Você está na página 1de 7

O INTERESSE EM FACE DE EDUCAÇÃO FÍSICA INFANTIL

Conhecer uma criança “e compreendê-la melhor é querer-lhe bem”. (Claparède)


Assim sendo, temo que atender aos INTERESSES da idade, explorando as tendências
naturais, pois despertar o interesse é a pedra fundamental da base da educação
moderna.
O interesse de que falamos, é aquele que “revolve o indivíduo e o excita à ação e ao esforço”.
Sem que haja interesse, não pode haver atenção.
Despertando o interesse, a atenção estará toda ela, presa aos atos que se realizarem.
Uma vez despertado o interesse, obtida a atenção, será posta em ação a fantasia imaginativa,
que deve ser explorada.
É a fantasia imaginativa, que deve ser bem explorada.
É a imaginação que permite ao nosso espírito “representar seres ou fenômenos como se
existissem realmente, apesar de estarem ausentes ou não terem mesmo existido
nunca”.
Queria riqueza de movimentos nas estórias!...
Se dermos às crianças oportunidades de “viver” os seus personagens, os seus iniciantes, os
seus episódios, quão útil e proveitoso será o exercício de ginástica estoriada, pois, lhe
favorecerá conjuntamente, o desenvolvimento físico, a imaginação, a atenção e a
memória.
É, porém, necessária, uma prudente orientação, para que a imaginação não seja mal
canalizada.
É importante lembrar que os primeiros atos das crianças, serão frutos da imitação, depois do
que a imaginação fará novas criações.
Cumpre-nos relacionar situações cujos estímulos levam a criança a imitação movida pelo
interesse que encerram.

AS ESTÓRIAS – GRANDE FATOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA


A estória deve ser contada à criança pelo prazer e alegria que proporcionam.
É um prazer tão vivo, tão vivo, tão deliciosos e tão inocente!
E é um prodigioso processo educativo.
Porque as crianças gostam de estórias?
Achamos, por vezes, extraordinário, que as crianças encontrem tanto interesse e tanto prazer
em estórias e contos fantásticos, cheios de coisas inverossímeis, tão atraente para eles:
árvores que bailam: pedras que cantam: o sapo que vira príncipe, botas que fazem sete léguas,
e tantas outras coisas extraordinárias.
Mas, o fato é que existe no coração de cada criança, o que podemos chamar de “instinto do
maravilhoso”.
Dos 4 aos 8 anos, a imaginação supera o raciocínio, a ponto da criança confundir sonho com
realidade.
Quer atitude mais linda, do que uma criança que abre os braços para pegar a lua?
Uma das propriedades da criança, que deve ser aproveitada pelos professores, é a não
distinção que fazem entre os reinos da natureza. Assim como fala, brinca, corre e canta, todas
as coisas ao seu redor devem ser dotadas de uma vida semelhante à sua. É comum a criança
“conversar” com seus brinquedos. Acham muito natural que os animais e coisas possam se
exprimir como qualquer uma delas.
Por que não acreditar que o Gato de Botas, a Galinha Ruiva e os Cinco Irmãos Bichanos
possam fala; fazer comida, brigar... “Eu faço tudo isto...”
A imaginação fecunda a vida, sugerindo as grandes ambições e as vastas esperanças.

COMO CONTAR ESTÓRIAS


As estórias devem ser contadas às crianças, nunca lidas.
O livro na mão dividiria a atenção do narrador e a do ouvinte, prejudicando a expressão.
As estórias devem ter um preparo prévio, cujos princípios gerais são:
a) Adaptação ao ambiente a que se destina;
b) Adequação à idade, aos interesses e as experiências da criança.
c) Eliminação das descrições prolongadas;
d) Eliminação de fatos secundários;
e) Supressão de iniciantes desnecessários;
Estes princípios servem às estórias grandes.
Para as pequenas estórias, inclusão de detalhes interessantes.
Em ambos os casos conservar uma sequência lógica.
O modo de contar é a chave do encantamento. Nem todos tem esse dom, essa arte, mas
muitos conseguirão.
A arte, de contar estórias, apesar de ser muito pessoal, de vir de dentro para fora e ser uma
das mais difíceis atividades para o professor, admite aprendizado.
A condição essencial é que o narrador:
a) Saiba a estória;
b) Goste de estória que vai contar;
c) Assimile bem para poder interpretá-la

Para satisfazer às condições acima previstas são fatores essências:


a) evitar repetições desnecessárias;
b) evitar palavras indecisas;
c) tornar-se sensível aos fatos que relata;
d) preparar-se emocionalmente
e) evitar a omissão de nomes ou acidentes necessários à compreensão;
f) evitar o “vai-vem” que prejudica a cadeia dos acontecimentos;
g) tomar fisionomia própria do fato que está relatando.
Quem não conseguir assimilar estes princípios dificilmente poderá realizar bem uma sessão
de ginastica estoriada.
No entanto, a estória não deve ser decorada, ela deve ser construída espontaneamente
pelo “contador”, pois a memorização destrói, totalmente a liberdade de reminiscências,
prejudicando a espontaneidade, pois é necessário substituir o emprego da forma, pelo da
idéia.
A seleção das estórias deve ser realizada de acordo com os interesses da faixa etária.
Devem, também, fazer parte de uma sessão de G.E, os chamados pequenos jogos e os
jogos com música.

OBJETIVOS DA GINÁSTICA ESTORIADA


Revestida de um aspecto agradável e atraente, dentro de um clima de alegria e de
interesse, pode a estória infantil atingir, facilmente os seus objetivos:
a) Desenvolver pensamento lógico;
b) Criar, enriquecer vocabulário;
c) Satisfazer a curiosidade;
d) Envolver as crianças num clima de alegria disciplina;
e) Corrigir problemas de postura;
f) Desenvolver interação social;
g) Desenvolver a noção de ritmo-palavra e movimento;
h) Dar flexibilidade aos gestos;
i) Construir um vocabulário.

VOZES DE COMANDO
A “voz de comando” deve ser forte, clara, de altura proporcional ao grupo que nos
vamos dirigir. É nos vedado o direito de gritar.
A “voz de comando” consta, geralmente de:
-“Voz de advertência”- define a posição, formação ou movimentação a ser executada.
-Voz de execução – determinar o inicio de execução. Devendo ser curta e enérgica,
quando exigir um pronto atendimento.
Os comandos serão em termos ao alcance da criança. Podemos citar como exemplos
-Formemos uma roda.
-Venham até aqui devagar...
-Vamos correr.
-Coloquem-se diante de mim, para formarmos uma coluna, ou bem a trás do outro.
Olhem a cabeça do companheiro da frente para que a coluna fique certinha.
-Dêem-se as mãos.
-Saltaremos como o Polichinelo
-Vamos caminhar como o gatinho
-Descansar minha gente...
É evidente, que deveremos agir e falar de acordo com a idade e experiência da
criança. Nos exemplos acima suponhamos turmas de 4 a 6 anos.
A Ginástica Estoriada, bem adequada, poderá ser utilizada até a idade de 8 anos.

ESQUEMA DE UMA AULA DE GINÁSTICA ESTORIADA

S.P
Sessão Preparatória

P.P
Parte Principal

P.V.C
Volta à calma

PLANO DE UMA SESÃO DE GINÁSTICA ESTORIADA


Primeira Parte – S.P (sessão preparatória)
EV- (evolução)
Fl – (flexionamento)
br. (braço)
pr. (perna)
tr. (tronco)
Jogo Respiratório.
Segunda parte – PP (parte principal).
M. Marchar
T. Trepar
S. Saltar
LT- levantar e transportar
C- correr
L- lançar
AD- Atacar e defender
Dois pequenos jogos
Terceira Parte – VC (Volta à calma)
V.C.l – Marcha lenta com jogo respiratório
Marcha com canto
Jogos sensoriais
Jogos psíquicos
V.C.2- Exercícios de ordem.

OBJETIVOS DAS DIFERENTES PARTES


S.P-1 .Preparação físico-psico-social.
2.Criação de atmosfera favorável.
3.Expansão de energia acumulada.
P.P-1 Trabalho total do corpo.
2.Prevenção da má atitude.
3.Fortalecimento muscular
4.Criação de hábitos e atitudes.
V.C 1 Acalmar física e psiquicamente
Eliminar a excitação das disputas
Terminar a aula alegremente,
Educar os sentidos

Pituchinha
Tempo:10 minutos – SESSÃO PREPARATÓRIA
Ev- Pituchinha sai batendo com os pés, para monstrar que tem medo (Marcha natural, marcha
batendo com os pés).
Pituchinha marca em volta da caixinha de Pompom. Marcha rm círculo).
F.l.-br. Polichileno espreguiça-se. (Flexionando dos antebraços, diferentes planos.)
-pr. Polichileno diz: Ih! Pituchinha, minhas pernas estão duras: (Flexão e extensão das pernas;
joelhos afastados).
-tr.- Pituchinha meu corpo está doído. Nem posso mover-me direito (Afastamento lateral-flexão
e extensão do tronco).
Jogo respiratório – Pituchinha apaga a vela, Pompom apaga a outra vela (Apagar a vela).
Tempo:25 minutos. PARTE PRINCIPAL
M- E lá vão a três... pé cá, pá lá (marcha na ponta dos pés)
T. Polichinelo suspendeu Pituchinha, Pituchinha trepou na mesa.
Upa Pompom.
S – Pompom pula no chão. Pituchinha pula no chão. Polichinelo da 3 pulos no chão.
LT – Eles apanham a lata de docê.
C – Pituchinha, Pompom e Polichinelo correm do soldado.
L – Pituchinha, joga doce no soldado e Polichinelo lança a lata fora.
Jogos (Morto e Vivo)
(Polichinelo quer fugir)
(Rabo de macaco)
Tempo:10 minutos – Volta à calma.
Marcha lenta com jogo respiratório.
-O soldado já vem chegando. Vai apagando as velas.
Marcha com canto – Marcha soldado ou contando até 10.
Exercício simples de ordem. O soldado puxa a espada e cada um que for tocado vai ficando
quietinho... quietinho... como no jogo do silêncio e vai deitando aos pouquinhos.

ESTÓRIA
Pituchinha é uma bonequinha. Ela está dormindo na caixinha. Pituchinha mora numa loja de
brinquedos.
Pituchinha acorda. Xi! ... está escuro! Pituchinha não tem medo do escuro. Ela vai fugir da
caixinha para buscar um doce. Pituchinha sai batendo com os pés, para mostrar que não tem
medo. (Marcha natural e marcha com batida de pés). Pituchinha sai marchando em volta da
caixinha de Pompom (Marcha em círculo).
Tudo está quietinho...quietinho... As bonequinhas dormem. Polichinelo, espreguiça-se
(Flexionamento dos antebraços, em diferentes planos)
-Ih! Pituchinha minhas pernas estão duras! Nem sei se elas me aguentam! Eu vou ver! (Mãos
nos quadris- flexão e extensão das pernas, joelhos afastados).
-Pituchinha, meu corpo está doído!
Preciso arranjar uma cama melhor. Mais macia...Nem posso mover-me direito! (Afastamento
lateral – flexão e extensão do tronco).
- Polichinelo acende duas velas. Pituchinha apaga uma vela de pressa. (Jogo respiratório –
apagar a vela).
- Você está doido, Polichinelo? O soldado acorda!...
Pompom apaga a outra vela (Jogo respiratório)
Pituchinha vai buscar o doce. O doce está dentro da lata amarela.
Pituchinha não tem medo do escuro. Ela vai devagarzinho...pá cá...pá cá... pá lá... (Marcha na
ponta dos pés).
A lata amarela está no alto! Pituchinha é pequenina, Polichinelo. Também Pompom é
pequeninha! A lata está lá no alto! Como há de ser?
Polichinelo tem força! Ele suspende Pituchinha (Trepar). Pituchinha trepa na mesa. (Trepar).
Upa, Pompom (Trepar).
Pompom está lá no alto. Ela puxa a lata. A lata cai! O soldado acorda. Pompom pula no chão
(saltar)
Eles apanham a lata de doce. (levantar e transportar). A lata é pesada.
Xi... Lá vem o soldado! Eles correm, correm (correr). O soldado já´vem chegando... Pituchinhya
joga o doce no soldado (lançar). Pompom joga o doce no soldado (Lançar).
O soldado quer prender os bonecos, mas eles são espertos! Eles lutam com o soldado (Atacar
e defender o boxeador).
O soldado manda acender as velas. O soldado amarra polichinelo na caixinha. Ele amarra
Pompom também.
Enquanto isso, os outros bonecos da loja livres do soldado aproveitam para brincar de “morto
vivo”. O soldado ainda está amarrando Pituchinha na caixinha.
Então eles mudam de brinquedo. Porque Polichinelo está preso, eles brincam de (Polichinelo
quer fugir).
O soldado não é bobo. Ele já vem chegando (Marcha lenta)
O soldado, agora vai apagando as velas (Jogo respiratório – apagar a vela).
Xi...está escuro! O soldado não tem medo do escuro.Ele não vê nada. Mas... ouve Pompom
que está cantando! (Marcha lenta com canto – Marcha soldado e contando até 10)
O soldado puxa a espada. E cada um vai ficando quietinho... quietinho.

GF.AA – SUPERVISÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Você também pode gostar