posicionados diretamente na superfície de instalação,

sem espaçamento.

Figura A.4: Congurações de montagem dos módulos.

Abaixo, no item Approximate installation height, deve-se indicar a altura apro-


ximada da edicação onde serão instalados os módulos. No caso estudado, optou-se

por One story building height or lower (elevação de um andar ou inferior).

A.2.2 Inversor Fotovoltaico

Assim como em Module, o menu Inverter permite escolher o inversor que será

utilizado no projeto. Se o inversor desejado não estiver na base de dados, o usuário

pode inserir as informações do datasheet optando, no menu superior, por Inverter


Datasheet. Esta foi a opção escolhida no projeto aqui descrito. Assim como foi feito

com o módulo, o maior número possível de informações do inversor foram fornecidas,

como mostrado na Figura A.5.

60
Figura A.5: Inversor com especicações dadas pelo usuário.

A.3 Design do Sistema


Depois de fornecidos os dados climáticos da região e dos equipamentos que serão

utilizados na instalação, pode-se dimensionar o sistema fotovoltaico. O SAM consi-

dera a capacidade nominal do sistema sendo a potência do arranjo fotovoltaico em

kW dc.
Neste menu temos duas opções: o sistema pode ser dimensionado automatica-

mente pelo SAM (opção 1) ou manualmente pelo usuário (opção 2). Optou-se por

esta última alternativa.

A opção selecionada permite que o usuário especique o número de módulos por

leira, número de leiras em paralelo e número de inversores (Figura A.6).

O SAM supõe que todas as leiras do arranjo tem o mesmo número de módulos

conectados em série, mesmo quando o arranjo em questão é composto de múlti-

plos sub-arranjos. A tensão de circuito aberto do conjunto de módulos em série é

chamada de String Voc e deve ser menor que a tensão CC máxima do inversor. É

importante certicar-se que a tensão no ponto de máxima potência da leira ( String


Vmp ) esteja entre a tensão mínima e máxima de MPPT do inversor escolhido.
O SAM presume que todos os inversores do sistema estão conectados em paralelo.

Desta maneira, a faixa de tensão do banco de inversores excursiona pelos mesmos

limites que um inversor individual. A atual versão do SAM não modela inversores

de leira com tensões diferentes.

61
Figura A.6: Sistema dimensionado manualmente pelo usuário.

A.4 Sombreamento
No menu Shading and Snow, podemos fazer o estudo de sombreamento do arranjo
fotovoltaico. Há dois tipos de sombreamento considerados pelo SAM:

1. External Shading (Sombreamento externo): sombreamento causado por obje-

tos e/ou edifícios no entorno da instalação.

2. Self shading (Auto-sombreamento): sombreamento causado pelas leiras de

módulos da própria instalação, umas sobre as outras.

Por motivos já apresentados neste documento, não existe autosombreamento no

projeto proposto. Considerou-se, portanto, somente o sombreamento externo.

O SAM possui um calculador de sombreamento 3D baseado em um algoritmo de

posição solar e no cenário tridimensional do arranjo fotovoltaico e dos objetos do en-

torno. São geradas tabelas horárias (por mês) de perdas percentuais por irradiância

normal direta e por céu difuso. O calculador possui as seguintes características:

• Usa o Bing Maps para automaticamente encontrar a latitude, longitude, e fuso


horário de qualquer endereço.

62
• O cenário 3D é composto de superfícies ativas, representando cada sub-arranjo,

e objetos sombreadores.

• Os objetos sombreadores poderão ser representados por cilindros, paralelepí-

pedos, árvores e telhados.

Na página do 3D Shade Calculator, há várias guias superiores. A primeira delas

é a guia Location, onde deve-se determinar o local da instalação fotovoltaica. Isto é

feito por meio das coordenadas da região. Como mostrado na Figura A.7, o usuário

deve entrar com a latitude e longitude do local. A partir destes dados, o software

busca uma vista aérea do mesmo.

Figura A.7: 3D Shade Calculator : denição do local de instalação.

Na guia superior 3D scene, somos apresentados a uma visão 3D do local de

instalação, onde foram posicionados o arranjo e os objetos do entorno (Figura 5.4).

63
Com o cenário 3D pronto, é possível analisar as perdas por sombreamento. Para

isso, é selecionada a guia Analyze e será aberta a caixa de diálogo da Figura A.8, na

Diurnal Analysis (análise diurna),


qual é possível selecionar três tipos de análise:

Time Series Analysis (análise por séries temporais) e Diuse Analysis (análise di-
fusa). Depois de optar por um deles, deve-se aguardar o tempo necessário para o

software efetuar os cálculos e uma série de resultados obtidos serão apresentados.

Figura A.8: Tipos de análise.

Diurnal Analysis
Optando por Diurnal Analysis, serão exibidas tabelas (uma para cada leira),

com o percentual de sombreamento para cada hora do dia ao longo dos meses de

um ano. Não é levada em conta a radiação difusa, apenas a direta. As tabelas das

Figuras 5.5, 5.6, 5.7 e 5.8 foram obtidas a partir desta opção.

Time Series Analysis


A opção Time Series Analysis permite que o usuário salve uma planilha com

todos os dados de percentual de sombreamento com uma discretização de tempo

menor que 60 minutos. Esta planilha pode ser carregada no SAM e fornece dados

mais detalhados do sombreamento ao longo do ano.

Depois de salvar a planilha, o software pergunta se o usuário deseja visualizar

os resultados. Em caso armativo, é aberta uma janela com algumas das formas de

exibição de resultados adotadas pelo SAM, como o Heat Map (Figura A.9.

Diuse Analysis
A Diuse Analysis nada mais é do que a análise de sombreamento levando em

conta a radiação difusa que incide sobre o arranjo. O resultado é mostrado como

na Figura A.10, indicando o sub-arranjo, a leira e o percentual de sombreamento

difuso.

64
Figura A.9: Dados de sombreamento do Time Series Analysis exibidos como heat
map.

Figura A.10: Resultado da Diuse Analysis.

A.5 Perdas
A.5.1 Perdas por Redução Constante na Irradiância

Correspondem aos efeitos que poderão ser causados por sombreamentos tempo-
3
rários e permitem vericar qual será o prejuízo causado ao sistema nestes casos.

O SAM calcula o valor de irradiância incidente a partir do weather le e do

percentual de sombreamento temporário que foi estipulado pelo usuário. É possível

determinar um percentual diferente para cada mês. Em nosso projeto, foi adotado

o valor de 5% para todos os meses do ano. (Figura A.11).

3 Chamados de soiling losses. Referem-se a poeira, pequenos objetos que caiam sobre o arranjo,
etc.

65
Figura A.11: Escolha do percentual de perdas anuais por redução da irradiância.

A.5.2 Perdas CC

Diz respeito às perdas no lado CC do sistema fotovoltaico, que não são calculadas

pelo modelo de performance do módulo, como as perdas elétricas nos cabos que

conectam os módulos do arranjo (Figura A.12). São dadas em percentual, sendo

que alguns valores típicos já são sugeridos pelo SAM.

São cinco tipos de perdas CC mencionados pelo SAM:

1. Module mismatch : perdas no descasamento de módulos.

2. Diodes and connections : perdas nas conexões e nos diodos.

3. DC wiring : perdas no cabeamento CC.

4. Tracking error : Imprecisão no sistema de rastreamento.

5. Nameplate : Representa uma possível imprecisão nos dados de placa dos mó-

dulos, normalmente devido à degradação dos mesmos quando expostos à luz.

6. DC power optimizer losses : perdas no otimizador de potência.

7. Total DC power loss : perda total na potência CC.

66
Figura A.12: Perdas CC.

A.5.3 Perdas CA

Referem-se às perdas elétricas no lado CA do sistema, que não são consideradas

pelo modelo do inversor (Figura A.13). São dadas em percentual, sendo que alguns

valores típicos já são sugeridos pelo SAM. Durante as simulações, o SAM subtrai

as perdas CA da potência de saída calculada pelo modelo do inversor. A partir da

versão 2017 só é mencionado um tipo de perda CA. Foi incluído, contudo, um item

adicional referente às perdas nos transformadores.

1. AC wiring : perdas elétricas no cabeamento entre o inversor e a conexão com

a rede. Foi adotado o valor de 1%.

2. Transformer no load losses : perdas no transformador elevador que poderá

estar presente na instalação. Neste item deve-se informar as perdas a vazio.

3. Transformer load losses : perdas no transformador quando operando com

carga.

Figura A.13: Perdas CA.

67
A.6 Custos do Sistema
O menu System Costs permite a entrada de custos dos equipamentos e das de-

mais despesas geradas pela instalação do sistema fotovoltaico. O SAM utiliza estas

informações para calcular, por exemplo, o custo de investimento do projeto e dos

custos anuais de operação. Os dados fornecidos para o sistema são apresentados na


4
Figura A.14 .

Figura A.14: Custos do Sistema.

Abaixo estão detalhadas as entradas do menu System Costs.


4 Embora a unidade de medida monetária adotada pelo SAM seja o dólar, neste projeto foram
fornecidos os valores em reais.

68
A.6.1 Direct Capital Costs
É referente aos custos diretos do sistema, ou seja, o custo dos equipamentos e da

mão-de-obra da instalação. O SAM utiliza somente o custo instalado total no uxo

de caixa, portanto a forma como os custos são distribuídos nas diferentes categorias

não afeta o resultado nal.

Módulo
Pode ser fornecido o custo por por unidade ou por W dc. O custo total dos

módulos será este valor multiplicado pelo número de módulos, no primeiro caso,

ou pela capacidade nominal em condições de referência ( Nameplate Capacity ), no

segundo caso.

Inversor
Pode ser fornecido o custo por unidade ou por W ac. O custo total dos inversores

será este valor multiplicado pelo número de inversores, no primeiro caso, ou pela

capacidade total do inversor ( Total Inverter Capacity ), no segundo caso.

Balance of System, Installation Labor e Installer Margin and Overhead


As outras categorias de custos diretos podem ser expressas em 3 unidades diferen-

tes: $ (custo xo em unidade monetária), $/W dc (custo proporcional à capacidade

CC do sistema) e $/m2 (custo proporcional à área do arranjo fotovoltaico em m2 ).

Contingency
Corresponde a um percentual de incerteza nas entradas de custos diretos que

estão sendo fornecidas pelo usuário.

A.6.2 Indirect Capital Costs


São os custos que não se enquadram na categoria de custos diretos. Há 3 ca-

tegorias: Permitting - Enviromental Studies (custo relativo a estudos ambientais),


Engineering (custo do projeto de engenharia) e Grid Interconnection (custo de co-
nexão com a rede). Podem ser expressos como percentual de custo direto (% of

direct cost ), por W dc ($/W dc) ou por valor xo em dólares ($).

Land Costs
Dentro dos custos indiretos também se encontram os custos relativos ao uso do

local onde o arranjo fotovoltaico será instalado.

69
A.6.3 Total Installed Cost
Custo total da instalação do sistema fotovoltaico. Corresponde à soma do valor

total das categorias Direct Capital Costs e Indirect Capital Costs.

A.6.4 Operation and Maintenence Costs


São os custos de operação e manutenção (O&M) dos equipamentos e de outros

serviços que ocorram após a instalação. O SAM permite que os custos de O&M

sejam fornecidos de 3 formas: Fixed annual (valor xo anual), Fixed by capacity
(valor xo por capacidade) e Variable by generation (variável por quantidade de
energia gerada). Os custos de O&M aparecem no uxo de caixa a partir do Ano 1.

Para cada custo de O&M, o usuário pode especicar uma Escalation Rate para

representar o aumento anual esperado para o serviço de O&M devido à inação e/ou

outros fatores.

A.7 Tarifas de Energia


O menu Electricity Rates determina como o SAM deve calcular a conta de luz

mensal do edifício onde o sistema fotovoltaico está instalado. O software é capaz de

realizar comparativos entre o valor da conta de luz com e sem o sistema fotovoltaico.

Deste modo, é possível observar o impacto econômico que a energia gerada pelo

arranjo fotovoltaico é capaz de promover.

O modelo do SAM é sucientemente completo para modelar a maior parte dos ti-

pos de compensação nanceira praticados pelas concessionárias ao redor do mundo.

O software visa modelar os aspectos nanceiros do sistema sem dicultar excessi-

vamente o estudo que será feito. Por exemplo, o SAM utiliza uma única tarifa xa

mensal, embora algumas concessionárias possam trabalhar com mais de uma. Cabe

ao usuário fazer pequenas adaptações de modo a aproveitar os recursos do programa

da melhor forma.

A.7.1 Glossário do menu Electricity Rates


Antes de apresentar a estrutura de tarifação adotada pelo SAM, é interessante

esclarecer os principais termos utilizados pelo software dentro do menu Electricity


Rates.
• Grid : Rede elétrica (fonte de energia elétrica proveniente da distribuidora).
• Generation : Energia elétrica gerada pelo sistema fotovoltaico. Pode ser
usada para atender a carga e/ou ser vendida para a rede (ou convertida em

créditos).

70
• Excess generation : Energia elétrica gerada pelo sistema fotovoltaico que

não é consumida pela carga local.

• Load : Energia elétrica consumida pelo edifício residencial ou comercial. Pode


ser atendida pelo sistema fotovoltaico e/ou pela rede elétrica.

• Consumption : Energia elétrica entregue à carga pela rede.

• Sale : Energia elétrica vendida para a concessionária (rede elétrica) pelo pro-

prietário do sistema fotovoltaico. O SAM reporta esta energia em kilowatt-

hora (kW h) e o valor em dólares. Um valor de sale negativo corresponde a

uma quantidade de energia vinda da rede.

• Purchase : Energia elétrica adquirida da concessionária pelo proprietário do

sistema fotovoltaico. O SAM reporta esta energia em kW h e o valor em

dólares.

A.7.2 Estrutura de Tarifação

O SAM pode modelar 5 métodos diferentes para compensar o proprietário do

sistema pela energia excedente gerada. A que mais se aproxima do sistema de

compensação de créditos praticado no Brasil é a Monthly total excess rolled over to


next month bill in kWh.
Neste método, a geração excedente é a diferença entre a geração mensal total e

a demanda mensal total. Para meses com geração excedente, o excesso em kW h é

guardado para a conta de luz do próximo mês. Quando o crédito vindo do mês an-

terior excede o consumo do mês atual, a quantidade de kW h excedente é novamente


guardada para o mês seguinte.

A cobrança de tarifas é modelada da seguinte forma:

• Fixed charge : valor xo em dólares que deve ser pago pelo proprietário do

sistema fotovoltaico ao nal do mês. Este valor será adicionado a quaisquer

outras cobranças calculadas na conta de luz. No Brasil, corresponde à Taxa

de Iluminação Pública, cobrada em alguns Municípios do país.

• Minimum charges : quando o valor total mensal ou anual da conta de luz

car abaixo deste valor mínimo, este será o valor da conta cobrada, no lugar

do valor real. Corresponde ao nosso Custo de Disponibilidade.

A Figura A.15 exibe os valores adotados para as tarifas da unidade consumidora

onde será instalado o sistema proposto.

71
Figura A.15: Base de valores adotados para as tarifas da unidade consumidora.

A.7.3 Rates for Energy Charges


Para o caso das tarifas de energia elétrica variarem de acordo com o horário

do dia ou época do ano, o SAM possui a opção Energy Charges dentro do menu

Electricity Rates.
Como mostrado na Figura A.16, deve-se determinar em Number of entries o

número de tarifas diferentes que são praticadas pela concessionária e digitar seus

respectivos valores na coluna Buy ($/kWh). Cada tarifa ca então identicada pelo

número da linha onde se encontra na tabela.

Figura A.16: Tabela para entrada das diferentes tarifas.

Há então duas tabelas coloridas chamadas Weekday (dia de semana) e Weekend


(m de semana), que devem ser preenchidas com os números das tarifas para cada

hora do ano (Figura A.17). No projeto foram adotados valores diferenciados para o

horário de ponta e fora de ponta durante os dias da semana. Nos nais de semana,

a tarifa é sempre a mesma, em qualquer horário.

72
Figura A.17: Tabelas Weekday e Weekend.

A.8 Dados de Carga do Sistema


O menu Electric Load permite que o usuário especique a carga típica do sistema
fotovoltaico para cada mês do ano. Desta forma, é possível analisar qual será a

relação entre geração e carga ao longo do ano, além de prever a economia promovida

pelo sistema na conta de luz do proprietário.

É possível escolher entre 3 opções para entrada dos dados de carga: No Load
Data, Input Time Series Load Data e Calculate Load Data. A opção mais adequada

para fornecer os dados de consumo da unidade onde o sistema será instalado é a

Input Time Series Load Data.


Nesta opção, a carga é especicada por potência demandada e energia consumida,

discriminadas por horário e época do ano (Figura A.18). Clicando em Edit Data

73
o usuário pode escolher a discretização do tempo (dada em minutos) e fornecer

os valores de demanda de potência correspondentes. No caso da Figura A.19, foi


5
escolhida uma discretização de 60 minutos .

Figura A.18: Input Time Series Load Data.

5 Os dados de potência que aparecem nas Figuras A.18 e A.19 devem ser ignorados. Uma vez
que a tarifa de demanda de potência foi modelada como um custo xo, o SAM só leva em conta
os dados de carga referentes ao consumo de energia.

74
Figura A.19: Edição dos dados de carga.

75
Apêndice B
Memorial Descritivo

B.1 Introdução
O presente Memorial Descritivo é referente ao projeto de instalação de Sistema

Fotovoltaico Conectado à Rede, de Microgeração, com potência de 12 kWp, a ser

instalado no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Rua Octávio

Castanhede S/N - Ilha do Fundão, Rio de Janeiro-RJ, CEP: 21941-590.

B.2 Descrição do Sistema


O arranjo fotovoltaico será composto por dois sub-arranjos com 2 leiras de 12

módulos policristalinos, do fabricante Globo Brasil, modelo GBR-250P, com potên-

cia de 250 W p, totalizando uma potência instalada de 12 kW p. Cada sub-arranjo é

conectado a um inversor fotovoltaico através de um disjuntor CC bipolar de 25 A.

O arranjo será posicionado sobre o telhado de uma estrutura que abrigará um

contâiner, dentro do qual serão abrigados os quadros de distribuição, inversores e

DPS de corrente contínua. Todas os corpos metálicos não-energizados serão conec-

tados a um barramento de aterramento, assim como os condutores de proteção de

cada DPS.

Os inversores fotovoltaicos usados serão do fabricante PHB Solar, modelo

PHB4600SS, com potência de saída CA 4600 W e tensão nominal 220 V. Estes

inversores são devidamente homologados pelo Inmetro.

A saída em corrente alternada de cada um dos 2 inversores serão conectadas ao

Quadro de Distribuição CA (identicado no diagrama trilar como QDCA), através

de disjuntor bipolar de 32 A. O disjuntor principal do QDCA permite a desconexão

de todo o sistema da rede elétrica. O mesmo foi dimensionado para 80 A, e através

dele o cabeamento CA segue até o quadro de distribuição de baixa tensão.

76
B.3 Ponto de Conexão com a Rede de Distribuição
O quadro de distribuição de baixa tensão é conectado a um transformador de

potência, responsável por elevar a tensão da unidade consumidora. O medidor de

energia encontra-se em uma cabine medidora em média tensão, ponto no qual a

unidade geradora se conecta à rede elétrica de distribuição.

Os diagramas unilar e trilar contém todas as especicações técnicas dos equi-

pamentos e dos materiais elétricos de cabeamento e proteção.

77
Apêndice C
Diagrama Trilar para Conexão do
Microgerador Fotovoltaico à Rede
Elétrica

78
Sub-arranjo 1 INV-01

DJ-01 DJ-03

# 2,5 mm² # 4 mm² DC L1


# 6 mm² # 35 mm²

# 6 mm² # 35 mm²
# 2,5 mm²
L2
# 4 mm²
# 6 mm²
AC PE

# 2,5 mm²

# 2,5 mm²

DJ-05
Sub-arranjo 2 INV-02
DJ-04
Carga
DJ-02
# 2,5 mm² # 4 mm² DC L1
# 6 mm² Local
# 6 mm²
L2
# 2,5 mm² # 4 mm²
# 6 mm²
AC PE

# 2,5 mm²

# 2,5 mm²
Saída para
QGBT

DPS-01
DPS-02

DPS-03
Barra de Equipotencialização Barra de Aterramento

Microgerador Solar Fotovoltaico


Apêndice C: Diagrama Trifilar para Conexão do
Nº de Sub-arranjos
Nº de Módulos FV/ Sub-arranjo
2
24 DJ-01: Disjuntor CC Bipolar 25A/440Vcc DPS-01: DPS-CC Classe II Tipo C INV-01: Inversor PHB4600SS 4,6 kWca Monofásico UFRJ Microgerador Fotovoltaico à Rede Elétrica
Quantidade Total de Módulos FV 48 DJ-02: Disjuntor CC Bipolar 25A/440Vcc DPS-02: DPS-CC Classe II Tipo C INV-02: Inversor PHB4600SS 4,6 kWca Monofásico
Potência Total Instalada 12 kWp DJ-03: Disjuntor CA Bipolar 32A/220Vca DPS-03: DPS-CA Classe I Local da Instalação: Rua Octávio Cantanhede S/Nº - Ilha do Fundão – Rio de Janeiro - RJ
Tensão de Máxima Potência 360 V DJ-04: Disjuntor CA Bipolar 32A/220Vca
Corrente de Máxima Potência 16.7 A Data: 25/08/2017 Autora: Anny Elena Gomes
DJ-05: Disjuntor CA Bipolar 80A/220Vca
Tensão de Circuito Aberto 451.8 V
Sem Escala Orientadores: Luís Guilherme Rolim e Robson Dias
Corrente de Curto-Circuito 17.84 A
Apêndice D
Diagrama Unilar para Conexão do
Microgerador Fotovoltaico à Rede
Elétrica

80
INV-01
DC
DJ-03

Sub-arranjo 1

AC
2 x 12 250 Wp

QGBT
QDCA

kWh
DJ-05
CONFIGURAÇÃO: 2 SUB-ARRANJOS DE 2 x 12 250 Wp

INV-02
DPS-03

DC
48 MÓDULOS GLOBO BRASIL INSTALADOS SOBRE ESTRUTURA
MICROGERADOR FOTOVOLTAICO: POTÊNCIA INSTALADA 12 KWP

DJ-04
Sub-arranjo 2

AC
2 x 12 250 Wp

VIDE DIAGRAMA
TRIFILAR DETALHADO

Microgerador Solar Fotovoltaico


Nº de Sub-arranjos 2 Apêndice D: Diagrama Unifilar para Conexão do
Nº de Módulos FV/ Sub-arranjo 24 DJ-03: Disjuntor CA Bipolar 32A/220Vca DPS-03: DPS-CA Classe I INV-01: Inversor PHB4600SS 4,6 kWca Monofásico UFRJ Microgerador Fotovoltaico à Rede Elétrica
Quantidade Total de Módulos FV 48 DJ-04: Disjuntor CA Bipolar 32A/220Vca INV-02: Inversor PHB4600SS 4,6 kWca Monofásico
Potência Total Instalada 12 kWp DJ-05: Disjuntor CA Bipolar 80A/220Vca Local da Instalação: Rua Octávio Cantanhede S/Nº - Ilha do Fundão – Rio de Janeiro - RJ
Tensão de Máxima Potência 360 V
Corrente de Máxima Potência 16.7 A Data: 25/08/2017 Autora: Anny Elena Gomes
Tensão de Circuito Aberto 451.8 V
Sem Escala Orientadores: Luís Guilherme Rolim e Robson Dias
Corrente de Curto-Circuito 17.84 A
Anexo I
Formulário de Solicitação de Acesso

82
A definir A definir

A definir

Rua Octávio Castanhede S/N 21941-590

Ilha do Fundão Rio de Janeiro

A definir A definir

A definir A definir

13800
A definir

12

x
Anexo II
Formulário de Registro da Central
Geradora

84
A definir

A definir

A definir
x

48
Globo Brasil

78

2
PHB Solar

12

10,8
A definir

Você também pode gostar