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Quando há diferenças na forma de crer entre cristãos sobre qualquer assunto, sempre é útil
perguntarmos até que ponto concordamos, e então averiguamos o ponto exato no qual as opiniões
começam a divergir. Em relação aos cânticos a serem empregados no louvor a Deus, há vários
pontos de concordância geral.
1 - Concorda-se que os Salmos foram dados por inspiração divina, e são a própria Palavra de Deus.
“E estas são as últimas palavras de Davi: Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado
em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel.
O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra está na minha boca”. 2 Samuel 23:1,2.
“Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de
Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus”. Atos 1:16 (ver também Atos
4:25; Heb. 3:7; etc). Os homens devem ser cuidadosos ao falar contra o livro dos Salmos. O Espírito
Santo é o autor deles. Este é o primeiro ponto de concordância.
2 – Concorda-se que os Salmos foram designados por Deus para serem usados na Sua adoração.
“Então o rei Ezequias e os príncipes disseram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras
de Davi, e de Asafe, o vidente. E o louvaram com alegria e se inclinaram e adoraram”. 2 Crônicas
29:30. “Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremo-lo com salmos”.
Salmos 95:2. Expositores da Bíblia e historiadores da igreja igualmente concordam que os Salmos
inspirados eram exclusivamente usados na adoração do Antigo Testamento. Deus os designou para
serem usados e ninguém exceto Deus pode mudar a designação. Este é o segundo ponto de
concordância.
3 – Concorda-se que, até quanto se tem registro, nosso Senhor Jesus Cristo usou os Salmos
exclusivamente no culto. Apenas uma ocasião refere-se ao Senhor Jesus cantando. Isto estava em
conexão com a observância da Páscoa. É dito, “E havendo eles cantado um hino, foram-se para o
Monte das Oliveiras” (Mat. 26-30; Mar. 14:26). Estudiosos da Bíblia não são enganados pelo uso da
palavra "hino" em nossa tradução deste versículo. O original simplesmente declara que eles
cantaram louvores a Deus. Na margem lê-se: “Quando eles cantaram um salmo”.
É um fato bem conhecido que os judeus estavam acostumados a cantar na Páscoa o grande Hallel
que consistia no Salmo 113 ao 118. Certamente nosso Senhor e seus apóstolos não se desviaram
desse costume. De fato seria estranho se o Senhor Jesus, que sempre honrou o Espírito Santo,
tivesse colocado de lado as sagradas cancões que Ele mesmo havia escrito para seu próprio
propósito. Mas ele não fez isso. Aqueles que seguiriam de perto os passos de Jesus deveriam cantar
os Salmos. Jesus cantou. Este é o terceiro ponto de concordância.
4 - Concorda-se que temos autoridade expressa para o uso dos Salmos do Antigo
Testamento na igreja do Novo Testamento. “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente,
em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos
espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração”. Colossenses 3:16.
Quaisquer que sejam as diferenças de visão que possam existir quanto a ''hinos e cânticos espirituais'',
os salmos são mencionados aqui são os Salmos inspirados da Escritura. A passagem
portanto contém uma expressão de preceito para o uso continuado do saltério na igreja do
Novo Testamento. Isto não é negado por ninguém. Este é o quarto ponto de
concordância.
Não é afirmado que não existem opiniões contrárias a um ou outro desses quatro pontos,
sustentadas por indivíduos, mas que há uma concordância geral entre todas as classes
de cristãos evangélicos sobre estes pontos.
Agora alcançamos o ponto exato da divergência. Enquanto todos concordam que os
''salmos'' referidos na passagem de Colossenses 3:16 são os Salmos da Bíblia, há muitos
que sustentam que ''hinos e cânticos espirituais'' são meras composições humanas; e o
Novo Testamento é por isso autorizado e instruído a adicionar ao seu livro de louvores os
escritos de homens não-inspirados. Este é o texto crucial sobre o assunto. Se este texto
contém um preceito claro para o uso de hinos não-inspirados, outras passagens podem
dar suporte; mas se aquele preceito não é encontrado aqui, não é encontrado em
qualquer outro lugar. Agora é forçoso mostrar que não apenas essa passagem não
autoriza o uso de canções não-inspiradas no culto, mas também exige o uso exclusivo
dos Salmos da Bíblia.
Primeiro: Nenhum preceito pode ser encontrada para o uso de canções não-inspiradas,
nas palavras, “hinos e cânticos espirituais”. À primeira vista, estas palavras parecem ser
conclusivas em favor dos advogados do cântico de hinos, No texto grego é “psalmois,
humnois, odais pneumatikais,” “salmos, hinos e cânticos espirituais”. Agora, esses três
nomes gregos são encontrados nos títulos dos Salmos na tradução grega do Antigo
Testamento, que era usada entre as pessoas a quem Paulo escreveu essa epístola. Eles
ocorrem nos vários títulos aos Salmos. A palavra "psalmois", cerca de sessenta e nove
vezes, a palavra "humnois" seis vezes e outra palavra "aleluia", que tem exatamente a
mesma importância, cerca de vinte vezes, e a palavra "odais", principalmente na forma
singular , "Ode", trinta e quatro vezes. Com o fato diante de nós que essas três palavras
são realmente encontradas muitas vezes nos títulos dos Salmos inspirados - e quando
todos concordamos que a palavra “salmois” se refere a canções inspiradas – é não mais
que irracional insistir que “humnois” e “odais" significam músicas sem inspiração. Como
se para remover toda possível dúvida a palavra ''espiritual'' é usada para qualificar as
(três) palavras. Thayer em seu léxico do Novo Testamento, referindo-se a essa passagem
e a semelhante, Efésios 5:19, define a palavra "espiritual" como "divinamente inspirado e
tão redolente do Espírito Santo". Albert Barnes, em seu comentário sobre I Coríntios 10:
3, “E todos comeram da mesma comida espiritual e beberam da mesma bebida
espiritual”, diz: “A palavra espiritual é evidentemente usada para denotar o que é dado
pelo Espírito, por Deus; aquilo que foi resultado de Seu dom milagroso; aquilo que não foi
produzido da maneira ordinária”. Novamente, "A palavra 'espiritual' deve ser usada
no sentido de sobrenatural ou aquilo que é dado imediatamente por Deus".
Portanto, "cânticos espirituais" são canções produzidas de maneira
sobrenatural, aquelas dadas imediatamente pelo Espírito de Deus. É como se
lesse: “Ensinando e admoestando uns aos outros com salmos, hinos e cânticos dados
pelo Espírito Santo”. Que canções são essas? O mavioso salmista de Israel responde: “O
Espírito do Senhor falou por mim e as suas palavras estavam na minha língua”
Portanto, esses mesmos nomes, que tem sido contados como uma provisão de preceito
para o uso de não-inspirados, achamos ser títulos bem conhecidos dos Salmos da Bíblia,
e como qualificados pela palavra “espiritual”, eles não podem designar canções não-
inspiradas, mas fornecem um mandado para o uso exclusivo das canções do Espírito.
Segundo
Os Salmos são em um sentido eminente "a palavra de Cristo". “Que a palavra de Cristo
habite em vós abundantemente em toda a sabedoria”. Esta é a condição de ser capaz de
"ensinar e admoestar". Como os Salmos são "a palavra de Cristo?"
1. Cristo, pelo Seu Espírito, é o autor deles. Isto foi completamente demonstrado acima.
3. Apenas Cristo é o sujeito de muitos deles. A objeção mais ignorante e sem sentido já
feita é a acusação que os Salmos são sem “sem Cristo”. A verdade é que nenhum livro
na Bíblia revela Cristo com tanta plenitude como é feito no livro dos Salmos, exceto o
evangelho de João ou a epístola aos Hebreus.
1. Sua divindade. Salmo 45:6a “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo”. Em Hebreus
1:8, isto é citado como um tratamento do Pai ao Filho, “Mas ao Filho ele diz: Teu trono, ó
Deus, é para todo o sempre”. Salmo 110:1, “Disse o Senhor ao meu Senhor, assenta-te à
minha mão direita até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. Em Mateus
22-42-45, isto é citado por nosso Senhor para provar Sua divindade.
…..
Quão conclusivo é o argumento. Devemos servir a Deus com o melhor. O livro de Deus é
o melhor. Quando Ingersoll (um agnóstico americano) disse que "poderia escrever um
livro melhor que a Bíblia", os cristãos ficaram chocados e o denunciaram como um
"blasfemador infiel". Como então podemos dizer que podemos escrever um livro de
louvores melhor do que o Saltério de Deus? Se é verdade que os livros de hinos são
melhores que o livro de Salmos, isso marca a maior conquista da raça humana; e então o
homem transcendeu Deus em Seu próprio campo. Se não for verdade, logo a substituição
do Saltério criado por Deus, pelos livros de hinos feitos pelo homem, na adoração a Deus,
é um ato da mais ousada presunção.