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A história dos números

Aparecimento dos números reais

Adaptado por Paulo Almeida @ 2005


Como é que surgiu a noção de número?

Alguma vez parou para pensar nisso?


Certamente já imaginou que um dia alguém teve uma ideia genial e de repente inventou o
número.
Mas, não foi bem assim.
A descoberta do número não aconteceu de repente, nem foi uma única pessoa a responsável
por essa façanha.
O número surgiu da necessidade que as pessoas tinham de contar objectos e seres.
Nos primeiros tempos da humanidade, para contar eram usados os dedos, pedras, os nós de
uma corda, marcas num osso... 
Como é que surgiu a noção de número?
Com o passar do tempo, este sistema foi-se aperfeiçoando até dar origem ao número.
Hoje nós já sabemos lidar com os mais diferentes tipos de números   

Até ao final da história saberá em que época e porque é que o homem inventou cada um desses
números.
Contando objectos com outros objectos  

Há mais de 30.000 anos, o homem vivia em pequenos grupos, morando em grutas e cavernas para
se esconder dos animais selvagens e proteger-se da chuva e do frio.
Veja estes caçadores.
 
Contando objectos com outros objectos

Para registar os animais mortos numa caçada, eles limitavam-se a fazer


marcas numa vara. Nessa época o homem alimentava-se daquilo que a
natureza oferecia: caça, frutos, sementes, ovos. Quando descobriu o fogo,
apreendeu a cozinhar os alimentos e a proteger-se melhor contra o frio. 
A escrita ainda não tinha sido criada. Para contar, o homem fazia riscos num
pedaço de madeira ou em ossos de animais. 
Um pescador, por exemplo, costumava levar consigo um osso de lobo. A cada
peixe que conseguia tirar da água, fazia um risco no osso.
Contando objectos com outros objectos

Mais ou menos há 10.000 anos, o homem começou a modificar bastante o seu  sistema de vida.
Em vez de apenas caçar e apanhar frutos e raízes, passou a cultivar algumas plantas e criar
animais. Era o início da agricultura, graças à qual aumentava muito a variedade de alimentos
de que podia dispor.
E para dedicar-se às actividades de plantar e criar animais, o homem não podia continuar a
deslocar-se de um lugar para outro como antes. Passou então a fixar-se num determinado
lugar, geralmente nas margens de rios e cavernas e desenvolveu uma nova habilidade: a de
construir sua própria moradia.

Começaram a surgir as primeiras


comunidades organizadas, com chefe,
divisão do trabalho entre as pessoas,
etc.. 
Com a lã das ovelhas eram tecidos
panos para a roupa.
Contando objectos com outros objectos

O trabalho de um pastor primitivo era muito simples. De manhã bem cedo, ele
levava as ovelhas para pastar. À noite recolhia as ovelhas, guardando-as dentro de
uma cerca. 
       
Mas como controlar o rebanho? Como Ter certeza de que nenhuma ovelha havia
fugido ou sido devorada por algum animal selvagem?
O jeito que o pastor arranjou para controlar o seu rebanho foi contar as ovelhas
com pedras. Assim:
      
Cada ovelha que saía para pastar correspondia a uma pedra. O pastor colocava
todas as pedras num saquinho. No fim do dia, à medida que as ovelhas entravam no
cercado, ele ia retirando as pedras do saquinho. Que susto levaria se após todas as
ovelhas estarem no cercado, sobrasse alguma pedra!
      
Esse pastor jamais poderia imaginar que milhares de anos mais tarde, haveria um
ramo da Matemática chamado Cálculo, que em latim quer dizer contas com pedras.
Construindo o conceito de número  
Foi contando objectos com outros objectos que a humanidade começou a
construir o conceito de número. 
Para o homem primitivo o número cinco, por exemplo, estaria sempre ligado
a alguma coisa concreta: cinco dedos, cinco peixes, cinco bastões, cinco
animais, e assim por diante. 
        A ideia de contagem estava relacionada com os dedos da mão. 
        Assim, ao contar as ovelhas, o pastor separava as pedras em grupos de
cinco. 
        Do mesmo modo os caçadores contavam os animais abatidos, traçando
riscos na madeira ou fazendo nós numa corda, também de cinco em cinco. 
       Para nós, hoje, o número cinco representa a propriedade comum de
infinitas colecções de objectos: representa a quantidade de elementos de um
conjunto, não importando se trata de cinco bolas, cinco skates, cinco discos
ou cinco aparelhos de som.
        É por isso que esse número, que surgiu quando o homem contava
objectos usando outros objectos, é um número concreto.
Os egípcios criam os símbolos (?) 

Por volta do ano 4.000 a.C., algumas


comunidades primitivas aprenderam a usar
ferramentas e armas de bronze. Aldeias situadas
nas margens de rios transformaram-se em
cidades. A vida ia ficando cada vez mais
complexa. Novas actividades iam surgindo,
graças sobretudo ao desenvolvimento do
comércio. 

Os agricultores passaram a produzir alimentos


em quantidades superiores às suas necessidades.
Com isso algumas pessoas puderam dedicar-se a
outras actividades, tornando-se artesãos,
comerciantes, sacerdotes, administradores... 
Os egípcios criam os símbolos (?) 

Como consequência desse desenvolvimento


surgiu a escrita. Era o fim da Pré-História e o
começo da História.
       

Os grandes progressos que marcaram o fim da


Pré-História verificaram-se com muita
intensidade e rapidez no Egipto. 
       

Para fazer os projectos de construção das


pirâmides e dos templos, o número concreto não
era nada prático.   

Ele também não ajudava muito na resolução dos


difíceis problemas criados pelo desenvolvimento
da indústria e do comércio. 
Os egípcios criam os símbolos (?) 

 Como efectuar cálculos rápidos e precisos com pedras, nós ou riscos num osso?

Foi partindo dessa necessidade imediata que estudiosos do Antigo Egipto passaram a representar a
quantidade de objectos de uma colecção através de desenhos – os símbolos.

A criação dos símbolos foi um passo muito importante para o desenvolvimento da Matemática.

Na Pré-História, o homem juntava 3 bastões com 5 bastões para obter 8 bastões.


Hoje sabemos representar esta operação por meio de símbolos.

3+5=8
      
Muitas vezes não sabemos nem que objectos estamos a somar. Mas isso não importa: a operação
pode ser feita da mesma maneira.

Mas como eram os símbolos que os egípcios criaram para representar os números?
Os egípcios criam os símbolos (?) 
Há mais ou menos 3.600 anos, o faraó do Egipto tinha um súbdito chamado Aahmesu, cujo nome
significa “Filho da Lua”.

Aahmesu ocupava na sociedade egípcia uma posição muito mais humilde que a do faraó:
provavelmente era um escriba. Hoje Aahmesu é mais conhecido do que muitos faraós e reis do Antigo
Egipto. Entre os cientistas, ele é chamado de Ahmes. Foi ele quem escreveu o Papiro Ahmes. 
            
O papiro Ahmes é um antigo manual de Matemática. Contém 80 problemas, todos resolvidos.  

A maioria envolve assuntos do dia-a-dia, como o preço do pão, a armazenagem de grãos de trigo, a
alimentação do gado. 

Observando e estudando como eram efectuados os


cálculos no Papiro Ahmes, não foi difícil aos
cientistas compreenderem o sistema de
numeração egípcio. Além disso, a decifração dos
hieróglifos – inscrições sagradas das tumbas e
monumentos do Egipto – no século XVIII também
foi muito útil.
Os egípcios criam os símbolos (?) 
O sistema de numeração egípcio baseava-se em sete números-chave:
 
1  10  100  1.000  10.000 100.000  1.000.000

Os egípcios usavam símbolos para representar esses números.

Um traço vertical representava 1 unidade: 

Um osso de calcanhar invertido representava o número 10: 

Um laço valia 100 unidades: 


Uma flor de lótus valia 1.000: 
Um dedo dobrado valia 10.000: 

Com um girino os egípcios representavam 100.000 unidades: 


Uma figura ajoelhada, talvez representando um deus, valia 1.000.000:       
    
Todos os outros números eram escritos combinando os números-chave.
Na escrita dos números que usamos actualmente, a ordem dos algarismos é muito importante.
Os egípcios criam os símbolos (?) 
Se tomarmos um número, como por
exemplo:
256

e trocarmos os algarismos de lugar, vamos


obter outros números completamente
diferentes:
265  526  562  625  652  

Ao escrever os números, os egípcios não se


preocupavam com a ordem dos símbolos.

Observe no desenho que apesar de a


ordem dos símbolos não ser a mesma, os
três garotos do Antigo Egipto estão
escrevendo o mesmo número: 

45  
A técnica de calcular dos egípcios
Com a ajuda deste sistema de numeração, os egípcios conseguiam efectuar todos os cálculos que
envolviam números inteiros.

Para isso, empregavam uma técnica de cálculo muito especial: todas as operações matemáticas eram
efectuadas através de uma adição.

Por exemplo, a multiplicação 13 * 9 indicava que o 9 deveria ser adicionado treze vezes.
 

13 * 9 = 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9

A tabela abaixo ajuda a compreender como os egípcios concluíam a muliplicação:


A técnica de calcular dos egípcios

   Número de parcelas     Resultado 

1 9

2 18

4 36

8 72
Eles procuravam na tabela um total de 13 parcelas; era simplesmente a soma das três colunas
destacadas:
 
1 + 4 + 8 = 13
O resultado da multiplicação 13 * 9 era a soma dos resultados desta três colunas:
 
9 + 36 + 72 = 117
Os egípcios eram realmente muito habilidosos e criativos nos cálculos com números inteiros.
Mas, em muitos problemas práticos, eles sentiam necessidade de expressar um pedaço de alguma coisa
através de um número.
E para isso os números inteiros não serviam…
Descobrindo a fracção
Por volta do ano 3.000 a.C., um antigo faraó de nome Sesóstris...

“... repartiu o solo do Egito nas margens do rio Nilo entre os seus habitantes. Se o rio levava qualquer
parte do lote de um homem, o faraó mandava funcionários examinarem e determinarem por medida a
extensão exacta da perda.”

Estas palavras foram escritas pelo historiador grego


Heródoto, há cerca de 2.300 anos.
O rio Nilo atravessa uma vasta planície.
Uma vez por ano, na época das cheias, as águas do Nilo
sobem muitos metros acima do seu leito normal,
inundando uma vasta região ao longo das suas margens.
Quando as águas baixam, deixam descoberta uma
estreita faixa de terras férteis, prontas para o cultivo. 

Desde a Antiguidade, as águas do Nilo fertilizam os campos, beneficiando a agricultura do Egipto. Foi
nas terras férteis do vale deste rio que se desenvolveu a civilização egípcia. 
Cada metro de terra era precioso e tinha de ser muito bem cuidado.
Descobrindo a fracção
Sesóstris repartiu estas preciosas terras entre uns poucos agricultores privilegiados.

        Todos os anos, durante o mês de Junho, o nível das águas do Nilo começava a subir. Era o
início da inundação, que durava até Setembro.

       Ao avançar sobre as margens, o rio derrubava as cercas de pedra que cada agricultor usava
par marcar os limites do terreno de cada agricultor.

       Usavam cordas para fazer a medição.

       Havia uma unidade de medida assinalada na própria corda. As pessoas encarregadas de
medir esticavam a corda e verificavam quantas vezes aquela unidade de medida estava contida
nos lados do terreno. Daí, serem conhecidas como estiradores de cordas.

        No entanto, por mais adequada que fosse a unidade de medida escolhida, dificilmente cabia
um número inteiro de vezes no lados do terreno.
         Foi por essa razão que os egípcios criaram um novo tipo de número: o número fraccionário.

         Para representar os números fraccionários, usavam fracções.


Contando com os Romanos
De todas as civilizações da Antiguidade, a dos romanos foi sem dúvida a mais importante.
        O seu centro era a cidade de Roma. Desde da sua fundação, em 753 a.C., até ser ocupada por
povos estrangeiros em 476 d.C., os seus habitantes enfrentaram um número incalculável de guerras de
todos os tipos. Inicialmente, para se defenderem dos ataques de povos vizinhos; mais tarde nas
campanhas de conquista de novos territórios.
        Foi assim que, pouco a pouco, os romanos foram conquistando a península Itálica e o restante da
Europa, além de uma parte da Ásia e o norte de África.

Apesar de a maioria da população viver na miséria, em Roma havia luxo e muita riqueza, usufruídas por uma
minoria rica e poderosa. Roupas luxuosas, comidas finas e festas grandiosas faziam parte do dia-a-dia da elite
romana.
        Foi nesta Roma de miséria e luxo que se desenvolveu e aperfeiçoou o número concreto, que vinha sendo usado
desde a época das cavernas.
       Como foi que os romanos conseguiram isso?
O sistema de numeração Romana
Os romanos foram espertos. Eles não inventaram símbolos novos para representar os números; usaram
as próprias letras do alfabeto.
 
I  V  X  L C  D  M

        Como será que eles combinaram estes símbolos para formar o seu sistema de numeração?

        O sistema de numeração romano baseava-se em sete números-chave:

I tinha o valor 1.
V valia 5.
X representava 10 unidades.
L indicava 50 unidades.
C valia 100.
D valia 500.
M valia 1.000.

Quando apareciam vários números iguais juntos, os romanos somavam os seus valores.

II = 1 + 1 = 2
XX = 10 + 10 = 20
XXX = 10 + 10 + 10 = 30
O sistema de numeração Romana

Quando dois números diferentes vinham juntos, e o menor vinha antes do maior, subtraíam os
seus valores.

IV = 4 porque 5 - 1 = 4
IX = 9 porque 10 – 1 = 9
XC = 90 porque 100 – 10 = 90

Mas se o número maior vinha antes do menor, eles somavam os seus valores.

VI = 6 porque 5 + 1 = 6
XXV = 25 porque 20 + 5 = 25
XXXVI = 36 porque 30 + 5 + 1 = 36
LX = 60 porque 50 + 10 = 60
O sistema de numeração Romana

Ao lermos o cartaz, ficamos a saber que o exército de Roma fez numa certa época MCDV
prisioneiros de guerra. Para ler um número como MCDV, veja os cálculos que os romanos
faziam:
Em primeiro lugar buscavam a letra
de maior valor.
M = 1.000
        Como antes de M não tinha
nenhuma letra, buscavam a segunda
letra de maior valor.
D = 500
       
Depois tiravam de D o valor da letra
que vem antes.
D – C = 500 – 100 = 400
       
Somavam 400 ao valor de M, porque
CD está depois e M.
M + CD = 1.000 + 400 = 1.400
        Sobrava apenas o V.

Então:
MCDV = 1.400 + 5= 1.405
O sistema de numeração Romana

Como acabou de ver, o número 1.000 era representado pela letra M.

        Assim, MM correspondiam a 2.000 e MMM a 3.000.

        E os números maiores que 3.000?

        Para escrever 4.000 ou números maiores que ele, os romanos usavam um traço horizontal sobre
as letras que representavam esses números.

       Um traço multiplicava o número representado abaixo dele por 1.000.


       Dois traços sobre o M davam-lhe o valor de 1 milhão.

       O sistema de numeração romano foi adoptado por muitos povos. Mas ainda era difícil efectuar
cálculos com este sistema.

       Por isso, matemáticos de todo o mundo continuaram a procurar intensamente símbolos mais
simples e mais apropriados para representar os números.

       E como resultado dessas pesquisas, aconteceu na Índia uma das mais notáveis invenções de toda
a história da Matemática: O sistema de numeração decimal.
Afinal nos nossos dias…
No século VI foram fundados na Síria alguns centros de cultura grega. Consistiam numa
espécie de clube onde os sócios se reuniam para discutir exclusivamente a arte e a cultura
vindas da Grécia. 
        Ao participar numa conferência num destes clubes, em 662, o bispo sírio Severus
Sebokt, profundamente irritado com o facto de as pessoas elogiarem qualquer coisa vinda
dos gregos, explodiu dizendo:
  “Existem outros povos que também sabem alguma coisa! Os hindus, por exemplo, têm
valiosos métodos de cálculos. São métodos fantásticos! E imaginem que os cálculos são
feitos por apenas nove sinais!”.
        A referência a nove, e não dez símbolos, significa que o passo mais importante dado
pelos hindus para formar o seu sistema de numeração – a invenção do zero - ainda não
tinha chegado ao Ocidente.
        A ideia dos hindus de introduzir uma notação para uma posição vazia – um ovo de
ganso, redondo – ocorreu na Índia, no fim do século VI . Mas foram necessários muitos
séculos para que esse símbolo chegasse à Europa.
       Com a introdução do décimo sinal – o zero – o sistema de numeração tal qual o
conhecemos hoje estava completo.
       Até chegar aos números que nós aprendemos a ler e escrever, os símbolos criados pelos
hindus mudaram bastante.
       Hoje, estes símbolos são chamados de algarismos indo-arábicos.
       Se foram os matemáticos hindus que inventaram o nosso sistema de numeração, o que
é que os árabes têm a ver com isso?
       E por que é que os símbolos
 
0  1  2  3  4  5  6  7  8  9
chamam-se algarismos?
Afinal nos nossos dias…

Simbad, o marujo, Aladim e sua lâmpada maravilhosa, Harum al-Raschid são nomes familiares
para quem conhece os contos de As mil e uma noites. Mas Simbad e Aladim são apenas
personagens do livro, Harum al-Raschid realmente existiu. Foi o califa de Bagdá, do ano 786 até
809.
        Durante o seu reinado os povos árabes travaram uma série de guerras de conquista. E
como prémios de guerra, livros de diversos centros científicos foram levados para Bagdá e
traduzidos para a língua árabe.

        Em 809, o califa de Bagdá passou a ser al-Mamum, filho de Harum al-Rahchid.
Al-Mamum era muito vaidoso. Dizia com toda a convicção.
“Não há ninguém mais culto em todos os ramos do saber do que eu”.
        Como era um apaixonado da ciência, o califa procurou tornar Bagdá o maior centro
científico do mundo, contratando os grandes sábios muçulmanos da época.
Afinal nos nossos dias…
Entre eles estava o mais brilhante matemático árabe de todos os tempos:
al-Khowarizmi. 
        Estudando os livros de Matemática vindos da Índia e traduzidos
para a língua árabe, al-Khowarizmi surpreendeu-se a princípio com
aqueles estranhos símbolos que incluíam um ovo de ganso! 
        Logo, al-Khowarizmi compreendeu o tesouro que os matemáticos
hindus haviam descobertos. Com aquele sistema de numeração, todos os
cálculos seriam feitos de um modo mais rápido e seguro. Era impossível
imaginar a enorme importância que essa descoberta teria para o
desenvolvimento da Matemática.
        Al-Khowarizmi decidiu contar ao mundo as boas nova. Escreveu um
livro chamado Sobre a arte hindu de calcular, explicando com detalhes
como funcionavam os dez símbolos hindus.
        Com o livro de al-Khowarizmi, matemáticos do mundo todo
tomaram conhecimento do sistema de numeração hindu.
        Os símbolos – 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 – ficaram conhecidos como a
notação de al-Khowarizmi, de onde se originou o termo latino algorismus.
Daí o nome algarismo.
        São estes números criados pelos matemáticos da Índia e divulgados
para outros povos pelo árabe al-Khowarizmi que constituem o nosso
sistema de numeração decimal conhecidos como algarismos indo-
arábicos.
Os números racionais
Com o sistema de numeração hindu ficou fácil escrever qualquer número, por maior que ele
fosse.
 
0   13   35   98  1.024   3.645.872

        Como estes números foram criados pela necessidade prática de contar as coisas da
natureza, eles são chamados de números naturais.
        Os números naturais simplificaram muito o trabalho com números fraccionários.

        Não havia mais necessidade de escrever um número fraccionário por meio de uma adição
de dois fraccionários, como faziam os matemáticos egípcios.
        O número fraccionário passou a ser escrito como uma razão de dois números naturais.

        A palavra razão em matemática significa divisão. Portanto, os números inteiros e os


números fraccionários podem ser expressos como uma razão de dois números naturais. Por
isso, são chamados de números racionais.

        A descoberta dos números racionais foi um grande passo para o desenvolvimento da
Matemática.
Os números irracionais…
Os pitagóricos são confrontados com os números irracionais.  

Depois de durante milénios ter utilizado os números para contar, medir,


calcular, o homem começou a especular sobre a natureza e propriedades
dos próprios números. Desta curiosidade nasceu a Teoria dos Números, um
dos ramos mais profundos da matemática.
A Teoria dos Números nasceu cerca de 600 anos antes de Cristo quando
Pitágoras e os seus discípulos começaram a estudar as propriedades dos
números inteiros. Os pitagóricos rendiam verdadeiro culto místico ao
conceito de número, considerando-o como essência das coisas. Acreditavam
que tudo no universo estava relacionado com números inteiros ou razões de
números inteiros (em linguagem actual, números racionais). Aliás, na
antiguidade a designação número aplicava-se só aos inteiros maiores do que
um. Esta crença foi profundamente abalada quando usaram o Teorema de
Pitágoras para calcular a medida da diagonal de um quadrado unitário.
 Como eles apenas conheciam os números racionais (naturais e fracções de
naturais) foi com grande surpresa e choque que descobriram que havia
segmentos de recta cuja medida não pode ser expressa por um número
racional. Essa descoberta é atribuída a um aluno de Pitágoras que tentava
descobrir a medida da diagonal de um quadrado de lado 1.
Os números irracionais…
Ao descobrirem que a diagonal de um quadrado de lado 1 não era uma razão entre dois inteiros
(em linguagem actual, que a raíz quadrada de 2 é um número irracional) os Pitagóricos
consideraram quebrada a harmonia do universo, já que não podiam aceitar a raíz quadrada de
dois como um número, mas não podiam negar que esta raíz era a medida da diagonal de um
quadrado unitário. Convencidos de que os deuses os castigariam caso divulgassem aquilo que
lhes parecia uma imperfeição divina, tentaram ocultar a sua descoberta. Segundo reza a lenda,
o primeiro membro da seita Pitagórica que divulgou esta descoberta morreu afogado num
naufrágio sendo a sua alma açoitada pelas ondas para todo o sempre.
Assim, o número terá sido o primeiro número irracional com que a humanidade se deparou. O
número de ouro é outro irracional…
A raiz quadrada de 2 não é um número racional: -Demonstração
O número irracional
A história do número irracional
A história do número irracional
A história do número irracional
A história do número irracional
A história do número irracional
A história do número irracional
A história do número irracional
A história do número irracional
A história do número irracional
Conjuntos de números





  0  

Dízimas infinitas periódicas
Dízimas infinitas periódicas


Números Reais

 

 
Resumindo…

     
Uma construção geométrica

Pelo teorema de Pitágoras


d 2  12  12
d 2

2 1

0 1 2

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